Flores em Meio a Tempestade...

بواسطة iiSaraHi

16.7K 2K 1.9K

⚠️Em revisão⚠️ Capítulos 1 ao 10, revisados!! Seus destinos foram traçados desde o dia em que por "coincidênc... المزيد

1. Hinata Shouyo
3. Mudança
4. A Crise
5. Você!?
6. O Destino é Maluco
7. O Caos do Passeio
8. O Quarteto
9. Estranho
10. O Rei dos Reis
11. O Trabalho
12. PINGA!
13. O Bêbado
14. Passado e Cuidado
15. Aproximação
16. Paixão
17. A Tempestade
18. O Tempo Passa
19. A Tempestade II
20. Flores!!
Extra - Parte 1

2. Kageyama Tobio

982 118 66
بواسطة iiSaraHi

O dia de Kageyama Tobio tinha começado bem. Estava tudo normal e nos conformes, ele acordou, tomou café e foi ao hospital visitar o avô que ainda está se recuperando.

Ontem a médica informou Tobio do que ele mais temia: a alta.

Seu avô supostamente se recuperar de um dia pro outro deveria ser algo para se alegrar. Ele deveria ficar feliz, só que não consegue. Kageyama tem medo de ter esperanças do avô sair do hospital, e ele não sair.

Esses pensamentos o deixaram tão fora de si, que acabou entrando no quarto errado. E claro, como tudo na vida dele da certo, o garoto ainda o chamou para dentro do quarto e o fez comprar algo para comer.

Kageyama não costuma fazer essas coisas. Aliás, nunca nem teve a chance de fazer. E mesmo que tivesse, ele provavelmente não teria feito pensando melhor.

O certo seria ele ter chamado uma enfermeira, e o garoto — na qual disse a Kageyama se chamar Hinata Shouyo — dizer que estava com fome. Era só isso. Mas não, ele teve que se arriscar e comprar comida que poderia fazer mal a um paciente do hospital.

Imagina se acontece algo e o garoto ainda o dedura? Tudo bem que as chances de algo acontecer com Tobio são poucas. A única coisa que ele receberia seria um puta sermão.

E é isso que Kageyama vai pensando dentro do carro, voltando para o hospital. Não que ele tivesse conseguido tirar o ruivo de sua mente.

Sua irmã está dirigindo concentrada demais. A testa está franzida e os nós de seus dedos estão brancos enquanto aperta o volante.

— O vovô vai ficar bem, Tobio — diz Miwa, se esforçando para não derramar as lágrimas presas em seus olhos. — Ele tem que ficar.

Kageyama não responde. Apenas observa a janela, já avistando a imensa construção branca com uma cruz vermelha no meio.

Miwa é a irmã mais velha de Tobio. Eles não têm uma relação muito boa, mas Miwa está se esforçando agora, o mais novo compreende isso. Ela se esforça para ser forte por Kageyama e pela mãe deles. Só que Tobio sabe que ela sofre a cada noite que se passa. Sabe que ela chora escondida no quarto quando diz que vai dormir. 

Ele engole em seco enquanto entra dentro da recepção e recebe o adesivo "visitante", que ele cola em sua jaqueta preta.

Miwa acena. Kageyama não acena de volta. As portas duplas se fecham e Kageyama se depara com o corredor que tem portas e mais portas.

Já sabe o caminho até o quarto do seu avô, e ele não para até chegar lá.

Abrindo a porta, ele entra no tão familiar quarto. Ao seu lado há uma mesinha de metal que contém algumas garrafas de água e um prato com frutas frescas.

No quarto também existe uma pequena cômoda ao lado da maca. Em cima contém algumas prescrições e recomendações do que o paciente pode comer.

E na maca, ele está de costas para a porta. Kageyama encosta a porta e da a volta, encontrando seu avô dormindo. O monitor cardíaco está normal.

Por um momento Kageyama respira fundo, contendo as lágrimas de seus olhos azuis. Dentro do quarto é que ele pode abaixar a guarda. Dentro daquele quarto de hospital ele se permite desabar.

Sua vida não estava boa. Ele se lembra de quando jogava com seu avô e sua irmã. Se lembra do sorriso dos dois e da felicidade que ele tinha ao pegar na bola de vôlei, sabendo que iria treinar com as pessoas que mais amava. E então, Miwa começou a namorar… o avô adoeceu mais… e ele permaneceu ali, sozinho.

Passado algum tempo, Kageyama se retira do quarto, já que seu avô não acordou, e ele não queria fazer esse papel. Seu amado avô precisava descansar o máximo que pudesse.

Parado no corredor, ele observa se há alguma enfermeira passando. Uma moça loira vestindo um jaleco entra em uma sala mais a frente. Kageyama pensa em só sair dali e esperar mais um pouco até seu avô acordar, mas tem um certo garoto ruivo em sua mente.

A porta está ao lado. Ele abre uma beiradinha para ver se tem alguém junto com o garoto e se depara com a seguinte cena: Hinata Shouyo tentando se levantar da maca. O braço ainda com os fios do soro e o outro é usado para se apoiar na grade da maca.

Por que eu estou entrando aqui? pensa Tobio, fechando a porta, e se assustando com o pulo de Hinata, que quase perde o equilíbrio.

Kageyama pisca.

— O que você está fazendo?

— O que você está fazendo!? — ele devolve, tentando manter uma pose que Kageyama nem se dá ao direito de tentar interpretar.

— Eu perguntei primeiro.

Hinata fecha os olhos com força, aceitando a derrota.

— Tentando me manter em pé.

— Por que você não fica quieto deitado e descansa? — indaga de uma forma ríspida, e isso choca o ruivo.

Hinata encarou fixamente Tobio.

— Não quero só ficar deitado, Kageyama.

O moreno se surpreende ao ver que Hinata lembra de seu nome e deixa isso transparecer. A mente de Kageyama dá uma volta completa e ele percebe que não teve muito tempo para analisar o outro. Da outra vez, estava preocupado demais que alguém o pegasse dentro do quarto de um paciente e brigasse. Agora, Kageyama veio por conta própria e não estava nem um pouco preocupado em ser pego ali.

Hinata tem os cabelos ruivos cheios e um pouco cacheados. É menor que Kageyama Tobio. Muito menor. Só que o que ele tem de pequeno tem de teimosia. Prestando mais atenção, Hinata tem olheiras enormes abaixo dos olhos castanhos.

Kageyama não sabe disfarçar e o garoto está corado ao ver os olhares analistas do maior.

E então, Hinata desaparece atrás da maca. Como se tivesse sido engolido pelo piso de cerâmica.

— Me ajude aqui!

Hinata faz sinal com a mão e Kageyama dá a volta pela maca. O choque percorrendo seu corpo. Ele morde o lábio para não sorrir lembrando de como o garoto havia simplesmente sido puxado para o chão.

Shouyo percebe isso.

— Não ri!

Kageyama pega na cintura de Hinata para levantá-lo, mas o garoto solta um pequeno murmúrio.

— Minha barriga dói demais — informa, agarrando a barriga.

Tobio o pega por baixo das axilas e o posiciona sentado na maca. No fim, Shouyo se ajeita nos lençóis brancos, deitando e ficando visivelmente confortável.

Hinata agradece e fica olhando para a janela logo ao seu lado. Então Kageyama finalmente entende, Hinata queria ir até a janela.

Será que Tobio o machucou quando pegou em sua cintura? Ou quando o levantou pelo sovaco? Kageyama continua parado em frente à maca, aguardando o outro dizer algo ou a coragem bater na porta e ele perguntar se o tinha machucado. É meio constrangedor ele estar ali nesse quarto sem nem conhecer o garoto direito.

Hinata mexe a cabeça devagar, para fixar em Tobio.

— Algum parente seu está aqui? — pergunta para puxar assunto.

Ele concorda com a cabeça. Hinata suspira.

— Sinto muito — diz, com cautela. — Espero que ele melhore.

— Também espero. — Kageyama se pega dizendo.

Ele sente Hinata o encarar, só que o moreno está olhando o céu através da janela.

— E você? O que te trouxe aqui?

— Overdose de remédio.

As palavras saem naturalmente, mas entram nos ouvidos de Tobio como pequenas facas afiadas. Kageyama vira bruscamente para o garoto.

— E-Eu sinto muito...

— Não, não é tentativa de suicídio. Foi só uma decisão burra de um adolescente bêbado.

Hinata engoliu em seco e mordeu a língua. A lembrança parece mexer com ele. Não é algo que devam conversar.

Kageyama decide mudar de assunto.

— As porcarias de ontem não te fizeram...?

— Não. — Hinata sorri. — Aliás, muito obrigado de novo.

Seus olhos se fecham com o sorriso. É surpreendente como o brilho e a essência daquele gesto não desapareceram apesar de tudo que ele havia vivido. Tobio está fascinado.

E quando Shouyo abre os olhos, Kageyama está olhando fixamente para sua boca. As bochechas de Hinata ficam vermelhas de novo e ele vira o rosto. Não percebendo, Kageyama faz o mesmo. Ok. Toda essa situação é simplesmente constrangedora.

Hinata funga.

— Amanhã eu recebo alta. Vou para um centro de reabilitação.

Kageyama percebe o quão incomodado o ruivo está com essa decisão.

— Por conta dos seus pais?

— Minha mãe — corrige. — Ela acha que eu tentei... bom, você sabe né. Ela não confia em mim agora. Eu jurei, e nem isso a fez acreditar.

— Nossa que...

— Merda? Pois é. — Hinata solta o ar preso em seus pulmões de uma vez. Novamente ele encara Tobio. — Nunca mais vamos nos ver, eu acho.

— É.

Por algum motivo isso parece abalar ambos. Tobio não quer que o assunto pare, então não percebe o que diz.

— Talvez, antes de você ir, eu possa te ver.

Shouyo sorri, mas sem mostrar os dentes. Os seus olhos brilham de… alegria? O que aquilo significava? Por que Kageyama disse aquilo? Ele não iria ver o ruivo. Por que deu falsas esperanças desse jeito?

Hinata ainda está sorrindo.

— Faria isso?

— Ahn... é...

Kageyama não sabe bem o que dizer, então é o outro que faz isso.

— Eu gostei de você. Parece ser um cara legal.

Um cara legal. Kageyama fica repetindo a frase em sua mente. Ouvir isso de um estranho foi reconfortante. Fazia muito tempo que ele não recebia um elogio assim, tão simples.

— Foi um prazer te conhecer, Kageyama. E mais uma vez, obrigado.

— Digo o mesmo, Hinata.

Eles ficam em silêncio se olhando. Depois os olhares ficam fixos na janela e na pequena garoa que caía. Encarando as gotas d'água que escorriam do vidro, ambos pensavam na estranha coincidência que foi terem se conhecido daquele jeito.

É quase como uma familiaridade.

Hinata as vezes encara o outro de escanteio, tentando memorizar cada traço do rosto bonito do outro. A sensação é de fazer um amigo na praia e depois nunca mais poder vê-lo.

Kageyama se pega analisando as palavras de Hinata que ainda ecoam em sua mente. Uma decisão burra de um adolescente bêbado. Overdose de remédio.

Por algum motivo, Tobio quer conhecer Hinata ainda mais. Só que isso nunca seria possível. Nunca.

Hinata acaba pegando no sono. Kageyama não percebe o sorriso curto e singelo em seus próprios lábios.

Ele vai para o corredor do hospital e fecha a porta. A única coisa que pensa agora é ver seu avô.

Kageyama vai dar uma conferida no parente. Tem três enfermeiras na porta. O coração de Kageyama se acelera.

E a última imagem que vê, empurrando as mulheres na frente, é o monitor cardíaco do outro lado do quarto... em linha reta.

⊱⋅ ────── ❴ • ✿ • ❵ ────── ⋅⊰

Não prometo nada, mas talvez amanhã poste outro capítulo!!

Vou viajar, então não tenho certeza do cronograma de postagens. Espero que até final do ano eu consiga postar tudoo.

Até amanhã, talvez!
Se cuidem!

واصل القراءة

ستعجبك أيضاً

85.8K 5.1K 32
[ Concluída ] S/n se vê a pior amiga do mundo quando descobre que o cara com quem ela ficou em uma boate é o pai da sua melhor amiga. +18 Manipulad...
1.2M 62.8K 153
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...
276K 13.2K 64
• Onde Luíza Wiser acaba se envolvendo com os jogadores do seu time do coração. • Onde Richard Ríos se apaixona pela menina que acabou esbarrando e...
77.4K 4.7K 53
Mistérios rondam Nova York. Guerras,conflitos , mentiras, segredos e o conflito mais difícil de lidar, a paixão arrebatadora. Será que o instituto de...