Só Agora Eu Sei ✓

By JBoreggio

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Duas almas, dois destinos separados pelo tempo e circunstâncias, mas o fio sempre volta a aproximá-los. Duas... More

0 | PRÓLOGO
1 | FIO VERMELHO
2 | UM ESTRANHO EM MINHA VIDA
3 | NUNCA DIGA NUNCA
4 | PEÇAS SE ENCAIXANDO
5 | VOCÊ SE SUPERESTIMA DEMAIS
6 | UM JOGO DE XADREZ
7 | ME DESCULPE
8 | ESCOLHAS E DECISÕES
9 | COMO ANTES...
10 | O LADO BELO DA FLOR
11 | O IMPOSSÍVEL POSSÍVEL
12 | EXAUSTÃO
13 | "MEU AMOR"
14 | SOU UM CASO PERDIDO
15 | DECEPÇÃO
17 | O MUNDO É, REALMENTE, PEQUENO
18 | VISITA
19 | UMA SÚBITA REFLEXÃO
20 | PERDIDAMENTE APAIXONADOS
21 | ABISMO
22│A CULPA
23│NÃO ESTAVA SÓ
24│ALGUÉM COMO ELA
25│UM OÁSIS PARA DOIS
26 | UMA ÚLTIMA VEZ
27 | SUA VOZ
28 | LÁGRIMAS SILENCIOSAS E PALAVRAS SUSSURRADAS
29 | ANSIEDADE
30 | PESADELO
31 | NEGAÇÃO
32 | SENTIMENTO DE PERDA
33 | COMO VOCÊ REALMENTE ESTÁ SE SENTINDO?
34 | ESTRAGO PERFEITO
35 | JUSTIÇA INJUSTA
36 | QUAL... QUAL É O SEU NOME!?
37 | A HISTÓRIA POR TRÁS DO NOME
38 | SOZINHA COM ELE
39 | INDEPENDENTEMENTE DO QUE ACONTECER
40 | EPÍLOGO
40.1 | "SONHOS"
40.2 | "SONHOS" NÃO. ENFIM, REALIDADE
ᴀɢʀᴀᴅᴇᴄɪᴍᴇɴᴛᴏs
ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ

16 | "AS COISAS NÃO PEDEM A NOSSA OPINIÃO"

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By JBoreggio

— Está com fome também. — Uma voz soa atrás dela.

Hanna assustada com a possibilidade de alguém vê-la naquele estado — mesmo que ela tenha vindo por conta própria para o colégio, seu estado emocional alterado era perceptível —, vira-se rapidamente em direção a voz, e, ao ver quem é, contrai as sobrancelhas.

— Peter...? — ela retira seu celular do bolso e confere as horas — Não é muito cedo pra você estar aqui?

Ele não a responde e anda em sua direção.

Só neste momento Hanna se toca que essa é mesma quadra onde estivera antes com Peter, e então percebe que, coincidentemente — ou não —, ele se senta no mesmo lugar que antes, assim como Hanna, que nem percebera a coincidência. Eles ficam a, apenas, uma cadeira de distância um do outro.

Hanna move a cabeça em direção ao garoto, ainda sem entender o que ele fazia ali, mas logo é surpreendida pela ação dele.

— Toma. — Diz ele com o braço estendido, oferecendo à Hanna um saco de batatinhas, a mesma que Hanna tinha o oferecido dias antes, e uma garrafa de água.

— Não vai me cobrar por isso, vai? — Ela pergunta cautelosamente, erguendo o braço hesitantemente para pegar as batatinhas e a água.

— Hanna, não sou um golpista como você. — Ele diz, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, ao virar-se para ela.

— Tem certeza...?

— Só pega logo.

Hanna, em questões de segundos, começa a devorar o saco de batatinhas, como se fosse água.

— Como se diz? — Peter pergunta com um sorriso irônico no rosto.

Embasbacada, Hanna, lentamente, vira seu corpo na direção do garoto.

Oi?

Ah, bobinha. Se esqueceu dos modos? — Peter fala com pura ironia.

Hanna suspira, fechando lentamente os olhos. Mas não com raiva. Parecia até que ela estava... grata? E então, suspirando, dita:

— Obrigada, Peter. De verdade. — Ela agradece ainda com os olhos fechados, sem malícia alguma no tom de voz.

Peter, por um curto momento, surpreende-se, ficando até em choque, mas logo sua expressão se suaviza e um pequeno sorriso surge em seus lábios.

— Por nada. — Ele responde, colocando sua destra sobre a cabeça da ruiva.

Hanna se sobressalta com a atitude, mas não faz questão de reverter a situação e retirar a mão de Peter de sua cabeça. Não faz isso porque necessita. Ela precisa disso. Então ela aproveita cada segundo da carícia, querendo que o momento parasse por só um segundo.

— Você... está bem? — Ele pergunta cauteloso, ainda com a mão sobre o couro cabeludo alaranjado.

Por um breve momento, Hanna pensou em mentir, dizendo que estava perfeitamente bem e que tudo o que aconteceu ontem não a afetou, mas decidiu não optar por esse caminho. Ela está exausta, mental e fisicamente. A ruiva não aguentava mais o peso de suas mentiras sobre as suas costas, que aumenta cada vez mais em que fala um "Estou bem" ou "Não foi nada".

Não havia motivos para mentir mais. Pelo menos, não para ele.

Ela suspira, e ainda de olhos fechados, responde-o:

— Eu não sei. — ela é sincera — Tanta coisa aconteceu que... — Sua voz se perde.

Peter fica em silêncio, instigando-a a continuar a falar, mas, ao perceber que a mesma não falaria mais nenhuma palavra, retirou a mão de sua cabeça e levantou.

— Vem. — Ficando de pé, apontou com a cabeça, colocando ambas as mãos nos bolsos da calça.

Hanna o obedece, pegando sua mochila e a colocando em suas costas. Não entende o que ele quer com aquilo, mas o segue sossegada.

Peter vai em direção à escada que dá para a quadra, no andar inferior. São necessários poucos degraus para que eles já cheguem no andar debaixo e poucos passos para estarem no centro da quadra.

— Fica aí! — Ele ordena, apontando para o centro da quadra.

Ela tenta protestar, mas antes que possível é interrompido pela palma destra de Peter erguida no ar. Com o gesto, a ruiva revira os olhos subitamente.

A quadra não é muito grande, já que a modalidade dela é o Basquete.

Ela retira a bolsa dos ombros e a encosta em uma das paredes, observando Peter que vai para o canto superior direito da quadra e retira uma bola de basquete de dentro de um cesto que havia ali.

— Vamos... jogar? — Hanna pergunta contraindo as sobrancelhas, colocando ambas as mãos nos quadris e virando a cabeça minimamente para o lado.

— Ponto meu — ele aponta para si —, eu pergunto, ponto seu — ele aponta para Hanna —, você pergunta.

Hã?

Antes que Hanna possa processar o que Peter disse, o mesmo já está se movendo freneticamente enquanto bate a bola no chão e em poucos segundos ele realiza uma cesta.

— O.... quê? — A ruiva pergunta desnorteada.

— Qual é, Hannazinha? Não sabe jogar? — ele a provoca — Sem querer me gabar, mas nos Estados Unidos eu era conhecido como o rei da quadra! — Ele se gaba.

Hanna, agora atenta, vira-se em direção a Peter, retirando as mãos do quadril.

— Então é assim?

Peter coloca a bola atrás de si, levantando o queixo e Hanna fica confusa.

— O que eu disse? Ponto meu, eu que faço a pergunta.

— Não sei se entendi.

— Tolinha. Eu fiz a cesta e marquei um ponto, logo eu tenho o direito de lhe fazer uma pergunta e você é obrigada a respondê-la com sinceridade.

Ele sorri vitorioso.

— Bom... — Peter joga a bola no chão e sua expressão, que antes era vitoriosa e divertida, se fecha, ficando sério, quase que inexpressivo— o que há com você e o seu pai?

Hanna engole a seco e vira-se de costas, olhando em direção às escadas.

— Nunca concordei com os termos... — Ela murmura, dando um curto passo.

— Vai guardar tudo para si? — ele pergunta e Hanna para — Eu vi sua expressão ontem à tarde, você não estava nada bem.

Hanna meticulosamente move a cabeça em direção a ele.

— Não é nada... — Mente, querendo fugir do assunto, mesmo que doa em seu coração.

— É muito fácil escapar de algumas perguntas com mentiras plausíveis, Hanna.

Ela se vira com a raiva trasbordando em seus grandes e belos olhos verdes.

— Eu não estou mentindo! — Hanna exclama.

— Ah, não? — ele ri irônico — Hanna, posso te conhecer há poucas semanas, mas sei identificar rapidamente se está mentindo ou não e posso ter certeza que está agora!

— Há! E como sabe, Sr. Sabichão!?

Hanna está com raiva de Peter. Ela está com raiva pelo fato dele estar certo. Ela não está bem. Aquilo que aconteceu não foi um simples nada, e sim, ela está acabada, mas se recusa a mostrar a ele, logo ele, seu lado fraco, frágil e estúpido.

Hanna acredita que, quanto mais mostrar seus sentimentos tão abertamente, mais as pessoas podem encontrar uma maneira de feri-la.

Ela não quer sofrer. Não mais do que já está.

Ela se mantém firme, apertando seus punhos, mas a sentença que Peter pronuncia a faz paralisar:

— Os olhos sempre dizem a verdade. Hanna — ele começa a andar lentamente —, você não está bem. Eu tenho certeza disso.

Ele continua a andar e Hanna não se move. Está paralisada. Milhares de pensamentos e memórias passam em sua mente. A cada momento que sente que vai desmoronar, ela aperta mais os punhos, cravando suas unhas na pele macia.

— Eu estou completamente bem! Não consegue ver? — Hesitantemente, ela mente.

Ela abre os braços, tentando mostrar uma boa imagem para Peter.

Hanna quer fugir. Quer correr para o mais longe possível. Aos poucos, sente que Peter está, cada vez mais, penetrando em seu interior fechado a sete chaves, algo que nem mesmo Aaron e Alyce haviam conseguido abrir.

— Eu estou bem, Peter, agradeço a sua preocupação, mas...

Antes que possa continuar, é interrompida pelo garoto que coloca a mão sobre sua cabeça, assim como fez na arquibancada, fazendo-a se calar na hora.

Ele havia feito esse mesmo gesto antes algumas vezes, e ela não fazia ideia do que isso significava, mas sentia-se segura com isso, mesmo que odiasse admitir.

— O fato do mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas.

Hanna engole a seco mais uma vez, fitando Peter, e então, suspirando, enfim responde:

— Eu estou... muito cansada — ela admite, fazendo Peter se surpreender pela confissão repentina —, entende? São tantas... tantas coisas que eu queria que não tivessem acontecido, mas aconteceram.

— As coisas não acontecem como a gente quer, nem mesmo quando a gente não quer. As coisas não pedem a nossa opinião.

Hanna ri fraco, mas verdadeiramente.

— É verdade. — Ela concorda.

Peter sorri com o gesto sincero

Ela se desfaz da carícia de Peter e vai em direção a bola de basquete. Peter contrai as sobrancelhas.

— Vai topar, Hannazinha?

— Podemos fazer assim: um ponto meu e eu ganho o direito de fazer uma pergunta e de te dar um soco, cada vez que você me chama de Hannazinha?

Peter leva as mãos ao ar, rindo divertidamente.

— Melhor não, Hanna. — ele se aproxima dela, ficando na sua frente — Não tô afim de levar socos seus.

Ela sorri presunçosamente.

— Uma cesta, uma pergunta. — Ela diz, levantando seu dedo indicador em frente ao rosto de Peter.

— Fechado!

Antes que Peter possa falar qualquer coisa, é surpreendido pela velocidade de Hanna. Ela começa a quicar a bola pela quadra, indo em direção à cesta esquerda. Leva dois segundos para Peter raciocinar e sair correndo atrás dela. Os dois correm por toda a extensão da quadra, sendo Peter a perseguir Hanna, e não o contrário, como ele presumia.

— Pensei que não conseguia correr! — Hanna grita, pulando em direção à cesta e marcando um ponto.

Peter, por incrível que pareça, não está tão cansado como deveria estar, somente uma gota de suor escorre de seu rosto, não uma cachoeira, como de costume.

— Tomei dois energéticos antes de vir pro colégio, acho que ainda tá fazendo efeito. — Ele assume.

Hm, faz sentido, mas agora, mudando de assunto... eu ganhei! — Ela se gaba.

Hanna começa a fazer uma dancinha ridícula, a qual ela autonomeou "Dança da Vitória". Peter, ao ver isso, revira os olhos, colando uma das mãos no quadril.

— Tá, tá! Entendi! Não precisa jogar isso na minha cara!

— Ok, Sr. Esquentadinho!

Peter bufa, aparentemente com raiva, mas dá um sucinto sorriso, imperceptível para Hanna. Ele está feliz por poder fazer a ruiva se sentir bem, nem que seja por um curto momento.

— Minha pergunta é...

Peter atenta-se.

— Segunda-feira, quando você chegou na escola, você estava com enormes olheiras e com os olhos um pouco inchados. Devo presumir que você estava chorando, certo? — então, cautelosamente ela pergunta: — Bem, por qual motivo?

— Ah, isso, bem... — ele coça a nuca, desviando o olhar — Não foi nada...

— Calúnia! — Ela grita como se fosse uma execução pública do século XVII, espantando Peter — Na minha vez eu tive que falar, não vale isso, Peter!

— M-Mas é sério, Hanna... — Ele ri, quase que com desespero.

— Só foge do diálogo quem teme a verdade... Peter — ela aponta para ele ameaçadoramente, fazendo-o engolir seco —, conte-me a verdade!

Ele desiste de tentar mentir e suspira.

— Foi por causa... do lance do Will? Sobre você pensar ser ele? — Ela pergunta hesitantemente.

— Will? Não, não foi nada disso. O que aconteceu foi...

Continuação da conversa entre Bryan e Peter no domingo à tarde, depois do falso encontro.

Bryan observa Peter, colocando suas duas mãos sobres seus ombros.

— Vejo que está muito cabisbaixo, e eu, como seu melhor amigo — aponta para si mesmo com sua mão direita —, te ajudarei a animar os ânimos!

— E como fará isso?

— O que você acha que homens de verdade fazem quando estão deprimidos?

— Eu não faço a mínima ideia... — Peter murmura, balançando a cabeça para os dois lados.

— Mas não é óbvio!? — Bryan exclama, sentando-se no sofá seriamente — Veremos coisas de machos. Coisas de adultos...

— Pornô? Obrigado, mas recuso o convite.

— Que mané pornô o quê!

Bryan continua a mexer no controle e por fim, ao decidir o que assistiriam, joga o controle na mesinha de centro e senta-se confortavelmente no sofá.

— Vamos ver....!

— Se eu Ficar? Que filme é esse? — Peter pergunta ao acomodar-se no sofá.

— Como é que você nunca viu uma perfeição dessas!?

Peter não o responde, acomodando-se mais no sofá.

— O que pensa que está fazendo? — Pergunta Bryan.

— Me sentando para assistir ao filme?

— Os lencinhos, Peter!

— Lencinho? Do que que você está falando...?

Bryan levantam-se, indo ao seu quarto e saindo dele com uma pequena caixinha de lenços nas mãos.

— Você vai precisar! Crê! — Diz Bryan ao sentar-se novamente no sofá, jogando a pequena caixa no colo de Peter.

O garoto decidi não discutir. Nunca ia entender as loucuras que Bryan fazia, então não seria dessa vez que entenderia.

— Se você diz... — Sussurra Peter.

Uma hora e meia mais tarde.

A sala está escura. Durante o filme, para uma melhor experiência, Bryan fechou as cortinas. Em cima da mesa de centro há pipoca, resto de pizza, refrigerante e energéticos — obviamente para Peter. Os créditos do filme rolam na televisão, e o único som possível de se escutar no local são os baixos fungos de Peter.

— Eu disse que você ia precisar... — Bryan se refere à caixa de lenços.

— Cala a boca... sniff. — Peter mal consegue pronunciar as palavras sem antes fungar.

— Próximo filme! — Bryan diz animado.

— P-Próximo?

— Sim, ou pensou que só seria um e acabou? — Bryan rebate sem tirar os olhos da televisão — Vamos assistir agora... Ah! Já sei! Um Olhar do Paraíso!

— Esse filme é.... triste? — Peter pergunta cautelosamente, ajeitando-se no sofá.

— Não muito...

De volta ao presente.

Peter termina de contar a história.

— Depois disso, ainda vimos Para Sempre, Alice; Já Estou Com Saudades; 18 Presentes. Acabou que ficamos acordados além dá conta, inclusive eu dormi lá. Por esse motivo eu tinha tantas olheiras. E o fato de eu ter os olhos inchados... bom... — ele coça a nuca — você já deve ter presumido.

— Chorou que nem um bebê, não? – Hanna diz caçoando de Peter.

— Olha, em minha defesa, os filmes eram muitos tristes, tá legal?

— Eu nunca vi nenhum desses filmes, então não posso confirmar...

Eu já podia supor isso de você... — Ele sussurra.

— Eu escutei...

— Era pra escutar!

Hanna, ao invés de batê-lo, como de costume, ri em alto e bom tom, sendo acompanhada pela graciosa risada de Peter em seguida.

Aos poucos, sem nem ao menos perceberem, eles começaram a ter uma certa amizade um pelo outro, quase como uma afinidade.

Quando Peter foi conversar com Will ontem, para ouvir sua parte da sua história e depois demiti-lo, seu agente disse que não tinha feito nada disso e no começo, Peter, obviamente, não acreditou em nenhuma palavra sequer que saíra de sua boca. Todas as provas apontavam para ele, até que ele citou James. Desde o dia em que Peter conheceu James, que agora ele sabe ser o pai de Hanna, sentiu algo estranho, sentiu que havia algo de errado nele, mas nunca soube explicar o porquê e, por um tempo, pensou que estivesse imaginado coisas. Quando Will contou-lhe que James o pedira toda a agenda de Peter, em todos os dias desde que chegaram a Londres, Peter pensou na possibilidade de que Will não fosse o verdadeiro culpado. Mas uma das peças não se encaixava naquele enorme quebra cabeça: Por quê? Por que James faria aquilo? E por que logo com Hanna? Então, decidiu por si mesmo ir atrás dele e saber da verdade, mas ao chegar lá, viu Hanna sair correndo do restaurante do hotel e sentiu uma súbita tristeza lhe consumindo. Ao virar-se para ver James, uma raiva lhe invadiu. Ele quis socá-lo.

Sentiu ódio de James. Mas sentiu mais ódio ainda de si mesmo, por não ter descoberto isso antes. Peter pensou que, talvez, só talvez, se tivesse descoberto antes sobre James, Hanna não estaria tão... abalada. Sentiu-se culpado a noite inteira e ainda está. Queria ter feito algo antes para que ela não tivesse que sofrer tanto quanto está sofrendo agora, mas... por quê? Por que ele não quer que ela sofra? Isso é a única coisa que não consegue entender. A princípio, pensou que seria somente uma mera empatia, algo que pessoas sentem por conhecidos, mas percebeu que não era esse o caso. Tinha algo por trás, tem algo que ele não consegue entender, algo sobre si mesmo.

O que ele sente por Hanna? Ele não sabe e tem medo de descobrir o que é.

Eles vão em direção ao centro da quadra novamente, com Hanna quicando a bola no chão.

— Onde aprendeu basquete? — Peter pergunta curioso.

— Ganhe de mim e descobrirá. — Diz Hanna com um sorriso atrevido nos lábios, desafiando-o.

Peter sorri de volta.

"Isso vai ser divertido", pensa.

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