O capítulo anterior dispensa uma conversa franca depois de ler. Algumas mulheres são impulsivas, tanto no mundo atual como no passado. Tayla não saiu diferente e usou a impulsividade a seu favor. Eu não sei se realmente valerá a pena no fim das contas, mas a vida é assim. Temos escolhas a fazer ao longo da vida e quando nos encontramos nessa encruzilhada nunca sabemos o que haverá no caminho escolhido. É isso... boa leitura.
Ahh... não esquece de sinalizar se está gostando desse conto. Eu não deveria, mas estou amando escrevê-lo. 🥰🙈🙉🙊
— Tem certeza que quer correr esse risco, Tayla? Você sabe que ele tem mulheres todas as noites, se quiser.
— Eu preciso arriscar, preciso saber o que eu não tenho que outras têm e só assim eu terei respostas, Aisha.
— Então se arrisque, mas eu não vou me envolver dessa vez, esquece. Eu não tenho a mínima intenção de viver do outro lado.
— Nem como minha aia?
— Ahh... Tayla, adoraria ser sua aia.
— Para isso, eu preciso dormir com ele...
— Que merda, garota. O que você tem em mente?
Quatro dias depois pude colocar meu plano em ação, quando Jamile, candidata a favorita, foi escolhida para dormir com o sultão. A escolha não poderia ser mais perfeita, Jamile é medrosa, não gosta de servir o sultão, apesar de ser a candidata mais experiente da ala.
Quando me ofereci para ajudá-la a se arrumar, ninguém questionou. Escolhi a roupa da noite, um vestido negro cheio de pedrarias douradas e a convenci a usar a burca, inventando que o sultão escolhe as mulheres mais atiradas para serem as suas favoritas e que a burca seria algo recatado na visão dele.
Antes de ajudá-la a se preparar em meu quarto, vou até o banheiro e também me preparo, afinal Jamile dormirá com os anjos a noite toda. Quando ela está pronta e as outras apreciam seu traje e saem do quarto, Aisha entra sorrateiramente.
— Você tem certeza que ela não lembrará de nada? — Aisha cochicha no meu ouvido.
— Tenho certeza, você só terá que fazê-la gozar, mas acho que não terá nenhum problema com isso.
— Cretina...
— Agora vamos brindar a noite, Jamile. — Entrego uma taça a ela que toma o vinho de uma só vez. Está nervosa e isso me ajuda.
Quando a supervisora chega, Jamile está deitada em minha cama e eu estou lindamente escondida dentro das suas vestes.
— Boa sorte, sua louca. — Beijo minha amiga e vou em busca dos meus sonhos.
Enquanto me encaminho para o quarto dos prazeres, como é conhecido o espaço, tento não pensar o que ele é capaz de fazer comigo com apenas um comando. Eu estou desafiando o poder de um homem muito poderoso e posso não passar viva de hoje. Também corro o risco de ser rejeitada e acho que isso ainda é muito pior do que morrer violentamente. Eu tenho medo, muito medo, mas tenho uma força que me impulsiona a seguir por esse caminho e talvez eu não tenha a consciência da realidade que a vida estabeleceu para mim.
Quando a supervisora me empurra para dentro, encontro um ambiente na penumbra e agradeço aos céus que ele me deixe seduzi-lo antes de ser pega em flagrante. Uma música sensual toca no quarto e eu o vejo sentado na cama.
Viro de costas para ele e com o coração acelerado danço sensualmente, girando e aproximando lentamente, tentando envolvê-lo na magia da sedução. A cada giro e balançada de cintura vejo seus olhos faiscarem e vou desfazendo o laço da roupa, ficando na sua frente no exato momento que o vestido escorrega no chão.
Seus olhos me comem e ao encontrar os meus olhos ainda escondidos com a burca, tenho medo do que vejo. Suas mãos desfazem o amarrado da burca e ela é retirada com força.
— Tayla... — Sou corajosa.
— Só quero uma noite sua, apenas uma noite Said, eu não posso viver sem conhecer o amor. — Ele praticamente me joga na cama e segura meus braços em cima da cabeça.
— O que você fez com a Jamile?
— Ela está dormindo em meu lugar, amanhã não lembrará de nada, agora eu... eu terei lembranças para levar para o túmulo se isso acontecer.
— Sim, com certeza você levará algumas lembranças. — Ele morde e suga meus mamilos túrgidos pelo seu toque. Sua boca é quente e eu sinto meu corpo queimar a cada lambida sua. o sultão está descontrolado, mas eu entendo que passei dos limites.
— Mantenha as mãos longe de mim, infeliz. — Eu odeio o jeito que ele fala comigo, mas mantenho a posição inicial quando ele solta minhas mãos e abre as minhas pernas, me chupando intimamente outra vez, só que dessa vez ele tem urgência ou raiva, não sei definir. Deve estar me punindo por tê-lo desafiado e não me deixa gozar, tirando a boca na hora certa. Emudeço quando vejo-o tirando a roupa e ficando nu na minha frente porque eu nunca vi um homem assim, sem barreira nenhuma. O sultão é tão viril quando eu imaginei, seu pênis parece maior do que o dia que eu o tive na boca, e sua pele brilha intensamente.
— Esse foi um ato sem volta, Tayla. Não pense que será um conto de fadas. — Ele abre minhas pernas e vai se encaixando em mim. Sinto-me nas nuvens até ele encontrar uma resistência, nessa hora ele tampa a minha boca e rompe essa resistência de uma só vez, ficando estático depois. Se ele não tivesse fechado a minha boca, eu teria gritado bem alto e instintivamente isso fez com que as lágrimas escorressem em minha face. Ele volta a se movimentar outra vez e a cada investida vai mais fundo e cada vez mais fundo.
A dor vai sendo substituída por prazer, um prazer de sentir o meu homem finalmente me possuindo. O sultão não para de me foder e isso vai gerando algo indescritível dentro de mim. Ele pinga de suor, agarrado em minha cintura enquanto o meu corpo se desfaz em sensações desconhecidas e eu sinto seu momento chegar, jorrando um líquido quente dentro de mim.
Finalmente, eu sou a mulher do sultão.
Ele sai de dentro de mim e eu vejo a mancha de sangue nos lençóis.
— Satisfeita com a sua armação, Tayla? Não é assim que eu gosto de comer uma virgem. — Ele me choca e eu levanto da cama me sentindo ultrajada, nem sei bem porquê. Nem nessa hora consigo ficar com a boca fechada.
— Eu estou satisfeita, Said, porque posso dizer que conheci o verdadeiro sultão. Para mim, você não precisou fingir ser um homem educado, que na verdade não é. — Vejo em seu rosto que eu o peguei de surpresa.
— Eu nunca preciso fingir, porque vocês não têm mesmo muita saída. Com relação a primeira vez, eu sei que é dolorido e aprecio tirar a virgindade com delicadeza, isso me dá prazer. Agora você, limpe-se e vá para seu quarto. Eu vou pensar no que fazer com sua desobediência. — Ouvir o sultão falar assim de mim, doí na alma, em meus sonhos eu nunca imaginei que seria dessa maneira. É, eu também nunca sonhei ter que mentir e enganar para ter uma noite com ele, achei que assim que ele me olhasse se apaixonaria por mim.
Olho o sultão colocando o roupão e mesmo sabendo que não devo, me aproximo mais uma vez dele.
— Eu sei que você me odeia depois dessa noite, senhor. Eu só preciso sentir seus lábios, para saber que tudo foi real. — Ele me fuzila com o olhar e me puxa de encontro a ele, explorando minha boca quando meus lábios se abrem. Tem ódio, mas tem algo que eu nunca vou esquecer nesse beijo. É uma entrega de duas pessoas que sentem uma conexão legítima e não fingiram prazer na cama. Ele se afasta de mim.
— É real, Tayla. — Mostra os lençóis sujos de sangue e sai do quarto.
Não me deixo abalar, me lavo no banheiro, visto minha roupa e arrumo meu véu. Dobro o lençol sujo e escondo embaixo do vestido, assim não deixo nenhum vestígio da minha mentira.
Só quando estou deitada em minha cama e com tudo que baguncei já arrumado e reestabelecido, me permito chorar sem nenhuma ressalva.
Tudo foi bom e ruim na mesma proporção. Só espero que Said seja condescendente comigo.