Ensina-me A Viver Novamente [...

By NerwenHydrefShadow

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[EM PAUSA TEMPORARIA] Estelwen é uma meia-elfa que já viveu longos anos na Terra-Média. Devido sua origem com... More

Prólogo
Capítulo I - Retome Seu Reino
Capítulo II - O Condado
Capítulo III - Uma Festa Inesperada
Capítulo IV - O Início da Jornada
Capítulo V - Uma Noite Conturbada
Capítulo VI - Correnteza Perigosa
Capítulo VII - Florescer De Uma Nova Amizade?
Capítulo VIII - Perigo Ao Nosso Encalço
Capítulo IX - A Última Casa Amiga
Capítulo X - A Revelação
Capítulo XI - Cirth Ithil
Capítulo XII - Última Noite Em Valfenda
Capítulo XIII - Sombras do Passado
Capítulo XIV - Da Frigideira Para O Fogo
Capítulo XV - Depois da Tempestade Vem a Calmaria
Capítulo XVI - Irmão Urso
Capítulo XVII - Uma Dança Inusitada
Capítulo XVIII - Melancolia
Capítulo XIX - Uma Surpresa Inesperada
Capítulo XX - Até Logo Irmão Urso
Capítulo XXI - Sombras na Floresta
Capítulo XXII - O Reino da Floresta
Capítulo XXIII - Poeira Estelar
Capítulo XXIV - A Fuga
Capítulo XXV - Bard o Arqueiro
Capítulo XXVI - Esgaroth, A Cidade do Lago
Capítulo XXVII - Lealdade, Honra e um Coração Disposto
Capítulo XXIX - Onde quer que você vá...
Capítulo XXX- Inevitável Amargura
Capítulo XXXI - Para um Bem Maior
Capítulo XXXII - Na Soleira da Porta
Capítulo XXXIII - O Início de sua Queda
Nota de Esclarecimento

Capítulo XXVIII - Tudo de Acordo com o Plano

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By NerwenHydrefShadow


Nota do autor: Lembrando, esta é minha primeira fanfic, então vão com calma, haha, e se vocês se sentirem confortável e quiserem fazer críticas construtivas eu ​​ficaria muito grata. Aproveitem. ^^

Olá pessoal!! Como estão? Mais uma vez me desculpem pela demora, mil coisas acontecendo e para melhorar meu pc morreu nesse meio tempo e só consegui de volta agora. Espero que gostem desse novo capitulo >< eu amei escrever ele XD beijos amo vcs.

Isenção de Responsabilidade: Eu não sou a autora de O Hobbit. Todos os direitos pertencem a J.R.R. Tolkien (referências dos livros) e Peter Jackson (referências dos filmes). Eu apenas possuo meus OC's Estelwen, Miluiel e Voronwë.

Qualquer coisa que você reconhecer do filme / livro pertence completamente a eles. O mesmo vale para possíveis referências de outros livros de Tolkien e outras referências aleatórias que vocês podem vir a reconhecer.

Eu também não possuo nem reivindico a foto da capa. A atriz é Gemma Arterton de Hansel and Gretel: Witch Hunter. Uma amiga minha () encontrou fotos online que ficariam bem juntas e as combinou para corresponder à minha história.


Capítulo XXVIII - Tudo de Acordo com o Plano


"Me desculpe." Disse Thorin. Pensei ter ouvido errado e não disse nada. Ele então se virou para mim e olhou fundo em meus olhos. "Me desculpe pelo que eu disse naquela hora... e pela forma que eu tratei você." Ele comentou, sem desviar seu olhar. "Principalmente por ter questionado sua seriedade para com a Causa."

Eu fiquei pasma com suas palavras e levei um tempo para processá-las. Afinal. Um anão orgulhoso como Thorin me pedindo desculpas tão rapidamente parecia impossível. Eu então sorri e disse. "Eu também lhe devo desculpas, meu Rei. Não devia ter falado com você daquela forma e principalmente... foi hipocrisia de minha parte...eu-" Mas ele me interrompeu.

"Por favor não diga mais aquilo." Ele pediu. E eu olhei para ele surpresa. "Você se sacrificou pela Causa aquele dia. Mas queria colocar nossa jornada em jogo por Kili. Ele é sim importante para nós. Mas você também é, Estelwen. Você é inestimável para essa companhia e principalmente para mim. Então jamais repita que você é menos importante que alguém." Ele disse firme.

Eu corei, meu coração palpitava em meu peito. Estava cada vez mais difícil esconder meus sentimentos por Thorin e desde nossa fuga ele tem sido muito mais carinhoso e atencioso que antes. Mostrando um lado que eu jamais pensei que conheceria. Mas eu sabia muito bem que não poderia ter esperanças. No entanto, por mais que eu me controlasse, não conseguia mais olhar de outra forma para aquele anão.

"Prometo que isso não se repetirá, meu rei." Eu disse, olhando com ternura para meu rei e ele sorriu em resposta. "Agora... temos que ir." Eu continuei, tentando mudar de assunto. "O arsenal fica distante daqui. Melhor partirmos o mais rápido possível. Assim pegaremos a estrada ainda hoje." Comentei.

Mas antes que Thorin pudesse me responder, uma comoção se iniciou na sala, onde nossos companheiros se aprontavam para partir. "Vocês não vão a lugar algum." Ouvimos Bain dizer. Ao que parece, ele finalmente havia tomado coragem para cumprir a ordem de seu pai. Tal ato fez com que todos interrompessem seus afazeres e olhassem incrédulos para ele. O problema foi o anão que estava próximo do garoto.

Dwalin marchou até o pobre menino e o agarrou pela camisa, tirando os pés do rapaz do chão. "Quem você pensa que é moleque?!" Ele gritou, furioso.

Bain parecia apavorado mas tentou ao máximo engrossar a voz. "N-Não posso deixar que vocês saiam daqui, ordens do meu pai." Ele disse. Eu me aproximei rapidamente para controlar a situação.

"Acalme-se Dwalin, ele é apenas uma criança. Solte o garoto." Eu disse, colocando a mão no ombro do anão. Ele bufou e, relutantemente, soltou o menino e se afastou. "Bain, não sei os motivos de seu pai para nos impedir, mas infelizmente não temos escolha. Nós-." Foi então que eu ouvi um ruído vindo do telhado e olhei para cima, interrompendo minha fala, para tentar ouvir.

Os anões aparentemente não ouviram e me perguntaram o que estava acontecendo e eu apenas levei meu dedo indicador à boca. De repente outro barulho quase inaudível e dessa vez Mimi também escutou e olhou para cima, um pouco apreensiva do que poderia ser. Alguém havia subido no telhado, até então dois indivíduos e julgando os passos quase que inaudíveis deveriam ser elfos.

"Tem alguém no telhado, vou investigar." Eu disse me dirigindo para a porta. Quando coloquei a mão na maçaneta Thorin me segurou.

"Não Estelwen, é perigoso e se forem orcs?" Ele perguntou.

"Não são orcs. Se fossem, vocês teriam ouvido. Acho que sei quem são. Eu volto já." Eu disse, retirei uma das adagas de minhas costas, por precaução, e girei a maçaneta com o máximo de cuidado possível, para não fazer nenhum ruído. Saí e fechei a porta cuidadosamente atrás de mim, sem tirar os olhos do telhado.

Respirei fundo e, segurando firme minha adaga, pulei na cerca da sacada e saltei para trás, me segurando com uma das mãos na testeira e me içando para cima do telhado. Ao pousar eu rapidamente me posicionei na defensiva. Mas me deparei exatamente com quem eu estava imaginando, só que para minha surpresa eles estavam arfando de cansaço e isso me deixou preocupada.

"Legolas, Tauriel, o que fazem aqui?" Eu perguntei. Sabia que eles não tinham vindo para nos levar de volta, até porque precisariam de um regimento para isso. Mas os dois sozinhos e cansados sugeriam que eles haviam vindo para cá excessivamente rápido por algum motivo.

"Estelwen viemos o mais rápido possível." Disse Legolas, após recuperar o fôlego.

"Os orcs que perseguiram vocês na corredeira estão vindo para cá. Devem chegar hoje a noite. Vocês devem partir o mais rápido possível." Disse Tauriel.

"Essa não... se vocês nos rastrearam até aqui...eles também vão. Há crianças morando nesta casa, precisamos protegê-las. Mas não temos armas boas o suficiente." Eu disse preocupada.

"Não se preocupe. Nós a ajudaremos." Disse Tauriel rapidamente. Legolas revirou os olhos e bufou após ouvir a elfa. Olhei para ele sem entender sua atitude.

"Ela está preocupada com o anão que foi atingido pela flecha." Ele disse, extremamente irritado. Sua resposta deixou Tauriel vermelha e ela negou veemente. Eu não pude segurar uma gargalhada.

"Kili está bem. Eu consegui tirar todo o veneno de sua perna." Eu disse e me aproximei de Tauriel para cochichar para ela, mesmo sabendo que, infelizmente, Legolas ouviria. "Kili vai ficar extremamente feliz quando vê-la." Meu comentário fez a elfa ficar ainda mais desconcertada e Legolas ainda mais irritado. Não consegui deixar de rir mais um pouco.

Descemos do telhado pousando suavemente na varanda de Bard. Pedi que esperassem do lado de fora para que eu avisasse os anões primeiro. Ao entrar, os anões já estavam armados, preparados para caso precisassem agir.

"Está tudo bem rapazes." Eu comentei enquanto entrava porta adentro. "Abaixem as armas, são nossos aliados." Os anões me olharam sem entender e foram baixando as armas cuidadosamente, mas quando viram Legolas e Tauriel entrando logo atrás de mim, levantaram as armas novamente e começaram a gritar para os elfos. Com exceção de Kili, que abriu o maior sorriso que já havia visto. "Meninos. Parem com isso, temos coisas mais importantes para nos preocupar. Guardem essa raiva para mais tarde." Eu disse enquanto fechava a porta após Legolas e Tauriel entrarem.

Legolas ignorou solenemente os anões e se dirigiu para a cozinha, onde se apresentou para Bain e as meninas, que fizeram o possível e o impossível para conterem a alegria de ver mais dois elfos sendo um deles um rapaz bonito e atraente como Legolas. Mimi correu até seu primo e o abraçou. Muito feliz em revê-lo. Tauriel, seguiu os passos de Legolas, mas não antes de lançar um pequeno e tímido sorriso para Kili, o que fez o anão sorrir ainda mais.

"O que diabos eles estão fazendo aqui?" Perguntou Thorin ao se aproximar de mim, enquanto guardava Orcrist, mas sem tirar os olhos de Legolas. Eu me inclinei um pouco e sussurrei em seu ouvido para que assim as crianças não me escutassem.

"Eles vieram nos alertar sobre os orcs que estão nos perseguindo. Eles provavelmente chegarão esta noite." Expliquei.

"Então devemos partir o quanto antes." Disse Thorin, mas ao ver minha indignação, ele imediatamente revirou os olhos. "Estelwen eles não são problema nosso." Ele disse e eu o encarei irritada e então o puxei para longe da companhia e pude sentir sua irritação crescendo a cada passo que dávamos para longe dos demais.

"Como não é problema nosso Thorin?!" Eu perguntei, ao soltar o braço do anão. "Bard nos ajudou a entrar na cidade e nos recebeu em sua casa." Eu retruquei.

"Ele foi pago para isso, e ainda nos forneceu armas que não servirão de nada para lutar com orcs." Ele comentou.

"E as crianças, Thorin?" Ao me ouvir, Thorin desviou o olhar. "Se Legolas e Tauriel nos rastrearam até aqui, os orcs também vão." Eu disse, o que fez Thorin soltar um suspiro.

"Tem razão. Nós colocamos essas crianças em perigo vindo aqui e é nosso dever protegê-los." Ele disse e seu comentário me fez sorrir.

"Não se preocupe meu rei" Eu disse, enquanto eu instintivamente segurava a mão de Thorin. "Ainda temos tempo. Nossa jornada não terá sido em vão, eu prometo." Eu disse, o que fez Thorin rir um pouco.

"Em vão essa jornada certamente não foi." Ele disse ao olhar fundo nos meus olhos. Pelos deuses... não sei mais até quando irei resistir.

"Tio..." Ouvimos Fili dizer... fiquei chocada por não ter ouvido ele se aproximar.  Já Thorin revirou os olhos e olhou para o sobrinho e ao julgar pelo desconforto do anão ao responder, Thorin não devia estar nada feliz com a intromissão do sobrinho.

"M-Mimi disse que Bard está vindo..." Comentou. Dei um leve aperto na mão de Thorin e disse para deixar que eu falasse com o barqueiro. Thorin assentiu com a cabeça e me dirigi para perto da porta, assim interceptaria Bard antes que ele pudesse dizer ou fazer alguma coisa.

Assim que ela abriu e Bard entrou eu o abordei. "Bard precisamos conversar." Eu disse. Ele pareceu surpreso com minha abordagem mas assentiu e me seguiu até onde seus filhos não poderiam ouvir.

"O que está acontecendo Estelwen? Porque os anões estão armados e porque há mais dois elfos em minha casa?" Ele perguntou enquanto nos afastávomos da porta.

"Bard. Meus amigos elfos vieram me informar que um grupo de orcs que nos perseguiam estão vindo para cá. Eu preciso que-" Mas ele rapidamente me cortou.

"Espera, vocês trouxeram um bando de orcs para cá? Estelwen, como pode pôr meus filhos em risco desta forma?" Ele perguntou, e aquilo apertou meu coração.

"Bard, meus companheiros disseram que despistaram os orcs nas corredeiras. Não podíamos imaginar que eles iriam nos encontrar tão rapidamente." Eu comentei, mas Bard estava furioso e tinha toda a razão para isso. "Nós ficaremos para protegê-los. Nada irá acontecer com você ou sua família. Tem minha palavra."

"Acho bom mesmo." Comentou e passou por mim sem dizer mais uma palavra. Eu podia entender bem a frustração e raiva que deviam estar explodindo dentro de Bard. Ainda não sabia o motivo para ele querer que Bain nos impedisse de sair, mas devia ser um motivo importante, somado ao fato de que acabamos colocando suas crianças em risco... eu suspirei.

Nos reunimos na cozinha para elaborar um plano de como confrontar os orcs. Mas como eu já imaginava, arquitetar um plano envolvendo anões e elfos não seria uma tarefa fácil. Enquanto meus companheiros estavam mais preocupados em questionar a confiabilidade entre ambos os grupos, eu estava tendo uma verdadeira tempestade em minha mente.

Já conhecia suficientemente os orcs e seu comportamento para saber que nada os faria recuar, e eu sabia muito bem que os dois maiores alvos do bando eram Thorin e eu. Após um longo tempo, comecei a elaborar um plano. Arriscado, mas o único plausível que me veio a mente no tempo curto que tínhamos. O problema é que a algazarra ao meu redor me impedia de raciocinar. Quando eu finalmente cheguei ao limite, espalmei minha mão na mesa para chamar a atenção de todos e exigi que fizessem silêncio. Eles rapidamente se calaram e olharam para mim.

"Se continuarem com essa discussão desnecessária e sem sentido os orcs chegarão aqui antes que cheguemos a um acordo." Eu falei. "Eu tenho um plano e vamos segui-lo sem discussões." Eu disse, desta vez olhando diretamente para Thorin, que me encarou de volta sem entender. "Bard." Eu chamei, e perguntei ao barqueiro quando olhou para mim. "Há alguém que receberia você e sua família para passarem a noite? Um lugar que seja seguro?"

"Sim, Hilda, uma das comerciantes que nos ajudou no mercado ontem. Ela cuidava das crianças para mim quando eram menores." Ele disse.

"Ótimo. E você acredita que ela aceitaria receber os anões também?" Eu perguntei o que desencadeou em um rompante de protestos vindos da companhia. "Shazara! (Silêncio!)" Eu gritei, fazendo com que os anões se calassem na mesma hora. "Thorin é o alvo dos orcs. Ele precisa ser protegido. Se virem Thorin, os orcs não irão desistir até que o último seja morto e pelo que vocês me contaram, o bando está sendo liderado por Bolg, um dos melhores e mais experientes caçadores subordinados de Azog e ele não desiste enquanto não capturar sua presa. Enquanto vocês estiverem em segurança, Legolas, Tauriel e eu, iremos combatê-los. Assim os orcs pensaram que vocês partiram para as Montanhas." Eu disse e como já era esperado, Thorin foi totalmente contra.

"Não não irei permitir que você lute sozinha Estelwen e muito menos irei ficar de braços cruzados enquanto você arrisca sua vida mais uma vez. Além do mais, você também é um alvo. Deixaremos Bard e sua família em segurança e partiremos para Erebor enquanto os Orcs estão distraídos com os elfos.

"Acredita mesmo que as saídas da cidade não estarão sendo vigiadas pelos orcs Thorin? E eu já enfrentei Bolg uma vez, sei como ele luta e sei que Legolas e Tauriel não conseguirão enfrentá-los sozinhos. E se você estiver lá, eu irei me preocupar mais em protegê-lo do que em lutar." Eu disse, o que fez Thorin desviar o olhar, mas pude ver que estava furioso. "Mais alguma objeção ao plano?" Eu perguntei, mas obtive apenas silêncio em resposta. Vi que meus amigos não estavam nem um pouco felizes com o plano, mas eles sabiam tanto quanto eu que não tínhamos outra escolha.

Levamos meus companheiros até a casa de Hilda. Por algum motivo, ela recebeu os anões de braços abertos. Antes de nos separarmos, Thorin me puxou para o canto e eu sabia que ele tentaria me persuadir mais uma vez. "Estelwen, não vou deixar que você se coloque em perigo de novo. Fique aqui e deixe que os elfos lutem com os orcs." Ele disse

Eu suspirei, mas antes que eu respondesse, Legolas me chamou, avisando que o sol já estava se pondo. Eu então me virei para Thorin e segurei sua mão. "Eu ficarei bem meu rei. Eu prometo que voltarei para você em segurança." Eu disse com um sorriso doce. Thorin acabou sorrindo também, mas vi seu sorriso morrer logo que soltei sua mão e me virei para ir embora.

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A noite chegou rapidamente, os mercadores retornaram a suas casas e os transeuntes já não circulavam mais pelas ruelas daquela pequena cidade portuária. O único indício que nos lembrava de que aquela cidade não estava deserta eram as luzes que vinham das casas e dos lampiões.

Eu, Legolas e Tauriel decidimos confrontar os orcs de forma semelhante a que fizemos com um bando que encontramos na Floresta das Trevas anos atrás. Enquanto Tauriel terminava os preparativos dentro da casa, eu e Legolas nos posicionamos no telhado da casa de Bard e ficamos atentos a todo e qualquer movimento, caso os orcs chegassem antes de que nossa armadilha estivesse pronta.

"Você realmente escolheu ficar ao lado dos anões... não é mesmo Estelwen?" Perguntou Legolas, sem tirar os olhos das casas que nos rodeavam.

"Não há 'lados' para escolher Legolas... pelo menos... não deveria haver. Já conversamos sobre isso inúmeras vezes no passado." Eu comentei.

"E eu ainda não entendo. Os anões são egoístas e gananciosos, se importam com ninguém além de sua própria raça." Ele comentou mas não pude conter uma risada.

"Não muito diferente de alguém que conhecemos, não é mesmo?" Eu perguntei e pela expressão do elfo ele sabia exatamente de quem eu estava falando.

"Meu pai está apenas protegendo nosso reino Estelwen." Ele comentou.

"Acredito que você não estaria aqui se concordasse com ele." Eu disse sorrindo e Legolas desviou o olhar, eu ri baixinho e então continuei. "Dê uma chance a eles... Eu tenho certeza que um dia chamará um anão de amigo...ou talvez... passe a amar um... quem sabe. "Eu disse e ri ao ouvir o som de desgosto vindo do elfo. Um tempo passou enquanto ficamos em completo silêncio, apenas observando nossos arredores, quando finalmente Tauriel veio nos avisar de que estava tudo pronto. Mas antes de descermos, Legolas comentou.

"Talvez você esteja certa. Ou talvez... você tenha mudado o coração deles. O príncipe anão... agradeça a ele por mim por favor. Por mais que eu odeie admitir... ele salvou minha vida no rio aquele dia." Seu comentário me pegou de surpresa e não pude deixar de sorrir. Salvar a mim eu entendo, ainda mais agora que sou considerada da Companhia, mas salvar um elfo, ainda mais o filho de seu maior inimigo... meu coração bateu um pouco... o amor e a admiração que eu sentia por aquele anão estavam crescendo mais e mais.

Assim que nos posicionamos em nossos respectivos lugares, pudemos ouvir passos pesados e apressados correndo pelos telhados das casas ao redor. 'Bem a tempo.' eu pensei.

P.O.V Terceira Pessoa

"Shugi Khozd-shrakhun hum. Nuzdidiz. (Os ratos anões imundos estão em algum lugar aqui. Eu posso sentir o cheiro deles.)" Disse Bolg, ao pisar no telhado da casa. Ele indicou para que seus capangas entrassem na casa enquanto ele espera no telhado, para caso algum anão saia tentando fugir.

Um a um, os orcs entraram sorrateiramente na casa que estava escura como breu. Eles caminharam pisando com cuidado para não acordar os anões que dormiam pelo. Estava tão escuro que eles mal conseguiam enxergar um palmo à sua frente, fazendo com que eles mal notassem que o companheiro a seu lado havia desaparecido de repente.

Os que haviam restado então se posicionaram sob os anões e cortaram os lençóis com suas lâminas na altura da garganta. Mas ao invés de ouvir o barulho de carne sendo dilacerada, ouviram apenas o barulho da lâmina contra um metal. Quando o orc levantou o lençol se deu conta de que eles haviam sido enganados.

Um a um os lençóis foram retirados, revelando que no lugar dos anões haviam apenas um amontoado de objetos domésticos estrategicamente posicionados para enganar os orcs. Eles ficaram irados e então perceberam que seu número era menor do que antes. No momento seguinte, Estelwen e os demais elfos atacaram os orcs restantes e um banho de sangue se iniciou naquela casa. Os orcs mal conseguiam enxergar, o que tornava a tarefa de matá-los extremamente fácil para os elfos.

No meio daquela chacina, um dos orcs conseguiu escapar pela janela, e subiu de volta para o telhado, na intenção de alertar o Bolg. "Ekinskeld. Obguranida! (Escudo de Carvalho se foi!)" Gritou o orc, mas antes que ele dissesse mais alguma coisa, uma flecha transpassou sua cabeça, fazendo seu corpo cair no chão sem vida. Logo atrás do orc, Bolg viu uma de suas presas bem a sua frente, com seu arco na mão.

"Ora ora, o que temos aqui?" Disse Bolg, sorrindo ao caminhar lateralmente enquanto desembainhava sua arma. "Parece que os anões deixaram a preciosa elfa para trás." Ele disse, provocando Estelwen.

Estelwen riu ao guardar seu arco, enquanto caminhava na direção oposta, nunca dando as costas para seu oponente. Ela então disse enquanto retirava suas adagas das costas. "A quanto tempo, Bolg. Quando me disseram que estaria aqui, não resisti e tive que ficar para dar um oi." Ela disse. " O que aconteceu? Azog está muito ocupado para nos perseguir e mandou seu capanga fazer o trabalho sujo?" 

Foi então que Bolg avançou contra Estelwen e a mesma se colocou na defensiva, sem tirar os olhos de seu oponente. Mas como bem sabemos, orcs não jogam limpo e enquanto Estelwen estava distraída com Bolg, outro orc escalou o telhado e atacou Estelwen pelas costas. Mas graças a sua boa audição, ela rapidamente se virou para bloquear o golpe com uma de suas lâminas, enquanto arrancava a cabeça do orc com a outra.

Bolg, se aproveitando da distração, aperta o passo e avança sobre Estelwen, mas a mesma estava preparada e se virou novamente para encarar Bolg, rapidamente se esquivando da enorme lâmina. Bolg avançou violentamente contra Estelwen, forçando-a a recuar, enquanto ela defendia todo e qualquer golpe. Ao chegar à beirada, Bolg desferiu um golpe em direção às pernas de Estelwen e ela foi forçada a pular para trás, pousando na sacada. Bolg foi até a beirada e grito para dois de seus capangas.

"Zidgar Guldur-nar! Ekinskeld Erebor-nar nakhan! (Envie uma mensagem para Dol Guldur! Escudo de Carvalho chegou à Montanha!)" Ele gritou e seus subordinados correram em direção à ponte. Estelwen guardou suas adagas e sacou o arco que Tauriel havia lhe dado, e disparou uma flecha, acertando a garganta de um deles, fazendo desabar no chão. O outro continuou correndo, mas antes que ela pudesse disparar outra flecha, Bolg pulou na sua frente, desferindo um golpe poderoso de cima para baixo, a forçando a largar seu arco e se chocar contra a parede rápido o suficiente para desviar da lâmina.

Estelwen, se vendo em um local apertado demais para lutar contra um orc daquele tamanho, correu pela sacada e pulou as escadas, pousando no deque de madeira. Ela foi então surpreendida por dois orcs que chegaram pelas laterais. Estelwen, rapidamente retirou suas lâminas e confrontou os dois, simultaneamente. Quando ambos finalmente deram uma brecha, ela enfiou suas adagas em seus abdomens, ao mesmo tempo, mas Bolg, mais uma vez, se aproveitou da situação e chutou Estelwen pelas costas, a empurrando para frente e a privando de suas adagas. Bolg tentou acertá-la várias vezes com sua arma, mas Estelwen desviou. Entretanto, ela tropeçou em uma das vigas que estava levantada e acabou não conseguindo desviar completamente de um dos golpes, o que a proporcionou um corte de raspão em seu braço.

Segurando o ferimento para estancar o sangramento, Estelwen permitiu que Bolg a atacasse e então ela pulou sobre um caixote e girou no ar, desferindo um chute poderoso na cabeça de Bolg. Atordoado, ele acabou deixando cair sua arma na água. Estelwen caiu no chão mas se levantou rapidamente e no mesmo instante foi obrigada a se abaixar novamente para desviar dos punhos de seu oponente. Bolg tentou golpeá-la com socos poderosos. Mas um acabou a acertando e ela foi jogada no chão. Bolg então a pegou pelo pescoço e a levantou, colocando-a na altura de seu rosto.

"Achou mesmo que poderia me derrotar sua elfa que fede a anão?" Bolg perguntou enquanto ele aproximava Estelwen de seu rosto. "Você vem comigo." Ele disse rindo.

"Acho que não." Disse Estelwen com um sorriso e rapidamente, se aproveitando do ponto cego do olho esquerdo de Bolg, retirou a adaga que ela escondia na parte de trás de seu cinto e enfiou na lateral esquerda do abdomen do orc, logo abaixo de sua armadura. Bolg gritou de surpresa e dor e arremessou a elfa contra a parede, fazendo-a desabar no chão. Ele então arrancou a adaga e o sangue começou a escorrer de seu ferimento.

"Vocês envenenaram meu amigo. Agora é minha vez de retribuir." Ela disse sorrindo. Bolg rosnou enquanto olhava com raiva para Estelwen e com sua mão tampando a ferida, se virou para ir embora, gritando para seus companheiros.

"Gur! Gur! (Retirada! Retirada)" Gritou o orc que começou a correr em direção a ponte. Estelwen tentou se levantar para persegui-lo, mas o ferimento em seu braço e o impacto a impediram de prosseguir e foi obrigada a apertar o braço novamente para tentar diminuir o sangramento e a dor. Ela então viu o Warg de Bolg correndo até ele. Bolg montou na fera e correu para fora da cidade.

Legolas e Tauriel correram até Estelwen, extremamente preocupados. Tauriel se ajoelhou ao lado da amiga para checar o ferimento. "Me deixem aqui e vão atrás daqueles orcs. Não podemos deixar que eles informem Azog." Disse Estelwen.

"Não Estelwen, você está ferida, tenho que curar esse seu braço." Disse Tauriel enquanto ministrava um pouco de magia de cura.

"Eu vou atrás deles. Tauriel, certifique de que Estelwen fique bem e a leve para a casa de Hilda." Disse Legolas e após a confirmação de Tauriel, correu para a ponte, por onde os orcs fugiram.

P.O.V de Estelwen

Tauriel conseguiu parar o sangramento de meu braço e cortou um pedaço de tecido de sua túnica com sua espada. Ela então enrolou meu braço com a bandagem improvisada e me ajudou a levantar. Caminhei até os orcs que estavam com minhas adagas fincadas em seu abdômen e as arranquei. Após limpá-las, as guardei em minhas costas.

Juntas, nós seguimos até a casa de Hilda e lá me deparei com algo que não me deixou nada surpresa.

"Eles o que?!" Eu perguntei incrédula para Mimi.

"Foi um caos, Estelwen. Thorin reuniu os anões e decidiram ir ao arsenal para pegar as armas enquanto vocês distraiam os orcs. Bard protestou, alegando que eles trariam a ruína para a cidade e como consequência os anões acabaram trancando Bard em um dos quartos. Bilbo não sabia o que fazer e acabou indo junto para garantir que não fizessem nenhuma burrice. Quando finalmente conseguimos libertar Bard, ele correu para tentar impedi-los, mas eles ainda não voltaram." Mimi repetiu.

Eu fiquei furiosa. Não podia acreditar no que estava ouvindo. Foi só eu virar as costas que Thorin correu para o perigo e levou toda a Companhia com ele. Agradeci Hilda mais uma vez e parti enfurecida em direção ao arsenal. Mimi e Tauriel seguiram logo atrás de mim. Mimi protestou para que eu a deixasse ver meu ferimento, mas eu apenas a ignorei e segui em frente.

No caminho, nos deparamos com uma confusão em frente ao casarão que, segundo o que as crianças nos informaram no dia da visita ao mercado, pertencia ao Mestre da Cidade. As pessoas em volta falavam todas ao mesmo tempo, nos impedindo de decifrar do que a situação se tratava. Quando eu comecei a me aproximar cada vez mais da multidão, pude ouvir mais nitidamente o que estava acontecendo.

"Morte! Isso é o que você vai trazer sobre nós." Ouvi Bard dizer. "Fogo do dragão e destruição. Se você acordar a fera, ela destruirá a todos nós."

"Podem dar ouvidos a este opositor. Mas eu prometo uma coisa." Disse Thorin, tentando ganhar a confiança da multidão. "Se formos bem sucedidos, eu compartilharei as riquezas da montanha." Ele garantiu. Por mais enfurecida que eu estivesse com ele, não pude conter um sorriso ao ouvi-lo.

A multidão se alvoroçou ao ouvir suas palavras. Todos comentavam entre si e se entusiasmaram com a promessa de uma vida melhor para todos aqueles cidadãos que tanto necessitavam. "Todos terão ouro suficiente para reconstruir Esgaroth dez vezes maior!" Thorin garantiu, o que fez a multidão explodir em comemoração.

"Porque devemos acreditar na sua palavra?" Perguntou Alfrid, de pé ao lado de seu Mestre. "Não sabemos nada a seu respeito." Ele comentou, o que amenizou um pouco a empolgação dos espectadores. "Quem aqui pode falar sobre seu caráter?" Ele perguntou e todos olharam para Thorin novamente. Tal pergunta deixou a Companhia em silêncio, provavelmente pensando em como responder tal pergunta. Afinal, ninguém naquela cidade conhecia Thorin ou suas façanhas depois que os anões foram expulsos de Erebor.

Eu me esgueirei pela multidão, tentando chegar até Thorin o mais rápido possível, os cidadãos cochichavam entre si. A dúvida e a descrença se enraizando mais e mais em suas mentes quanto mais o silêncio perdurava. Foi então que um certo alguém se manifestou.

"Eu!" Disse Bilbo, fazendo com que todos na multidão olhassem para ele... bem... para a direção de onde a voz estava vindo. O mestre teve que apertar os olhos para conseguir ver o pequeno Hobbit que se destacou na multidão. "Eu falo por ele." Bilbo continuou enquanto dava um passo à frente para ser visto. "Eu viajei bastante com esses anões e passamos por grandes perigos. Se Thorin Escudo de Carvalho, dá a palavra dele... ele cumpre." Ele disse com convicção.

A multidão comemorou novamente com suas palavras. Bard pareceu perdido, seu ponto de vista cada vez mais enfraquecido com o desenrolar da situação. Mas ele tinha uma carta na manga.

"Todos vocês! Me escutem! Devem me ouvir! Esqueceram o que aconteceu com o Vale?!" Ele perguntou. A agitação foi amornando novamente, enquanto as pessoas ao redor iam se calando e baixando a cabeça, tristemente. "Esqueceram dos que morreram na tempestade de fogo?!" Bard continuou e alguns gritaram: 'Não!' em resposta. "E por qual motivo? A ambição cega de um rei da montanha tão impregnado pela ganância, que só pensava em seus próprios desejos!" Ele disse olhando com desdém para Thorin, o que fez o anão abaixar a cabeça.

"Eu vou matá-lo!" Gritou Dwalin que ameaçou partir para cima de Bard, mas foi rapidamente contido por seu irmão e os outros.

"Thorin é um anão da linhagem de Durin, Bard. E um Durin não volta atrás em sua palavra". Eu gritei quando emergi da multidão, que se abriu em nossa presença, seguida por Mimi e Tauriel logo atrás de mim. O olhar daquelas pessoas se voltaram para mim, incrédulos, pois era incomum testemunhar uma elfa falando em apoio a um anão. "Muitos de vocês já ouviram a história de um elfo, nascido da luz das estrelas, mas criado e nutrido pelo próprio coração e pedra das montanhas. Vocês ouviram minha história, mas nunca receberam um nome nem um rosto para reconhecer". Eu disse, ao parar ao lado da Companhia. "Meu nome é Estelwen, mas para os anões sou chamada Splendarr. O próprio elfo que foi abraçado pela Montanha. Eu cresci entre os anões e entre o povo Durin. Hoje estou diante de vocês, assegurando a todos que um Durin jamais voltaria atrás em sua palavra". Eu proclamei o que suscitou uma resposta turbulenta de meus companheiros.

"Você diz isto, mas todos nós sabemos que uma doença corre profundamente em sua família". Bard comentou, fazendo com que o barulho de meus amigos morressem mais uma vez. "Uma doença que enlouqueceu o avô deste anão com a ganância, arriscando a segurança de seu próprio povo." Bard comentou. "Como você pode garantir que o mesmo não acontecerá com sua própria carne e sangue"? Bard me perguntou, olhando para Thorin, que desviou o olhar. Seu discurso causou mais murmúrios barulhentos na multidão que se reunia ao nosso redor.

"Silêncio!" Gritou o Mestre, silenciando novamente a população ao nosso redor. Em primeiro lugar, não podemos, nenhum de nós, julgar alguém tão rapidamente." Comentou ele. "Não é verdade, Bard? Afinal, foi Girion, Senhor do Vale, seu ancestral, que falhou em matar a besta!" Ele disse num tom zombeteiro, o que fez com que toda a Companhia, inclusive eu, olhasse com incredulidade para Bard, que não ousou olhar para nós.

"É verdade, meu senhor". Alfrid comentou, olhando para Bard com desdém. "Todos nós conhecemos a história: flecha após flecha ele atirou, cada uma errando o alvo." Ele observou, fazendo Bard desviar o olhar.

"Estelwen." Disse o Mestre ao se dirigir a mim, me fazendo olhar para ele novamente "Disseram-me que a senhorita e seus companheiros elfos lutaram corajosamente contra um bando de orcs que invadiu nossa amada cidade." Ele me perguntou, sorrindo. Eu sorri em resposta.

"Sim, Mestre da Cidade do Lago. Quando ajudei meus companheiros a entrar na cidade, notamos que um bando de orcs estava observando o local e concluímos que eles pretendiam atacar e saquear Esgaroth. Decidi, juntamente com meus companheiros elfos, montar uma emboscada para surpreendê-los. Enquanto isso, meus companheiros anões fingiram roubar as armas do arsenal, para que a guarda da cidade fosse ativada e assim seus soldados não correriam o risco de ter de enfrentar os orcs. O que foi a melhor decisão, pois aqueles eram adversários extremamente habilidosos." Comentei. "Eu mesma não sai incólume de tal encontro". Eu disse enquanto colocava minha mão sobre a faixa em meu braço.

"E eu serei eternamente grato pelo que você e seus companheiros elfos fizeram pela nossa cidade. Mas... ainda assim, os anões violaram as leis de Esgaroth ao invadir o arsenal e tentar roubar nossas armas. Por melhores que fossem suas intenções, fiquei em um impasse". Disse o Mestre, fingindo-se incapaz de resolver a situação.

"Embora eu não tolere a decisão de meus companheiros, imploro que o senhor ignore suas escolhas lastimáveis." Tentei mais uma vez apelar para a boa natureza do Mestre, mesmo que tudo não passasse de um ardil para entrar nas boas graças do homem. "Eu conheci Thror quando ele governou a montanha, assim como conheci Thrain, o pai de Thorin. Eles eram anões excepcionais, mas não tinham metade da força e da coragem que eu vejo neste anão aqui presente. Após quase um ano de viagem ao lado de Escudo de Carvalho, vi nele a tenacidade, força e compaixão que torna a linhagem de Durin tão extraordinária. Ele é um dos maiores reis que eu já conheci em minha longa vida. E estou certa de que, se a doença o atingir, ele certamente a superará". Eu disse, e eu pude ver Thorin sorrindo ternamente para mim. Mas minha raiva, devido aos acontecimentos de antes, me impediu de devolver seu gesto. Olhei para o lado e continuei: "Então, se há um rei que pode ser confiável em toda a Terra-Média, é este, e se ele dá sua palavra, ele a mantém".

"Eu falo com o Mestre da Cidade do Lago". Thorin disse, chamando a atenção do Mestre para si mesmo. "Você quer ver a profecia cumprida? Quer... compartilhar das grandes riquezas de nosso povo?" Thorin perguntou suavemente, apelando para a ganância e a luxúria que passaram pelos olhos do Mestre de Esgaroth. O povo permaneceu em silêncio enquanto observava em antecipação. "O que você diz?" perguntou Thorin.

O Mestre pensou por um breve momento, para que seus súditos acreditassem que ele estava ponderando sua decisão, quando na verdade, ele certamente já havia se decidido a partir do momento em que Thorin prometeu o ouro.

"Eu digo a você." Disse o Mestre, apontando para Thorin. "Bem vindo!" Ele exclamou de braços abertos. "Bem-vindo e pela terceira vez bem-vindo, Rei sob a Montanha!" Ele disse, enquanto Alfrid e os demais comemoravam sua decisão, mesmo que por motivos totalmente diferentes.

Bard, se vendo definitivamente derrotado, se aproximou de Thorin e sussurrou, furioso. "Você não tem o direito. Não tem o direito de entrar na montanha."

"Eu tenho todo o direito." Thorin respondeu, sucintamente." Bard bufou e virou as costas, mas antes de partir, fez mais uma tentativa, desta vez, recorrendo a mim.

"Estelwel... por favor... não façam isso. Eu lhe imploro." Ele suplicou e eu suspirei tristemente.

"Eu sinto muito Bard. Mas não temos escolha." Eu comentei.

"Sempre há uma escolha." Ele disse, na esperança que me fizesse mudar de ideia.

"Não para nós." Eu comentei e disse ao colocar minha mão sobre seu ombro. "Por favor, Bard. Vá embora deste lugar. Leve seus filhos e saia daqui enquanto ainda há tempo." Eu sussurrei em resposta.

"Ir para onde?" Ele me perguntou. "Não há lugar para irmos." Ele disse e com isso seguiu seu caminho, atravessando a multidão.

Eu suspirei tristemente ao ver Bard indo embora. Eu não podia prometer a ele que o dragão não viria atacar a cidade, afinal, não tínhamos nem mesmo como saber se nós iríamos sobreviver. Eu apenas podia rezar para que as pessoas desta cidade conseguissem fugir a tempo.

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