Efeito Borboleta || DRARRY

Oleh the_Kashi

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De acordo com a Teoria do Caos, Um pequeno detalhe pode mudar toda a história. E é por isso que quando Draco... Lebih Banyak

O Children
Pass me that lovely little gun
My dear, my darting one
The cleaners are coming
One by One
You don't even want to let them start
They are knocking now upon your door
They measure the room
They know the score
They're mopping up the butcher's floor
Of your broken little hearts
O children
Forgive us now for what we've done
It started out as a bit of fun
Here, take these before
We run away
O, children
Lift up your voice
Children
Rejoice
(Rejoice)
Here comes Frank and poor old Jim
They're gathering round
With all my friends
We're older now
The light is dim
And you are only just beginning
O children
We have the answer to all your fears
It's short, it's simple, it's crystal clear
It's round about, it's somewhere here
Lost amongst our winnings
O children
Lift up your voice
Children
Rejoice, Rejoice
The cleaners have done their job on you
They're hip to it, man
They're in the groove
They've hosed you down
You're good as new
And they're lining up to inspect you
O Children
Poor old Jim's white as a ghost
He's found the answer that was lost
We're all weeping now
Weeping because
There ain't nothing we can do
To protect you
O children
Lift up your voice
Hey little train!
We're jumping on
The train that goes to the kingdom
We're happy, ma, we're having fun
And the train ain't even left the station
Hey little train, wait for me
Have you left a seat for me?
Epílogo

I once was blind but now I see

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Oleh the_Kashi


Att todinha dedicada para docinho!

Escrevi esse ouvindo uma música do Harry Styles!

rs

Boa leitura!

58— I once was blind but now I see

Harry POV

Ainda era estranho viver em um mundo onde a vida de todos não dependesse de mim.

Acordar, sem ter qualquer guerra para lutar me fazia sentir estranho e perdido de uma forma completamente inexplicável e sem razão.

Era atordoante abrir os olhos, e pensar que de agora em diante, eu era o único a controlar minha vida e destino.

Isso trazia um sentimento libertador, assustador e confuso.

É claro que foi um caos, tão logo tudo acabou. Draco me levou para um hotel afastado, e ficamos ali por dois dias, apenas dormindo e nos recuperando, até meus padrinhos vierem nos buscar para irmos dar depoimentos.

Nos separaram tão logo chegamos ao Ministério da Magia, e nos fizeram contar toda a história para ver se realmente fazia sentido e se as versões batiam. Eu achei loucura ser necessário, jamais pensei que estive em risco de ser acusado, mas o fato de ter desaparecido e não me entregado aparentemente me fez ser considerado ameaça pública.

O Ministério queria verificar se eu não era uma ameaça, e isso fez Draco quase pirar de raiva, por estarem nos tomando tempo para essa besteira quando deveriam estar caçando os comensais fugitivos.

Quando finalmente decidiram que eu estive lutando por todo o tempo, e que fiz o possível, também tive que usar todas as memórias e palavras possíveis para convencê-los que Draco sempre esteve ao meu lado, que era parte da Ordem.

Ele havia desaparecido depois do ataque na escola, antes de se abrigar com a Ordem, e parte das pessoas o consideravam morto ou comensal foragido.

Após vinte e duas horas dentro do Ministério sendo interrogados, finalmente fomos liberados, e foi quando tudo se tornou ainda pior.

Enfrentar os enterros e o luto foi terrível.

E se eu soubesse o quanto iria sentir e sofrer, teria preferido continuar sendo interrogado no Ministério por mais alguns dias.

Eu mal conseguia ficar perto de Molly Weasley sem colapsar, mas ela apenas pareceu feliz em me ver, ainda que seu olhar fosse partido de tristeza.

Perder dois filhos de apenas uma vez. Perder Ginny, sua caçula e única menina...

Eu, seriamente, duvidava que a família conseguiria se recuperar disso.

Ronald e Hermione estavam fazendo de tudo para cuidar de Molly, para cuidar de todos e eu descobri que Mione iria passar a morar na Toca, com eles, até tudo se tranquilizar.

Enquanto isso, havia meus padrinhos.

Os dois iriam vender a casa do Largo do Grimmauld assim que conseguissem acertar a documentação e Sirius pudesse ter acesso á herança, após provar sua inocência na morte simulada de Peter, anos atrás.

Eles também passaram por um longo interrogatório, e foi necessário expor a condição de animago de Sirius para que entendessem como ele poderia estar vivo. Depois de provar isso, e fizerem vários exames que confirmavam que aquele era mesmo Sirius Black em carne e osso, e que Moony não havia usado magia negra para trazê-lo de volta...

Ainda precisaram reabrir o caso da morte de meus pais, e ponderar se Sirius voltaria para a prisão pela morte de Peter Petigrew.

Não ajudou que durante o interrogatório ele houvesse usado a frase 'Se eu pudesse, teria matado ele. Mas não deu tempo, eu juro'.

Felizmente, encontraram o corpo de Peter jogado nos fundos da mansão Malfoy, e isso provou de uma vez por todas a inocência de Sirius.

De qualquer forma, tudo parecia estar se encaixando e nós tentávamos encontrar uma forma de viver com o que havia restado de nossas vidas.

Ainda era estranho pensar que não tinha mais a sombra de Voldemort ao redor.

Os pais de Draco haviam desaparecido completamente, e estavam ambos sendo procurados. O único sinal deles, foi uma carta sem remetente e assinatura que Draco recebeu, onde era gritante o nível impessoal de frieza.

'Ele não irá te causar problemas. Manteremos-nos longe, e em vista dos crimes que estamos sendo acusados, você já está apto para herdar tudo. Em breve os advogados entrarão em contato para garantir que receba todos seus direitos. Seja responsável, seja cuidadoso. Tenha uma boa vida'

Draco havia jogado o bilhete na lareira, sem olhar para trás ao deixá-lo queimar até se tornar apenas uma memória dolorosa.

Ele havia admitido que não esperava algo diferente, mas eu sabia que parte dele queria que sua mãe houvesse se entregado. Isso nos faria ter como tentar ajudar ela a diminuir a sentença ou algo do tipo. Isso a faria escolher Draco.

Por alguns dias, eu senti alguma amargura. Lembrava dela prometendo que sempre o escolheria.

Mas Narcisa parecia se contentar com a ideia de que Draco estava bem, e havia escolhido Lucius.

Foi depois de pensar um pouco mais sobre o assunto, que eu percebi que se manter longe parecia ser a forma dela poupar Draco.

Se retornassem e ele tentasse defendê-la em tribunal, isso colocaria um nível crítico naqueles que ainda tinham receio sobre os Malfoys. Colocaria ele na linha de risco diante do Ministério e da população.

Se afastar, deixar ele caminhar sozinho e livre, pareceu ser o jeito dela escolher Draco.

Agora ele também tinha uma papelada em andamento para assumir a herança dos Malfoys, e eu havia convencido ele que não era uma boa ideia colocar fogo na mansão em Wiltishire e ser considerado um incendiário. Eu não queria voltar ao Ministério tão cedo para defendê-lo novamente.

Por fim, ele entregou a propriedade para o Ministério vasculhar, colher provas e objetos malignos. Depois disso, a propriedade seria leiloada, e Draco não queria mais contato com aquele lugar.

Desde que voltamos do hotel, estávamos temporariamente no Largo do Grimmauld, até meus padrinhos conseguirem vender a casa e esse era um ponto de ansiedade para mim.

Obviamente, Sirius e Remus havia se fechado no mundinho apaixonado deles, e tudo o que conseguiam fazer agora era planejar a festa oficial para 'celebrar o maldito casamento', como Sirius gostava de dizer.

Aparentemente, agora que a tortura havia acabado, as pessoas estavam se entregando aos resquícios de felicidade. Havia muitos casamentos e bebês a caminho, o símbolo da esperança e do futuro.

Eu havia decidido que iria me dedicar a ser auror, no próximo ano. Meus padrinhos iriam se casar e comprar uma nova casa. Draco ainda não sabia ao certo o que queria, mas também estava procurando um lugar para morar.

Tudo estava andando, e isso era assustador. De um jeito diferente do qual eu estava acostumado, mas ainda assim... assustador.

Suspirei, me olhando no espelho com certa ansiedade, e ergui o rosto ao ver um movimento perto da porta do quarto onde eu estava instalado.

Remus se recostou ali, sorrindo para mim.

— Você está ótimo, Harry!

— Sirius escolheu a roupa — Murmurei nervoso, vendo ele entrar no quarto e sentar ao lado do meu padrinho, que estava analisando a combinação que havia comprado para mim.

Ele tinha ficado muito apavorado ao descobrir que todas minhas roupas eram velhas, usadas e grandes demais.

Eu não sabia exatamente o que vestir quando Draco acordou naquela manhã e perguntou se poderíamos ter nosso primeiro encontro no restaurante que ele prometeu no dia do nosso primeiro beijo.

Havia sido uma boa decisão procurar meu padrinho, porque ele pesquisou sobre o restaurante para saber que tipo de ambiente era, e me levou pra comprar uma roupa bonita que fosse adequada.

Eu jamais teria pensado em fazer isso. Apenas entrei em desespero sem saber o que vestir, e sem querer perturbar Draco com isso.

Foi insano, eu nunca tinha ido comprar roupas para mim, além do uniforme de Hogwarts.

Havia sido uma experiência muito estranha, e na realidade Sirius pareceu se divertir muito mais do que eu. Ele gostava de gastar, e começou a contar compulsivamente sobre todas as vezes que obrigava meu pai a vestir roupas que ele achasse legal.

Mas depois de horas, eu estava pronto, com aquelas roupas bonitas. Era algo social, com estilo e parecia tão bem em mim, que eu não pude deixar de sorrir ao ver o corte simples do blazer escuro, combinando com as calças e os sapatos novos que usava.

— Então... vocês vão jantar, e voltar para casa. Vou esperar vocês acordado — Sirius disse, esticando as pernas e se espreguiçando.

Suspirei, porque ele também estava se dedicando inteiramente a me tratar como se eu tivesse 14 anos. Ele havia obrigado eu e Draco a termos quartos separados desde que nos instalamos na casa, mesmo completamente ciente de que dormirmos juntos pelos últimos cinco meses.

Eu tinha sorte, porque dormir com Remus o fazia mergulhar no sono profundo, então Draco sempre fugia para meu quarto no meio da noite, e saia antes de amanhecer. Ele estava evitando irritar Sirius e o aborrecer ainda mais para que nos deixasse em paz.

— Sabe, nós temos dezoito anos. Eu e ele somos adultos — Informei, apenas por ser idiota e teimoso.

Não era como coerência funcionasse com um Black.

— Passei doze desses longe de você. Então para mim você tem seis — Disse, como se a lógica por trás da frase fosse inquestionável.

— Sirius, não é assim que funciona — Reclamei, vendo ele cruzar os braços com afronta.

— Vamos lá, Padfoot. Nós temos que terminar nossas listas de convidados e ajeitar todos os convites. Apenas os deixe se divertir. Os dois passaram meses vivendo sozinhos em barracas por toda parte. Deixe eles se divertirem!

— Mas isso foi antes de eu estar aqui para tomar conta de Harry!

— Harry sabe tomar conta dele mesmo, Padfoot. Apenas...

— Lá vem você, com suas besteiras — Reclamou, revirando os olhos para Remus.

— Pare de ser idiota, Padfoot!

— Alguém precisa estar aqui para cuidar dele, e não deixar esse namoro insano virar bagunça! Me ausentei por... o que? Um ano e meio? E quando volto ele está namorando um sonserino, Moony!

— Você vai começar com isso de novo? — Reclamei, vendo ele suspirar.

— Eles são responsáveis e não tem nada de errado com o namoro. Draco é um bom garoto, eu já disse um milhão de vezes que pode confiar nele, mesmo sendo sonserino. E, repetindo, os dois são adultos. Não precisam de ninguém para cuidar do namoro!

— Mas ele tem só dezoito!

— E muito mais juízo que você tinha aos dezoito... e que tem agora.

— Moony, você só fala besteiras!

— Eu estou saindo — Me adiantei em dizer, prevendo que Sirius não iria dar o braço a torcer.

Por sorte, após muita briga e discussão, eu convenci ele a remover o feitiço rastreador que havia colocado em mim quando era bebê, então ele não saia me seguindo por toda parte como um maluco.

Remus me lançou um olhar brando, que significava que iria me dar cobertura, e isso me fez sentir mais tranquilo ao descer as escadas, encontrando Draco perto da entrada.

Ele andava de um lado para o outro, de um jeito ansioso. Estava impecável com a roupa escura. O terno preto e discreto destacava os cabelos dele, que pareciam fantásticos, brilhando e caindo ao redor de seu rosto. A camisa branca que ele vestia por baixo tinha os dois primeiros botões abertos, e isso me fez sorrir.

— Oi — Falei com ansiedade, vendo ele se agitar ao me ver. Parou por um momento, piscando atordoado, e por fim sorriu.

Era engraçado pensar que tínhamos nos visto poucas horas antes, mas... naquele minuto era como se estivéssemos morrendo de saudade um do outro.

— Você está bonito — Observou, enquanto eu me aproximava para selar nossos lábios de forma suave.

— Você também — Retribui, sentindo ele entrelaçar nossos dedos — Vamos... aparatar?

— Sim. Depressa, antes que Sirius resolva nos seguir — Falou ao ouvir passos vindo pela escada, e nós rimos ao sair pela porta principal, cruzando a linha de proteção e finalmente ele me levou por aparatação.

Era idiota, depois de tanto tempo juntos, depois de toda a merda que enfrentamos... estar ansioso para um encontro.

Mas fazia muito tempo desde que pudemos ficar sozinhos, sem ninguém ao redor e... apenas sermos nós. Draco e Harry.

Nós finalmente chegamos na frente de um restaurante, com uma fachada que deixava claro que era um lugar de classe. O luminoso era em um tom clarinho de verde, e logo ao cruzar a porta, chegamos a um hall completamente cheio de luxo.

O piso brilhava intensamente, haviam poltronas para esperar e uma mulher em pé diante de um pequeno balcão.

Ela sorriu assim que nos viu, dando a volta pelo móvel.

— Senhor Malfoy — Cumprimentou, e Draco assentiu com a cabeça, apertando os dedos ao redor dos meus enquanto seguíamos a mulher.

— Está... vazio — Murmurei, ao ver que todas as mesas e o salão por onde nos guiou estava deserto.

— Reservei para nós. Essa coisa de todos te pararem para pedir autógrafos e falar com você tem me estressado. Não vejo a hora de publicarem um livro sobre essa guerra, e essas pessoas te deixarem em paz com esse bando de perguntas.

Sorri, porque embora ele se esforçasse para parecer apenas um chilique, eu sabia a verdadeira razão para Draco se incomodar.

Ele queria deixar o passado para trás. Queria que eu fosse livre para viver sem todas as memórias me assombrando, e a maneira como algumas pessoas eram invasivas com as perguntas as vezes me deixava desconfortável.

Não fomos levados para nenhuma mesa ali dentro, e passamos para o lado de fora, nos fundos, onde havia diversas separações, como pequenas salas reservadas. Nós continuamos pelo corredor até o final, na última porta.

Quando a mulher abriu, eu sorri.

Era um jardim enorme. Havia um cheiro suave de grama, uma grande árvore distante de nós, muito grande e poderosa. Arbustos com flores espalhadas ao redor, e o céu noturno era incrível, com tantas estrelas, e a lua no céu.

— Em breve traremos o cardápio — A mulher disse, e nós assentimos ao agradecer, enquanto nos acomodávamos na mesa que havia ali fora.

As luzes me lembravam de Hogwarts. Elas flutuavam pelo céu noturno, em um tom suave e quase fraco demais, como se a intenção fosse preservar aquele clima. O ar era extremamente romântico, em combinação com as velas da mesa perfeitamente colocada nos esperando, com algumas flores em um vaso charmoso.

— Isso é incrível — Murmurei admirado, ainda olhando para a paisagem ao longe, vendo no chão a grama de aparência macia.

Não sabia qual era o feitiço ali, mas não parecia ter fim. Era como se aquele jardim fosse eterno, e ao olhar nos arredores, não conseguia ver paredes daquela cabine, nem a porta.

Como um lugar único no mundo, perdido no tempo.

— Eu adorava vir aqui quando era criança. Sempre ia brincar na grama, e nunca lembrava de comer. Meus pais não entendiam porque eu gostava tanto desse lugar — Disse com um sorriso fraco e distante.

— Faz quanto tempo que não vem até aqui?

— Anos. Paramos de sair juntos depois que Voldemort voltou — Murmurou distante, e eu assenti cuidadosamente.

— Você gostou da minha roupa? — Perguntei, apenas para direcionar o assunto, e ele assentiu com um sorriso.

— Sim. Sirius escolheu? Parece o tipo de coisa que ele escolheria.

— Ele me levou para comprar roupas hoje, enquanto você estava com os advogados. Foi divertido... Mas queria que estivesse lá também.

— Então finalmente vamos poder colocar fogo nas suas roupas velhas? Tenho esse desejo há muito tempo — Disse animado.

— Não vejo por que. Sabe, existem feitiços para restaurar...

— Se atreva a usar novamente aquelas porcarias, Potter. Apenas se atreva — Ele reclamou em tom de ameaça, me fazendo rir.

Quando nos instalamos no Largo do Grimmauld e eu peguei minhas coisas de volta, que sempre ficavam na bolsa encantada de Draco, descobri que todas as roupas rasgadas e realmente ruins haviam desaparecido misteriosamente e ele não sabia o que tinha acontecido e que provavelmente se perderam com tantas mudanças.

No lugar delas, dentro da minha mochila, havia muitas roupas de Draco, que eu havia me habituado a usar desde que começamos a ficar juntos.

Ele não admitia de maneira alguma que havia feito essa substituição porque gostava de me ver vestindo as roupas dele.

Era como a história de constantemente ele dizer que preferia morrer a chamar alguém de amor, quando na realidade havia feito isso espontaneamente meses atrás.

— Sirius me disse que vai nos esperar acordado. Nós temos algum tipo de prazo? — Ele perguntou, e eu revirei os olhos.

— Sirius diz muitas coisas, não significa que temos que dar atenção— O lembrei, vendo ele rir — Remus vai nos dar cobertura. Ele sabe que precisamos de um pouco de paz.

Nos interrompemos quando a mulher de antes retornou com cardápios bonitos em material felpudo e com desenhos de flores pequenas, e manteve um sorriso simpático ao parar ao nosso lado, esperando que escolhêssemos.

Draco se inclinou na minha direção, indicando tudo o que gostava e recomendava, com o cuidado de apontar quais pratos eu não gostaria por terem ingredientes que eu não comia, e me mostrou dois para evitar, por eu ter alergia a nozes e isso estar no tempero.

Ele realmente ouvia tudo o que eu lhe falava, a ponto de pensar e lembrar disso, e meu sorriso não poderia ter sido mais apaixonando.

Finalmente, fizemos os pedidos e poucos instantes depois da mulher se retirar, um homem bem vestido apareceu para nos servir vinho.

Draco pareceu pensar em tudo, porque a bebida já havia sido escolhida de antemão, e foi uma das coisas mais deliciosas que eu já havia provado.

— Então... Sirius e Remus já sabem para onde ir depois que venderem a casa?

— Eles estão procurando algo, mas querem um pouco afastado. Nada no centro de Londres, no meio de todo mundo. Acho que pretendem ir para o campo. Algum lugar com espaço para correr, coisa do tipo.

— É, eles tem a coisa do lobisomem para lidar.

— Sim — Concordei, tentando não demonstrar nada demais no rosto ao erguer os olhos para ele — Você já sabe para onde vai?

— Tenho algumas ideias — Disse distante, dando de ombros — E... como está seu brinde? Decidiu algo para o discurso?

Eu queria manter um pouco o assunto sobre as próximas mudanças, mas não consegui pensar em nada para puxar de volta o gancho da conversa, então neguei com a cabeça.

— Ainda não consegui pensar nada para um padrinho dizer. Eu nunca fui a um casamento — Admiti, ansioso.

Eu realmente seria o padrinho, e uma das obrigações de acordo com todos, era o brinde.

Havia também a despedida de solteiro, mas Sirius, indo contra tudo o que eu esperava, simplesmente abominava a ideia.

Ele não era solteiro desde pirralho, desde Hogwarts. Ele não queria uma noite para se despedir ou celebrar isso, porque segundo ele estar com Moony era tudo o que sabia fazer e que iria continuar querendo dia após dia.

Não havia do que se despedir.

Havia sido um show de clichê vê-lo tentando explicar que nem se quer lembrava de como era a vida antes de conhecer Remus.

Então a despedida de solteiro deles seria uma noite em família, com todos juntos. Para celebrar algo que existia desde sempre... e para sempre.

— Hoje recebi uma carta, me convidando a retornar para escola no ano que vem, igual a que recebeu ontem — Murmurei para ele, que assentiu com atenção.

— Você vai voltar?

— De jeito nenhum. É um convite! — Falei, vendo ele rir e parecer não esperar nada diferente de mim. — McGonagal disse que pode nos enviar diplomas, porque acha que o que passamos foi provação suficiente.

— Ainda não sei se vou voltar. Mesmo que ela vá emitir os diplomas... talvez eu possa aprender coisas lá ou...

— Mas você leu todos os livros das disciplinas do ultimo ano, mesmo no acampamento. Duvido que exista algo para aprender lá — Murmurei, sem querer pensar muito no assunto.

Parte de mim queria ser egoísta, por não querer ficar sem Draco pelos próximos meses enquanto ele estivesse em Hogwarts.

— Você provavelmente tem razão — Ele respondeu rindo, dando de ombros — São tantas possibilidades agora. Ainda não sei o que quero fazer. Você já decidiu que quer ser auror, mas eu... não vejo uma vocação para seguir.

— Bem, eu não vejo algo que não seja sua vocação — Rebati, e ele me olhou sem entender.

— O que quer dizer?

— Durante todo esse tempo, você foi ótimo lutando. Seria um bom auror. É bom de estratégias e planejamento. Poderia ter um cargo no Ministério. Também é bom em cuidado e cura, e isso te faria um medibruxo incrível — Murmurei, balançando os ombros em casualidade — Odeio dizer isso, mas você é bom em tudo o que faz. Você se dedica com toda a alma e... sei que via se sair bem em qualquer coisa. Você só... tem que encontrar algo que goste. Nesse tempo, nos últimos meses... O que você gostava de fazer?

— Ficar com você — Ele respondeu de primeira, sem nem precisar pensar e isso nos fez rir, enquanto ele bebia outro gole de vinho.

— Ah, essa é sua especialidade — Garanti, completamente feliz com o clima entre nós — Mas você sabe o que eu quis dizer.

— Sei. Mas não tenho certeza de nada... além de quero ficar com você.

Olhei dentro dos olhos azuis, apenas pensando no quanto o amava. Em como tudo estava valendo a pena. Essa vida nova, depois da guerra.

Ele estava ali, comigo. Por mim. Para mim.

— Eu estou aqui — Respondi por fim, sabendo que ele provavelmente conseguia ler o 'eu te amo' brilhando em meus olhos.

— Você está aqui — Disse sorridente — ... Agora — A última palavra veio baixa e resmungada.

Arqueei o cenho para aquele tom desavergonhado de provocação.

Draco sempre seria Draco, e não perderia a chance de jogar na minha cara o incidente de apagar a memória e ir morrer.

Havíamos tido uma longa conversa de retrospectiva sobre o que passamos, e como sofremos durante aquele tempo, e nós dois decidimos que estávamos bem sobre isso. Que iríamos seguir, e não ficar magoados sobre tudo o que aconteceu.

Sobre eu ter tentado lhe enganar, sobre ele ter escondido minha natureza de horcrux e todas as pequenas coisas que a guerra nos obrigou a fazer um contra o outro.

Mas Draco ainda jogava na cara de Ronald e Hermione que haviam me deixado, e eu sabia que a história de como eu tentei apagar sua mente e desaparecer ainda seria dita por muitos, muitos anos.

Conseguia visualizar perfeitamente, no futuro, ele contando aquilo para nossos filhos, e depois para nossos netos.

Esse simples pensamento me fez sorrir minimamente, pensando em como meu futuro era cristalino.

Draco estava lá, em cada etapa do que viria pela frente.

— Que sorriso é esse? — Questionou curioso, e eu fui salvo da resposta quando nosso jantar chegou, em um carrinho elegante cheio de travessas.

O cheiro apenas fez meu apetite abrir ainda mais, e Draco parecia ansioso de um jeito adorável para que eu experimentasse tudo, sempre sorrindo quando eu elogiava e apreciava.

Era uma culinária diferente, com temperos bons que eu não conhecia, e sabor incrível.

Depois disso, nossa conversa começou a girar sobre pequenas coisinhas casuais, como Ronald e Hermione ainda não admitirem para todos que eram namorados, a reconstrução de Hogwarts, algo engraçado que meus padrinhos diziam quando estavam discutindo sobre o casamento e esses leves acontecimentos diários.

Draco quem escolheu nossa sobremesa, e não precisamos esperar para ser servido algo muito bom e simples. Era bolo e sorvete, com uma calda espessa de chocolate quente e parecia incrível.

Ele disse que era o que sempre pedia quando era criança, e dividir a sobremesa foi um ato bobo e muito legal.

Fazer essas pequenas coisinhas de casal sempre me fazia sentir normal.

Caminhar de mãos dadas, passear em algum lugar. Trocar olhares, beijos. Irmos juntos ao mercado. Fazer planos. Apresentá-lo para as pessoas como meu namorado.

Essas bobeiras cotidianas me encantavam totalmente.

Assim que acabamos, ele pareceu ansioso ao apertar um pequeno botão na lateral da nossa mesa, que fez a iluminação reduzir ainda mais, deixando apenas o suficiente para que pudéssemos enxergar um pouco, e se levantou.

Olhei para ele sem entender quando estendeu a mão para mim, mas aceitei e segui com ele para perto do jardim, caminhando pela pequena trilha de pedras que tinha ali, indo mais a céu aberto, longe da iluminação e da mesa na grama.

Aos poucos, perto da árvore e dos arbustos, pude começar a ver ao longe pequenos vaga-lumes cintilando, em tons coloridos.

Eu sabia que no mundo bruxo haviam vaga-lumes coloridos, tive essa leve lembrança de Hermione resmungando coisas enquanto lia um livro sobre o assunto.

Mas jamais tinha visto, então era... magnífico.

Conforme nos seguíamos naquela direção, foi ficando mais visível, e eu finalmente entendi como aquele lugar encantava Draco.

Nós ficamos em completo silêncio, de mãos dadas ali. Apenas assistindo eles levantarem voo, brilhando na noite como pequenos riscos de cor.

Conseguia ouvir o zumbido baixinho deles, mesclado com o vento frio ali fora e mal passei por um arrepio antes de Draco se mover e me abraçar por trás, pousando o queixo no meu ombro.

Me aconcheguei no abraço, deixando a cabeça repousar contra a dele e respirei lentamente, apenas para absorver um pouco mais daquele momento, e torcer para que ficasse gravado no fundo da minha memória.

Já era suficientemente incrível... mas só até pequenas fadas surgirem de dentro dos arbustos.

Eram muito pequenas e delicadas, e nunca se aproximavam demais. Apenas brilhavam ao voar ao redor em meio aos vaga-lumes e as flores, e quando me virei pude me apaixonar por mais uma expressão de Draco.

Ele parecia completamente encantado.

Os olhos azuis brilhavam, literalmente, refletindo o espetáculo de cores, cheios de emoções, assistindo todas as luzes brilhando por nós, com as estrelas, a lua e aquelas pequenas criaturas nos cercando.

— É como eu pensei que seria — Ele sussurrou, se virando para mim ao afastar o abraço, mas se mantendo perto — Trazer você aqui — Esclareceu, com um universo inteiro cintilando nos olhos cinzentos — É exatamente como eu pensei que seria.

Isso aqueceu todo o frio que eu sentia. Draco havia planejado aquele encontro muitas vezes. Antes mesmo de saber que eu o correspondia, antes mesmo de nosso primeiro beijo.

Visualizar isso, Draco no meio da guerra, sonhando com o dia que poderia me levar a um encontro, era... a coisa mais doce que eu poderia pensar.

— É ainda mais incrível do que eu pensei — Sussurrei de volta, sem querer afastar as fadas, cada vez mais confortáveis em nos ver ali, embora não se aproximassem.

Pareciam dançar, na realidade. Havia algo de etéreo e mágico na forma como voavam entre as flores, deixando uma luz perolada para trás.

— Olha — Ele disse, apontando para o tronco da árvore, e em um ponto baixo eu pude ver a inicial dele marcada ali, arranhada e muito antiga — Fiz quando era pequeno, na primeira vez que estive aqui. Eu dizia que esse era meu lugar, só meu.

Sorri ao imaginar isso. Um pequeno Draco, muito feliz e encantado com aquela cena, tal como agora.

Ele se abaixou, apanhando uma pedrinha no chão, e eu sorri ao ver ele todo começar a contornar um 'H' ao lado do 'D'.

Ele precisou refazer várias vezes para conseguir se tornar visível, e isso me deixou sorrindo feito um idiota ao seu lado.

— Agora é nosso — Disse, erguendo os olhos para mim, e eu percebi que venho sendo apenas uma carcaça vazia.

Meu coração havia sido arrancado do peito, entregue nas mãos dele.

— Nunca entendi porque meus pais não achavam graça nesse lugar, e sempre pensei que... encontraria alguém que conseguisse ver o que eu via — Continuou, se erguendo devagar e me olhando com todo aquele amor transbordando tão fácil de ver.

Isso acertou meu coração em cheio.

Foi tão forte, que eu me senti tremulo ali, vendo ele sorrir.

Naquele instante, eu entendi um pouco mais o significado de 'Inefável'.

Não havia qualquer palavra no mundo que explicaria como eu me sentia por aquele homem, como eu me sentia naquele instante.

Com o farfalhar das folhas, o vento, as estrelas, aquelas luzes vivas ao nosso redor e o tamanho do amor que abrigava na minha existência.

— Eu não quero que a gente more em lugares separados — Sussurrei de uma vez, vendo ele piscar surpreso ao me olhar com a mudança de assunto e aquilo sendo erguido.

— Você...?

— Eu não sei o que você pensa sobre isso, mas... Eu não acho que consigo voltar a viver longe de você. Estivemos esse último ano juntos e... eu nem consigo me lembrar como dormir sem você ao meu lado. Quero dizer... como eu fazia isso antes de ter você me abraçando? — Tagarelei impulsivamente, gesticulando com as mãos — Quero dizer... quando deito na cama sozinho, não sei onde colocar os braços e pernas.

Ele me olhou de cenho arqueado, parecendo divertido.

— Eu... não consigo lembrar de como era antes, não... não parece certo. Tentei cochilar hoje a tarde quando você saiu, e só consegui ficar irritado. Tudo soa tão esquisito quando a cama está vazia e...e... você ter que fugir dos meus padrinhos toda vez que sai do meu quarto... isso não soa legal. Eu sei que eles vão vender a casa, que vão ir para outro lugar e querem que eu vá com eles. E sei que você vai arranjar sua própria casa, mas... Draco... eu não acho que posso...

— Eu também não quero — Ele me interrompeu ao pousar o dedo contra meus lábios, com um sorriso suave — Harry eu... eu não gosto nem de pensar na ideia de vivermos separados. Uma hora seus padrinhos vão descobrir que venho escondendo todas as correspondências que chegam sobre a propriedade que eles tentam vender, mas...

Ri, sem conseguir me conter.

Sabia que Sirius e Remus estavam aguardando a liberação sair para colocarem a casa à venda, e pensar que Draco estava sabotando esse processo me fez sentir completamente divertido.

— Então... podemos... encontrar um lugar para nós? — Sugeri, vendo ele assentir com um sorriso se aproximando para me abraçar — Um lugar que... seja só nosso?

— É o que mais quero — Garantiu, me fazendo sentir muito alívio — Só... estive com receio de tocar no assunto e ser... cedo demais.

— Cedo demais? — Questionei surpreso, vendo ele desviar os olhos para a árvore.

— Sim... Quero dizer... todos ao nosso redor estão tomando esse tipo de atitude. Fazendo filhos, e se casando e... você sabe. A guerra fez isso com as pessoas. Traz essa urgência e emoção. Não quis que soasse como se eu estivesse apressando apenas por coisas que passamos nos últimos tempos. Não queria... que pensasse que te quero por perto pelos motivos errados.

— Sabe... — Murmurei, com os olhos presos nos dele, erguendo a mão para deslizar o dedo lentamente pelos cabelos prateados — Alguém especial me disse uma vez que...todos os momentos são importantes. Os bons, e ruins. Porque eles fazem parte do que somos hoje, e que seremos amanhã. Ele me disse que coisinhas muito pequenas podem mudar toda a história de nossas vidas... Até um pequeno vaga-lume desses poderia interferir no nosso futuro.

Draco expandiu o sorriso para mim, talvez se lembrar de quando aquela conversa aconteceu. Do jeito que estávamos completamente abraçados, sussurrando sobre a vida, a experiência.

A primeira vez que ele me disse o significado de inefável e latíbulo.

— Eu... me lembro disso.

— E você se lembra o que me disse sobre decisões? — Perguntei, ansioso.

Ele piscou, mas pareceu tão absorto no momento, que soava lindo naquele minuto, com as fadas brilhando em tons perolados ao nosso redor, e os vaga-lumes distantes. O vento batia nos cabelos loiros, e o olhar dele era fantástico, como se pudesse transmitir todo o interior de sua alma.

— Que dentro de todo instante minúsculo... entre uma decisão e outra... entre um caminho e outro... Todos os minutos da nossa vida fazem sentido. Se entrelaçam, se enrolam, se movem e...

— E eu não acredito em nada que seja cedo ou tarde demais — Me permiti dizer ao fim, com um sorriso — Se não tenho controle de onde minha vida vai, eu vou... aproveitar cada minuto que puder. E... quero que cada minuto seja compartilhado com você. Quero que... todos os dias sejam vividos assim. Sem esperar pelo futuro, mas... agradecendo por ele existir.

Draco pareceu ficar sem saber o que dizer.

Apenas me olhava de forma firme nos olhos, parecendo procurar alguma coisa até morder o lábio inferior e pegar minhas mãos entre as dele. O fato de sentir o jeito que ele tremia me fez ficar confuso.

Eu achei que pudesse vir um beijo, mas ele abaixou o rosto, pousando minha mão aberta sobre a dele até encontrar o anel ajustado ao meu dedo, e o tocar como se fosse tirar.

Automaticamente, puxei a mão para trás sem entender.

— O que? Você quer de volta? — Perguntei alarmado, vendo ele sorrir.

— Sim, e não. Apenas... tire por um momento — Pediu e eu neguei com a cabeça.

— Eu te disse, ele não sai. A regra é que o anel não sai se o dono não quiser tirar. E nem quando eu precisei, nos minutos finais, consegui remover. Eu te contei — Expliquei confuso, e ele ergueu os olhos para mim.

— Ele vai sair agora.

— Draco? Do que está falando? — Perguntei, um pouco ansioso e confuso e ele sorriu.

— Confie em mim, Harry. Por favor? — Pediu, estendendo a mão outra vez, e eu acatei, desconfiado.

Apenas pousei a mão ali, vendo como ele tremia ao tornar a achar o anel e o puxar. Eu percebi como ele prendeu a respiração em expectativa.

E, de fato, cedeu facilmente e saiu do meu dedo sem qualquer resistência. Isso fez ele soltar o ar em alívio, e eu já não sabia o que pensar.

— Mas... mas você disse... — Murmurei confuso, sentindo os olhos azuis em mim — Você disse que não devia sair se eu não quisesse tirar.

— Acho que você quer tirar agora — Ele disse, e eu arregalei os olhos, negando com a cabeça.

— Não! Não quero! — Bradei agitado, estranhando o jeito que ele sorriu, se inclinando para pressionar um beijo suave nos meus lábios.

— Sim, você quer. Você deixou ele sair, porque... um anel de proteção não é mais suficiente para você. Você me deixou tirar daqui — Tocou meu dedo indicador, onde o anel estava desde que ganhei — Porque quer ele aqui — Tocou o anelar.

Isso me fez engolir seco, erguendo os olhos para ele, sem saber nomear o que eu sentia naquele momento. Sobre as entrelinhas daquela conversa, sobre morar juntos, sobres ser cedo e sobre o fato aparentemente que ambos estávamos pensando no mesmo, e sem coragem de dizer.

Agora eu quase podia ouvir o som do meu coração martelando dentro do peito, enquanto minha boca ficava seca e minhas pernas pareciam gelatina.

Ele segurou o anel na palma da mão, enquanto tateava com a outra o bolso interno no terno, até puxar um saquinho pequeno de lá, e tomar novamente a atenção para meus dedos.

— Não cabe — Sussurrei quando ele pegou o anel antigo e puxou meu anelar como se fosse colocar, e Draco apenas sorriu.

— Confia em mim — Sussurrou, e eu assenti, com o coração batendo acelerado.

Draco ergueu os olhos com determinação, os cravando dentro dos meus, cheio de intensidade.

— Eu prometo que sempre vou te proteger, Harry. Não importa onde, não importa do que. Eu vou estar ao seu lado, e nunca vou deixar nada te acontecer. Vou usar todo meu amor para ser seu escudo — Sussurrou ao deslizar o anel de forma suave, e eu engoli seco, vendo ele mover a atenção para o saquinho novamente.

Tirou de lá um segundo anel, muito parecido com o que eu já estava habituado.

O primeiro tinha a inicial 'M', dos Malfoys. Esse segundo, não tinha letra e era em um tom muito bonito de verde, mas seguia a mesma estética. Era fino, e charmoso.

— Eu prometo que sempre vou te respeitar. Que vou te ouvir. Que vou te aconselhar, e te apoiar nos momentos de certeza e de dúvida. Vou usar todo o meu amor para ser seu escudo.

Ele firmou a mão que me segurava, talvez me conhecendo o suficiente para saber que eu estava a beira de um colapso.

Ele pegou um terceiro anel.

Esse era mais próximo do primeiro, e a inicial ali era um 'D'. E, inexplicavelmente, fez meu coração se acelerar porque eu soube exatamente as próximas palavras dele.

— Eu prometo que sempre vou te amar, Harry. De hoje, até a morte... e além dela. Vou te amar enquanto houver luz no mundo — Não sabia dizer se era minha impressão, ou as lágrimas borrando meu olhar, mas os vaga-lumes e as fadas parecerem brilhar mais forte — E... até mesmo quando o universo se perder em escuridão, ainda assim... eu vou amar você. E farei do meu amor o seu escudo.

Os três anéis, um atrás do outro, colocados nos meu dedo pareciam ressoar magia. Me faziam sentir uma onda de amor percorrer meu corpo, enquanto meu lábio inferior tremia e a primeira lágrima descia por minha bochecha.

— Harry Potter — Ele disse, e nós dois rimos baixinho juntos, o vento tornando a voz dele apenas um sussurro, quase como se contasse um segredo — Você quer se casar comigo?

— Sim — Murmurei, fechando a mão apenas para sentir, para provar a mim mesmo que estava ali. Que eu podia ver e sentir aquelas provas tão belas do amor, do escudo — Sim, eu... Sim! — Bradei, esticando os braços para envolver seu pescoço, e ele se inclinou na minha direção, abraçando minha cintura.

Nossas bocas se encontraram juntas no meio do caminho, e mesmo de olhos fechados, eu poderia sentir o universo dançando ao nosso redor.

Era como viver uma música. Como se a nossa existência pudesse ser resumida no ecoar de uma bela canção.

Eu não tive dúvidas que éramos peças perfeitas que haviam se encontrado, que se pertenciam.

O beijo se rompeu quando o sorriso e as lágrimas entre nós eram demais, e apenas ficamos nos olhando por aquele segundo, que poderia ser eterno se comparado à felicidade em nossos corações.

— Seja meu escudo — Murmurei para ele, as palavras apenas fugindo dos meus lábios como se eu soubesse.

Como se houvesse ensaiado uma vida inteira para aquele momento.

Antes que ele pudesse responder, os três anéis brilharam juntos, e lentamente se fundiram em um. Grudaram-se uns aos outros, se ajustando perfeitamente no meu anelar. Formavam, unidos, uma aliança dourada e delicada com uma única palavra que mal poderia ser vista entalhada, mas que saltava diante de meus olhos.

'Inefável'.

Sorri, completamente encantado ao olhar para Draco.

— Como...?

— O anel não coube daquela vez, porque não era a hora certa, eu acho. Mas... ele sabia. Que era você. Tenho certeza que... que ele sabia.

— Então... esse é mesmo um anel especial! — Bradei surpreso, e ele riu.

— Minha mãe me contou aquela história para que eu aceitasse sem reclamar, mas a verdade é que cada Malfoy recebe um, quando criança. Carregamos ele conosco desde pequenos, e... ele se afeiçoa a nossa alma... de forma que as vezes, antes mesmo de nós, pode reconhecer quem é a pessoa certa. Mesmo quando ele não encaixou no seu dedo, eu quis que ficasse com você porque sabia que era seu. E... você não desistiu dele. Nem mesmo quando deveria...

Parei por um minuto, lembrando meus pensamentos quando tentei remover. Da dor que senti de pensar no meu anel indo para o dedo de outra pessoa. Eu não pude tirá-lo, por que... era meu. Eu sabia disso, sempre soube disso.

— E eu sabia que era só questão de tempo até... encaixar — Disse, ansioso e sorridente. Era tão jovem, tão belo e perfeito.

E eu o amava tão grandiosamente!

Ele puxou minha mão, pousando um beijo suave sobre o anel e eu apenas fechei os olhos por um segundo, para aproveitar aquele momento inesquecível.

Assim que ele se afastou, eu senti que precisava dizer.

Sabia que ele conseguia ver nos meus olhos, mas... eu precisava dizer.

— Eu... nunca tive algo meu. Nunca tive um lugar para onde ir. E... talvez estivesse completamente assustado agora se não houvesse você, porque Hogwarts costumava ser a minha casa, e... agora estou velho demais para morar lá — Contei, vendo como ele me olhava com atenção — É por isso que... tudo o que tenho... eu não posso perder. Eu não penso antes de correr para a morte pelo o que tenho, por que... é valioso. É precioso. É meu.

Enrosquei nossos dedos, segurando as mãos dele entre as minhas.

— Eu prometo que vou te proteger. Talvez não de um jeito inteligente, como faz comigo. Talvez eu faça várias coisas estúpidas que te encham de raiva, mas eu vou te proteger e nunca vou deixar nada te acontecer.

O lábio inferior dele passou a tremer enquanto me olhava, parecendo não conseguir piscar, e essa imagem dele completamente emocionado foi o que me fez sorrir.

— Eu prometo que vou estar ao seu lado. Que vou ser quem te faz rir quando falo sozinho, ou faço coisas inexplicáveis simplesmente por... não saber existir perto de você sem agir como um idiota. Eu vou concordar com você quando estiver certo, e fingir concordar quanto estiver errado. Vou te apoiar quando quiser fazer as pessoas brigarem e... e sempre vou ser seu companheiro.

Soltei uma das mãos dele, apenas para passar o polegar por seu rosto e acolher a lágrima que trilhou ali, vendo ele sorrir choroso e trêmulo.

— Eu prometo te amar, Draco. Com a mesma intensidade que uso em cada luta. Com a mesma força que me fez continuar por todos esses anos. Eu vou te amar, e nada pode diminuir isso ou me parar. Vou ser incansável, imbatível e indestrutível — Prometi, com uma energia completamente enfática e poderosa.

O anel em meu dedo tornou a emitir uma luz suave, e nós dois apertamos ele entre nossos dedos unidos, nos olhando firmemente.

Verde e azul, sem medo, sem máscaras.

— Vou fazer do meu amor uma espada, e lutar com todo meu coração de hoje até a eternidade. Vou brandir com honra, vou combater destemido e te amarei do céu ao inferno, até que o mundo acabe.

Ele sorriu tão sereno entre as lágrimas, que pareceu que um pouco de sua alma escapou por aquele gesto emotivo.

Draco ergueu nossos braços, com nossos dedos muito entrelaçados, e ficamos assim, com elas tocando nossos rostos. Nos olhando através das mãos unidas, sentindo aquele momento, e aquela jura.

Serei seu escudo.

Serei sua espada.

O universo foi testemunha da promessa selada pelo destino.

As estrelas, os vaga-lumes e as fadas eram provas do nosso amor, que naquele minuto era tão grandioso que poderia destruir todo um universo, apenas com sua intensidade.

Éramos eternos.

=====

A música que ouvi escrevendo foi Love Of My Life, parem de ser doidos eu ein.

Não sei porque a nossa relação de confiança está tão caótica. Eu prometi soft e levinha e é isso o que entreguei.

Ok, agora me digam que amaram!

Eu simplesmente amei isso, as juras. O anel. ESSE ANEL!!!!!!!!!!!! Fiz vocês terem medo quando ele apareceu, depois fiz vocês acharem que era nada, depois fiz terem medo dele sair do dedo do Harry, para finalmente dizer que sim, ele era um anel especial o tempo inteiro.

Agora pensem que quando Draco colocou ele no dedo do Harry, eles nem haviam dado um beijo se quer. E ainda assim, ele já sabia desde sempre que era Harry, e mais ninguém.

Amo tanto esse menino que ódio!

Estamos fechando a história, e eu espero de coração que tenham gostado dessa att!

E que um dia encontrem seu escudo e espada.

Até!

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