Vou em direção ao salão, preciso comer algo, estou faminta, quando entro, Colin fixa os olhos em mim e me acompanha em todo o meu trajeto até a mesa, fica logo surpreso quando me sento ao lado dele, e ele não é o único, Aemond me encara com uma de suas sobrancelhas erguida e com um semblante confuso, mas o ignoro e me direciono a Colin.
— Eu estava pensando, você voltará para Rochedo daqui a dois dias, o que acha de eu partir daqui a quatro? Assim posso ter tempo para preparar minhas lady's e alguns guardas para partirem antes de mim, já que vou em Storm. – Ele me encara confuso, está atordoado, ele pensou que eu realmente fosse dar um pé na bunda dele, mas logo se recupera.
— É claro, assim também posso preparar um lugar confortável para o seu dragão, fico feliz que decidiu ir. – Lhe dou um sorriso e encaro rapidamente meu tio, sua expressão entrega que não está gostando nada dessa situação. Continuo a comer e ignoro a sua presença.
Saio do salão e vou para o quarto de Aegon, pretendo ajudá-lo com algumas leituras, mas escuto alguém me chamar, viro e encontro Colin, ainda meio receoso.
— Olha, eu sei o que viu ontem e... – Antes que ele continue com suas desculpas idiotas, eu o interrompo.
— Está tudo bem, Colin. Você é homem, precisa se divertir, sei que deve sentir falta, afinal, já foi casado, já experimentou esses prazeres, não se preocupe, isso não afetará a nossa relação. – Ele suspira aliviado, mas continua.
— Mas e quanto a Molina? Ela e seu irmão...
— Meu irmão também não é esse santo que você pensa, e eu não tenho nada a ver com a relação dos dois, só espero que depois do nosso casamento, isso não se repita. – Colin abre um sorriso.
— Depois do nosso casamento?
— Você entendeu. Se eu decidir que quero me casar com você, bobinho. – Ele sorri, se aproxima de mim, deposita um beijo em minha testa e sai.
*Valiriano*
— Você é inacreditável, continua considerando se casar com ele, mesmo depois do... mesmo depois de descobrir o que há entre ele e a namorada do seu irmão. É uma tola se acredita mesmo que eles vão parar de se encontrar, mesmo depois de casarem.
Talvez vocês dois se mereçam mesmo. – Aemond fala e sai em direção ao pátio de treinamento, me deixando totalmente sem reação. Droga.
Ontem depois de uma longa conversa com Baela, chegamos a conclusão de que seria melhor continuar agindo normalmente com os dois, mesmo que ele tenha me visto, eu inventaria algo, como fiz. Já sabemos que são "amantes", agora precisamos descobrir o que eles pretendiam, já que ele ia se casar comigo e ela com meu irmão. Poderia ser pelo acesso ao trono de ferro, mas para isso, teriam que eliminar Jacaerys e Lucerys. Durante a nossa conversa, lembramos de Emil, e ficamos pensando, será que Colin mandou fazerem aquilo com ele? Se sim, ele é bem mais perigoso do que pensávamos, mas ainda assim, decidi fazer a visita a sede dos Lannister. Para descobrir os planos do inimigo, você precisa se infiltrar, e era isso que eu iria fazer.
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Colin tem sido mais atencioso, mais delicado, parece que quer compensar o que eu descobri, faço o meu melhor para fingir que está tudo bem, que entendo ele, que acho super normal o que aconteceu.
Já Aemond tem me ignorado, mal olhou na minha cara, ele acha mesmo que estou cogitando me casar com Colin, mesmo depois de tudo o que descobri, mas não o julgo, eu também ficaria com muita raiva.
Às vezes nós temos que fazer alguns sacrifícios por um bem maior, nesse caso, se fosse só o Lannister, eu deixaria para lá, nós poderíamos lidar com eles, mas ele está com uma mulher de Dorne, precisamos descobrir com urgência o que estão tramando.
Estou terminando de organizar tudo o que minhas lady's levarão para mim, Colin partiu ontem mesmo e elas irão hoje, assim como alguns guardas, só por precaução, e como o combinado, partirei daqui amanhã. Minha mãe não gostou nadinha de saber que realmente irei, ela pensou que eu pudesse desistir dessa ideia, mas agora mais do que nunca, estou inclinada a descobrir o quão podre Colin é, ela partirá para Pedra do Dragão, os ânimos entre ela e a rainha estão piores, as brigas entre Lucerys e Aemond também. Meu irmão queria ir comigo, ele entrou em uma discussão com o nosso avô, ficou dizendo que deveríamos levar o máximo de proteção para mim, e que o ideal seria um deles ir junto, mas meu avô argumentou com:
"Quando ela se casar com ele, você irá junto? Ficará ao lado dela enquanto consumam o casamento? Não, e ela estará muito segura com o Lorde Colin."
A própria Alicent tentou argumentar com o rei, dizendo que Lucerys estava certo, e até ofereceu que um de seus filhos fosse comigo, mas meu avô recusou, disse que já estou levando algumas lady's para minha companhia e guardas para minha segurança, e isso já está mais do que suficiente.
Talvez seja melhor assim, se Lucerys fosse, ele ficaria no meu pé o tempo todo, sem ele, eu preciso ter liberdade com Colin, para tentar arrancar informações dele. E se ele tentar algo, Storm estará lá e ele virará cinzas.
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O dia passou em um piscar de olhos, quando fui ver, já era hora de ir para Rochedo.
Leah deveria ter partido ontem, mas sua mãe adoeceu, eu quis cancelar essa viagem, mas a própria Sigrid não permitiu, disse que eu precisava ir, precisava criar laços com o meu "futuro marido", então aproveitei o dia de ontem e a manhã/tarde de hoje para passar o tempo todo com as duas. Sigrid não parava de falar em como eu vou ser uma ótima mãe, uma ótima esposa e se entristecia por pensar que não iria ao meu casamento com o "Lorde gostosão", foi esse o apelido que deu a Colin, mesmo Leah a repreendendo o tempo todo. Foram momentos bastante agradáveis, mas já era hora de partir, me despedi de todos e fui para o fosso pegar Blackstorm, Luke estava no pátio do fosso me aguardando.
— Quero que tome muito cuidado, não fique sem o seu escudo nem por um segundo, não sei quais são os planos de Lorde Colin, mas não tenho um bom pressentimento.
— Por que você implica tanto com ele? Ele não fez nada para aborrecê-lo, eu acho. – Meu irmão sorri e diz:
— Ele não me fez nada, mas não o conheço direito e você é a minha irmãzinha, só estou agindo assim por preocupação. – Luke me abraçar, nos despedimos, subo em Storm e parto para a sede da casa Lannister.
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Chego em Rochedo e sou recepcionada por Sor Jim, irmão de Colin, junto de sua esposa, Edda Greenfield, eles me mostram onde Storm ficará, Colin improvisou uma ala para deixá-la, um lugar confortável para um dragão que não gosta de ser incomodado.
Continuamos andando e eles me mostram rapidamente todo o lugar, Edda disse que Colin planejou vários passeios e me mostrará com mais calma as alas mais importantes de Rochedo Casterly.
Daqui se tem uma vista de Lannisporto e do Mar do Poente, é incrível, já estou tão empolgada para conhecer a enorme cidade.
Encontro Colin em frente ao meu quarto temporário.
— Como foi de viagem? – Lhe dou um sorriso e conto que foi tranquilo, só que preciso descansar, o dia foi bastante agitado, ele diz que amanhã mostrará a fortaleza, mas não preciso me preocupar em acordar cedo, disse que posso descansar o quanto eu quiser, nos despedimos e vou dormir. Amanhã será um longo dia.
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Estou deitada em algo molhado, tento abrir os olhos, mas dói, tento me levantar, mas o meu corpo pesa. Ouço gritos, ouço barulhos de alguém que está agonizando, ouço um rugido, ouço o barulho de algo pegando fogo, sinto a temperatura subir. Tento abrir novamente os meus olhos, mas não consigo, é como se estivessem grudados, minhas mãos tateiam ao redor do meu corpo, em busca de qualquer coisa, minha mão bate na água, acho que estou deitada em uma poça, puxo minha mão na direção de meu rosto, tento sentir o cheiro. Não é água. É sangue. Estou deitada em uma poça de sangue, meu coração acelera, tento me acalmar, respirar com calma, mas os gritos são aterrorizantes. E então ouço um sussurro:
— Uma pena, uma pena mesmo. Uma casa tão grandiosa, ter um fim tão trágico.
Levanto em desespero, estou ofegante, meu coração está disparado. Foi só um pesadelo, um maldito pesadelo, que parecia tão real...
Vou até a janela e ainda está de noite, volto para a cama, tento dormir, mas estou com medo de vivenciar aquilo de novo.
Saio do quarto, o corredor está escuro, não vejo Sor Braith, meu escudo, em lugar algum, ando com cautela, na mesma direção que vim pela primeira vez, não ouço nada além do barulho dos meus próprios pés em contato com o piso frio. Se eu não tivesse feito um reconhecimento rápido e conhecido tantas pessoas, diria que Rochedo é um lugar abandonado e que aqui não há nada além de escuridão e vazio.
Sinto um braço passar pela minha cintura, eu poderia pensar que é Aemond, só que não estamos em Porto Real, tento me soltar, mas ele é forte demais, quando estou prestes a gritar por socorro, ele fala.
— Rhaenys, se acalme. Sou eu, Colin. – Merda. Droga. Inferno.
— Droga, Colin. Não se agarra uma pessoa por trás assim, você quer me matar do coração? – Ele ri e me solta.
— Desculpa, eu ouvi os seus passos, aqui faz muito eco durante a noite. Não queria te assustar. – Não consigo vê-lo por conta do breu, mas ele pega na minha mão e me puxa. — Venha, vamos para um lugar mais iluminado.
Estamos em uma sala, no centro dela há uma mesa redonda e enorme, parece ser um tipo de sala do conselho, um pouco depois da mesa, tem uma sacada enorme, a vista é da cidade Lannisporto.
Me aproximo para observar mais.
— Eu gosto de ficar aqui, gosto de ouvir a movimentação que há na cidade, mesmo nesse horário, o silêncio de Rochedo me deixa agoniado. – Colin chega mais perto, pousa sua mão nas minhas costas. — Não conseguiu dormir?
— Tive um pesadelo, mas não quero falar sobre. – Ele balança a cabeça e sorri. — Foi por isso que não teve pressa de voltar para cá? Gostava da agitação de Porto real? – Ele confirma e acrescenta:
— Não só isso, uma certa mulher de cabelos prateados também. – Colin se aproxima mais, sinto sua respiração em meu pescoço, sua mão antes nas minhas costas, já estava na minha cintura, mas antes que ele possa tentar qualquer coisa, me afasto.
— Acho melhor eu voltar para o quarto, preciso tentar dormir mais um pouco, estou muito cansada. – Ele me acompanha até o meu quarto e diz que se eu precisar de qualquer coisa, o quarto dele é no final do corredor à direta, fica praticamente a quatro portas do meu. Me despeço e bato a porta. Droga, deveria ter implorado ao meu avô que deixasse eu trazer pelo menos a Baela, não estou me sentindo nem um pouco segura aqui. Nem mesmo com Storm.
Deito, fecho os olhos e peço aos Sete que esses dias passem rápido, para que eu possa voltar a Porto Real o quanto antes.
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Boa madrugada!!!
Não me matem👀
A bichinha tá praticamente sozinha em "território inimigo"🥺🥺
Mas não se esqueçam, ela é filha de Rhaenyra Targaryen e Daemon Targaryen.
Beijoooos🫶🏻