𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃, daem...

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▍❝A dança dos dragões teve seu início com a disputa entre verdes e negros, mas se dependesse de Visenya Targa... More

𝐃𝐑𝐀𝐆𝐎𝐍 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃
──── 𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇𝐈𝐂'𝐒
──── 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎
00.
𝐀𝐓𝐎 𝐈. ▍❝ the princess of ashes ❞
01. the dragon rider
03. make me your wife
04. little ladys
05. burning pyre
06. wine and poison glasses
07. one king dies, another is born
08. silver rider, bronze wings
09. the bridge, the heir and the whore
10. princess of ashes, serpent woman
11. the golden maiden
12. hear me roar
13. the dragon brige
14. the lady lannister

02. the princess and the beast

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By _Pttwr_

.

a princesa
e a besta

Na  manhã  após   a   primeira  lua   do
sétimo  mês, sete  cavaleiros de  dragão
subiram aos céus em busca da princesa Targaryen.    Dentre   eles    o   príncipe
Baelon,    montado   em    Vhagar,   e   o
próprio   rei  Jaehaerys.  Mas  não  fora
nenhum dos montadores  experientes,
nem   dos   dragões    com   séculos   de
idade,   quem   encontraram   Visenya.
Fora       Daemon      Targaryen,      que
reclamara Caraxes  para si havia meio
ano.   Diziam    que   ele   a  encontrou
porque eram irmãos. Diziam que ele a encontrou porque  eram almas iguais,
que  se atraiam e  repeliam na mesma intensidade.

── septão barth









Fora Daemon quem encontrara a irmã.

Horas e horas voando sobre King's Landing montado em Caraxes deixaram o garoto com as coxas doloridas e o peito apertado. A boca dele estava seca e sua garganta doia pelas infinitas vezes as quais gritara o nome da irmã, numa vã esperança de ser ouvido sobre os sons do vento e das asas de sua montaria. Um esforço que, embora soubesse ser inútil, não deixava de realizar. Jamais desistiria, ao menos não da sua irmãzinha, cujos olhos valentes pareciam ser as únicas coisas capazes de despertar nele qualquer sentimento diferente da ocasional ira.

Visenya despertava nele um cuidado que apenas uma outra pessoa o fizera antes.

Alyssa, cujos olhos bicolores lhe inspiravam confiança, dera a vida para trazer ao mundo sua filha. Deixar Nya ser levada a Valiria como Aerea certa vez fora, ou ser derrubada das costas do Terror Negro ao mar, seria o mesmo que matar uma segunda vez sua mãe. Dessa vez, porém, seria a morte definitiva. Como sua boa avó certa vez falara, um homem morre duas vezes: no dia em que seu coração deixa de bater, e outra no dia em que suas memórias são esquecidas. E Visenya era a última memória dela. Mais do que o tolo Viserys, mais do que ele mesmo o era. Perder Visenya seria perder sua mãe e, mesmo jovem, Daemon sabia reconhecer que seu pai jamais recuperaria tamanha perda. Nenhum deles recuperaria.

Ele flagelava-se ao pensar que poderia ter evitado aquela tragédia. Havia combinado dias antes levar sua menina para sobrevoar a Blackwhater Bay, mas despachara a outra para junto de Aemma na primeira oportunidade de ouvir as conversas de adulto entre seu pai e avós. Agora, se amaldiçoava pelos seus malditos pensamentos, que o faziam imaginar cenários cada vez piores nos quais encontravam o corpo de Visenya estraçalhado nas ruas imundas da cidade.

Talvez se a tivesse levado a praia como prometera... Assim, xigando aos quatro ventos por não ter recordado este fato antes, ordenou a Caraxes que desse meia volta, alterando a rota que seu pai traçara para cada cavaleiro de dragão envolvido na busca da princesa perdida.

Caraxes, afetado pelos humores de seu montador, batera as asas com a força de cem dragões. Nunca outra criatura voara tão velozmente quanto o seu verme de sangue, nem mesmo a antiga Vhagar poderia ter tido tamanha obstinação em seu corpo. Nem mesmo quando aproximara-se da praia a algumas milhas de King's Landing, no instante que avistaram a grande mancha negra que era Balerion sobre a praia, a fera rubra deixara-se intimidar, pousando o mais próximo que pudera da montaria do lendário Aegon.

Daemon fora ágil ao saltar das celas e correr, seu pulo amortecido pela areia humida e os fios claros agitando-se ao vento. Mesmo que sua garganta implorasse por água e doesse como se engolisse espinhos, usara as últimas forças para gritar o nome da irmã. Alto. Alto o suficiente para trazer para si a atenção de Balerion. Olhos velhos. Olhos de uma fera que destruira castelos em um sopro.

Sob a mandíbula enorme da criatura secular, uma roda escura e queimada era vista, onde areia transformara-se em vidro sob as chamas negras de Balerion. No centro do círculo irregular, um amontoado de carne queimada misturava seu cheiro com a maresia. A bile enchera sua garganta, suas mãos logo alcançando darksister presa em sua bainha. Em sua estupidez juvenil, decidiu que mataria o dragão com suas próprias mãos, não importava o que aconteceria consigo, ele o mataria de qualquer forma. A ira roubava de seus pulmões o ar, logo a tristeza o invadiria também, do mesmo modo que invadiu-o no dia da morte de sua mãe. Dessa vez, no entanto, Visenya não voltaria a vida das cinzas.

O rugido de Caraxes, porém, tirou-o de seu topor. A fera vermelha o encarava como se soubesse de seus planos suicidas e, o príncipe diria, como se compreendesse suas motivações. Mais que isso, o dragão esticara as asas, abrindo a enorme boca e mostrando os dentes, pronto para atacar. Mesmo que possuisse menos de um terço do tamanho de Balerion, mesmo que não possuisse nem metade de seu poder e força, ainda sim ajudaria o montador em sua vingança. Daemon reconhecia a lealdade da fera.

Enquanto erguia em punho darksister e via Caraxes abrir a enorme boca ── sendo respondido por um gesto idêntico do próprio Balerion ──, ouvira uma voz baixinha e curiosa surgindo por entre as asas do terror negro.

── Acho que Balerion não gosta de lutas de espadas, ele fica irritado ── dissera ela alheia aos humores de seu irmão, suas mãos pequenas acariciando as escamas do dragão. ── Minha espada ficou na fortaleza, senão brincaria com você.

A agonia que Daemon sentira antes não havia diminuido nem por um segundo, não quando percebia o quão pequena sua irmã era, principalmente se comparada a boca do dragão. Ele a engoliria sem sequer mastigar. Um único suspiro quente dele e não restaria nada da princesa.

── Vá para trás, Visenya. ── dizia sem tirar os olhos da fera, a voz murmurada entredentes. ── Se afaste de Balerion.

── Por quais motivos, irmão? ── Daemon jamais odiara tanto a curiosidade da menina tanto quanto agora.

Ele via nos olhos violáceos dela, mais do que ninguém poderia ver, uma dúvida sendo criada e posta como prioridade pela princesa teimosa. Nya jamais deixava uma pergunta sem respostas, motivo pelos quais os meistres da corte frequentemente andavam com as cabeças enfiadas em livros na tentativa de responder as perguntas cada vez mais complexas da menina. Seu pai dizia que ela teria sido um meistre se tivesse nascido homem.

── Apenas obedeça, uma vez sequer, sem questionar. Pode fazer isso por mim? ── ele esperava que o tom desesperado ajudasse a convencer sua irmã a seguir seu pedido.

A menina dos fios platinados, no entanto, passara as mãos no vestidinho vermelho que usava. As barras dele rasgadas e desfiadas, provavelmente após prenderem nas celas já gastas, e suas tranças feitas com esmeros pelas aias completamente destruídas. Ela havia, entre tantas coisas, perdido uma das sapatilhas que usara horas antes em algum momento entre sua fuga para o fosso dos dragões e aquela visita à praia. Com o sorriso sapeca de criança arteira e uma ideia em mente, ela apenas respondeu ao irmão a sua palavra favorita alto valiriano:

── Não.

E dito isso, ela chutara o último sapato restante em seu pé, escalando com a agilidade as costas enormes e cheias de cicatrizes de Balerion, parando apenas quando alcança a cela presa em suas costas. Antes mesmo de poder fazer qualquer coisa para impedir, Daemon ouvira a princesa gritar os comandos em alto valiriano, domando a sua vontade o dragão do mesmo modo que aprendera ao ver seus irmãos e pais lidando com as próprias montarias.

Menina infernal. Brandia ao tomar ele mesmo as rédeas de Caraxes, enfurecido pela maneira como sua irmãzinha mimada jamais acatava ordem alguma dele, tampouco fingia respeitar seu posto como irmão mais velho. Maldito sangue de dragão. De dentro, escondida algum lugar da sua consciência, uma voz lhe alertava que a pequena menina era sim mimada, mas que esse gênio ruim nada tinha a ver com suas origens valirianas, mas com a maneira como o próprio Daemon realizara todas as vontades de Visenya. A quem ele queria enganar? Ele havia mimado a irmã. Ele, e apenas ele, tinha estragado toda e qualquer possibilidade de transformar a mais nova em uma criatura razoável e descente.

Durante as horas seguintes, ele seguira Balerion montado em Caraxes. O medo pela integridade da irmã sendo facilmente substituido por uma irritação crescente, principalmente pela forma como a pequena peste comandava sua montaria a voar mais e mais rápido a cada vez que Caraxes mostrava indícios de aproximação. Como numa maldita brincadeira, ele pensava. Nada além de uma partida de pega-pega, onde Visenya achara plausível usar o maior dos dragões que existira como instrumento para sua vitória. Fosse imaginação ou não, o príncipe Targaryen jurava poder ouvir a gargalhada da outra preenchendo os céus e os seus ouvidos.

Ele esperava que Visenya tivesse achado o dia divertido, pois certamente Baelon teria passado todas aquelas horas de preocupação ensaiando em sua mente o maior dos sermões para a filha arteira.

Do mesmo modo que o sol havia se escondido por trás das montanhas a oeste, logo Balerion fora camuflado pela falta de luz. Azar ou não, Visenya escolhera o maior das feras vivas para sua fuga e, dentre tantos adjetivos, o terror negro nunca se enquandria em um adjetivo como discreto, muito menos em qualquer um de seus sinônimos. Como imaginado, Baelon dera a filha o mais longo dos discursos ── logo após abraçar a menina com tamanha força que Daemon temeu pelos ossos dela ── e, também como imaginado, Visenya acenava e concordava, muito embora seus olhos desfocados mostrassem toda a sua falta de interesse no assunto. Ele jurava que, dentre tantas palavras, a irmã houvesse ouvido apenas quatro delas. Voar em um dragão. Ignorando os "você não podia", "atitude irresponsável", "risco de morrer" e, principalmente, as ameaças de "se a vir montada num dragão outra vez sem consentimento, a mandarei para viver com as irmãs silenciosas".

Os olhinhos de Visenya ficaram amuados com a última sentença, um biquinho formado em seus lábios avermelhados. As tranças quase totalmente desfeitas e o rosto coberto de poeira e fuligem deixavam-na com uma aparência ainda mais sofrível. Daemon soube imediatamente que voaria em Caraxes durante as horas mais escuras da madrugada quantas vezes fosse necessário, se isso fosse o suficiente para tirar de seu rosto aquela expressão tristonha. Maldita feiticeira, que o mantinha enlaçado em seu midinho, sempre pronto para realizar qualquer um dos seus caprichos. Maldita fosse sua pequena irmãzinha, cujos os grandes olhos violetas poderiam convencer o mais acertado dos homens a realizar qualquer loucura para pôr um sorriso em seus lábios.

O único momento em que Visenya demonstrara arrependimento, ou ao menos algo semelhante a isso, fora quando avistou o rosto assustado de sua avó. Alysanne Targaryen já havia ouvido a história de uma menininha que subira em Balerion em busca de aventura e recebera um destino pior que a morte, do mesmo modo que Aerea tivera seu fim selado nas costas do dragão, imaginara que a neta sofreria das mesmas consequências. Fora um milagre ela conseguir manter-se nas celas, diziam todos, surpresos pela maneira como a velha fera acatara todos os comandos da pequena montadora.

Daemon imaginava ser essa a diferença entre Visenya e Aerea. Rhaena Targaryen jamais teve tempo de ensinar à filha quaisquer que fossem as palavras de comando, nem mesmo as mais básicas. Baelon, no entanto, levara seu pequeno bebê para sobrevoar pedra do dragão em Vhagar desde sua primeira lua. Não atoa a primeira palavra da princesa fora em valiriano, kēli. Baelon ficara em dúvidas entre apreciar a filha mais nova falando a língua mãe de sua casa ou desgostar do fato da primeira palavra de sua caçula ser algo como tão singelo como gato. Fosse como fosse, Visenya não era como qualquer outro Targaryen que tentara domar Balerion antes.

Além do mais, Daemon tinha a teoria de que a idade avançada do terror negro contribuira para o sucesso da princesa em o montar.

── Prometa-me que não tentará montar um outro dragão antes da hora ── os olhos claros da velha mulher a encaravam fixamente sob as rugas ── Já perdi muitos filhos, perdi sua mãe, não acho que aguentaria perder mais ninguém, me ouviu?

Todos sabiam. Alysanne vira muitos de seus filhos morrerem, muito mais do que uma mãe deveria ver. Aegon, Daenerys, Aemon, Alyssa, Viserra, Daella, Gaemon, Valerion... A ordem do mundo dizia que um filho enterra seus pais, não o contrário.

── Eu prometo que vou esperar ── dissera a menina, parecendo muito mais envergonhada pela simples ideia de decepcionar a avó do que pelo sermão do pai. Ainda sim, completou a frase baixinho, baixo o suficiente para que apenas o irmão ao seu lado ouvisse: ── Mas quando tomar um dragão para mim, ele será tão grandioso quanto Balerion.

Quanto a esse fato nem Daemon, nem qualquer homem sensato poderia duvidar. Visenya estava destinada a grandes feitos, afinal.

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