Nativa - ShortFic

By princesstrikru

31.3K 2.7K 2.9K

Uma pequena estória sobre o encontro de Lauren, voluntária de uma ONG, e Camila Aram, Índigena não civilizada. More

Notas Iniciais
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5

Capítulo 3

4.6K 459 385
By princesstrikru


Me mexi dentro da rede, praguejando mentalmente os barulhos do lado de fora, não deve ser nem 9h da manhã ainda, não sendo suficiente as vozes altas, ainda tem um barulho infernal de pássaros, eu sou uma boa apreciadora das belezas naturais, desde que não atrapalhe meu sagrado sono, a contragosto abri os olhos, soltei um grito ao ver um rosto próximo ao meu, e é Camila, ela tapou minha boca para conter meu grito. 

— Se você gritar vão achar que estou matando você. - Falou calma. — Levanta.

— Por que levantar?

— Porque você dorme muito e eu estou há muito tempo te esperando acordar. 

— Você estava me vendo dormir? - Ela apenas assentiu. — E o que você quer comigo?

Ela sorriu mordendo o lábio inferior. 

Tá bom que eu suspeitava que aquela Camila quietinha não era a real, mas a verdadeira Camila tinha que ser justo uma provocadora? Com sorriso sexy e olhar intenso? E que tem 17 anos! O último pensamento me fez pular da rede, ela não parece disposta a esquecer suas vontades, então preciso lutar pra afastá-la até ir embora.

— Os outros gostaram de ser fotografados, se arrumaram todos e estão te esperando pra novas fotos na luz do dia.

Sorri.

— Verdade?

— Verdade. - Se afastou. — Espero você lá fora.

Apenas assenti.

Com as garrafas de água ali dentro eu lavei o rosto e escovei os dentes. Como Camila tinha dito, eles se prepararam para serem fotografados, o que me fez sorrir ainda mais. Camila ficou observando de longe enquanto eu fazia as fotos, ela está debaixo de uma tenda, mexendo em algumas tigelas, vez ou outra eu olho pra ela, apenas pra ver se parou de me olhar, mas isso não acontece, ela está com alguns adereços e pintura no corpo, me pergunto como o critério se inverteu em minha mente, porque ela sem roupas é o normal pra mim, mas quando ela está pintada e com adereços eu acho mais sexy do que sem eles, faz sentido? Balancei a cabeça e voltei minha atenção para a câmera, devido há anos atuando na ONG me tornei muito boa em mímicas, então a comunicação não verbal ali estava fluindo bem. Quando todos se deram por satisfeito com suas fotos, eu soltei a câmera, deixando ela pendurada pela alça em meu pescoço e fui até Camila, tem outras mulheres ali perto dela, o que me fez sentir segura para aproximar. 

— É agora que vai deixar eu tirar uma foto sua? - Ela balançou a cabeça em negação. — Só uma.

— Vai me dar um beijo? - Me engasguei com o vento por ela ter dito aquilo ali, na frente de todos. — Elas não entendem. - Explicou. 

— Camila, pare com isso, eu não vou beijar você, porque tem apenas 17 anos.

— É só por esse motivo?

— Não, mas esse é o maior deles.

— Então…

Ela se calou, o que me fez olhar pra trás pra saber o motivo, o cacique está se aproximando. Me encostei na madeira atrás de mim com medo de cair no chão. 

— Tudo bem? - Perguntei sorrindo. 

— Você quem me diz, recebi algumas queixas de pessoas sentindo dores, e o corpo quente.

— Não se preocupe, reações causadas pela vacina, logo passa e estarão todos bem.

Assim espero.

Eu não estou olhando pra Camila, mas pela visão periférica eu vi ela sentando sobre a mesa e olhando em nossa direção, não um olhar normal, meu ar agora sai com mais dificuldade, ela só pode ser louca, Anzu pode muito bem notar esse olhar de cobiça que está no rosto da filha. O homem à minha frente continua falando sobre as vacinas, com uma ameaça velada, mas nem aquilo está tendo mais minha atenção do que Camila, ela está balançando os pés e com um pequeno sorriso, o pajé também se aproximou, e eu agradeci mentalmente, porque Anzu se virou pra ele e eu pude virar pra Camila, ela está com uma mão mexendo no lábio inferior, ela puxa ele de uma forma inquieta e fodidamente sexy, ela piscou um olho e meu coração errou uma batida, meu medo é demonstrar meu nervosismo, olhei para Anzu e tentei prestar atenção no homem, o que não durou muito tempo, fui fisgada por Camila que não para de me olhar nenhum instante, agora ela está mordendo a pontinha do dedo polegar enquanto sorri, fiquei olhando para o seu rosto, até que notei que estava inconscientemente flertando com ela através de olhares, retomei minha postura e me assustei quando ela desceu da mesa e se aproximou da gente, ela falou algo em sua língua nativa com Anzu, ele olhou pra mim, depois pra ela e assentiu, ela comemorou com um pulinho, beijou o rosto dele e me puxou pra longe.

— Hey, devagar, onde vamos?

— Pro rio.

— Acho melhor não, o cacique pode não…

— Pedi a Anzu pra mostrar nossas belezas pra você, ele deixou, ele faz tudo que eu quero.

— Então você é a filhinha do papai? Isso é de fato estimulante, me vejo com uma lança atravessada em meu corpo.

— Nós só vamos tomar banho, você não tomou banho hoje.

Fiz uma careta.

— Virou fiscal de banho agora?

— Sim, gostou?

Neguei com a cabeça. 

— Engraçada.

Ela só parou de me puxar quando chegamos ao mesmo rio de ontem, eu fiquei parada enquanto ela se livra dos adereços do seu corpo olhando pra mim.

— Tira sua roupa. - Mandou. 

— Vai você primeiro… eu… eu vou fotografar o local.

Observei Camila entrar na água, como ontem ela fez o gesto de permissão pra entrar, desviei o olhar e liguei a câmera, talvez se eu ficar aqui fora tempo suficiente, ela sai da água e eu posso entrar sozinha, ela não parece disposta a aceitar minha recusa, então melhor manter distância. O lugar é muito bonito, na verdade toda beleza natural que não tem a intervenção do homem é bonita. 

Me distrai tirando as fotos, os únicos ruídos são dos pássaros, a folhagem das árvores dançando e Camila nadando, se tivesse disponível no meu Spotify com certeza ficaria no meu repeat, é relaxante em níveis extremos. Ouvi Camila saindo da água, mas não olhei, eu sei que ela está vindo até mim, seus passos sobre as pedras e os cascalhos provam isso, tive vontade de virar, mas não o fiz, fingi estar concentrada na câmera. 

— Deixa eu ver as fotos. - Falou parando atrás de mim, mas não foi um simples pedido, primeiro porque ela sussurrou bem perto do meu ouvido, segundo porque ela encostou o corpo ao meu, e sentir sua pele molhada e despida contra a minha, me fez se arrepiar do início da coluna até a nuca. — Posso?

— Cla-claro. - Virei um pouco a cabeça pra olhar pra ela, no mesmo instante ela olhou pra minha boca e passou a ponta da língua nos seus lábios. — Veja. - Falei chamando sua atenção. 

Ela balançou um pouco a cabeça e desceu o olhar pra câmera em minhas mãos, ela se encostou mais ao meu corpo e colocou as mãos em minha cintura, em um falso apoio para inclinar os pés já que sou um pouco mais alta que ela, mas não precisava me tocar, ela poderia apenas ter saído de trás de mim.

— Gostei, ficou boa. - Encostou a boca em meu ombro. — Passa pra próxima. 

Passei, minhas pernas estão mais moles que pudim, o que diabos essa menina tem? Nem a namorada que quase me casei me causou sensações assim com toques tão superficiais. 

— Não acha que ficaria mais bonito se eu tivesse aí? - Perguntou 

— Acho. - Assenti. — Mas você não deixa eu te fotografar. 

Olhei pra ela e ela olhou pra mim, a boca ainda na pele do meu ombro, os olhos dissimulados, assim como os da famosa Capitu… Não, não, não, como os de Capitu não, melhores, Capitu invejaria o poder de atração dos olhos de Camila, se os olhos de Capitu foram dados pelo diabo, os de Camila foram dados por algum Deus cruel, que quis nos abençoar e amaldiçoar de uma só vez, com uma mistura perigosa de indecência e inocência, e Camila cumpre bem os dois papéis, ela é aquilo que foi feita pra ser.

— Como você quer que eu não tenha vontade de te beijar se você sempre me olha desse jeito? - A voz dela me tirou dos meus devaneios. 

Pisquei os olhos e me afastei, quase tropecei em uma pedra, o que fez Camila erguer uma sobrancelha e sorrir.

Inferno.

Distante eu fiquei olhando pra ela, eu deveria falar alguma coisa, mas não sei o quê.

— Engoliu a língua? - Brincou e se aproximou de novo, dessa vez parando na minha frente. — Você está me ouvindo falar, Lauren? - Senti uns 10 tipos de euforia ao ouvir ela pronunciar meu nome. — Abre essa boca, deixa eu ver. - Colocou a mão em meus lábios e tentou abrir minha boca.

— Para com isso. - Falei rindo e virei a cabeça para o lado.

— Eu estava preocupada, você nunca fica tanto tempo calada. - Tirou a câmera do meu pescoço e colocou no chão.

— Você que fala coisas que exigem muito da minha capacidade cognitiva então demoro pra montar uma resposta, entende?

— Não entendo. - Colocou a mão na barra da minha blusa e subiu, no automático ergui as mãos pra ela tirar a peça. — Cari sujo, quer fugir mesmo do banho? - Desceu a mão até os botões da minha calça e sem parar de me olhar começou a abrir.

— Eu estava esperando você terminar.

— O rio é pequeno pra nós duas? - Se agachou puxando minha calça, e o que mata é que ela n ã o para de me olhar.

— Eu gosto de espaço. 

Ela riu e ficou de pé novamente, as mãos subiram deslizando por minhas pernas.

— Iandê tá é com medo de Camila morder. - Pegou minha mão e me puxou em direção ao rio. — Camila só morde se pedir.

E Deus me leva se eu pedir?

Assim que entramos na água ela pulou em minhas costas, sim, ela fez isso.

— Camila! O que está fazendo?

— Estou cansada de nadar. - Passou os braços ao redor do meu pescoço. — Me leva pra debaixo da cachoeira. 

Pensei em contestar, mas com a forma que ela grudou em minhas costas duvido muito que eu consiga tirá-la dali contra sua vontade. 

— Você não era assim folgada. - Resmunguei. 

— Camila estava conhecendo iandê primeiro, não tinha confiança ainda.

— Então agora confia em mim?

— Confio. - Afastou meu cabelo para o lado e cheirou meu pescoço. — Camila gosta do seu cheiro. 

— Você pode ficar com o mesmo cheiro se passar meu perfume. 

— Melhor sentir aqui. - Passou o nariz em meu pescoço.

Tentei ser mais rápida em chegar na cachoeira pra me livrar dela.

— Chegamos, desça. 

— Não. 

— Camila!

Ela apoiou as mãos em meus ombros, e em uma verdadeira acrobacia ela veio para a frente do meu corpo, com as pernas ainda enlaçadas em minha cintura. 

— Beija Camila. - Pediu com os dedos brincando com os fios de cabelo da minha nuca.

— Eu já disse que não posso fazer isso, não é bem visto uma mulher de 29 anos com uma garota de 17 na minha sociedade.

— Por quê?

— Porque você ainda é muito nova, não tem tanto entendimento… digamos que… da vida, precisa amadurecer mais, entende?

— Camila também é uma mulher e entende da vida.

— Aqui na sua tribo talvez. 

— Nós não estamos na sua sociedade, estamos na minha, e aqui não importa que tenho 17 e você mais. - Passou as mãos para a frente do meu rosto. — E então?

— Ainda assim eu acho melhor não.

— Você não me acha mais bonita? Você disse que eu era bonita aquele dia.

— Acho! Não é isso, não entenda errado, eu só… - Soltei o ar dos pulmões. — Por que você é insistente?

Ela sorriu de lado e aproximou nossos rostos, passou o nariz no meu e deixou um selinho em meu queixo. 

— Porque você me olha e seu olhar me causa borboletas aqui dentro. - Apontou a barriga. — Te beijar deve ser bom igual.

Ela respondeu com tanta sinceridade que não consegui formular resposta, então apenas andei mais pra frente colocando nós duas embaixo da queda d'água, ela soltou uma risada contagiante e se abraçou ao meu pescoço.

— Me fala o que é jaci aisó. - Pedi em uma tentativa de puxar um assunto que não seja beijo. — Você me falou isso ontem. 

— Lua bonita. - Passou a mão no rosto pra tirar o excesso de água e depois fez o mesmo no meu.

— E por que disse isso? - Franzi o cenho.

— Porque você é branquinha como a lua, e bonita como ela.

Sorri.

— Então eu sou a lua e você o sol?

Ela parou pra pensar.

— Não quero virar uma estrela dos rios.

— Como assim?

— Você não ouviu os contos ontem ao redor da fogueira? Eu traduzi pra você. 

— Hã… - Senti meu rosto corar, como explicar que não prestei atenção porque a voz dela em meu ouvido estava me tirando as estruturas? — Não consegui prestar muita atenção. 

Ela estreitou os olhos.

— Então não vou falar, na próxima você escuta.

— Vai me deixar curiosa? 

— Vou. - Pulou para a água.

— Não é justo.

— Sabe o que não é justo? Você me negar um beijinho, um só, eu vou acabar roubando.

Me afundei na água e nadei pra longe dela, ela tentou se aproximar, então fugi de novo, o que nos fez rir, e repetir a fuga pelas próximas horas, o frio me fez ser a primeira a sair da água, me vesti vendo Camila ainda nadando, peguei a câmera e esperei ela olhar pra mim, quando ela fez isso eu apontei em sua direção, não disparei, fiquei esperando ela falar alguma coisa, mas ela não falou, então tirei uma foto dela me olhando com um pequeno sorriso, a água cobrindo dos seus seios para baixo.

— Tirou uma foto? - Perguntou.

— Tirei. - Baixei a câmera e olhei pra ela.

Camila saiu do rio, parou nas margens para tirar o excesso de água do cabelo e veio até mim.

— Deixa eu ver.

— Ficou perfeita. - Mostrei a câmera. — Olhe.

Ela se analisou na foto.

— Sabe o que isso significa? - Apontou a foto. — Você não tem mais opção, vai ter que me beijar, porque o combinado era trocar um beijo por uma foto, você inverteu a ordem, mas tudo bem por mim.

— Você fez esse combinado sozinha.

— Não importa. - Se afastou. — Quer tirar mais? Essas serão de graça. 

— Quero. - Aceitei prontamente. — Fica assim nessa mesma posição. - Ergui uma mão. — Estava me segurando pra não tirar. - Aproximei a máquina do rosto, enquadrei melhor Camila junto da paisagem e disparei.

Eu fui guiando ela nas poses, até que ela pegou o jeito e começou a fazê-lo sozinha.

— Uma aqui agora. - Falou indo até uma das rochas. 

Esperei ela se sentar e se ajeitar ali em cima, meu sorriso se desfez quando Camila voltou com seu olhar que me vira do avesso, seu olhar devorador, esperei que ela soltasse alguma piadinha, mas ela fez pior que isso, ela abriu bem as pernas, meu olhos desceram de imediato para o seu sexo, e ela notou pois ouvi sua risada baixa.

— Hã… - Meu corpo que estava frio esquentou. — Melhor não tirar uma foto assim.

— Por quê?

— É muito íntima. 

— Mas eu quero que você tire.

— Não ach…

— Tira logo, Lauren!

Assenti e fiz o que ela mandou, antes que eu baixasse a câmera ela mudou a posição, as pernas continuam abertas, mas agora ela desceu uma mão até lá, não consegui bater a foto, deixei a máquina cair de minhas mãos, a sorte foi a alça em meu pescoço. 

— Vem aqui. - Pediu. — E não diga não, só vem.

Um pouco vacilante meus pés se moveram, ela segurou minhas mãos e me encaixou entre suas pernas.

— Camila tem tudo que deseja.

— É?

Ela assentiu e me puxou mais pra frente para que pudesse aproximar o rosto do meu, ela ia me beijar, mas ergui a cabeça, o que a fez soltar uma risadinha nasal, mas ela não desistiu, sua língua percorreu a linha do meu maxilar, involuntariamente eu ergui mais a cabeça, facilitando o acesso ao meu pescoço, ela desceu a boca e na primeira chupada eu senti vontade de jogar tudo para o ar e beijar sua boca.

— Você gosta disso? - Perguntou e mordeu a pele do meu pescoço, mas bem devagar, me fazendo arrepiar. — Na verdade, você gosta disso aqui? 

Ela ainda segurava minhas mãos, então guiou uma delas até o meio de suas pernas, tentei recuar, mas ela segurou com mais firmeza e me fez deslizar os dedos em seu sexo, ela está molhada, da forma mais gostosa possível. 

— Responde. - Mordeu meu queixo e ainda com ele preso entre os dentes ela passou a língua. 

— Go-gosto.

— Fala pra Camila o que você gosta de fazer quando fica com uma mulher. - Me fez movimentar os dedos em seu sexo novamente. 

Balancei a cabeça tentando reorganizar as ideais, mas não adiantou, continuo perdida em toda energia sexual que Camila está emitindo. 

— Gosto de chupar. - Movimentei os dedos  sozinha agora, o que a fez sorrir. — E foder, foder bem forte e fundo.

— Foder? Mostra como é. - Deslizou o dedo em meu maxilar. — Camila deixa.

Desfiz o contato da minha mão do seu sexo, o que a fez gemer frustrada. 

— Esse seu objeto de desejo, no caso eu, dessa vez você não vai ter. - Sorri e com uma determinação surpreendente eu dei dois passos pra trás, sob o olhar de Camila eu levei meus dedos até minha boca e chupei, sentir o gosto dela quase me fez se aproximar de novo, mas fui mais forte. — Vamos voltar, eu estou cansada. 

✍🏻

e aí, estão gostando? só temos mais 2 capítulos

Continue Reading

You'll Also Like

153K 13K 35
A vida de Jennie Kim não é nada fácil, seus pais são divorciados, a mãe se casou novamente e deixou a filha para trás aos cuidados do pai que é alcoó...
303K 27.3K 55
Sem spoiler. plágio é crime⚠️
303K 20.5K 80
Nosso caos se transformou em calmaria. Plágio é crime!!
16.2K 1.7K 7
(CONCLUÍDA) Em Grand Ridge Grammar School a vida adolescente se segue normal como em todos os colégios de ensino médio. Camila sendo a patricinha de...