Os Filhos do Tempo

By chaienesantoswriter

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TRILOGIA COMPLETA 🏆Prêmio Wattys livro 1. Ideia Governante: Nós seremos eles e, então, nos criarão. Trilogia... More

Os Filhos do Tempo - livro 1
Sinopse
I - O Encontro
II - A Choupana
III - O Segredo de Zara
IV - Contato Imediato
V - A Revelação
VI - A Missão
VII - A Evolução
VIII - A Escolha
IX - Perigo
X - A Caçada
XI - Nícolas e Zara
XII - A Face do Mal
XIII - Vivendo entre Humanos
XIV - O Auxílio de Sanches
XV - DNA Alienígena
XVI - Telecinese
XVII - O Inimigo
XVIII - A Perseguição
XIX - Um Breve Passeio pelo Mundo
XX - O Legado de Merko
XXI - O Destino de Silion
XXII - A Semente de Merko
XXIII - O Lobo Robô
XXIV - A Busca
XXV - A Captura de Nícolas
XXVI - O Prisioneiro
XXVII - O Planeta Vida
XXVIII - O Palácio Real
XXIX - Protocolo Confidencial
XXX - O Bracelete
XXXI - A Fuga
XXXII - A Floresta Mutante
XXXIV - O Regresso
Agradecimentos
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XXXIII - O Amor de Merko

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By chaienesantoswriter

Os dois ficaram calados por instantes. Nícolas pensou:

"Esse cara deve estar louco. Acabo de colocar a minha vida em risco para salvar uma menina doente e ele vem com brincadeiras. Que ideia maluca: eu, filho de um extraterrestre do futuro! Parece que saí de uma mistura de Doctor Who com O Exterminador do Futuro?!"

Merko lia a mente do filho e precisava convencê-lo sobre a verdade dos fatos:

— Desculpe-me se fui muito incisivo na minha colocação. Mas posso provar a você que sou seu pai. Conheci a sua mãe Lorena em uma de minhas missões ao planeta Terra há 23 anos quando tentava salvar um amigo meu chamado Silion.

Lágrimas escorreram dos olhos do capitão.

— Ele era um grande amigo meu! Já havíamos realizado algumas missões na Terra e em outros planetas, mas por uma fatalidade do destino, sua vida deixou seu corpo. Por outro lado, eu conheci Lorena; foi uma situação arrebatadora e nunca mais encontrei uma mulher como ela. Por isso, penso nela todos os dias de minha vida. Do namoro que tive com a sua mãe nasceu você.

— E só agora você me diz isso? Só pode estar me zoando. E as provas? Onde estão?

— Seus linfócitos N são o resultado da miscigenação de nossos genes. Houve uma recombinação entre o futuro e o passado. Olhe o bracelete. Eu o perdi quando conheci sua mãe. Por essa razão que só contei isso agora para você. Porque tenho certeza!

— Eu... — Nícolas ficou sem palavras diante de tamanha revelação.

O capitão não contou ao garoto as circunstâncias da morte do marido de Lorena. Sabia que o jovem jamais entenderia. Viu na mente do rapaz que ele sabia apenas o que a sua mãe havia lhe contado: que o pai havia desaparecido quando um dia foi trabalhar na base do exército. E Merko almejava conquistar a amizade do filho. Para ele, que nunca tivera uma esposa ou filhos, aquele era um momento único em sua vida; a oportunidade de dividir os restos de seus dias com alguém que amasse de verdade. Mas ele era apaixonado por uma mulher que não sabia que ele existia e quando Merko a encontrasse, precisaria de uma boa explicação se revelasse a situação do passado que o levou a conhecê-la.

Por isso, ele decidiu que voltaria à Terra e se aproximaria dela como uma pessoa com um semblante diferente daquele de quando a conheceu. Não poderia magoá-la jamais e, ele sabia que sentia um amor de intensidade maior, porque assim como a sede com a escassez de água, o amor dentro dele aumentou com a ausência de Lorena. Depois de pensar em como seria seu encontro com a mãe de Nícolas, ele continuou:

— Isso também explica a telecinese. Vi, pessoalmente, quando você usou seu poder na minha nave. Deixe-me levá-lo a um lugar no planeta Vida, onde poderei mostrar uma coisa muito interessante.

Merko segurou o bracelete de Nícolas com a mão esquerda e com a direita sincronizou as coordenadas de teletransporte com o dele.

— Pode apertar o botão do seu bracelete, filho. Posso chamá-lo assim?

— Não sei se devo ir com você. Não acredito no que você está me dizendo. Meu pai está morto! Não tenho pai... — disse, indignado, sem conseguir absorver completamente todas aquelas informações.

— Por favor, Nícolas. Me dê uma chance de provar que falo a verdade.

— Tudo bem, mas acho que algum parafuso se soltou dentro da sua cabeça para você pensar que pode ser meu pai.

— Aperte o botão do seu bracelete — Merko disse, desta vez mais sério já que estava chateado com a atitude do garoto.

Mesmo fazendo aquilo com descaso, o jovem pressionou o botão de teletransporte. Em seguida, pai e filho chegaram a um lugar montanhoso distante da capital. Nícolas olhou ao redor e realmente não existiam pessoas. Havia apenas uma floresta com poucas árvores e plantas. Merko andou em direção a uma subida, próxima à montanha.

O garoto ficou preocupado e não sabia o que esperar daquele ser que lhe parecia enigmático, cuja reputação e ações passadas não o tornavam confiável. O capitão então levantou suas mãos, levemente, apontando para o céu e puxou a energia cósmica, direcionando-a para o alto da montanha.

Nícolas ficou admirado observando um raio de cor azul lançado por seu pai, que explodiu uma parte do cume do monte com mais de um metro de diâmetro com tremenda força. Ao ver o poder de Merko, o garoto pôde sentir que tudo o que falavam a respeito do capitão era verdade.

— Você entendeu o que é a energia telecinética e por que você a possui? Nós podemos controlar a energia cósmica, mover objetos e controlar os campos gravitacionais em torno deles. Vou ensinar você a usar essa força e dominá-la — disse, se aproximando de Nícolas. — Eu poderia dar um abraço em você, filho? De pai...

O garoto deu um passo para trás, em um gesto defensivo.

— Isso pode ser verdade. Você pode ser meu pai devido às evidências, mas não significa que devo abraçá-lo. Não me sinto confortável! Talvez um dia quem sabe...

— Posso esperar todo o tempo do mundo, se assim o quiser. Me sinto feliz em conhecê-lo e saber que você se tornou um bom homem. Gostaria muito de ter ajudado a sua mãe na sua criação e espero um dia poder fazer algo que compense a minha falta e meus erros durante todo esse tempo.

Merko, assumindo-se pai, sentiu uma emoção nova, um sentimento de ter feito algo de bom na vida. Nícolas, embora ainda um pouco cético, sentia-se protegido perto daquela figura forte.

— Eu gostaria de ver sua mãe novamente. Nunca senti algo tão especial por uma pessoa como foi com ela. Embora ela não tenha me conhecido como eu gostaria, queria ficar mais tempo ao lado de Lorena e recuperar tudo o que perdi longe dela.

— Ela vive com minha irmã. Mas sei que não se interessará por você, principalmente depois de tantos anos. E você é um alienígena...! — Respondeu Nícolas contrariado.

— Isso nós veremos. Você sabe que posso me transformar no humano que eu quiser. Quanto a ser alienígena, eu sou, na verdade, um homem do futuro e, quanto a você, também é um híbrido de uma humana do passado com um ser evoluído, ou seja, você também é metade alienígena. Me parece que ganhei um filho ciumento...

— Acho tudo isso muito estranho e difícil de digerir. Preciso de um tempo.

O capitão esticou a mão para cumprimentá-lo, já que Nícolas recusara seu abraço. Ambos os cumprimentos dos humanos da Terra haviam sido ensinados a ele por Tíbor e agora ele tentava ganhar afinidade com o filho. Ficou ali parado com a mão em riste enquanto o jovem olhava para ele meio desconfiado, até que finalmente resolveu devolver o cumprimento. Ambos apertaram as suas mãos e Merko sorriu satisfeito ao se despedir.

A viagem de Nícolas de volta ao seu planeta se aproximava. Os preparativos começaram a ser feitos quando o capitão comunicou ao jovem sua decisão de escoltá-lo pessoalmente à Terra. Merko pediu uma audiência com o rei Zador para pedir a autorização para viajar com eles. O rei o recebeu na sala do trono:

— O que deseja, comandante Merko?

— Vossa Majestade, fico feliz em vê-lo com um semblante melhor agora que a princesa está bem. Desejo saúde e paz à família real.

— Obrigado, capitão! Mas continue...

— Vossa Majestade, eu gostaria de pedir permissão para escoltar o garoto ao seu planeta. A doutora Zara também vai conosco. Sei que ela sabe pilotar uma nave, mas sou muito mais experiente e já visitei o sistema solar do planeta Terra na Via Láctea algumas vezes. A viagem pode ser perigosa para os menos experimentados.

— Sem dúvida, Capitão, que tem a minha permissão. Você já fez muito pelo planeta Vida e não tenho o direito de recusar um pedido seu. Deve ter suas razões para viajar até a Terra e sei que é um homem prudente.

— Agradeço muito por isso, Vossa Majestade.

O capitão saiu da sala sorridente, com o coração cheio de esperança de encontrar a mulher que tocara fundo a sua alma, tão profundamente, que ele não foi capaz de esquecê-la, nem com a distância das galáxias, nem com a lonjura do passado; pretendia conquistá-la e ser feliz ao seu lado.

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