Korean Killer • Jjk + Pjm

By euautoragi

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Poderia, o caso, aparentemente sem solução, de um assassino em série, causar uma catástrofe emocional? O agen... More

Epígrafe
Prólogo
Diaba
Havaí para Washington
Perigosa
O homem invisível
Cena do crime & prática de tiro
Dores e sabores
Sobre confiar
Culpa e agonia
Desentendimentos
Era uma vez um taco de golfe
A razão quase perdeu a guerra
Faíscas e olhos traiçoeiros
Território inimigo
Sobre dividir e compartilhar
Decisões necessárias
Tiro no escuro
Quebra de rotina
De volta à Virgínia
Segredos, favores e conselhos
Um sonho de amor
Imersão
O amor é bonito
Tarde demais para pedir perdão
Sobre promessas vazias
Me acorde quando setembro acabar
Sobre malas da Barbie
Projeto Killer
Sincero, íntimo e suficiente
Sobre se afogar em imensidões
Portuga, Zezé e o Pé de Laranja-Lima
Alertas e desconfianças

Sobre mergulhar e transbordar

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By euautoragi


AVISO DE GATILHO!

(Este capítulo não possui conteúdo pesado, apenas citações rápidas de lâmina e conversas levemente sensíveis sobre sentimentos. Se você se sente desconfortável, NÃO LEIA!)

Segura o coração, prepara os lencinhos, e os fones de ouvido para escutar as seguintes músicas:

Yellow do Coldplay; Enchanted, The Last Time e Sad Beautiful Tragic da Taylor Swift; Can't Stop Lovin' You do Van Halen; e Love In The Dark da Adele.

Não esqueça de deixar o seu votinho ⭐ para apoiar a história, e de comentar bastante. Boa leitura!



Jeon Jungkook

DC Wings - Washington, D.C

01 de abril de 2022


Atenção, isso não é um treinamento!

Eu estou em um quase encontro com o Park loirinho.

Sim, eu usei a desculpa esfarrapada do "jantar entre colegas de trabalho" para o convidar.

E não me arrependo.

Eu simplesmente entrei em pânico e decidi acrescentar essa parte, com medo de o assustar.

Quando não estava ocupado trabalhando na investigação do caso do homem invisível, as únicas coisas que tomavam conta dos meus pensamentos, eram ele, por si próprio, e a necessidade de mudar as coisas entre nós, uma vez que foi isso que eu prometi para mim mesmo.

Se sairmos daqui com vida, eu prometo não ser mais um covarde, foi o que eu supliquei dentro de mim mesmo.

E aqui estou para cumprir o que prometi.

Não apenas pelo dever de ser um homem de palavra, e sim porque eu entendi toda aquela situação como uma resposta para o que eu estava em dúvida, como um sinal claro de que deveria agir antes que me arrependesse. E, bom, eu estou começando a sentir coisas fortes demais para serem ignoradas, por isso, não quero o perder e depois me arrepender de não ter tentado.

Só espero que ele mantenha o coração aberto para mim, porque se ele não estiver, então eu terei que desistir, e estará tudo acabado. Não posso forçá-lo a se envolver comigo, e nem quero, para ser sincero. O meu desejo é que essa vontade se alastre por ele sozinha.

Que ele queira também, tanto quanto eu.

Ainda que sua resposta não seja exatamente um "sim", mas pelo menos um "espere por mim", porque, porra, eu o esperaria por uma vida inteira, se preciso.

Talvez até mais do que uma só vida.

Ele parece valer à pena.

E eu quero correr o risco.

Isso já estava mais do que certo para mim, mas se restou alguma dúvida, ela se dissipou no segundo em que ele sorriu só para mim, com os olhos cintilando sob as luzes dos postes e da lua, ao ouvir aquelas palavras saírem da minha boca.

"Você é um sonho."

Palavras sinceras, que partiram do fundo do meu coração, me rasgando o peito de tanto que machucam por saber que é tudo real.

Ele é real.

É tão doloroso saber que ele, apesar de ser o meu sonho dourado, é real. Porque isso me faz deseja-lo ainda mais, e em todos os sentidos possíveis. Ele está em meus pensamentos o tempo inteiro, até mesmo quando eu fecho os olhos e me deito para dormir.

E mesmo sendo tão real assim, por enquanto, ele não passa de um sonho para mim.

Ainda preciso alcançá-lo.

E, por mais que uma parte de mim quisesse o impressionar com um restaurante elegante e renomado, pratos caros, chiques e de porções minúsculas, a outra parte sabia que essa seria a escolha errada, porque ele não é o tipo de homem que vai se importar com o quão caras e requintadas são as coisas.

Park Jimin é um homem que se leva pela essência das coisas, sejam elas simples ou não. E para onde estou o levando hoje, é um lugar que carrega um pedaço de quem eu sou. Um pequeno e estranho pedaço de mim, que eu quero que ele conheça, e que passe a gostar também.

Quero apresentá-lo ao meu mundo, porque agora estou mais do que determinado à o inserir nele. Eu quero que o loirinho faça parte disso tudo. Eu o quero em minha vida.

Desesperadamente.

E quero não precisar fingir ser alguém que eu não sou para fazer com que ele se apaixone por mim.

- Você está distraído. - Park comenta, de repente, me trazendo de volta para o mundo real.

Só então me dou conta de que já estávamos parados no estacionamento, ao lado da seção de delivery, do DC Wings há bons minutos, e que eu estava estático, encarando o volante esse tempo inteiro enquanto a minha mente trabalhava em mil coisas.

Esfrego as minhas mãos na calça, tentando me livrar dos resquícios de suor que se acumularam ali, devido ao meu nervosismo.

- Me desculpe por isso. Estou assim faz muito tempo? - pigarreio, sem conseguir o encarar, com o coração começando a ficar acelerado, ansioso.

- Um tempinho considerável... - responde ele, estalando os dedos, antes de tocar as minhas mãos e segurar os meus dedos. - Olha pra mim.

Ergo a cabeça e me viro para o fitar, sentindo a minha pele queimar sob o toque dos dedos suaves e macios dele. Meus lumes, perdidos e apavorados, encontram-se com os dele, que parecem confusos, mas determinados a me acalmarem.

Ali me perco por longos segundos, envolvido, sabendo que aqueles olhos carinhosos se tornaram essenciais no meu dia, na minha vida.

- Você não parece muito bem. Tem algo te afligindo? - ele começa, parecendo preocupado, mas eu consigo ver em seu olhar. Ele sabe porque estou assim.

Sem saber direito como reagir, abandono uma de suas mãos, engolindo em seco ao que retiro o cinto sob encaradas firmes dele.

Inseguro, começo a pensar sobre o quão péssima foi a ideia de tê-lo arrastado para um lugar tão sem graça, pensando que ele acharia interessante conhecer esse lado meu. Com a mão na tranca da porta, intercalo o meu olhar entre ele e o estabelecimento, relutante.

- Podemos não conversar sobre isso agora? - peço, me sentindo estúpido.

Ele apenas assente, e algo quebra dentro de mim quando vejo algo mudar em seu olhar.

- Depois que te conheci melhor, ficou tão mais fácil reconhecer o tipo de lugar que você adora, e esse definitivamente é um deles, não é? - ele muda de assunto, retirando o cinto também.

- É, sim... - confirmo, incerto, desligando o carro e saindo pela porta. Ele sai também, dando a volta pelo veículo, me encontrando.

Só espero que isso não seja uma coisa ruim.

Mais uma vez, parecendo ler os meus pensamentos, ele me tranquiliza, dizendo: - Tenho certeza de que vou gostar daqui.

Meu coração dispara, quando coloco meus olhos no rosto bonito e sorridente dele.

- Tomara que sim. - murmuro, tentando devolver a empolgação dele com um sorriso torto.

Caminhamos lado a lado, lentamente, em direção ao estabelecimento.

O tempo inteiro os meus olhos estão presos ao chão, só conseguindo o mirar de relance, mais envergonhado do que já fiquei a minha vida inteira.

Oh céus, eu não consigo o encarar por mais do que dois segundos sem sentir os princípios de um ataque cardíaco.

Prendo a respiração por algum motivo que nem eu mesmo sei, quando finalmente passamos pelas portas, fazendo os sininhos anunciarem a nossa chegada. Procuro pelos funcionários que sempre me recebem com animação, já esperando as saudações, e, com toda certeza, os olhares curiosos devido a presença do loirinho.

- Quem é vivo sempre aparece, não é, John? - Tessa, uma das atendentes, me cumprimenta, mas com os olhos focados em Park. - Esteve ocupado, imagino.

Dou de ombros, sem graça, antes de responder: - Me tornei um escravo do trabalho, então acabei não tendo muito tempo para vir aqui.

Park nos assiste, parecendo analisar a situação, em silêncio.

- Esse aqui é o Park. - apresento à ela, que sorri graciosamente para ele, arqueando uma das sobrancelhas, como se esperasse que eu a explicasse a relação que ele tinha comigo, mas logo muda de postura quando eu me mantenho quieto. - E a garota fofoqueira aqui é a Tessa.

Ele olha de mim para ela, sorrindo em seguida, parecendo um pouco tímido. Ambos se cumprimentam com acenos de cabeça, até que Tessa sai na frente, caminhando até o fim do salão para preparar uma mesa para nós dois.

- John, é? - ele me fita, desconfiado, com um sorriso ladino despontando nos lábios carnudos.

- Sempre que me apresento, é isso o que as pessoas entendem, então eu apenas cansei de os corrigir e comecei a falar que me chamo John. - explico, enfiando as mãos nos bolsos traseiros da calça. - É mais prático.

- Faz sentido. - responde, balançando a cabeça para cima e para baixo.

Andamos até a mesa que a atendente organizou, onde sentamos um de frente para o outro, quando ela abre caminho para nós, nos entregando o cardápio e voltando para a recepção.

Sorrio, completamente sem jeito, quando nossos olhos se encontram. Ele também está sorrindo para mim, mas de um jeito estranho, como se estivesse... nervoso, assim como eu.

- Embora você não pareça gostar tanto de comidas gordurosas, eu quis te trazer para cá porque é um lugar onde eu me sinto à vontade, e queria que você se sentisse assim também. - solto, ainda receoso com a escolha do lugar.

- Você não precisa ficar tão inseguro com isso. - ele diz, sem tirar o sorriso do rosto. - É tão fácil gostar das coisas que envolvem você.

A confissão dele atinge em cheio o meu peito, me fazendo flutuar por alguns segundos. Eu já nem sei mais se estou respirando direito, porque a cada segundo que passa, a ansiedade me consome, e a minha mente, já sabendo de tudo o que eu pretendia fazer quando o convidei para sair hoje, está me pregando peças o tempo inteiro.

- Peça tudo aquilo que você mais adora comer aqui. - sugere, ao passo que coloca a mão sobre a minha, me fazendo sentir ainda mais nervoso do que antes. - Vou provar tudo como um péssimo master chefe, seguindo alguns julgamentos duvidosos de avaliação. - ele brinca, me arrancando uma gargalhada baixa.

- Tudo bem, então.

Gostando até demais do toque dele na minha mão, começo a brincar com seus dedos curtos, tão louco para entrelaçá-los aos meus, que sinto os meus ossos latejarem em necessidade.

Sem querer o largar, chamo Tessa apenas com o olhar e um balançar de cabeça, ordenando o nosso pedido rapidamente. Ela, já me conhecendo, traz algumas fatias de limão, acompanhadas de sal e mel, e me encara com uma expressão de quem está entendendo tudo, antes de se virar e sair, segurando uma risada típica de fofoqueira.

A atendente não demora muito para voltar com os nossos pedidos, e eu logo resolvo efetuar o pagamento, sem discutir com o loiro sobre essa parte. Ele parece indisposto para discutir essa questão também, então eu apenas sigo em frente com a decisão de pagar por tudo, e ele se mantém em silêncio até Tessa se retirar da mesa.

- Pagando em dinheiro, John? Mais uma vez você se provando um ótimo suspeito para o caso do homem invisível... - Park caçoa, me fazendo rir.

- Sabe como é, não é? O criminoso é quem você menos espera que seja. - entro na brincadeira, arrancando boas risadas dele. - Tá bom, vamos parar de brincar com coisa séria.

- Sim, por favor. - ele concorda. - Eu nem sei o que faria se você realmente fosse o cara que estamos procurando esse tempo todo.

- Isso seria terrível. - encerro o assunto, decidindo o que apresento primeiro para ele. - Como eu sei que você gosta de coisas doces, eu pedi essas batatinhas fritas aqui, que são um pouquinho diferentes.

- Elas são doces? - questiona o loiro, parecendo realmente surpreso. Assinto em concordância.

- Imaginei que você ainda não tinha provado. - digo, colocando uma pequena poção de batatas no prato dele. - Agora me desculpe, mas essa foi a única coisa doce que eu pedi, além desse smoothie de frutas amarelas.

- 'Tá tudo bem.

- Tem certeza? - indago, para confirmar, e ele balança a cabeça em afirmação. - O resto não passa de gordura salgada em forma de frango e outras coisas.

- Ei, não tem problema. Estou ansioso para provar tudo!

Sorrio, contente, o fazendo retribuir com uma risada adorável.

Tão lindo, porra.

Depois de separar um pouco de cada coisa para que ele provasse, começamos a comer, sempre conversando sobre coisas aleatórias, em meio às explicações que eu dava sobre cada prato, e o porquê de gostar tanto.

Ele pareceu muito disposto à degustar tudo, sem medo de odiar algum, apenas demonstrando interesse pelas coisas que eu gosto tanto.

Eu senti que ele realmente estava tentando entrar no meu mundinho.

E isso me deixou muito feliz.

Se bem que ele não curtiu a maioria, pelo fato de ter pimenta. Ao menos ele tentou. Ele até gostou das asinhas de frango empanadas e temperadas com limão, e adorou as batatinhas fritas doces.

E, como eu já esperava, ele ficou viciado na batida de frutas amarelas, que por sinal é uma das minhas prediletas.

Não comemos exageradamente porque o propósito de hoje não era esse. Nem mesmo era sair para comer, na verdade. Tudo o que eu queria era me abrir com ele e dizer o quanto estou decidido a arriscar tudo pelo que sequer sei se podemos ter.

E, embora eu tenha enrolado esse tempo inteiro, tentando me preparar para iniciar o assunto com ele, eu ainda não me sentia lá muito pronto, então continuei pedindo para que ele provasse outras coisas que eu gosto. Eu só espero que ele não tenha percebido que eu comecei a o enrolar ainda mais, para não passar mal tentando lidar com queria falar para ele.

Remexo no guardanapo, um pouco aflito.

- Você já comeu limão com sal? - pergunto, percebendo que ele parece curioso ao ver os itens tragos mais cedo, pela atendente.

- Sim, e não gostei muito. - ele diz, fazendo uma careta.

O encaro, em choque, levemente decepcionado.

- Farei você gostar, então. É uma promessa. - falo, arrancado dele uma expressão dividida entre admiração e dúvida. - Gosta de limão com mel?

- Ah, sim. As músicas são ótimas e tocam na alma. - rebate ele, parecendo sério, mas eu não consegui entender nada.

Acho que ele endoidou.

- Músicas? Como assim músicas? Estou falando dessa combinação aqui. - ergo uma fatia de limão e o pequeno pote de mel, os balançando em frente aos olhos dele.

- Eu estava brincando... meu deus! - Park me encara, pasmo, enquanto eu só me afundo ainda mais em confusão. - Deixa pra lá. Por um minuto eu esqueci que as pessoas daqui não conhecem o mesmo Brasil que eu.

Um biquinho adorável se prostra em seus lábios, me tirando a concentração por breves segundos.

- Não! Como assim "deixa pra lá"? Me conta, eu quero saber. - imploro, curioso, o fazendo sorrir largo.

- Limão com mel é o nome de uma banda brasileira bem conhecida na região nordestina, e eles costumam cantar músicas românticas. - o loiro esclarece, encarando os ingredientes em minhas mãos. - Mas sobre essa mistura aí, eu nunca provei. É boa?

Assinto, sorrindo de volta.

- Vou te fazer provar, ainda hoje, mas, me conta... você gosta das músicas dessa banda? - questiono, querendo saber mais sobre ele.

- Algumas, sim. São realmente boas. - replica, fixando os olhos nos meus, com doçura.

- Me envie as suas músicas preferidas, então. Eu quero conhecer essa banda. - meu pedido sai num tom baixo, como se tivéssemos entrado em uma conversa que pertencia somente à nós dois.

- Eu vou amar apresentar as músicas deles para você. - ele responde, empolgado. - Porém, antes, eu quero provar sua misturinha doida.

Rio, satisfeito com sua resposta.

- Segura isso aqui. - profiro, entregando uma fatia de limão à ele. - Essa é apenas uma das misturas que eu faço com esses ingredientes.

- Interessante... aliás, por que você faz isso? - indaga ele, segurando uma banda de limão com cuidado.

- Apenas por gostar, eu acho... Mas limão com mel é uma mistura bem comum, para falar a verdade. - abro o pequeno pote de mel, despejando o líquido vagarosamente sobre o limão que ele está segurando. - Não exatamente desse jeito aqui, entretanto, é ótimo para o sistema imunológico, e para o funcionamento do organismo.

- Você soou muito inteligente agora. - ele me elogia, levando uma mão ao coração, expressando uma falsa emoção, o que me fez quase engasgar em risadas. - Por um momento eu esqueci que você é um cara esperto desde muito novo. Tenho certeza de que gostaria de você em segredo, se tivéssemos estudado juntos no ensino médio.

Eu adoraria ter o conhecido antes, quem sabe eu lidaria melhor com isso.

O problema é que talvez ele não fosse gostar de mim, se tivéssemos tido essa oportunidade.

- Qual é! Não teria gostado, não... - balbucio, sem graça. - Agora coloca na boca e suga o mel junto com o limão. - instruo, fazendo tudo junto com ele, sempre o assistindo.

Ele arregala os olhos, o que me faz perceber que ele adorou.

- Uma delícia, não é? - pergunto.

- Nossa, isso é estranhamente incrível. - Park rebate, sorrindo para mim como se tivesse encontrado um tesouro que estava perdido. - Qual é o próximo passo?

Com o meu coração martelando cada vez mais rápido e forte contra o peito, feliz em saber que ele gostou de mais um pedacinho de mim, pego o saleiro e começo a derramar o conteúdo sobre a banda do limão que ele ainda está segurando.

- A mistura do doce do mel, com o azedo do limão e o sal é ainda melhor. - digo, repetindo o processo na minha fatia também. - Rápido, coloca na boca.

Sem demorar mais um segundo, ele segue os meus passos, e logo nós dois abocanhamos as bandas de limão, sugando a parte de cima, onde o sal foi despejado.

Desabo em risadas ao ver o olho dele tremer, à medida que ele quase devora o limão revestido pelo pó salgado.

O rosto dele é dominado por uma careta, o que me arranca as gargalhadas mais sinceras, enchendo o meu peito de felicidade genuína.

- Uau, isso foi... muito melhor? - ele fala, incerto, se desmanchando em risadas junto comigo.

A risada dele é tão bonita e tão gostosa que poderia facilmente ser o toque do meu celular, e eu certamente não enjoaria de ouvir.

Ele fica tão lindo assim. Sorrindo. Só para mim.

A gargalhada dele pode ser ouvida por qualquer um aqui presente, mas está direcionada apenas para mim.

E isso é o suficiente para que todo o clima mude. Os meus pés parecendo trêmulos sob o chão instável, com os meus pensamentos se embaralhando todos enquanto eu o assisto sorrir.

Park é tão divino, tão deslumbrante, e a imagem dele estando assim, explodindo em gaitadas sem razão nenhuma aparente, verdadeiramente contente, é tão maravilhosa que passa como um filme, rente aos meus olhos, em câmera lenta.

E isso faz a minha frequência cardíaca acelerar loucamente, assim como a minha vontade de o beijá-lo aqui e agora cresce sem controle dentro de mim, me dominando por completo até que eu não consigo mais sufocar esse desejo, e excedo repentinamente.

Como um rio doce desaguando em um mar.

Hipnotizado pela imagem alegre e divertida dele, me levanto do banco acolchoado onde estava sentado, apoiando a mão esquerda na mesa, levando a destra até a nuca dele, inclinando o meu corpo até que a minha cabeça ficasse em frente à dele, com poucos centímetros nos separando.

As risadas dele cessam instantaneamente, quando ele sente a minha presença, e o quão próximos estamos agora. Engulo em seco, estremecendo de ansiedade, sem conseguir tirar os meus olhos dele por um segundo sequer.

Eu não consigo mais guardar esse desejo, porque cada pedacinho de mim o quer.

Anseio tanto por isso, que sinto essa vontade em cada um dos meus ossos, me corroendo e bagunçando a minha mente, de forma que eu nem mesmo consigo raciocinar. Tomando-me o ar dos pulmões, e bombeando o meu sangue ligeiramente, enquanto o meu coração parece determinado a saltar para fora da caixa torácica.

Nossas visões se cruzam, olho no olho.

Um imergindo profundamente no outro.

Me sufoco, inebriado pelas lufadas curtas de ar quente que saem dos lábios dele, batendo diretamente contra os meus. Os meus dedos tremelicam, agitados, tocando de maneira afobada o couro cabeludo dele, denunciando o medo que eu tenho de tomar esse passo.

- Comandante... - ele sussurra, a voz rouca e abafada, fazendo o meu estômago embrulhar de maneira agressiva, em resposta.

- Me desculpa, loirinho. - rogo, a mensagem saindo em um tom embargado, tamanho o aperto que se faz em minha garganta agora. - Eu quero tanto te beijar.

A minha revelação sai me rasgando inteiro, de tal maneira que sou incapaz de retirar as palavras já ditas. Elas não me pertencem mais.

Agora são dele, e cabe a ele decidir o que fazer à respeito disso.

O observando pensar em mil coisa ao mesmo tempo, decido não recuar ainda. Apenas desvio o meu rosto para o lado, esfregando o meu nariz o caminho todo da bochecha dele até o pescoço, inalando o cheiro magnífico do perfume dele. Domino a minha vontade de beijar essa região, tão próxima de onde eu selei na noite em que dormimos juntos em Vegas.

- Embora já seja primeiro de abril, nada disso é mentira. Eu tentei tanto, Jimin. - cochicho, tomado pela tortura da situação. - Eu juro que fiz tudo o que podia para não te desejar, mas eu falhei. Você está nos meus pensamentos quando eu acordo, e também quando eu vou dormir, e principalmente no intervalo entre esses dois momentos. Não importa se estou ocupado, ou se não tenho nada para fazer. Você está lá, e é a primeira coisa em que eu penso, sabia? Você está tomando posse da minha mente. E eu não consigo mais controlar isso. Eu não consigo mais reprimir a vontade que eu tenho de colar os seus lábios nos meus, e tudo em mim agora odeia a ideia de ter que me proibir de me apaixonar por você. - confesso, abrindo o meu coração.

Ele continua paralisado, respirando entrecortado, muito provavelmente digerindo as minhas palavras.

- Loirinho, eu não sei o que você fez comigo, porém, eu te quero tanto. A minha razão tenta me trazer a lucidez, sempre que me deixo levar pelas coisas que estou sentindo por você, ainda que eu não entenda muito bem sobre tudo isso. - meu desabafo é sincero, angustiante, e eu nem me importo se estamos em público, e se a cena parece esquisita agora. - O problema é que o meu coração escolheu você. Ele também quer você. - declaro. - E eu estou cansado de brigar com o meu próprio coração, porque dói. Machuca pra caralho. Cada vez que eu quero me impedir de sentir algo por você, é como se alguém me cortasse bem devagar com uma lâmina enferrujada. Me faz sangrar por dentro, e não parece certo.

A cada palavra que eu permito que saia da minha boca, eu me sinto mais machucado, sem saber o que fazer. E o silêncio dele não me ajuda muito.

- Me diga que não me quer, e eu prometo que engolirei tudo isso de volta, e jamais voltarei a te incomodar sobre isso. Por favor, me diga que não me quer, e então eu poderei desistir.

- Jeon, e-eu... - ele gagueja, e eu sei que seu peito está atolado de sentimentos confusos e aprisionados, assim como o meu. - Por favor, olha pra mim. - a súplica dele desperta algo dentro de mim.

Talvez medo, talvez esperança.

Eu não faço a menor ideia, já que estou tonto, louco e domado por ele.

- Por favor, comandante, olha pra mim. - Park solicita mais uma vez, me fazendo voltar à encará-lo, sentindo alguma parte minha despedaçar quando visualizo os lumes lacrimejantes dele.

Até que ele se faz transparente para mim, e eu o leio, atormentado.

Não preciso ouvir de sua boca para saber que essa é a decisão certa, no momento certo.

O momento pelo qual tanto esperávamos, e que tentamos adiar ao máximo, mesmo sabendo que no fim, não poderia ser evitado. Em que deixamos de lado todas as preocupações, e encontramos um no outro a paz que precisávamos, que buscávamos incansavelmente.

Em que meus olhos se fecham, e as nossas bocas roçam uma na outra, e, desesperadas, por mais do que apenas sentir esse toque macio e suave, finalmente se chocam.

Ardendo em desejo, tomo os lábios ansiosos que clamam pelos meus, derramando nele todo o querer, a sede, a volúpia e toda a atração que por muito tempo estiveram reprimidos, enterrados no meu âmago.

E ele recebe, se derramando em mim também.

Transbordamos um no outro.

É como uma corrente de retorno, nos puxando com violência em direção ao coração do oceano.

Há tanto desejo contido, agora liberto, nos afundando em um selar terno, que logo se transforma em um beijo intenso, desmedido, profundo, regado por lágrimas derramadas por nós dois.

Me derreto inteiro, sentindo a língua impetuosa, molhada e decidida dele invadir a minha boca, deslizando por entre os meus lábios, tão certeira. O gosto de limão com mel se misturando e se desmanchando, causando névoas na minha mente.

Pressiono a ponta dos meus dedos, os enfiando entre os fios dourados, o puxando para mais perto de mim, como se fosse possível. Sinto o meu corpo se arrepiar quando os dedos dele escorregam pelo meu pescoço, as unhas curtas arranhando a minha nuca lentamente, e o polegar tocando delicadamente o lóbulo da minha orelha.

Sou corroído por milhares de sensações indescritíveis.

Ele me toca, me quebra, me destrói.

E eu me desfaço feito poeira no ar, absolutamente rendido, apaixonado.

Assim, rodeado pelo que parece irreal, me perco em um sonho do qual espero nunca mais acordar, extasiado, completo.

Com a mão esquerda ainda livre, afasto um pouco a mesa para o lado, para colar os nossos corpos sem precisar quebrar o ósculo, a levando à cintura dele, com cuidado para não tocar no ferimento dele, em seguida, o tomando para mim com urgência, como se a minha vida dependesse disso.

E eu realmente acredito que depende.

Pelo menos nesse momento.

Foda-se se o lugar é inapropriado para tal, e fodam-se todas as pessoas presentes.

Tudo o que importa me importa agora, é como os lábios dele foram feitos para os meus. E como o gosto da minha combinação preferida de ingredientes fica tão mais saborosa, se provada diretamente da boca dele.

Era para ser.

Era para acontecer.

Toda aquele lance estúpido de não termos sorte no roteiro da nossa história de romance era mera baboseira. Estávamos mais do que errados ao presumir isso.

E nada, nada é capaz de tirar isso da minha cabeça.

Park mordisca o meu lábio inferior, o puxando entre os dentes antes de chupá-lo com prazer, arrancando arfares quase silenciosos meus. Em resposta, passeio a minha língua pela boca inchada dele, saboreando o azedinho do limão que se funde perfeitamente com a doçura do mel, escorrendo selvagemente dentro de nós.

Sigo o sugando pela borda, me embebedando inteiro, ao que me delicio com a suavidade de seu beijo, tão deleitoso e aprazível.

Encaixamos tão bem no beijo um do outro, que, mesmo com a mente nublada pela euforia e pelo arrebatamento causado pelo choque dos nossos lábios, eu fui capaz de repensar toda a minha vida, me perguntando porque eu não o conheci antes, e porque me impedi tanto de o desejar.

A questão é: agora era o momento exato para isso acontecer.

Porque eu pude ter a certeza de que eu quero provar o gosto dele muitas vezes, de agora em diante.

E essa certeza me atingiu ainda mais profundamente quando precisamos nos separar para respirar, já sem fôlego, e o meu coração palpitou, sofrido, dolorido, querendo mais, com muito medo de não poder o sentir novamente.

Abro os olhos lentamente, respirando com dificuldade, sem largar a cintura dele, ainda acariciando o cabelo loiro com a mão direita, enquanto ele arranhava o meu pescoço carinhosamente, com ambas as mãos. Enxugo os rastros de lágrima deixados sobre suas bochechas, e no canto de seus olhos, detestando vê-lo chorar.

E é quando meus lumes mergulham nos dele mais uma vez, que a consciência me atinge.

Ele me olha, entregue.

E assim eu sei que sou dele.

Não por agora, não por um beijo, nem mesmo por um momento.

Eu sou dele, plena, perfeita e integralmente.

Pelo resto da minha vida.

Me bastaram apenas poucos minutos, para acertar por todos os meus dias de existência restantes, convicto de que é ele quem eu quero na minha cama à cada segundo, bem como ao meu lado, pelo tempo que eu ainda tiver que viver na terra.

E, independentemente do que venha a acontecer a partir de agora, eu não vou voltar atrás.

Assim como a sua presença, a atitude confiante e personalidade dominante, as risadas sopradas e gargalhadas gostosas, as análises certeiras e o conforto da compreensão, os biquinhos adoráveis e charmosos, os fios loiros, dourados, brilhando incessantemente para mim, o coração de ouro e tantas outras coisas incríveis, outra parte dele me conquistou imediatamente.

A boca dele.

Os lábios carnudos, vermelhos e ternos, tão deliciosos.

É, Park loirinho, você não é mais só um sonho meu.

Eu quero que você seja a minha realidade, o meu futuro. E eu lutarei, constantemente, sem resistir, para te alcançar.

Porque uma vez que provei os seus lábios, já não me vejo capaz de viver sem os seus beijos.

E eu te imploro, meu terno e apaixonante sonho dourado... me odeie amargamente, me machuque e me destrua. Pedaço por pedaço, até que nada de mim sobre. Mas não me prive de o amar, porque eu preciso disso para viver, muito mais do que um dia acreditei necessitar de oxigênio para respirar.

E eu sei que você também.




🚓

CHEGUEI PROJETINHOS DE AGENTES ESPECIAIS

QUEM TÁ SURTANDO AI??????? AAAAAA

FINALMENTE ESSE BEIJO CHEGOU MEU DEUSSS

SAÇDLNCKDSKCJLDJCLIFSN

NÃO SEI LIDAR COM ELES DOIS

Enfim, gostaram do capítulo? Algum comentário?

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OBRIGADA PELOS + DE 32K AQUI NESSA BEBEEEE, AMO VOCÊS DE TODO MEU CORAÇÃO!

É isso.

Nos vemos dia 29/07 numa luta entre a razão e a emoção :O

Até lá.

Amo vocês ❤

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