Capítulo 64

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Daryl Dixon P.O.V

Acho que eu nunca havia sido tão sincero com Lia como tinha sido ontem e sinceramente, eu não me arrependia nem um pouco.

Depois do jantar em comemoração a nossa estadia nesse lugar, no qual eu ainda não aprovava nem um pouco, Rick e Carol passaram um tempo me encarando após os dois conversarem a sós.

Eu sabia que Rick havia percebido. Sabia também que havia a possibilidade do mesmo não aprovar e acabar estragando nossa amizade e principalmente o que finalmente Lia e eu estávamos próximos de tentar começar, mas eu tentava não pensar tanto nisso.

Lia, por outro lado, parecia não estar nem um pouco preocupada. Sorridente, como sempre amei vê-la, ela conversava com Tara e Abraham animadamente. Sobre o ruivo, acho que depois de saber que os dois não tiveram absolutamente nada, o que é que eu sentisse em relação a ele, diminuiu. Não quer dizer que eu ainda não fique incomodado, mas acho que posso aguentar.

Até o final daquela noite e todos dormirem, Lia e eu não paramos de trocar olhares. Eu a queria em meus braços, de novo. Quase que precisava. Sentia meu corpo quente ao lembrar de minhas mãos em sua cintura, pondo a mesma em cima da cômoda, sentindo seus dedos me apertando. Eu estava louco por aquela mulher. Como eu sabia, bem lá no fundo, que estava assim desde a fazenda.

De manhã, a maioria do grupo saiu em direção a casa de Deanna e Aaron para conversar sobre arrumar casas novas, enquanto Lia, Rick, Carol e eu, decidimos que precisávamos arrumar um jeito de não ficar completamente desarmados dentro daquele lugar.

Estávamos conversando na cozinha, Rick e eu sentados na cadeira do balcão da cozinha, enquanto Carol lavava alguns pratos da noite anterior e Lia a ajudava secando os mesmo, sentada em cima da bancada ao lado da pia.

- Eu concordo que não podemos ficar sem armas aqui e tudo mais, mas como vamos fazer para pegá-las? Olivia anota tudo que entra e sai daquele depósito, não tem como passar despercebido sem acharem que fomos um de nós. Quero dizer, olhe para nós. É claro que somos os estranhos daqui. - Carol disse séria, de costas para nós.

- Sim, seria estranho se um de nós três pegássemos as armas. - Lia disse com a voz despreocupada e nos viramos para ela, que olhava para Carol com um sorriso no rosto. - Mas quem desconfiaria de uma senhora simpática que só quer aprender a defender e ajudar sua nova família?

- Lia tem razão. - Rick concordou, levantando e ouvi Lia murmurar um "é claro que eu tenho", que me fez segurar um sorriso e revirar os olhos para a mesma. - Você vem fazendo papel de senhorinha indefesa desde que chegamos. Não há como desconfiarem.

Terminando de lavar o último copo, Carol se virou para nós com um pano de prato entre os dedos.

- Tudo bem. Eu vou pegar a droga da arma.

Eu estava prestes a perguntar como faríamos isso, quando escutamos passos perto da janela da cozinha. Em menos de um segundo, Lia já havia pulado da bancada para a janela com uma faca na mão. Ficamos em silêncio enquanto Lia olhava para os lados, à procura de alguém. Depois de um suspiro, a mesma se virou, negando com a cabeça.

- Acho que não devíamos falar disso aqui. - Falei sério enquanto todos nos encarávamos.

[...]

Depois do ocorrido na cozinha, decidimos não falar sobre o plano dentro de Alexandria. Lia deu a ideia de sairmos com Carol em uma espécie de "aula de tiro", para conseguirmos bolar melhor o plano.

Como planejado, Lia havia ficado na comunidade já que parecia que a mesma estava sendo seguida e monitorada por Deanna o tempo inteiro. De alguma forma, metade daqueles moradores achavam que Lia e eu daríamos uma flechada na cabeça de todos eles em qualquer momento. O que de fato, poderia acontecer se necessário.

Destino Travesso | Daryl DixonWhere stories live. Discover now