Uma noite - Jikook 🏳️‍⚧️ | M...

By evy_amaze

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[Em andamento] [Livro físico 20/10 pelo selo Dream Amaze] Jeon Jungkook e Park Jimin não faziam ideia que est... More

Sejam bem-vindos
|1| Decepções
|2| O bar
|3| último apartamento
|4| Dia seguinte
|5| Estúdios
|6| Desabafos
|7| Frio na barriga
|8| Peras e maçãs
|9| Ferrado
|10| Aceitação
|11| Primeiro ultrassom
|12| Cartas na mesa
|13| Reunião
|14| Singularidade
|15| Contrato
|16| Um encontro nada legal
|17| Primeiro de setembro
|18| Novo lar
|19| Ida a Busan
|20| Papéis
|21| Hospital
|22| O debut
|23| Treze de outubro
|24| Hotel
|25| Mal-entendido
|26| Angel Baby
|28| Mudança
|29| Resultados
|30| Primeiro encontro
|31| Fotografías
|32| Montanha-russa de sentimentos
|33| Grande noite ¹
|34| Grande noite ²
|35| Primeiro passeio
|36| Momentos definitivos
|37| Ariel está aqui
|38| Primeiro dia com ela
|39| Confiança, apoio e reciprocidade
|40| um capítulo final
|41| Eu o quero também
|42| Documentos
|43| Live
|44| Um sucesso ou um fiasco?
|45| Planos explícitos
|46| Casa nova
|47| Novas experiências
|48| Auto-cobrança
|49| Gravações
|50| Pai em tempo integral
|51| Combustível para o desejo
|52| Ciúmes
|53| Casamento de verão
|54| Primeiro álbum
|55| O que acontecerá?
|56| Possibilidades
|57| Um tempo passou
|58| Ensaios e medos
|59| Premiação
|60| Rio Han
|61| Amor
|62| Decisões judiciais
|63| Oficialização
|64| Hawoo
|65| Tarde ensolarada
|66| Passos
|67| Anos de mentira
|68| Pais e Filhos
|69| O momento de um sonho
|70| A sensação de liberdade
|71| Jantar romântico
|72| Beijos quentes
|73| Homem mau
|74| Questões e primeiras paixões
|75| Últimos preparativos
|76| Nosso casamento
|77| Lua de Mel

|27| Caixinha preta

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By evy_amaze

#pandagravidinho 🐼

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

"Jungkook"

Estar sentado de frente com Dahyun neste momento não é tão difícil como pensei que seria.

Eu a observo, ela parece mais magra e abatida, mas se mantém dizendo que está bem.

Senhor Capaldi está ao meu lado e me instruiu sobre o processo de divórcio que enfim está tendo seu fim hoje.

Por decisão de ambas as partes, o fim foi o que podemos considerar "amigável". Dahyun está quieta, ela não parece a fera que eu conheci logo nas primeiras semanas que nosso casamento se findou, vê-la aqui até mesmo me surpreendeu porque o seu repouso é absoluto, mas ela está a minha frente e está concordando com todos os termos descritos no documento que separa o que temos direito de "lucrar" com esse processo.

ㅡ O apartamento já foi esvaziado e anunciado por uma imobiliária pelo valor estipulado para venda. ㅡ senhor Capaldi anunciou diante o juiz que nos acompanhava.

ㅡ Ok. Após a venda do imóvel serão debitados todos os impostos e taxas, e o valor líquido final será dividido igualmente para ambas partes. Estão de acordo?

Assenti e a vi concordar também.

ㅡ Ótimo. E sobre o pedido de exame de paternidade? ㅡ ele levou os olhos para Dahyun.

ㅡ Com licença. ㅡ ergui a mão, pedindo por um minuto. Encarei os olhos de Dahyun ㅡ deve estar registrado que a gravidez é de risco, então se for invasivo ou por a vida do bebê em risco, ou até mesmo a da Dahyun, eu posso aguardar até o nascimento.

ㅡ Tudo bem. Então poderemos aguardar até lá para darmos continuidade ao processo de guarda legal e pensão para a criança. Tudo bem para ambos?

Outra vez assenti, mas Dahyun negou.

ㅡ Me sinto bem e meu médico liberou para que o exame seja feito. ㅡ ela disse baixo. ㅡ Se o resultado implica no futuro do bebê e é necessário para findar todo esse processo, desejo que seja realizado logo. Não vejo o porquê de esperar.

ㅡ Você tem certeza? ㅡ perguntei diretamente a ela. Me surpreendia que ela estivesse tão segura quanto aquilo.

Afinal, eu a vi sangrar e entrar em desespero. Prezar pelo bem de ambos ainda é algo que mantenho dentro de mim apesar de tudo.

Mas Dahyun assentiu novamente.

ㅡ Tudo bem. Então podemos retornar em dois meses. ㅡ o Juiz disse, findando a audiência.

Ainda tivemos que assinar algumas dezenas de papéis, mas quando aquilo também chegou ao fim, Dahyun se despediu e seguiu com o advogado.

Pensei em perguntá-la se estava de fato tudo bem, mas senhor Capaldi me instruiu a não falar com ela naquele momento, então tive que apenas acatar e seguir de volta para a minha vida.

Quando voltei para a empresa, não encontrei com Jimin. Meu namorado está cada vez mais ocupado e agora com sua barriga redondinha que marcava até mesmo em seus vestidos mais folgados e moletons maiores do que deveriam ser, sua presença era requisitada em muitos programas diferentes, o que fazia sua música continuar no topo das paradas e sua popularidade aumentar.

Jimin era o que podemos chamar de "o nome do momento".

Mas além disso, ele estava ocupado com a nova música que vinha escrevendo sozinho, com os ensaios para o festival de fim de ano junto a Hoseok, e com o próprio corpo que vinha mudando e mudando.

Eu queria poder estar mais presente em sua vida, queria poder acompanhar de perto as mudanças que ele vinha tendo, mas tudo se mantinha complicado. Até mesmo quando Jimin me ligou às três da manhã chorando porque queria comer bala de morango com maionese, eu não pude ajudá-lo.

Fiquei consigo em ligação por horas o ouvindo chorar e se culpar por ser o que ele chamava de bobo, mas eu sabia que era normal e queria apenas abraçá-lo até que ele enfim dormisse.

Mas eu não pude fazer isso.

ㅡ Fala bro. ㅡ Yugyeom fala assim que entra no meu estúdio. ㅡ aqui tá a sample que você pediu.

Busquei o pen drive com ele e agradeci, mantendo minha atenção no computador a minha frente.

Diferente de como deveria ser, Yugyeom não deu meia volta e se foi. Ele puxou uma das minhas cadeiras e sentou ao meu lado, observando o que eu fazia.

ㅡ Como você tá?

Suspirei, dando de ombro.

ㅡ Tô de boa.

ㅡ Mesmo?

ㅡ Uhum. Acabei de assinar meu divórcio.

ㅡ Ah...

Ri baixo, olhando enfim para ele.

ㅡ Isso é algo bom.

ㅡ Ah! ㅡ ele sorriu. ㅡ que maneiro então.

Neguei ainda rindo, voltando ao meu trabalho.

ㅡ Eu soube que você vai ter uma filha, como cê tá com a notícia?

ㅡ Empolgado. Sempre achei que meu primeiro bebê fosse ser um menino, mas agora com a ideia de que será menina eu não consigo mais imaginar nada sem ser no feminino.

ㅡ E Jimin, como tá?

ㅡ Ele tá bobo. O irmão dele, Taehyung, você conhece, né?

ㅡ Uhum, ele tá sempre por aqui, até pensei que tinha sido contratado.

ㅡ Até que parece, né? Mas não, ele não foi. Mas enfim, o irmão dele saiu com ele para fazer compras. Se liga no que eles conseguiram.

Busquei meu celular, abrindo a galeria para enfim abrir a foto que Jimin me mandou de um par de sapatinhos pequenos e azuis com laços.

ㅡ Como é pequeno. ㅡ Yugyeom buscou o aparelho, ampliando a foto.

ㅡ É, né? Sabe, a médica disse que ela já tem vinte e cinco centímetros.

ㅡ Woah, isso é menor que uma régua, hyung!

ㅡ É, mas se liga nisso aqui. ㅡ busquei meu celular, passando as fotos até chegar numa do ultrassom. ㅡ olha o tamanho desse pezinho. Mede três centímetros, cara. Cê tá ligado o que são três centímetros?!

Yugyeom olha para a própria mão, tentando medir com o polegar. Seus olhos se arregalaram enquanto eu assenti, deixando de lado o trabalho para morrer de fofura pelo pezinho que a minha princesa tem.

ㅡ Hyung, isso é muito doido! É tão pequeno. Como pode, né?

ㅡ Essas coisas são mágicas, cara.

Mostrei outras fotos da ultrassom para Yugyeom e acabei me perdendo no tempo quando o assunto sobre o porquê da ciência calcular o tempo de uma gestação em semanas ao invés dos meses comuns, surgiu.

Pude encontrar com Jimin no horário de almoço. Eu o abracei sem pensar quando o vi com os olhos cansados, mas como se fosse o nosso refúgio, usei a sala de Seokjin para tê-lo em meu colo como um coala enquanto apenas lhe dava carinho.

ㅡ Como foi lá? ㅡ ele perguntou ainda abraçado a mim com o rosto escondido na curva do meu pescoço enquanto a pontinha do seu nariz roçava e aspirava o meu cheiro.

ㅡ Foi tranquilo.

ㅡ Mesmo?

ㅡ Uhum. Um divórcio amigável.

Jimin suspirou, erguendo o rosto para me olhar nos olhos.

ㅡ E como está sendo dormir em um hotel?

ㅡ Está sendo bom. Lá tem até banheira.

ㅡ Na minha casa também tem banheira. ㅡ ele fez bico. ㅡ queria que você ao menos pudesse ir para lá.

ㅡ Ir? Tipo para passar uma noite, ou... quer dizer, acho que consigo fugir uma noite para ficar com você, já faz uma semana que não dormimos juntos.

ㅡ Faz. Mas não é isso que estou dizendo. Sabe, no início isso me parecia loucura, mas agora é muito ruim ficar naquele apartamento enorme sozinho.

ㅡ Mas e Taehyung?

ㅡ Ele não mora comigo, Jungkookie, e ele trabalha também, quando chega a noite, ele está cansado e não tem tempo para ficar comigo. Eu me sinto carente.

ㅡ Você está carente? ㅡ sorri tocando seu rosto, vendo-o assentir, aumentando o bico. ㅡ está carente agora?

Jimin riu se encolhendo e eu não resisti. Tive que beijá-lo, lhe puxando para mais perto porque meu corpo queimava de saudade de senti-lo. Mas Jimin realmente parecia carente. Suas mãos tocaram minhas bochechas, seus polegares fizeram carinhos pequenos e seu suspirar baixo quando seus dentes puxaram meu lábio dizia o quanto ele queria ficar daquele jeito.

ㅡ Jiminie... ㅡ o chamei baixo. A ponta de seu nariz passeou pelo meu. Meu corpo estava leve, mas minhas mãos enlaçaram ainda mais sua cintura, fazendo sua barriguinha apertar a minha, o que o causou um riso leve. ㅡ eu quero ficar assim para sempre com você. ㅡ confessei olhando em seus olhos.

As mãos de Jimin ainda se mantinham presas no meu rosto, mas seus olhos se arregalaram e seu corpo paralisou instantaneamente, o que me assustou.

ㅡ O que foi?

Jimin soltou meu rosto e olhou devagar para a barriga. Quando a tocou, parecendo esperar por algo, seus olhos arregalaram ainda mais.

ㅡ Jungkookie, eu senti!

ㅡ O quê?! ㅡ olhei depressa para sua barriga também. ㅡ ela chutou?

Jimin assentiu, sorrindo. Erguendo-se rapidamente do meu colo, ele ergueu a camisa e buscou minha mão. A pele da barriga de Jimin chegava a brilhar de tão esticada que estava. Estava firme, tão durinha e redondinha como uma melancia e atentando-me quando ele sorriu, tentei sentir nossa filha chutando também.

ㅡ Não consigo sentir nada. ㅡ falei o olhando.

ㅡ Levanta daí! ㅡ ele mandou com pressa. Fiz como pedido, vendo-o deitar ainda com a barriga à mostra e quis congelar o tempo apenas pela fofa imagem que era ele com a barriga para o alto.

Mas me abaixei e me pus de joelhos no chão. Jimin buscou minha mão outra vez e esperou.

ㅡ Está sentindo?! ㅡ ele perguntou. Neguei outra vez. ㅡ Aish! Fala algo, ela pode gostar.

Encarei a barriguinha dele e me aproximei.

ㅡ Oi, filha. ㅡ sorri, olhando-o brevemente. ㅡ sou eu, o papai. Você pode chutar só mais um pouquinho? Eu queria sentir você também.

Jimin riu baixinho, mas ainda guiando minha mão, ele levou para abaixo de seu umbigo.

ㅡ Caramba, ela tá chutando mesmo, Jungkookie!

Quis prender até mesmo a minha respiração, mas só esperei.

Esperei e esperei...

E quando estava quase desistindo, Jimin me cutucou e pediu:

ㅡ Fala algo bonito, ela vai gostar.

ㅡ Algo bonito? ㅡ mordi meu lábio e me pus a pensar. Haviam tantas coisas na minha mente que chegava a ser uma confusão, mas encarando meu próprio coração que começava a acelerar em pura timidez, me aproximei um pouquinho mais e deixei um beijo sobre a barriga de Jimin, falando em seguida para que nossa bebê e ele ouvisse: ㅡ eu amo vocês.

Jimin, que segurava minha mão, a soltou devagar. O olhei. Seus olhos estavam arregalados para mim, mas eu sorri e outra vez confessei:

ㅡ Amo vocês.

Jimin sorriu, tocando meus cabelos para afagar, mas arregalou os olhos no mesmo instante que eu também arregalei.

ㅡ AI, CARAMBA, EU SENTI!

Ouvi seu riso e quis me aproximar mais, mas já estava com os joelhos batendo no sofá, então a única saída que tive foi de levar minha outra mão até a barriga dele e pedir para que ele parasse de rir, mesmo que eu mesmo risse devido ao susto que levei.

Mas a nossa filha parecia gostar da clichê frase "Eu te amo". Seus movimentos não eram fortes ou perspectiveis, mas dava realmente para sentir. Era algo tão pequeno e comum, mas que de alguma forma se tornou gigantesco de sentir e apreciar, algo raro aos meus olhos.

ㅡ Acho que ela decidiu dormir. ㅡ Jimin disse, limpando os cantinhos dos olhos que haviam juntado lágrimas.

Não saberia dizer se eram devido às risadas ou de alguma forma ele estava emocionado com a minha declaração boba. Eu só sabia que o meu próprio coração estava na garganta. Mais um pouco e ele certamente sairia pela boca.

Jimin abaixou a camisa, sentou-se no sofá e me abraçou pelo pescoço ainda comigo de joelhos.

Eu só pude o abraçar também, estava nervoso e assustado com o quão louco ele poderia achar que eu era, ou até mesmo não acreditar nas minhas palavras, já que estávamos juntos a poucos meses.

Mas era verdadeiro, o meu sentimento por Jimin era puro e eu tinha a plena certeza disso. Não queria nunca mais deixá-lo, mesmo com medo de que o futuro outra vez me jogue na lama, eu sei que ao lado dele eu posso continuar sendo feliz e posso ter uma família de verdade.

Suas mãos voltaram a me tocar na bochecha e seus lábios pressionaram contra os meus. Seus olhos castanhos se conectaram com os meus e eu não esperava nada dele naquele momento porque dizer eu te amo não é nenhuma obrigação, mas Jimin sorriu e também me disse aquilo:

ㅡ Eu amo vocês, Jungkookie. Amo a nossa família.

Me ergui tomando cuidado com Jimin e sua barriga e o deitei no sofá, o beijando enquanto meu corpo descia sobre o seu.

ㅡ Sabe que isso é provocante, né? ㅡ ele riu. Assenti. ㅡ e que Seokjin entrar aqui a gente tá muito lascado.

ㅡ Eu fechei a porta como ele disse, está trancada.

Jimin guiou os olhos para a porta e em seguida voltou a me olhar, sorrindo contido, completamente diabólico.

ㅡ Nem pense nisso, seu safado. ㅡ falei antes que ele começasse a me mandar tirar as roupas. Sabe, resistir é difícil, por isso preciso me manter firme. ㅡ eu quero dormir com você hoje. Lá no seu apartamento. Tudo bem?

ㅡ Não quer que eu vá até o hotel que você está ficando?

ㅡ Não. Prezo pelo seu bem-estar e sua privacidade, então eu dou um jeito de ir sem levantar suspeitas.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Jimin me abraçou forte, contente. ㅡ eu vou fazer o jantar.

ㅡ Não. Eu quero cozinhar pra você hoje. Podemos voltar juntos e você me conta todas as novidades enquanto me aprecia na sua cozinha sem camisa, o que me diz?

Jimin riu se encolhendo, mas assentiu.

ㅡ Acho essa proposta muito boa. Mas será que Sejin-hyung vai deixar você ir comigo pra casa?

ㅡ Ele não precisa saber. ㅡ pisquei para ele. ㅡ será o nosso segredo, tá bem?

ㅡ Nosso novo segredo. ㅡ ele disse, voltando a beijar minha boca.

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

Jimin caminhava ao lado de Seokjin enquanto ia para a garagem. Eu estava logo atrás, mexendo no celular para tentar não levantar suspeitas, mas chegava a ser engraçado pela forma que Jimin às vezes olhava para trás e eu conseguia ver Seokjin lhe dar um esporro, mesmo que quase imperceptível.

Estávamos novamente na última saída da empresa. Jimin entrou no carro junto a Seokjin e eu fui logo atrás. Os vidros escuros estavam erguidos, mas eu usava até mesmo óculos escuros e chapéu bucket.

ㅡ Me sinto ridículo. ㅡ eu disse, indo para detrás do banco de Seokjin, me escondendo lá.

ㅡ Você tá lindo, amor. ㅡ Jimin disse olhando brevemente para mim, mas Seokjin deixou um tapinha em sua mão e o mandou colocar o cinto de segurança e olhar para frente.

Era um saco ter que me esconder atrás de Seokjin na saída da empresa, mas também chegava a ser até mesmo engraçado.

Me fazia se sentir um pouco mais jovem com a forma de como parecia que eu estava fazendo algo proibido.

Mas a ida até o apartamento foi tranquila. Seokjin nos deixou na garagem. Pediu para termos juízo, mesmo que notoriamente Jimin e eu já não tínhamos mais nenhum quando acabamos fazendo uma filha no primeiro dia que nos vimos.

Mas nos despedimos e subimos juntos.

Abracei Jimin pela cintura quando enfim adentramos e ele pareceu enfim se libertar quando jogou os sapatos que usava para o canto e se virou, me abraçando pelo pescoço quando me beijou outra vez.

Eu quis lhe beijar pra valer naquele momento, mas sabia que se desse impulso, o jantar jamais ficaria pronto porque iriamos nos deixar levar e acabaríamos fazendo sexo ainda na sala. Então outra vez fui forte o suficiente para apenas lhe beijar com calma e sorrir quando ele fez bico.

ㅡ Você é do mal.

ㅡ Não, você que é safado, eu já disse. ㅡ o beijei novamente e me afastei. ㅡ vá tomar banho, descansar. Eu vou ver o que posso fazer para o jantar.

ㅡ Tá, mas não esquece de tirar a camisa.

Ri da falta de vergonha na cara de Jimin, mas retirei os sapatos e a camisa, ficando a vontade em seu lar.

Jimin foi para o quarto e eu tive que pensar bem no que fazer porque abrir a geladeira e os armários me deixou preocupado. Quase não havia alimentos ali.

ㅡ O que aconteceu com a dieta que você estava fazendo? ㅡ o perguntei indo até o quarto. Jimin estava enrolado numa toalha e olhava a raiz dos cabelos que não paravam de crescer. Sabia que aquilo o deixava desconfortável, mas ele havia decidido que não faria nada com química nos fios até a nossa filha nascer.

ㅡ Ué, como assim?

ㅡ Quase não tem alimentos aqui.

ㅡ É porque eu estive trabalhando muito, mal tive tempo de ir ao mercado. Taehyung ficou de comprar algumas coisas, mas ele está preparando um casamento de elite, até contratou algumas pessoas, então ficou sem tempo.

ㅡ E porque não me falou sobre isso? Eu poderia ter ido ao mercado.

ㅡ Você também está bastante ocupado. Mas podemos pedir o jantar. ㅡ ele busca o celular. ㅡ o que quer comer?

ㅡ Não. Eu vou até o mercado rapidinho, você tem algum tipo de lista ou algo assim?

ㅡ Não precisa se preocupar assim, Jungkookie. Depois eu mesmo vou ao mercado.

ㅡ Você, Jiminie? Não. É perigoso que você vá a lugares muito movimentados no momento, estão literalmente querendo te seguir. É pela sua segurança, eu vou.

ㅡ Tem certeza?

ㅡ Uhum.

Jimin sorriu e assentiu. Ele buscou a pequena lista que parecia estar pela metade e me entregou, em seguida, buscou o cartão do banco que ele usava e me entregou.

ㅡ Não precisa. ㅡ falei beijando sua testa. ㅡ eu pago.

Sai do quarto antes que ele pudesse protestar. Busquei minha camisa e calcei meus sapatos. Pedi por um táxi, o que me fez buscar os óculos escuros e meu chapeuzinho, já que tive que sair pela entrada principal do prédio.

Mas para minha felicidade não haviam fãs ou admiradores de Jimin, ou qualquer outro idol que morasse no prédio.

Li a lista e ri quando o primeiro item era bala de morango. Quando cheguei ao supermercado que já estava acostumado a ir, busquei uma cestinha e fui primeiramente até a sessão de doces. Eu não era louco de comprar um dos pacotes grandes daquilo para Jimin, mas encontrei um dos pequenos com apenas dez balas e que custava dois mil won, então precisei levá-lo para não correr o risco de tê-lo chorando de madrugada outra vez.

Segui buscando todos os itens da lista e aproveitei para comprar alguns legumes que Jimin não havia colocado na lista.

Pensava em fazer Miyeok-guk para Jimin comer, lembrava como minha mãe sempre contou que era bom para pessoas que estavam grávidas e como eu deveria aprender a preparar para que um dia eu fizesse para minha esposa.

Mas bem, não será para Dahyun, será para Jimin. E mesmo sendo para o meu namorado, eu reconheço como o sentimento de fazer algo pensando nele e no bebê é significativo e como minha mãe tinha razão ao me incentivar a aprender a receita.

Busquei por algas pois era o que a sopa mais levava, entretanto, quando cheguei ao corredor que sabia que tinha aquilo, me arrependi amargamente de ter ido até ali.

Não sabia o porquê de ainda ter tanta raiva por Namjoon dentro de mim. Quer dizer, é óbvio que eu tenho motivos. Muitos motivos. Foram três anos de enganação e a facada nas minhas costas doeu como o inferno. Mas eu já estava em outra. Já amava outro. Mas olhá-lo parado no corredor com seus olhos arregalados ao também me notar, me faz travar a mandíbula e querer dar meia volta.

Mas a sopa de Jimin é mais importante.

Por isso, desvio meus olhos e busco alguns pacotinhos de alga desidratada sem sequer me importar que ele está bem ao meu lado.

Aproveito e busco um pouco de gergelim ao lembrar que a sopa também pede por aquilo, mas quando me viro para sair do corredor, o ouço me chamar:

ㅡ Jungkook.

Meus pés travaram. Eu o odiava, assim como odiei Dahyun no começo. Mas encará-la não me trazia a dor que nesse instante eu sinto em meu peito.

É como se eu estivesse naquela noite. Na noite em que nossa amizade se findou.

No dia que eu perdi o único irmão que tinha.

Mas ouvi-lo me chamar pelo nome foi estranho. Por longos dez anos ouvi Namjoon me chamar de irmão. Raramente usávamos nossos nomes para nos comunicar um com o outro. Mas ouvi-lo me chamar assim, faz constatar que, de fato, eu não tenho mais um irmão e tudo o que passei foi real.

Me faz sentir ainda mais ódio.

Mas eu não quero brigar. Não quero sentir coisas ruins quando tudo o que eu queria era fazer uma boa sopa para a pessoa que amo e vê-la feliz.

Decido sair caminhando, mas ele insiste e me faz parar quando para a minha frente.

Olho na altura de seus olhos, quero socá-lo agora, mas desvio os olhos e rio sem humor quando vejo que talvez ele tenha tido a mesma ideia que eu já que segura alguns pacotes de alga também.

ㅡ Sai da minha frente. ㅡ pedi, mas Namjoon negou.

ㅡ Eu sei que você me odeia, tudo bem. Eu também me odiaria. Mas, por favor, só vamos conversar.

ㅡ Não tem nada pra conversar aqui. Faz quase seis meses, eu já segui em frente.

Namjoon assentiu, seus olhos eram expressivos e me fazia lhe odiar mais por eu conseguir lê-lo o suficiente para saber que ele está triste.

Mas isso não me faz ficar triste. Sempre que eu o vejo ou até mesmo penso nele, me pego pensando também em como ele pôde fazer tudo o que fez. Em como ele sequer se importou com o meu coração.

Então eu não devo me importar com o dele também.

Me viro para sair, mas ele me faz parar outra vez quando diz:

ㅡ Você soube? Soube que o bebê é um menino?

Estranhamente meu corpo arrepia. Respiro fundo e volto a olhá-lo.

ㅡ O que quer que eu te diga? Parabéns pelo seu filho? Parabéns.

ㅡ Jungkook...

ㅡ Vê se me erra! ㅡ falo controlado, fechando meus punhos. ㅡ seu desgraçado, como você tem a cara de pau de ainda falar do bebê comigo?

ㅡ Eu não estou mais com ela. ㅡ ele diz, desta vez parecendo com raiva também. ㅡ cansei de tudo aquilo, cansei dela sempre falando de você, cansei dela me lembrando o quanto eu acabei com sua vida por tê-la feito ceder aos prazeres.

ㅡ É pra rir? ㅡ perguntei, negando. ㅡ ela não é nenhuma inocente também.

ㅡ Mas você a perdoou, não é? ㅡ ele deu um passo a frente, me fazendo respirar fundo quando meus dedos latejaram para lhe acertar um soco. ㅡ então, só eu realmente fui o filho da puta nisso tudo.

ㅡ É claro que foi. Não sozinho, mas você foi o maior filho da puta dessa merda de país! Você me chamava de irmão enquanto se deitava com ela. Se queriam viver isso, que se fodessem, mas me tirassem do meio. Mas não, enquanto eu comemorava, vocês fodiam. Enquanto eu trabalhava, vocês fodiam. Enquanto eu dormia também? Porque, sinceramente, eu já não me surpreendo com nada.

ㅡ Você sabe que ninguém manda no coração.

ㅡ Ah, é claro... o coração. ㅡ umedeci meus lábios, olhando ao redor quando uma senhora passou por nós e nos olhou, curiosa. ㅡ sinceramente? Que você seja feliz nessa merda de vida que você tem. Que se casem, que criem esse bebê juntos se ele for seu. A minha vida seguiu, eu amo o meu namorado e a minha filha que está crescendo dentro dele. Então só me esquece e segue em frente.

ㅡ Você terá uma menina? ㅡ ele perguntou surpreso, socando no cu a merda do restante das minhas palavras. ㅡ parabéns.

ㅡ Ah, vai se foder!

ㅡ Nós terminamos, sabia? ㅡ Namjoon disse. Ri outra vez, desacreditado, encarando seu rosto. ㅡ eu não tô mais com a sua mulher.

ㅡ Seu filho da puta desgraçado! ㅡ larguei a cestinha que segurava e dei três passos até que minhas mãos estivessem apertando a gola da camisa que ele usava.

ㅡ Eu cansei, Jungkook. Ela diz que me ama, mas ela não ama. Nenhuma mulher procura o ex como a Dahyun busca você. Ela claramente não me ama. Eu só quero saber do bebê agora. Se ele for meu, eu irei criá-lo, mas ela não quer a mim. Ela quer a você.

Olhei em seus olhos outra vez, e o larguei. Ainda mantendo o olhar, respirei fundo pela centésima vez e disse pelo que esperava ser a última vez:

ㅡ Não me importo com o que ela ou você querem, eu só quero paz. Então me esquece e segue a tua vida.

Namjoon assentiu, no fim.

Busquei a cestinha de compras que ainda permanecia no chão e me senti um idiota por passar por algo assim em um supermercado.

Agora estava irritado e não havia nada além de Jimin e sorvete para me acalmar, então quis chutar o balde e escolhi um dos potes grandes de sorvete, escolhendo os que tinha chocolate dentro, imaginando que talvez pudesse tomar junto a ele enquanto assistíamos a algo juntos.

Eu sei, eu sei... eu estava falando sobre comida saudável a cinco minutos, mas quando se está puto não há nada mais prazeroso do que ingerir algo que te engorde um pouco.

Voltei para o prédio de Jimin e xinguei baixo quando vi algumas pessoas paradas em frente, olhando para o prédio como bobas idiotas. Mas elas me viram, o que me fez apressar o passo quando saí do táxi com as sacolas e tentei não ligar para nenhuma das perguntas que fizeram a mim.

ㅡ Ele é familiar, você não acha? ㅡ ouvi quando uma das garotas que estavam ali disse. A olhei de soslaio e vi quando a outra apenas deu de ombros.

Quando cheguei ao apartamento, Jimin cantarolava baixo enquanto aspirava o tapete da sala usando apenas um binder e uma cueca box.

ㅡ O que você tá fazendo? ㅡ perguntei rindo, levando as sacolas até a bancada.

ㅡ Limpando, ué. A gente vai assistir a um filme deitadinhos aqui hoje, então não quero nenhuma poeira interrompendo.

ㅡ Eu poderia limpar pra você.

ㅡ Bobagem. Além do mais, você demorou. Onde foi?

ㅡ Fui ao supermercado perto de Itaewon. Lá é grande e tinha tudo.

ㅡ Tudo? Mas a lista foi bem curtinha.

ㅡ Mas eu comprei algumas coisas há mais. Você precisa comer bem, então te trouxe legumes.

Jimin se aproximou e riu ao buscar o pote de sorvete.

ㅡ Isso não me parece ser legumes...

ㅡ É só uma bobagens para a hora do filme ficar melhor. ㅡ disse, retirando as algas da sacola. ㅡ mas antes eu vou fazer Miyeok-guk. É bom para você que está gerando a nossa princesa.

ㅡ Nossa princesa. ㅡ ele sorri tocando a barriga.

Me aproximo para deixar um beijo em sua testa e não me esqueço de fazer um carinho em sua barriguinha, mas Jimin me abraça, esfregando a bochecha sobre meu peito.

ㅡ É tão bom ter você aqui, Jungkookie.

ㅡ Mesmo? ㅡ busquei seu rosto, o erguendo.

ㅡ Uhum. ㅡ Jimin sorriu, mas fez aquilo olhando em meus olhos, e talvez mesmo com tão pouco tempo ele já consiga me ler também, porque vejo seu cenho franzir e em seguida sua pergunta surgir: ㅡ você tá bem?

Eu não queria mentir para ele, mas dei de ombros.

ㅡ Acabei encontrando com Namjoon no supermercado.

ㅡ Sério? ㅡ ele arregalou os olhos. ㅡ qual a probabilidade, hyung?

ㅡ É que foi em um supermercado que eu sempre ia, e ele fica no meu antigo bairro. Ele mora lá, lembra?

ㅡ Verdade. Mas... como foi?

ㅡ Uma bosta, Jiminie. ㅡ disse rindo, buscando uma panela para em seguida lavar minhas mãos e começar a cozinhar. Mas antes de iniciar, lembrei da proposta de antes e para que o clima não ficasse ruim, retirei a camisa, fazendo Jimin rir ao sentar num dos bancos da bancada e até erguer os polegares.

ㅡ Vocês se falaram? ㅡ ele perguntou buscando o saco de balas. Deixei que ele buscasse uma, mas guardei o restante e o vi cerrar os olhos para mim.

ㅡ Infelizmente. Ele contou que o bebê da Dahyun é um menino.

ㅡ Menino? Woah...

ㅡ É. ㅡ suspirei, o olhando.

ㅡ E como isso te deixou?

ㅡ Eu acho que normal. Quer dizer... Jiminie, eu acho que aquele bebê não é meu, então... eu não quero criar expectativas de nada.

ㅡ Entendo e respeito a sua decisão, mas se ele for, significa que você terá um casal de filhos.

ㅡ É verdade. ㅡ rio ao constatar aquilo, mas volto a dar de ombros. ㅡ que seja, eu só vou começar a pensar nisso quando o exame for feito e eu tiver o resultado. Aliás, hoje pela manhã, Dahyun disse que o médico a liberou para realizar o exame, então acho que logo teremos a resposta.

ㅡ Acho que isso é bom. Sabe, vai te deixar mais tranquilo.

ㅡ Certamente.

ㅡ Mas vocês conversaram algo há mais?

ㅡ Não foi bem uma conversa. ㅡ digo cortando a carne que irei cozinhar junto com as algas. Sei que Jimin perguntou isso porque ele, infelizmente, se sente inseguro e isso é culpa minha.

Eu não contei a ele ou a ninguém, mas eu tomei esporro de Taehyung. Ele jurou me bater se eu fizesse o irmão dele se sentir como se sentiu no dia que Dahyun foi atropelada. Eu não agi daquela forma porque quis, porque ainda a amava como ele pensou, mas ele gerou isso dentro de seu coração e agora me sinto culpado por ele achar que há possibilidades de o meu amor por ela retornar e anular o que agora sinto por ele.

Mas o que sinto por Jimin é inteiramente diferente do que senti por Dahyun até mesmo no início do nosso namoro.

Por tanto, decidido a fazê-lo esquecê-la, neguei para sua pergunta. Ele não precisava saber que Namjoon me contou que ambos não estavam mais juntos e que Dahyun falava de mim como se ainda me amasse, talvez isso fosse deixá-lo desconfortável e eu só quero que ele tenha uma noite tranquila.

ㅡ Sabe o que eu vi quando estava voltando para a casa? ㅡ Jimin negou, roubando uma das algas desidratadas para comer. ㅡ uma loja de artigos de bebê. Então estava pensando, depois que a Dae-Min enfim liberar a nota sobre nós dois, acho que poderemos enfim sair para comprar as coisas da nossa filha.

ㅡ Eu iria adorar! Eu vi algumas coisas pela internet também, mas não comprei nenhuma. Quis esperar para fazer com você.

ㅡ Comigo?

Jimin riu, assentindo.

ㅡ É que eu tenho uma surpresa para você. ㅡ ergui minhas sobrancelhas curioso, mas ele logo avisou: ㅡ só vou contar depois do jantar. Agora você pode continuar cozinhando, a vista daqui está muito boa.

Jimin era um safado qualquer horário do dia, isso me surpreendia.

Mas eu também gostava bastante.

Continuei cozinhando, deixando com que ele comece todo um pacotinho de alga. Não demorou muito para que a sopa fervesse, mas consegui tomar banho e assim como ele, vesti uma cueca e fiquei à vontade no apartamento.

Jimin foi quem arrumou a mesa com as tigelas e eu as servi com sopa. Para acompanhar bebemos suco de uva e até brindamos, e quando ele enfim experimentou a sopa e gemeu baixo de prazer, soube no mesmo instante que até mesmo a raiva que passei no supermercado valeu a pena.

Jimin adorou o que cozinhei para si.

Conversamos sobre o trabalho e tudo o que ele tem feito. Pedi para que ele cantasse um trecho da música que ele disse estar escrevendo, mas Jimin ficou com as bochechas rosadas e negou.

ㅡ Quando estiver completamente pronta eu te mostro. Ou melhor, eu canto ela inteira para você.

ㅡ Jura de dedinho? ㅡ ergui o mindinho o divertindo e o vi assentir, envolvendo o dedo nanico dele ao meu.

ㅡ Juro.

Recolhi as tigelas e as lavei para que não restassem louças sujas no balcão. Jimin buscou edredons e forrou um sobre o tapete e outro o reservou para nos cobrir e nos esquentar juntos.

Busquei o pote de sorvete, talvez Jimin nem aguentasse mais comer algo porque ele reclamava como os órgãos já começavam a ser esmagados por nossa filha e comer como antes já não é mais possível.

Mas mesmo assim, deixei o pote e duas colheres no canto, buscando o controle da TV para procurar pelo filme que iríamos assistir.

ㅡ Acho que já assisti Wall-E umas cem vezes. ㅡ digo sozinho na sala. Jimin ri do quarto.

ㅡ É o filme de animação favorito do meu irmão, então acabou se tornando o meu também. A gente sempre assistia e fingia ser os robôs.

ㅡ Ah, é? E você era qual?

ㅡ O Wall-E, é claro.

Ri para Jimin e o esperei sentar ao meu lado para enfim dar play. As luzes estavam todas apagadas, mas as janelas grandes da sala estavam abertas, o que proporcionava que a luz da lua entrasse e nos iluminasse.

Mas Jimin não sentou ao meu lado. Ele me assustou quando se abaixou a minha frente e reclamou um pouquinho quando teve dificuldade para sentar sobre as minhas coxas, mas quando ele enfim sorriu por conseguir estar onde queria, pude notar que em suas mãos havia uma caixinha e ele a erguia para mim.

ㅡ Presente? ㅡ perguntei.

Ele mordeu o lábio inferior, mas assentiu.

A caixinha era preta e tinha um laço rosa em cima. Me soava familiar, mas estava tão curioso para entender o que era aquilo que sequer me lembrei onde havia a visto anteriormente.

Quando a abri, apenas um papel dobradinho e rosa estava lá. E quando eu o busquei confuso, o abri e li a sequência de números que havia lá.

ㅡ Zero, seis, treze, treze? ㅡ o olhei confuso. ㅡ mas essa é a senha da... porta. ㅡ não quis arregalar meus olhos quando enfim entendi do que se tratava, mas foi nulo quando automaticamente meus olhos saltaram. ㅡ Jiminie, o que... o que o presente significa?

ㅡ Significa que nós ㅡ ele buscou minha mão e repousou em sua barriga. ㅡ nós te queremos aqui sempre, Jungkookie. Então... você quer vir morar aqui com a gente?

Um suspiro baixo saiu de minha boca. Encará-lo nos olhos me deixava com borboletas no estômago naquele segundo, mas eu não conseguia deixar de olhá-lo e principalmente apreciá-lo quando ele sorriu.

E de modo que eu sequer pude esconder, eu assenti e confessei:

ㅡ É tudo o que eu mais quero. Quero ficar com vocês.

Jimin me deu um sorriso verdadeiro e me abraçou fortemente pelo pescoço, pulando no meu colo enquanto me chacoalhava.

ㅡ Mesmo, mesmo? ㅡ ele me olhou outra vez, me fazendo assentir. ㅡ ah, Jungkookie, isso me deixa muito, muito, muito feliz! Você não faz ideia de como eu estava com medo de você recusar. Quer dizer, tudo bem se você recusasse, eu não iria te amarrar aqui e passar a te ter em cativeiro. Eu não! Mas eu iria ficar com tanta vergonha, mas tanta que me tornaria um avestruz e enfiaria minha cabeça em um buraco no chão! Juro por Deus que faria isso.

Ri com a forma em como ele falava aquilo sem perceber e sem pausas. Mas segurei suas bochechas e as apertei como amo fazer, o fazendo criar um biquinho nos lábios para assim poder beijá-lo.

Deixei diversos selares sobre o bico de Jimin, mas pouco a pouco eu fui o soltando e o que eram apenas bitocas se transformou em um beijo delicado.

Eu o trouxe para mais perto, o fazendo suspirar e então o olhei outra vez, apreciando a forma em como seus olhos castanhos brilhavam até mesmo mais que o próprio brilho da lua.

Jimin estava radiando felicidade.

ㅡ Amo vocês. ㅡ sussurrei, sentindo suas pequenas mãos tocarem meu rosto e fazerem carinhos curtos e calmos.

ㅡ Nós também amamos você, Jungkookie. Vamos ser muito felizes juntos.

ㅡ Não tenho dúvidas disso, Jiminie. Você é a minha euforia, é claro que seremos felizes juntos.

[Continua]

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

Viram que eu também sei escrever felicidade?!

Mas agora um off pra vocês: eu fiquei muuuito boiola neste capítulo. Tipo, muito mesmo, quase vomitando arco-íris. Até agora, esse com certeza é o meu capítulo favorito.

Mas enfim, chega de papo e para aqueles que ainda não sabem o que é Miyeok-guk, vou deixar abaixo uma fotozinha e uma breve explicação que o tio Google me deu.

Miyeok-guk: É uma sopa de algas coreanas, predominantemente feita com alga marinha. A sopa também é tipicamente acompanhada de alguma forma de proteína animal, juntamente com temperos leves (sal, molho de soja, alho e óleo de gergelim torrado). Miyeok-guk é tipicamente consumido por mulheres (ou homens) após o parto. Como miyeok contém um alto teor de cálcio e iodo, nutrientes importantes para a nutrição de novas mamães e papais com seus bebês, muitas pessoas o consomem ainda durante a fase de gestação também. Ela também é tradicionalmente consumida em aniversários, por essa razão, se tornou um lembrete de "o primeiro alimento que a mãe tenha comido e repassado ​​ao recém-nascido através de seu leite", trazendo boa sorte para o resto do ano.

🌑🌘🌗🌖🌕🌔🌓🌒🌑

Mas agora é a hora de dar Tchau!

Até a próxima att < 33

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