— O que veio fazer aqui, Aemond? – Colin pergunta ao meu tio, que permanece encostado em Vhagar, e me encara fixamente.
— Espero que esteja se comportando direitinho, Lorde Colin. – Ele para de me olhar e encara Colin. — Com isso, quero dizer, espero que esteja mantendo suas mãos imundas bem longe da minha sobrinha. – Colin começa a rir, mas antes que iniciem uma discussão ali, me adianto.
*Valiriano*
— Responda. O que veio fazer aqui, tio? – O sorriso debochado some, ele fecha a cara e vem em minha direção.
*Valiriano*
— Se você respondesse as malditas cartas que Baela enviou, eu não saberia de nada e não teria vindo, mas como você decidiu ignorar sua irmã, ela veio me contar tudo sobre esse seu plano idiota. Você jura que achou uma boa ideia vir sozinha para a sede de um homem que é o seu principal suspeito de mandar matar aqueles homens? Você deveria ter me contado, eu jamais deixaria você cometer essa loucura. – Ele não desvia o olhar nem por um segundo.
*Valiriano*
— Foi por isso que não contei, se eu tivesse pedido sua ajuda, você teria vindo junto e ficaria no meu pé, isso traria muitas desconfianças para Colin e... Espera aí, que cartas? – Um barulho, como uma tosse, chama a nossa atenção.
Estão todos nos olhando com cara de tédio, sem entender absolutamente nada, todos menos Edda, ela olha fascinada para nós dois.
— Acho melhor entrarmos, o tempo não está bom, parece que vai cair uma tempestade. – Colin fala e aponta para a entrada. E logo fala com meu tio. — O único espaço que temos para colocar o seu dragão, é junto com a de Rhaenys. – Meu tio responde:
— Não se preocupe, as duas se dão muito bem. – Para o alívio de Colin.
******
Nos sentamos na mesa, e meu tio explica que está aqui por ordens do rei, disse que por mais que ele confie muito nos Lannister, se sente mais confiante com o Aemond aqui, cuidando de mim.
Mentiroso, está nítido que isso é mentira, se meu avô tivesse que mandar alguém, seria um de meus irmãos, mas Colin não o conhecesse o suficiente para saber disso, então acredita nele.
Preciso ficar a sós com ele, preciso saber que cartas são essas, eu não recebi nenhuma. Se minha irmã tentou se comunicar comigo, os servos de Colin, ou ele mesmo, interceptaram e decidiram não me entregar.
Colin começa a contar para Aemond sobre como eu fiquei ao ver a cidade, fala sobre a taverna do amigo, diz que quer levá-lo lá, que será uma honra para Ivar receber um dos filhos do rei, diz que eu me diverti tanto, que na hora de ir embora eu mal conseguia ficar em pé e ainda passei mal, só percebo o que Colin está fazendo tarde demais.
Ele diz que não era necessário o rei enviá-lo para lá, que ele cuida muito bem de mim, inclusive na noite em que passei mal, ele fez isso, nós até dormimos no quarto vago da taverna, para que eu pudesse me recuperar, e nessa noite, Colin não saiu do meu lado nem por um segundo. Aemond que antes estava com uma cara de preocupado, pelo fato de eu ter passado mal, agora está com uma expressão assassina.
*Valiriano*
— Vocês dormiram juntos? – Ele pergunta para mim, mas seu olhar está fixo em Colin, que tem um sorriso no rosto.
*Valiriano*
— Não. Eu dormi, ele ficou sentado em uma cadeira. Ele quer fazer você perder a cabeça, pare de dar atenção ao que ele fala. Eu preciso conversar com você, a sós. – Aemond finalmente olha para mim.
*Valiriano*
— Ele tocou em você? Tentou algo? – Nego apenas balançando a cabeça. — Ótimo, se não quem vai perder a cabeça é ele.
Meu tio se levanta e avisa a Colin.
— O meu quarto tem que ser perto do dela, e de preferência, bem longe do seu. Isso não é um pedido. – Colin permanece encarando ele, até que responde.
— Mais algum pedido, majestade? – Aemond sorri, chega mais perto de Colin, e Jim reage empunhando a espada em direção ao peito de meu tio.
— Se afaste, príncipe. – Neste exato momento, no tempo perfeito, eles são lembrados do porquê temem tanto a casa Targaryen, Vhagar os lembra de sua presença, seu rugido é tão alto e tão poderoso, que poderia ser associado a um trovão, só que muito mais alto, e ele ecoa pelo Rochedo, de forma que faz as paredes tremerem.
Aemond sorri, Colin logo se levanta e diz que irá mostrar onde ele ficará. O quarto ao lado do meu, ótimo, eu iria tentar conversar com ele agora, mas Colin o levou para a sala de reuniões e me deixou com Edda e minhas lady's, que se deram muito bem.
— É incrível a forma como vocês conversam, é Valiriano né? – Confirmo e ela continua. — Parece ser tão difícil, é tão diferente. O dragão de seu tio é enorme, e seu rugido me deixa toda arrepiada, parece que meu corpo vai explodir com a vibração. É bizarro.
— Sim, Vhagar é a maior, Storm está crescendo tão rápido, pode ser que fique do mesmo tamanho ou até cresça mais, mas por enquanto, Aemond monta a maior e mais rabugenta também, eles combinam. – Ela cai na gargalhada com a minha afirmação.
— Mas dizem que você monta a mais veloz. Dizem que só você conseguiu domá-la, e só você consegue acalma-la. – Continuamos conversando até a hora do jantar, uma tempestade está caindo lá fora, os barulhos de raios caindo ecoam por toda a fortaleza, todos se recolhem logo após o jantar.
******
Estou me preparando para deitar, quando ouço uma batida bem leve na porta, abro e encontro Aemond, meu escudo não está em seu posto, ótimo, conseguiremos conversar sem interrupções. Faço sinal para ele entrar, sem cerimônia alguma ele entra e se senta na minha cama. Seu olhar percorre todo o meu corpo.
*Valiriano*
— Você disse que Baela me enviou cartas, eu não recebi nenhuma. – Ele confirma.
*Valiriano*
— Não eram nada demais, ela só queria saber se você estava bem e o que estava achando de Lannisporto, mas ai você não respondeu nenhuma, ela pensou que ele tivesse feito algo com você, então foi me procurar e me contou tudo.
*Valiriano*
— Ai você conversou com meu avô e ele simplesmente te liberou para vir cuidar de mim? – Pergunto só para ver se vai manter a mentira descarada. Ele ri.
*Valiriano*
— Óbvio que não, eu sai logo depois de Baela me contar, não estava afim de esperar mais, e se você estivesse em perigo? Preferi não arriscar. – Sento na cama, ao seu lado.
*Valiriano*
— No quarto dele há várias cartas, muitas são dos Greyjoy, vi uma que falava sobre algumas das terras da Casa Baratheon, as que fazem fronteira com Dorne, vi também muitas cartas com escritas em códigos, mas não consegui pegar nada ou ler com calma, ele chegou bem na hora. – Aemond presta bastante atenção, explico também sobre a tal porta com o brasão, conto em como o irmão dele agiu comigo depois de me ver vindo daquele corredor, e também como Colin ficou tenso ao me ver no quarto dele.
*Valiriano*
— Com você aqui, posso conseguir entrar no quarto dele de novo, enquanto você serve como distração. – Meu tio ergue a sobrancelha e rebate.
*Valiriano*
— Por que não ao contrário? Não acho seguro você ficar entrando no quarto dele.
*Valiriano*
— Você é muito mais perigoso do que eu, além de ser traiçoeiro. – Aemond me olha incrédulo. – Aos olhos deles, é claro. Ele vai querer que fiquem de olho em você. – Completo.
Começo a explicar a ele o plano que criei, amanhã ele chamaria Colin para ir a Lannisporto, mas eu vou dizer que não vou poder, por problemas femininos, nisso, Aemond irá beber com eles e tentar prender eles por lá o máximo de tempo que conseguir. Enquanto isso, estarei investigando os papéis na mesa de Colin. Mas ele não parece estar prestando atenção, está olhando fixamente para minha boca, sinto sua mão em minha coxa, por baixo da camisola, ele começa a fazer pequenos círculos com o dedo, imediatamente agarro o seu pulso.
— Aemond... – Seu nome sai quase como um sussurro meio estrangulado.
Para a minha surpresa, ele me puxa, me fazendo sentar em seu colo, na mesma hora sinto o quanto ele me quer, a rigidez no meio das minhas pernas, o que me deixa ainda mais excitada. Ele puxa de leve o meu cabelo, o suficiente para que eu me incline para trás e ele possa beijar o meu pescoço.
*Valiriano*
— Eu queria poder terminar o que começamos naquela noite... – Antes que ele possa terminar a frase, eu o empurro e ele deita, pressiono a minha boca na dele, que logo abre espaço para a minha língua, sinto uma de suas mãos na minha bunda e a outra permanece no meu cabelo. Ele tenta interromper o beijo, mas eu não permito, continuo enquanto minha mão desce para a barra da calça dele, tento deslizar minha mão para dentro dela, mas em um movimento rápido, ele inverte nossas posições. Agora ele está em cima de mim.
*Valiriano*
— Rhaenys... Aqui não, esse lugar faz um eco enorme e o quarto de Colin é a quatro portas do seu. Ele vai nos ouvir. – Solto um gemido de reclamação.
*Valiriano*
— Aemond... Por favor, eu faço silêncio. – Ele me beija de novo, mas quebra o contato novamente.
*Valiriano*
— Não. Está na hora de você dormir. – Dessa vez ele fala rispidamente, sai de cima de mim e vai em direção a porta. — O que planejo fazer com você... Você não vai conseguir ficar em silêncio, pequena. Durma, amanhã será um longo dia.
Maldito.
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Boa noite, bebês🫶🏻
Mais um, já que vocês pediram tanto.
E a Vhagar colocando moral nessa parada👀
Amo💃🏻
OBS: Vão com calma ao se apegar em alguns personagens hein, a guerra tá chegando. 2 Beijos😅