Destino Travesso | Daryl Dixon

heloxRodrigues tarafından

581K 51K 13.2K

O estado da Geórgia se vê de ponta cabeça após uma epidemia jamais vista se espalhar rapidamente. Com os mort... Daha Fazla

NOTAS INICIAS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capitulo 17
Capítulo 18
Capitulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42.1
Capítulo 42.2
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 47.2
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81

Capítulo 63

5.3K 425 415
heloxRodrigues tarafından

Lia Grimes P.O.V

Já fazia quase cinco minutos que a mulher de cabelos castanhos claros que se apresentou como Deanna, me encarava enquanto eu examinava a espaçosa sala comum da casa da mesma.

- Está tudo bem se eu filmar? - Sua voz saiu confiante, simpática, e apenas concordei com a cabeça, olhando pela janela a rua daquele "conto de fadas". - Por que não se senta? - Eu não respondi.

O silêncio se instalou na clara sala novamente e meus olhos pararam na espaçosa estante de livros. Há alguns anos, aquilo teria sido meu paraíso.

- Gosta de ler, senhorita? - Ela procurava saber meu nome, eu me virei para a mesma.

- Lia. Lia Grimes. E já gostei. - Um sorriso adentrou seu rosto, o que me fez franzir o cenho.

- A filha do líder. Deve ser um cargo difícil.

Nós nos encaramos. Deanna aparentava ter uns 50 e poucos anos, parecia vivida no mundo antigamente, mas com a tolice de deixar estranhos entrarem armados em seu território, só me mostrava que aquele grupo era fraco. Talvez não fraco, mas despreparados para o que sempre acontecia.

- Seu pai parece ter passado por muita coisa. Passou tanto quanto ele? - Ela voltou a perguntar e um sorriso de lado apareceu no meu rosto.

- Algumas cabeças rolaram. - Nossos olhos se encontraram e dei de ombros, voltando a olhar a estante, reconhecendo uns clássicos. - Acontece.

Ela sorriu ao se ajeitar na cadeira e debruçar os cotovelos sobre os joelhos.

- Seu humor será algo memorável por aqui.

Quem dera se eu estivesse apenas brincando.

- Porque olha assim para as coisas aqui? - Ela chamou minha atenção, sua voz saindo quase como se estivesse incomoda. - Com tanto desdém?

Me encostando na janela, eu a encarei.

- Eu deveria olhar de outro jeito? - Ela juntou as sobrancelhas com minha pergunta. - Sabe Deanna, perdemos muitas pessoas até chegarmos aqui. Muitas mesmo.

- Sim. Eu entendo. - Disse, me fazendo sorrir.

- Não. Acho que não. - Ela abaixou a cabeça, e passei o dedo pela estante pouco empoeirada, enquanto andava para o outro lado da sala. - Vocês sempre estiveram aqui? Atrás de grandes muros?

- Meu marido, Reg, é professor de arquitetura. Ele e os homens dessa comunidade subiram o muro quando tudo começou. Achamos esse lugar e estavam construindo um shopping a alguns quilômetros daqui, então, não tinha como não dar errado. Tínhamos uma comunidade, quando mais pessoas foram aparecendo.

Eu ri, fazendo a mesma me encarar.

- Sabe, isso me faz pensar que ou vocês são abençoados por algum tipo de Deus, se isso existir mesmo, ou tem muita sorte. Mas você já é vivida, deve saber que a sorte não funciona assim. - Ela me encarou, engolindo em seco enquanto eu me apoiava sobre as mãos na mesa de centro em nossa frente. - Então se quer saber por que olho com tanto desdém, é porque não acredito. Ainda não.

E por algum motivo, seus olhos se iluminaram.

[...]

Depois de mais algumas perguntas sobre o passado, eu finalmente pude sair daquela sufocante conversa. Por um instante, eu estava me sentindo em uma entrevista de emprego.

Quando quase metade do grupo já havia sido interrogada, Deanna junto com uma moça mais gordinha e de óculos, começaram a recolher as armas.

- As armas continuam sendo suas. Podem pegá-las sempre que saírem daqui. Mas aqui dentro, ficam guardadas com segurança.

Daryl e eu, entregamos apenas as pistolas que carregávamos, recebendo um olhar de Deanna, mas, ignoramos ao observar Carol tirar o rifle que carregava nas costas de forma desajeitada, como se não tivesse acostumada com aquilo. Nós nos encaramos.

A mulher de óculos cochichou algo sobre ter que trazer outra caixa, mas não demos muita atenção, logo que Deanna chamou Daryl para sua sala e Aaron, Rick, Carl e eu para uma caminhada na comunidade.

Aaron nos guiou pelas ruas ensolaradas daquele quase condomínio, até chegarmos à frente de duas casas enormes, que fizeram Carl e eu arregalamos os olhos um para o outro quando Aaron contou que nosso grupo teria as duas ao nosso dispor.

Enquanto Rick e Carl adentraram a primeira casa, eu continuava parada na frente das duas, tentando me convencer de que aquilo era real. Aaron parado ao meu lado, chamou minha atenção ao pôr a mão em meu ombro.

- Deanna pediu para que todos nós respeitassem seus espaços, mas se precisar de qualquer coisa, me avise. Eu não... Não temos telefones... Quer dizer... - Não contive um sorriso, e ele respirou fundo ao dizer. - Moro a quatro casas para baixo.

Dando um risada, eu concordei.

- Obrigado, Aaron.

E me deixando planta ali sozinha, tive que tomar a coragem de entrar em um lugar que já tinha me preparado para nunca mais entrar e morar; Uma casa normal.

A porta já estava aberta, já que Carl e meu pai já estavam lá dentro, mas ao pisar na madeira do chão e a mesma ranger, sussurrei para mim mesma um "É real".

Na sala iluminada por bastantes janelas, os móveis modernos faziam a decoração. Havia cobertores em cima da mesa de jantar, e com um pensamento involuntário, pensei que para o tamanho da nossa família, precisávamos de quase quatro mesas daquela. Na cozinha, a geladeira estava gelada, no fogão havia fogo, e na pia, água corrente. E então o grito animado de Carl no andar de cima, me fez sorrir.

- Eles têm água quente!

E novamente, de forma involuntária, eu me peguei acreditando naquilo tudo.

Com Carl e Rick em uma casa, aproveitei para ir até a outra oferecida por Aaron e me limpar. Quando a água quente do chuveiro tocou meu corpo imundo e meu cabelo embaraçado, senti como se estivesse nascendo de novo. Pondo as mãos na parede, deixei que a água escorresse por minhas costas, pernas, até os pés, sentindo o alívio de estar limpa depois de tanto tempo.

Fazia muito tempo que eu realmente não me olhava. Ao sair do chuveiro enrolada na toalha, percebi o quão diferente eu estava desde que tudo começou ao me olhar no grande espelho. Meu cabelo que sempre fora comprido, estava mais ralo nas pontas ressecadas, as maçãs do meu rosto não eram mais tão cheias como antes e principalmente, o meu olhar estava mudado. Era como se eu não dormisse a meses, mesmo sabendo que não estava sozinha e podia descansar. Como se nunca tivesse fim.

Ao escutar passos no andar de baixo, coloquei rapidamente a mesma roupa que havia chego, já que não tive tempo e coragem de pedir algo limpo a Deanna, principalmente depois daquela conversa toda. Com os passos se aproximando, abrindo a porta rapidamente dando de cara com Daryl subindo a escada, que tomou um susto.

- Minha nossa, você quase me matou de susto. - Falei, fechando a porta atrás de mim, com uma mão no peito.

- Não sabia que você estava aqui. - A voz do caipira soou rouca, ao me olhar de cima a baixo. Eu pigarreei chamando sua atenção para o meu rosto, o que fez suas as bochechas quase corarem.

- Algum problema, Daryl? - Perguntei cínica, não contendo um sorriso ao cruzar os braços.

- Fazia tempo que eu não a via, sabe, igual gente. - Implicou, esfregando os lábios, tentando não sorrir.

Revirando os olhos, o mandei ir a merda ao passar pelo mesmo. Perto da porta de entrada, antes de sair, eu gritei.

- Você devia tentar fazer o mesmo. Está precisando.

Escutando seus passos descendo apressados na escada de madeira, me atentei em abrir a porta e sair o mais rápido dali. Ao sair da casa, caminhando até onde o grupo se encontrava na casa do lado, não consegui conter uma risada.

Por um segundo, senti como se tudo estivesse ficando bem entre nós de novo. Como antigamente. Antes de literalmente, o nosso "tudo", que eu ainda tentava esquecer.

Na casa ao lado, Rosita e Abraham conversavam com Tara e Glenn na entrada da mesma e me cumprimentaram com um sorriso e comentários engraçados sobre finalmente estarmos limpos, bom, pelo menos a metade do grupo.

Abrindo a porta da casa, Rick chamou atenção nos fazendo virar para ele e por um momento, achei que estivesse vendo meu pai na época em que me adotou. Sem barba e com o cabelo cortado, Rick parecia bem mais novo e menos, acho que "selvagem".

- Quem é você e o que fez com meu pai? - Perguntei, fazendo graça.

- Engraçadinha. - Debochou, fazendo a pose de sempre ao pôr as mãos na cintura. - Onde está Daryl?

- Na casa ao lado. Acho que não o avisaram que já havíamos visto a casa. - Nós nos encaramos por um tempo, então eu disse o que precisava. - Olha pai, sei que deram as duas casas, uma do lado da outra mas...

Ele não me deixou terminar.

- Tiraram nossas armas e nos dividiram. - Eu concordei. - Vamos passar a noite na mesma casa. Por precaução.

Com um aceno de cabeça, eu concordei, entrando na casa.

[...]

Ao anoitecer, todo o nosso grupo já estava reunido na casa, que embora fosse grande, parecia apertada demais para um família tão grande quanto a nossa.

A maioria do grupo já estava limpo, se não fosse por Daryl, Abraham, Sasha e alguns outros. Alguns já estavam se arrumando na sala, pondo colchas no chão e se entretendo com livros ou conversas baixas.

No canto da sala, Aaron havia providenciado um berço para Judith, e Daryl e eu esperávamos quase que ansiosos, vendo Rick terminar de ninar a pequena e a pôr no mesmo. Carl, Noah e Beth se divertiam jogando algum jogo de cartas desconhecido por mim, enquanto Michonne dizia alegremente o quão feliz estava por poder escovar os dentes de forma decente depois de tanto tempo, tirando uma risada do grupo. Aquilo ainda parecia fantasioso demais para mim. Perfeito demais.

De repente, batidas na porta deixou o grupo todo em alerta, nos fazendo levantar. Rick com calma, caminhou até a porta e abriu devagar, revelando Deanna com um casaco grosso, nos encarando surpresa, mas especificamente para o rosto de Rick.

- Uau. Não sabia o que tinha debaixo da barba. - Vendo que meu pai rolava os olhos, ela continuou a falar. - Não queria interromper. Só passei para ver como estavam se acomodando.

Um silêncio se instalou no momento em que a mesma encarou todo o grupo presente na sala e sorriu ao dizer.

- Puxa vida. Ficaram juntos. Inteligente.

- Não falaram que não podia. - Meu pai disse sério, fazendo a pequena mulher virar para ele.

- Você falou que são uma família. É incrível como pessoas de formações completamente diferentes e nada comum podem virar uma família. Não concorda?

Ignorando a pergunta, meu pai mudou de assunto.

- Todos falaram que você deu serviços.

Concordando, ela explicou que fazia parte da comunidade. Você trabalhava e ajudava todos que precisarem na comunidade, em troca de um lugar seguro para morar. Como Deanna disse "Os comunistas acabaram vencendo".

- Você ainda não me deu um. - Ele contou, sem entender.

- Dei sim. Só que não contei ainda. Assim como a Michonne. - Ela se virou para o grupo. - Já estou achando algo para Sasha. Ainda não entendi sua filha, Lia, e nem o Sr. Dixon, mas vou decifrá-los.

Com o comentário da mesma, Daryl e eu nos olhamos.

Deanna disse algo mais sobre a aparência de meu pai e se despediu do grupo ao descer os degraus da varanda.

Com o tempo, a madrugada chegou fazendo com que o grupo finalmente deitasse para descansar. Com o tanto de janelas que havia naquela sala bem iluminada, era impossível deixar o ambiente escuro mesmo com todas as luzes apagadas, já que a luz da lua entrava pelas janelas.

Carl dormia ao lado de meu pai um pouco mais a frente, já que Daryl e eu decidimos dormir próximos ao berço de Judith, mas o plano de dormir não havia dado certo. Nem para ele, muito menos para mim.

- Sem sono? - A voz do Dixon soou baixa ao meu lado e me virei para ele, que estava sentado em uma das cadeiras da mesa da sala. Eu concordei, puxando mais a coberta para o meu corpo.

- Parece que a qualquer momento vamos ser atacados. - Confessei baixo, tentando não acordar os outros.

Aquilo era verdade. No fundo, a falta de sono que eu estava sentindo, era o medo de algo dar errado. A cada ruído que as janelas faziam com o vento, um barulho qualquer do lado de fora, me fazia ficar alerta por minutos, até entender que ainda estava tudo bem. A falta de confiança era um saco, mas eu sabia que eu precisava tentar. Por Carl e Judith.

- É, sinto o mesmo. - Ele disse sério, roendo o dedo.

- Acha que podemos confiar? - A pergunta saiu séria, baixa, e eu não conseguia não o olhar nos olhos. A opinião do mesmo contava muito mais do que eu imaginava.

Nós nos encaramos por um tempo e senti como se a sala estivesse ficando pequena para nós dois. Como se estivéssemos perto demais, mesmo nem saindo do lugar. Ele suspirou, parecendo sentir o mesmo.

- O que você acha?

- Eu não sei. Mas preciso tentar, por eles. - Falei, olhando para Carl e Judith.

Seguindo meu olhar, ele acenou com a cabeça ao se levantar e caminhar até onde sua cama improvisada estava montada e deitar na mesma, ainda me olhando.

- Então podemos tentar. Por eles.

Deixando escapar um sorriso, eu repeti.

- Por eles. Boa noite, Daryl.

- Boa noite, Lia.

E aquilo foi a última coisa que ouvi naquela noite, embora eu tenha quase certeza, que Daryl havia me chamado Lyra, ao se despedir de mim.

[...]

Dois dias depois...

Sair daquela casa e explorar o lugar como o resto do grupo não estava sendo tão fácil para mim e sem um trabalho como a maioria do grupo, só dificultava as coisas. Daryl e eu ainda não acreditávamos que aquilo estava inteiramente nas nossas mãos, de forma tão fácil, mas estávamos tentando não estragar as coisas, nos comportando.

Deanna havia dado trabalho para a maioria do grupo, como Abraham ajudaria na equipe de construção, Glenn, Tara e Noah na busca de suprimentos junto com um dos filhos de Deanna, que eu ainda não havia conhecido. Carol e Beth ajudariam na cozinha, embora eu não acredite muito que Carol esteja conseguindo mentir tão bem na sua pose de "Boa senhora". Gabriel continuaria na sua vida de padre e Carl entraria para pequena escola ali, o que havia me surpreendido. Já, Rick, Michonne, Sasha, Daryl e eu, ainda não sabíamos o que o "destino" nos esperava.

Carl e meu pai já haviam se enturmado com algumas famílias por conta de Judith, principalmente com uma loira chamada Jessy. A mesma tinha cortado o cabelo de Rick e tinha dois filhos, um da idade de Carl chamado Ron e um mais novinho, devia ter uns oito anos, chamado Sam. A mulher era casada com Peter, um homem alto, também loiro, que se nomeava o médico da comunidade, já que era o único com experiência ali.

Eu sabia que ficar enfiada dentro daquela casa o dia inteiro não mudaria o fato de achar que aquilo estava errado, então decidi procurar algo para fazer do lado de fora, mesmo contra minha vontade. Antes de sair, procurei por Carl na casa, encontrando o mesmo no quarto no andar de cima, deitado na cama.

- Oi, pirralho. - Falei, anunciando minha chegada antes de realmente entrar no quarto. - Como foi na casa do Ron?

Ignorando minha pergunta, ele olhou para o teto.

- Sente o mesmo que eu sobre esse lugar? - Eu franzi o cenho. - Sobre ser errado, ser tão...

- Normal. - Respondi por ele, recebendo um aceno de cabeça. - Sabe, Carl. Você é o único que eu não julgaria por gostar rápido daqui. Esse lugar. - Falei, apontando ao redor ao me sentar na cama. - Esse lugar deveria ser o seu normal.

- Eu gosto daqui, Lia. Gostei das pessoas. Mas elas são fracas e eu não quero que a gente amoleça. - Nós nos encaramos e senti um aperto no coração ao entender o porquê Carl também pensava assim.

- Você sabe que o grupo não amoleceria. Pelo menos, não a metade de nós. Passamos por muito, Carl. - Ele abaixou o olhar, mexendo nos dedos e segurei seu pulso ao dizer. - Não gosto daqui. Talvez nunca goste, mas estou disposta a tentar por você. Vamos fazer o que for preciso para ficarmos seguros novamente.

- Eu sei, e eu amo você. - Ele disse baixo, sorrindo e fiz o mesmo, ao me levantar.

- Também amo você, pirralho. Vou dar uma volta, grite se precisar de algo. - Com um aceno do mesmo, eu saí fechando a porta atrás de mim e suspirando ao descer as escadas.

Era estranho perceber o quanto Carl havia amadurecido. O garoto que eu costumava chamar de pirralho, estava começando a passar pela adolescência e pela primeira vez, talvez tivesse uma vida normal desde que o mundo desandou. Aquilo, de alguma forma, me dava um pouco mais de esperança para tentar ficar nesse lugar.

Do lado de fora da casa, Daryl e Carol conversavam sobre algo de forma descontraída e voltaram suas atenções para mim, quando me viram saindo da casa. Carol vestia uma roupa diferente, quase como uma dona de casa com três netos, com uma blusa florida e um casaco de botão azul. Eu não contive a risada.

- Viu, até Lia não se segurou. - Daryl falou entre uma risada nasal, enquanto mexia em sua besta, ganhando um tapa de Carol.

- Você está ridícula. - Avisei, passando por Daryl ao descer os degraus da varanda e parar ao lado da mesma. - Onde arrumou isso? No armário de alguma senhora da comunidade?

Rolando os olhos pelo meu comentário, Carol apontou para Daryl ao falar.

- Aproveite que você acordou crítica hoje e diga ao Daryl o quanto ele precisa de um banho. Está podre.

Eu levantei os braços em forma de rendição.

- Eu até tentei, mas quase ganhei uma flecha bem aqui. - Falei ao apontar o dedo para o meio da testa. - E talvez o Sr. Dixon, como Deanna o chama, não sinta o próprio cheiro.

- Talvez, as duas chatas devessem parar de cuidar da minha vida e arrumar algo melhor para fazer. Carol, não disse que precisava preparar o almoço de alguns idosos? - Daryl debochou e não consegui conter uma risada, quando a mesma se virou bruscamente e quase gritou ao sair andando.

- Vou dar um banho de mangueira em você se não estiver limpo até hoje a noite, e esse colete na lavanderia esperando para ser lavado. Estou avisando.

Quando a mulher já estava longe o suficiente, Daryl murmurou algo como "Tudo bem, mãe", me tirando um sorriso.

- Você não costumava reclamar. - Ele murmurou, puxando algo na besta e vi o mesmo me olhar de soslaio, enquanto eu franzia o cenho, sem entender. Ele continuou, contendo um sorriso. - Do meu cheiro.

Não sabendo como reagir, eu engasguei com a própria saliva, fazendo Daryl rir.

- Relaxa, Grimes. É só brincadeira.

Tentando voltar a minha compostura, eu respondi.

- Eu sei. E fique sabendo que eu não reclamava em respeito. - Menti descaradamente, porque por algum motivo, Daryl nunca deixou de ser extremamente atraente para mim, com cheiro de morto ou não no corpo.

- Sei. - Resmungou, dando um sorriso. E quase suspirei em resposta.

- Se manca, Daryl... - Eu estava sorrindo, mas o mesmo sumiu no mesmo momento em que escutamos o falatório no portão.

Nos olhando rápido, Daryl levantou com a besta já nos ombros e corremos para a entrada da comunidade. No portão, Glenn, Tara, Noah discutiam com o cabeludo que havia aberto os portões no dia que chegamos e mais um cara alto, de cabelos pretos que eu ainda não conhecia, mas julguei ser um dos filhos de Deanna que trabalharia com Glenn e os outros. Dary e eu ainda estávamos longe o suficiente para não conseguir escutar o que nosso coreano falava para o homem, mas quando Deanna chegou gritando por Aiden e o mesmo tentou socar Glenn, chegamos perto em segundos.

O coreano por outro lado, soube se defender ao desviar do soco e acertar o homem que descobri se chamar Aiden, bem no rosto. Deanna gritou, assim como a multidão que se formava em volta deles. Vendo que Nicholas, o cabeludo do portão, ia para cima de Glenn, Daryl correu para cima do mesmo o derrubando e fiz o mesmo ao encarar Aiden que se levantava bufando ao encarar Glenn.

- Quer cair de bunda de novo? - Perguntei baixo, o encarando enquanto minha mão parava em seu peito, o afastando. Seu olhar passou de Glenn para mim e percebi que Rick tentava tirar Daryl de cima de Nicholas. Eu só não sabia a quanto tempo meu pai estava aqui.

Quando o mesmo conseguiu afastar Dixon do pescoço do cabeludo, todos ficaram se encarando, acho que esperando um passo em falso para caírem na porrada novamente, mas Deanna se adiantou ao começar o seu sermão.

- Quero que todos me escutem. Rick e seu pessoal são parte desta comunidade de todas as formas, como iguais. Entendido? - Ela estava gritando, mas passava um confiança da qual eu não sabia que a mesma possuía. Deanna podia ser inexperiente, mas sabia liderar.

Aiden se mexeu, tentando parecer calmo com a situação. Ele me encarou, e soltei o mesmo.

- Entendido. - Ele sorriu debochado e rolei os olhos.

- Todos vocês, entreguem as armas. Depois, vocês dois vêm falar comigo. - A pequena mulher disse séria, virando-se para o filho e Nicholas, que apenas assentiram ao começarem a sair.

Deanna encarou o resto de nosso grupo, Rick, Glenn, Daryl, Maggie e Michonne que eu nem havia reparado que estavam ali e então seus olhos passaram por mim e voltaram ao meu pai, de novo.

- Falei que tinha serviço para vocês. Quero que seja nosso condestável. É o que você era. É o que você é. - Todos nós a encaramos, mas Rick com certeza era o mais abismado. A mulher se virou para Michonne ao completar. - Você também. Aceitam?

Demorou alguns segundos para os dois processarem a informação, mas com olhares de todos atentos, eles não demoraram a aceitar. Daryl, por outro lado, pareceu ficar mais revoltado ainda ao se virar resmungando em tom de incredulidade.

- Daryl? - Eu o chamei, enquanto Deanna agradecia aos dois. Mas o Dixon apenas me ignorou, continuando a andar em passos largos e firmes, como sempre fazia.

- E obrigado a você também, Glenn. - Ele a olhou sem entender, fazendo Maggie e eu trocarmos um olhar desconfiado. - Por dar uma porrada nele.

Não contendo um sorriso, cruzei os braços e o cutuquei com o cotovelo ao dizer.

- É, foi um belo soco.

Ignorando meu comentário, Glenn saiu sem olhar para trás e recebi um olhar sério de Maggie que foi atrás do mesmo.

- Eu disse algo de errado? - Perguntei séria, tirando um sorriso de Deanna, Rick e Michonne.

[...]

Ao anoitecer, todos nos juntamos na casa novamente. Daryl parecia ter voltado a me evitar, já que passou a tarde toda longe o bastante de mim.

Abraham e Glenn conversavam ao meu lado sobre o acontecimento mais cedo, mas minha atenção estava totalmente voltada para Daryl que simplesmente saiu da casa com um cigarro na mão. Assim que o mesmo bateu a porta, o ruivo e o coreano se viraram para mim.

- O que foi? - Perguntei franzindo o cenho, sem entender os olhares.

- Não vai atrás dele? - Abraham perguntou sério e quase bufei quando respondi.

- E porque eu iria? Devo ser a última pessoa que ele queira ver agora.

- Nem você mesma acredita nisso, Lia. - Glenn falou, olhando para a porta. - Talvez você seja a única que ele consiga se abrir agora.

Olhando meus próprios pés, eu ponderei a questão. Eu não tinha muito o que perder ao ir atrás do Dixon, mas sentia que estava me humilhando demais por alguém que talvez só quisesse ficar afastado. Mas eu também sabia que Glenn e Abraham estavam certos, aquilo tudo já havia passado dos limites. Eu não precisava me afastar do caipira só porque transamos uma vez e acabei me apaixonando por ele. Eu podia conter o ciúme, tentar descartar o sentimento, mas queria a amizade do Dixon ao meu lado. Não precisava ser difícil.

Suspirando e sem olhar para trás, eu caminhei até a porta e torcendo para ter coragem de arrumar tudo aquilo, eu abri a porta, dando de cara com Daryl encostado na varanda, com o final de um cigarro em mãos. Nossos olhos se encontraram e o mesmo desviou, olhando para seus pés.

Daryl estava limpo. Com a ameaça de Carol, o mesmo foi forçado a tomar um banho e colocar roupas novas. Com a blusa de botão preta e sem o seu colete, Daryl parecia menos selvagem, mas nada era capaz de tirar o ar de durão que o mesmo passava. Não era surpresa que metade da comunidade ainda olhava torto para o mesmo.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei, caminhando até o seu lado, quando tomei coragem. Com um resmungo de "não" do mesmo, eu rolei os olhos. - Não sei porque você ainda age como se eu não soubesse quando você está mentindo.

Ignorando meu comentário, ele não me olhou ao dizer.

- Seu pai voltou a ser policial agora? - O tom nada feliz do mesmo deixava claro o que Daryl sentia com aquilo tudo. Eu suspirei.

- Isso irritou você, não é? - Ele não respondeu. - Olha Daryl, sei que é difícil confiar nessas pessoas, tá legal? Eu não confio. Mas eu estou tentando. Pelas crianças, e porque acho que todos nós merecemos um lugar seguro. Sei o quão ruim é sentir que não se encaixa, mas temos que tentar.

Ele me encarou enquanto eu falava, acho que notando a sinceridade em minha voz. Eu queria ter continuado. Falar o porquê eu havia me afastado e como fui infantil por isso e queria entender o porquê ele fez o mesmo. Queria poder finalmente falar da noite que passamos juntos ou simplesmente saber se eu deveria a esquecer ou não, afinal, talvez Daryl e Beth realmente tenham tido algo. Mas fomos interrompidos, quando meu pai abriu a porta, chamando nossa atenção.

Rick vestia o seu novo uniforme e foi quase impossível conter um sorriso, ao lembrar do mesmo no passado, mas meu sorriso sumiu quando olhei para a cara fechada de Daryl, olhando para meu pai.

- Estamos de acordo? - Foi a única pergunta que meu pai fez a Daryl.

O caipira, dando a última tragada no cigarro, me olhou antes de se virar para meu pai novamente e concordar.

- Voltou a ser policial? - Daryl perguntou e desviei os olhos, sabendo que aquilo de alguma forma, era uma alfinetada.

Enquanto meu pai concordava, Carol apareceu saindo da casa, e nós quatro nos olhamos.

- Então, vamos ficar? - Ela perguntou, fazendo uma parte de mim gritar um grande "não", enquanto outra, bem lá no fundo, queria ter esse conforto para sempre.

- Acho que podemos começar a dormir em nossas casas. - A resposta com certeza significava um sim.

- Se ficarmos à vontade aqui vamos baixar a guarda e este lugar vai nos enfraquecer. - Daryl me olhou com o comentário de Carol, mas ignorei ao responder.

- Carl me disse o mesmo hoje.

- Mas não vai ser assim. Nós não vamos enfraquecer. Não somos mais assim. - Rick disse sério, ao olhar para as ruas. - Vamos fazer dar certo. Se eles não conseguirem, vamos tomar este lugar.

Daryl, Carol e eu trocamos um olhar cúmplice, sabendo que a partir dali tudo podia se transformar da água para o vinho, ou para o sangue.

[...]

Quando entramos, todos pareciam esperar que fossemos falar algo e quando Rick contou que ficaríamos e que no dia seguinte, todos já podiam procurar algumas casas para se estabelecer, tive a impressão que não via metade do grupo sorrir a muito tempo.

Em uma espécie de comemoração, Beth deu a ideia de fazer um jantar, como antigamente. Gostando da ideia, Carol e Maggie ficaram de ajudar Beth a cozinhar tudo.

Enquanto o jantar era preparado, Carl e Noah conversavam sobre gibis, enquanto o resto do grupo conversava animadamente. Encostada na janela, eu olhava para todo o grupo, feliz. Finalmente algo poderia começar a dar certo em nossas vidas de novo.

- Lia? Podemos conversar? - A voz do caipira ao meu lado chamou minha atenção, me fazendo encarar o mesmo ao concordar. - A sós.

Sentindo um frio percorrer meu corpo, eu concordei novamente, seguindo o mesmo enquanto ele caminhava para o andar de cima. Nas escadas, vi Abraham me olhar confuso, mas desviei do seu olhar, voltando a seguir Daryl. No segundo andar da casa, Daryl me esperava em frente a porta de um dos quartos e acenou com a cabeça para que eu entrasse, e quando fiz o que ele queria, ele entrou também, fechando a porta atrás de si.

- Tá legal, estou toda a ouvidos. - Cruzei os braços ao encarar.

O caipira na minha frente, parecia nervoso, mas tomou coragem quando perguntou.

- Pode tentar me explicar o que aconteceu? Sabe, entre a gente.

Por um segundo, eu paralisei. Não sabia exatamente do que Daryl falava, se era sobre a noite na prisão, ou que estava rolando, depois de Beth e ele.

- Acho que você já sabe. - Falei baixo, desviando de seu olhar sério.

- Não, Lia. Eu não sei. - Ele suspirou, a voz saindo rouca, como sempre saia quando ele estava nervoso. - Você simplesmente se afastou depois de Atlanta, Lia. Não falava comigo. Não, na verdade não falava com ninguém. Se não fosse Abraham.

O final da sua fala sobre Abraham, me fez ficar com raiva. Daryl claramente estava insinuando algo, quando na verdade, a única pessoa ali que deveria ter motivos para isso, seria eu. Rolei os olhos, ao deixar a raiva sair.

- Acho que a única pessoa que deveria insinuar algo aqui sou eu, Daryl. - Seu olhar se suavizou, talvez percebendo que o que tinha falado não estava certo, mas eu não liguei quando ele tentou falar. - Não, agora você vai ouvir. Quer saber por que eu me afastei? Porque toda vez que olhava para você e Beth juntos, conversando, eu lembrava da porra da cena de Atlanta. O beijo, as mãos dadas. Aquilo me doeu tanto, Daryl...

- Por que? - Sua voz saiu mais baixa, o olhar confuso. Eu sacudi a cabeça.

- Acho que ainda estou tentando entender.

- Lia, a Beth estava comigo quando tudo aconteceu e... - Eu passei as mãos no rosto, o cortando.

- Sim, eu sei. E você não faz ideia de como eu queria que fosse eu no lugar dela. - Ele se aproximou, mas eu estiquei as mãos, o pedindo para esperar. Sem nem perceber, eu chorava. - Eu procurei por você, Daryl. Talvez eu tenha demorado um pouco, porque encontrei outros nossos, mas eu procurei. Quando soube da noite "ótima" de bebedeira que você teve com Beth, eu me senti tão, tão idiota. Por que eu sou tão egoísta, tão ruim, que eu só queria que tivesse sido eu nesses momentos. Pois, enquanto vocês se divertiam, eu não parava de pensar em você. De lembrar de você, daquela noite...

- Acha que eu não procurei por você? - Daryl disse sério, o tom de voz aumentando. Talvez eu tenha passado dos limites, então eu segurei as lágrimas. - Que eu não pensei em você? Por que está errada se pensou nisso. Eu lembrava de você a cada droga de segundo, lembrava da sua voz, do seu cheiro, do seu gosto. Eu pensava em você a porra do tempo todo, Lia.

Aquilo me travou. Eu senti o peito arder.

- Não sei se acredito.

- Pois deveria. - Ele se virou de costas, pondo as mãos na parede. - Mas eu entendo. É difícil acreditar em algo quando se vê coisas diferentes.

- Já é a segunda vez que você insinua algo. Me diz logo o que quer saber, Daryl. - Eu encarei suas costas, querendo que o mesmo virasse para mim. E foi o que ele fez, ao me perguntar, os olhos mais sérios do que eu jamais tinha visto.

- Você e Abraham? - Eu não precisava escutar mais.

Passando as mãos pelo meu cabelo, minha voz saiu mais alta do que deveria.

- Ora, Daryl. Acho que Abraham já deixou bem claro com quem ele fode à noite. Somos amigos, porra. - Nós nos encaramos, e por segundos, eu voltei a sentir a vontade de agarrar o mesmo, bem ali. Mas mantive o foco. - E acho que eu deveria fazer essa pergunta.

- Quer saber se eu tive algo com Beth? Ou melhor, se estive fodendo com ela em algum momento? - Vi o mesmo dar um sorriso desacreditado, quando balancei a cabeça concordando. - Achei que naquela noite eu tivesse deixado bem claro que você é a única que eu pretendo foder.

De repente, o quarto pareceu pequeno demais para nós dois. A raiva que eu sentia do caipira idiota na minha frente evaporou e senti a respiração falhar ao ver seu peito subir e descer rapido naquela camisa preta em seu corpo. Eu suspirei.

- Então, não. Somos apenas amigos. - Ele disse baixo, se aproximando de mim.

- Não sabia que você andava de mãos dadas com suas amigas. - Minha voz saiu quase em um sussurro, com o coração batendo rápido no peito com o mesmo se aproximando. Devagar, enquanto ele se aproximava, eu caminhava para trás, até que encostei na cômoda, ficando presa.

Perto o bastante de mim, Daryl me circulou com as mãos na cômoda atrás de mim, me fazendo encarar seus olhos azuis, vidrados no meu. Eu podia sentir seu hálito de hortelã tocando meu rosto, o cheiro de sabonete exalando de seu corpo, como na última vez que ficamos tão próximos. Como uma virgem, eu senti meu ventre pulsar.

- Eu também não sabia que dava apelidos para outros caras. - Sua voz rouca tocou meu ouvido, me fazendo arrepiar. E acho que o mesmo percebeu, já que afastou meu cabelo de meu pescoço, ao voltar a falar. - Como senti saudades de te ver assim.

Com a voz falhando, falei, tentando me controlar de não tocar em seus cabelos.

- É difícil continuar discutindo, com você tão próximo assim.

Ele se afastou de meu pescoço, fazendo nossos olhos se encontrarem, e acho que ele nunca foi tão sincero comigo, quando disse.

- Você queria que eu tentasse. E vou tentar, mas só vou conseguir com você do meu lado. Como antigamente. - Acho que a minha surpresa ficou evidente, quando o mesmo pegou meu rosto com as mãos e disse. - Eu não quero mais ninguém que não seja você, Lia. Não importa quem for. Vai ser sempre você. Sempre foi você.

Então seus lábios tocaram os meus e não consegui me conter ao puxar o mesmo para mais perto de mim. Nossas línguas se encontraram, uma das suas mão apertava forte minha cintura enquanto a outra acariciava meu rosto. Foi um beijo calmo, um beijo de saudade, e eu não queria parar, mas o ar nos faltou e quando finalmente nos separamos, colamos nossas testas.

- Você não faz ideia da saudade que eu estava disso. - Sua voz saiu rouca e ofegante, e não consegui conter um sorriso.

- Por favor, não fuja mais de mim. - Pedi baixo, fechando os olhos e senti quando seus lábios tocaram minha testa.

- Só saio do seu lado quando você pedir agora. Eu prometo. - Sorrindo para o mesmo, eu o puxei para mais um beijo.

E finalmente, aquele lugar, Alexandria, podia virar minha casa. Com todos ali e Daryl comigo, eu estava completa. Como antigamente.

Ainda no meio do beijo, o clima esquentou. Daryl me pegou no colo, me colocando em cima da cômoda, me fazendo derrubar um porta retrato vazio no chão. Acho que com o barulho alguém bateu na porta, me fazendo separar de Daryl para responder.

- Aconteceu alguma coisa? - Escutei a voz de Maggie atrás da porta e tive certeza que a mesma estava sorrindo. Daryl e eu nos olhamos.

- Só estamos conversando. - Gritei de volta, recebendo um beijo de Daryl em meu pescoço que me fez arrepiar.

- Sei. O jantar está pronto. Estamos esperando vocês. - Escutei a mesma rir ao falar com alguém ao seu lado, que imaginei ser Glenn.

Quando escutei os passos da mesma descendo, eu me virei para Daryl.

- Precisamos ir.

Ele resmungou um não ao me puxar para ele de novo, o que me fez rir e dei um tapa em seu ombro pelo porta retrato derrubado.

- Agora todos sabem. - Ele franziu o cenho, tirando o rosto do meu pescoço para me encarar.

- Algum problema com isso? - Roubando mais um beijo do mesmo, eu me desvinculei de seu abraço e o puxei até a porta.

- Não, é claro que não. Achei que você fosse ver. - Confessei, com a mão na maçaneta.

- E se perguntarem algo? - Ele me encarou.

- Bom, estamos nos resolvendo. - Falei simples, tirando um sorriso do mesmo.

- É, é um bom título. - Com um último beijo, nós saímos do quarto.

Quando descemos a escada, normalmente, parecia que éramos celebridades de Hollywood. Todos nos encaravam com sorrisos no rosto, se não fosse meu pai, que ainda tentava esconder. Tentando acabar com aquele momento constrangedor, eu falei.

- O jantar está pronto?

- Servido, apenas esperando vocês. - Carol disse com um sorriso no rosto, e Daryl e eu nos olhamos ao terminar de descer os degraus.

Quando nos sentamos na mesa, aos poucos as conversas voltaram, se não fosse pelo olhar de meu pai em mim quase que o tempo inteiro. Mas eu não conseguia parar de sorrir, finalmente estava tudo como eu queria que estivesse.

OIE MEU POVO!! Demorei mas apareci. Mil desculpas pelo atraso do capítulo, tive um problema com o computador e só consegui postar hoje.

Finalmente Daryl e Lia se resolveram. Prometo que a partir de agora o romance anda, rsrsrsr. Espero que tenham gostado. Pretendo postar o próximo capítulo antes do dia 25, mas vou avisando vocês. Obrigado por todos os votos e comentários de sempre, eu amo vocês. Um beijo da autora Helo, até o próximo capítulo!! <3

Okumaya devam et

Bunları da Beğeneceksin

45K 2.1K 15
O livro gira em torno da vida de Anna Karoline Benson, uma garota que acaba de descobrir que é uma semideusa (meia humana, meia deusa). O pai dela é...
281K 24.2K 68
ǫᴜᴀɴᴅᴏ ᴏ ɪɴғᴇʀɴᴏ ᴇsᴛɪᴠᴇʀ ᴄʜᴇɪᴏ, ᴏs ᴍᴏʀᴛᴏs ᴄᴀᴍɪɴʜᴀʀᴀ̃ᴏ sᴏʙʀᴇ ᴀ ᴛᴇʀʀᴀ! ... Daryl Dixon já tinha perdido tudo que considerava bom em sua vida. Com o apo...
1.3M 79.2K 78
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...
541K 16.6K 28
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...