— Nem pensar, Rhaenys, é perigoso demais. – Dois guardas entram na minha frente, olho para Ormund sem entender.
— O que pensa que está fazendo? Eu vou ajudar os meus irmãos e você não vai me impedir. – Ele sinaliza para mais quatro guardas, que vem em minha direção.
— Eu vou sim, recebi ordens de não deixar você cometer qualquer loucura que possa arriscar a sua vida. Não quero me meter em problemas, jurei que a manteria em segurança e é isso que vou fazer, de VilaVelha você não sai. – assim que fala isso, os guardas me levam para o meu quarto na torre, Ormund vem logo atrás.
— Droga, Ormund, você não tem o direito de fazer isso. Merda, quem mandou você fazer isso? Aemond? Eu vou matar aquele desgraçado. – Eu juro por tudo que é mais sagrado que quando eu ver esse idiota, vou quebrar a cara dele.
— As ameaças de Aemond não são nada para mim, apesar de ele também ter feito algumas, mas as de sua mãe... Acredite, Rhaenys, não quer ver o que acontece quando alguém fere ou quebra a promessa de proteger os filhos dela. Rhaenyra me caçaria por não ter obedecido ela e mantido você segura, por isso, não vou permitir que deixe VilaVelha. – Ótimo, além de Aemond, agora minha mãe manda ameaças só para me manter presa. Eu sei que já me arrisquei muito, mas dessa vez, meus irmãos podem estar em perigo, eu preciso ajudá-los.
— Ormund, por favor, se algo acontecer com eles dois... você tem que me deixar ir. – Ele nega e diz que não tenho permissão para sair da cidade. Ótimo, por que eu decidi vim para essa cidade? Que merda.
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Presa em VilaVelha porque Ormund tem medo da minha mãe, uma maravilha, ele pelo menos permitiu que eu saísse da Torralta, disse que manterá homens guardando Storm para que eu não fuja com ela.
Decido passar o dia relendo algumas escritas minhas e iniciar outra sobre VilaVelha, mas quando começo a ler, começo a perceber alguns erros... Erros não, algumas ligações que eu não tinha visto antes. Merda, como eu não vi isso antes?
Pego inúmeras cartas, alguns escritos de Alfador, outros de aprendizes, passo a manhã toda analisando e fazendo conexões.
Assim que termino de concluir o que realmente está acontecendo, pego todos os papéis e vou direto para a biblioteca, assim que chego, mando dois guardas atrás de Baela e Daeron, preciso dos dois aqui. Uma hora depois, ouço a porta da biblioteca abrir e fechar, ouço Baela reclamar algo com o meu tio, assim que eles viram no corredor para as alcovas falo.
— Ah, vocês chegaram, venham, preciso contar uma coisa. – Faço sinal para eles se sentarem, eles obedecem.
— Eu estava relendo os textos escritos por um dos aprendizes de Mael e comecei a reparar em algumas sequências esquisitas, haviam relatos de encontros entre Colin e o Lorde do Mar de Braavos, conhecido como Dalibor, desde 122 D.C, o que não deveria ser possível, já que os contatos se iniciaram por Jaime em 131 D.C. Com essa desconfiança, peguei alguns relatos de informantes vindos de Pentos, ao que parece, Sor Halbrand, o líder dos exércitos das Cidades Livres, já se encontrou com Colin também, em muitas ocasiões, incluindo Dalibor nesses encontros, o que também não deveria ser possível, já que Merit, da tríade de Volantis, em 133 D.C pediu a Jaime para organizar um encontro em Dorne, mas exigiu uma preparação por ter certeza de que Dalibor e Colin não se dariam bem, e mesmo com os avisos, a situação não foi das melhores, dizem que Colin e Dalibor se desentenderam e por isso Jaime teve que pressionar o Lannister através de cartas, como aquela que eu li, para que ele aceitasse a parceria. Continuei minhas pesquisas pois estava achando tudo isso muito estranho, nem um deles deveria se conhecer, antes de Jaime os apresentar, mas então achei uma carta, uma carta enviada para Otto, essa carta estava em uma pilha de cartas de espiões que Alfador me entregou, nela dizia que era uma certeza a guerra chegar a casa Targaryen, mas que ela só estouraria para o nosso lado, depois que a casa Martell caísse, ele disse que tinha certeza do ódio que Jaime sentia por nós e que ele se vingaria, que ele tentaria tomar o trono de ferro, mas que Colin não permitiria isso, que ele já estava tomando as devidas providências, nessa carta tinha uma parte que dizia que o Lannister casaria comigo, e que esse seria o início do nosso fim, o fim do nosso reinado, dizia também que outras casas já pensavam em arrancar Viserys do trono, todos pensavam a mesma coisa, ele é um covarde, não vai revidar, essa carta tem a data de 124 D.C, nessa época eu era praticamente um bebê, o que indica que o plano de Colin não se iniciou com a revolta de Jaime, ele vem planejando isso a mais tempo, se for verdade sobre os encontros do Lannister com o Braavosi, Dorne será traída pelas Cidades Livres, assim como pelas casas Greyjoy e Lannister, se eles tomarem e derrubarem a casa Martell, vai ser mais um motivo para as outras casas se juntarem a eles, o que me leva a questão da casa Tyrell, eu não tinha motivos para desconfiar deles, até Ormund falar sobre a carta que meu avô enviou para ele, nela dizia sobre o silêncio dos meninos, meus irmão estão em Jardim de Cima e até agora ninguém recebeu um corvo deles, então comecei a procurar cartas relacionadas a casa Tyrell, passei praticamente a manhã toda aqui, procurei no meio de mais de quatrocentas cartas e finalmente achei, uma carta de aviso enviada errada, mas acho que foi propositalmente, nela dizia que a mãe de Lyonel tem se comunicado com o próprio Dalibor, que eles planejam se juntar a essa aliança, mas que estavam nos dando o benefício da dúvida, que veriam o quão forte somos e que se vissem mais da fraqueza de Viserys, eles apoiariam a queda do dragão. – Paro por alguns segundos, Daeron e Baela se encaram, os dois estão tensos.
— Rhaenys... – Antes que minha irmã possa terminar, corto ela.
— Eu ainda não terminei. Quando comecei a juntar outras cartas, achei uma que veio de Lys, nessa a data estava como 119 D.C, pensei que poderia ser uma carta qualquer, já que recebemos muitas, mas não, essa carta tinha informações sobre a ganância de Braavos e a maldita ambição por nossos dragões, era um aviso, nessa época as Cidades Livres estavam em guerra e três anos depois se resolveram misteriosamente, já que meu avô disse que eles não chegaram a um acordo, isso bate com o ano do encontro entre Dalibor e Colin. Eu pensei que as informações tinham acabado, até que lembrei de uma carta que estava na mesa de Colin, eu não tinha dado muita importância a ela, pensei que fosse uma comum, assim como quase fiz com a de Lys, nessa carta tinham informações sobre o Arconte de Tyrosh, sobre o interesse repentino dele em Dorne, pesquisei mais um pouco e achei uma anotação de um espião nosso, um que se infiltrou em Dorne, nele havia uma informação crucial sobre o modo como Jaime se comunicava com os líderes mais importantes, e eu descobri que ele enviou alguém de confiança para encontrar Dalibor, assim como com Merit, com o Alconte e muitos outros nas Cidades Livres, e foi essa mesma pessoa que foi se encontrar com Colin e com Dalton Greyjoy, uma pessoa que cresceu com ele e que ajudou a cuidar de seus irmãos, e que era solicitada constantemente, a maior confidente de Jaime Martell, a doce Molina Crewton, ela não só estava envolvida com Colin e também não era uma simples dornesa insatisfeita, ela que tem se comunicado com todos os líderes, ela tem ajudado Jaime em seus movimentos e ela é a pessoa que tem as maiores informações que poderiam levar a queda do Martell, com apenas uma traição dela. – Antes que eles possam me questionar, entrego todas as cartas, relatos e escritos para eles, que imediatamente começam a ler.
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— Puta merda, Rhaenys. Como ninguém percebeu isso antes? – Baela fala assim que termina de ler.
— Acho que ninguém deu tanta importância para a casa Lannister, ninguém acreditava que eram loucos o suficiente para se levantar contra a casa Targaryen. Uma pequena rebelião? Talvez. Agora se juntar as Cidades Livres, depois negociar com Dorne, planejar trair Dorne e depois tomar Westeros? Subestimamos eles, meu avô subestimou eles quando ignorou aquelas cartas. – Meu tio disse.
Ficamos por mais algum tempo lendo e sinalizando outras conexões entre as casas e as Cidades livres, fiz algumas anotações, também um aviso para enviar a Aemond e ao rei, toda essa armação, toda essa guerra é muito mais profunda do que imaginávamos, Jaime Martell é o menor dos nossos problemas.
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Bom diaaaaaa🫶🏻
Tudo bem???
Mais um capítulo, espero que estejam gostando hein🥹🫶🏻👀