Korean Killer • Jjk + Pjm

De euautoragi

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Poderia, o caso, aparentemente sem solução, de um assassino em série, causar uma catástrofe emocional? O agen... Mai multe

Epígrafe
Prólogo
Diaba
Havaí para Washington
Perigosa
O homem invisível
Cena do crime & prática de tiro
Dores e sabores
Sobre confiar
Desentendimentos
Era uma vez um taco de golfe
A razão quase perdeu a guerra
Faíscas e olhos traiçoeiros
Território inimigo
Sobre dividir e compartilhar
Decisões necessárias
Sobre mergulhar e transbordar
Tiro no escuro
Quebra de rotina
De volta à Virgínia
Segredos, favores e conselhos
Um sonho de amor
Imersão
O amor é bonito
Tarde demais para pedir perdão
Sobre promessas vazias
Me acorde quando setembro acabar
Sobre malas da Barbie
Projeto Killer
Sincero, íntimo e suficiente
Sobre se afogar em imensidões
Portuga, Zezé e o Pé de Laranja-Lima
Alertas e desconfianças

Culpa e agonia

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De euautoragi

Sem aviso de gatilho hoje (AMÉM IRMÕES). Orem pelo comandante Jeon, porque ele tá na beira do precipício, tadinho.

Deixem o voto ⭐ e não esqueçam de comentar bastante.
Boa leitura!

Jeon Jungkook

Localização desconhecida - Washington, DC

13 de março de 2022

Oito minutos para as três da manhã.

Tenho que estar no trabalho em menos de quatro horas e ainda não voltei para casa, rodando pela cidade em busca de alguns materiais e cafeína para aguentar esse ritmo que já está ficando extremamente exaustivo para mim.

Nunca me vi tão irresponsável quanto agora, dirigindo pelas estradas mesmo estando cansado e querendo dormir.

Faço uma parada rápida num drive-thru para comprar alguma coisa para comer, antes que eu comece a passar mal de fome. Meu carro é o único na fila, então logo sou atendido.

- Boa noite, senhor! Seja bem vindo ao DC Wings. - O atendente me cumprimenta, checando se o próprio uniforme está bem arrumado. Sei que ele é um funcionário recém contratado porque não me reconhece, e eu também não o reconheço.

- Boa noite, George. - O cumprimento, lendo seu nome no crachá. Ele parece um pouco nervoso, então presumo que é a sua primeira semana de trabalho aqui. - Eu vou querer um balde grande de frango empanado para viagem.

- Certo, mais alguma coisa? - Ele pergunta, concentrado em realizar o meu pedido pelo sistema, no computador.

- Adicione alguns molhos também. - Respondo, batucando os dedos no volante.

- Tem preferência de sabor?

- Maionese temperada e aquela apimentada. Pode ser duas unidades de cada. - Gesticulo com os dedos. - Ah, e bastante limão, por favor.

Não posso esquecer do meu limãozinho.

- O senhor vai querer alguma coisa para beber? Suco, refrigerante? - George sugere, antes de finalizar o meu pedido.

- Tem suco de laranja? - Ele confere no estoque, assentindo em confirmação. - Então eu vou querer uma garrafinha.

- Ok. Algo a mais, ou eu posso fechar o seu pedido?

- É só isso mesmo, pode fechar. - Digo.

- Certo. Deu quarenta e sete dólares. Qual o método de pagamento? - O atendente questiona, me encarando.

- Espécie. - Falo, já pegando a minha carteira e retirando uma nota de cem de lá, o entregando em seguida. - Vou apoiar o evento de páscoa de vocês, então pode fechar nos setenta.

- Sim, senhor. Pode me informar o seu nome? - Ele desvia os olhos do computador para mim, esperando a minha resposta.

- John. - Minto. Atento, ele escreve na nota do pedido e entrega ao cozinheiro.

- Senhor John, aqui está a sua nota e o seu troco. - Diz o funcionário, me entregando a nota e o dinheiro com cuidado. - Seu pedido ficará pronto em cerca de quinze minutos, então pode esperar do outro lado. - Ele explica, me encarando enquanto eu guardo o dinheiro de volta na carteira. - Muito obrigado e tenha uma boa noite!

- Obrigado, George. Uma boa noite para você também. - Agradeço, acenando com a cabeça antes de dirigir devagar até a área de retirada de pedidos.

Logo o meu pedido fica pronto e eu como por lá mesmo. Os outros funcionários me reconhecem e me cumprimentam, animados. Retribuo com um sorriso largo, acenando com a mão.

Não demoro muito pra comer, saindo de lá em silêncio e voltando para a estrada. Dirijo por mais alguns minutos, me sentindo um pouco mais disposto.

Chegando ao meu destino, estaciono o carro e começo a descarregar os materiais que comprei mais cedo. Olho para frente, fitando a construção de dois andares pouco iluminada pelas luzes amareladas, que contrastam bem com o tom de azul escuro das paredes.

- E lá vamos nós. - Murmuro, pegando algumas sacolas e a minha bolsa, antes de entrar.

Deixo a porta aberta, colocando as coisas no chão da sala e voltando para pegar o restante das sacolas que ficaram no quintal. Com tudo em mãos, passo pela porta mais uma vez e a fecho atrás de mim. Coloco uma máscara e um par de luvas de borracha, e começo a desembalar, dispondo tudo no chão, por ordem de uso.

- Puta merda, isso é pior do que cadáver em estado de putrefação. - Torço o nariz, incomodado pelo cheiro forte dos produtos de limpeza. Minha pele logo começa a coçar.

Se eu não precisasse fazer uma limpeza geral nesse andar, eu definitivamente contrataria alguém para fazer isso por mim, só para não ter que sentir esse cheiro. Mas infelizmente é algo que eu tenho que fazer o quanto antes, já que hoje mesmo a minha equipe sairá à campo para investigação de suspeitos, e será uma viagem bastante demorada.

Eu sequer sei quando voltaremos para casa.

E é contando com a demora do processo investigativo que eu começo o meu trabalho, limpando cada centímetro do lugar, ainda que isso esteja me matando. Quando finalizo, me sinto tão cansado que quase me permito dormir, mas o meu alarme toca, me fazendo perceber que eu não tenho mais tempo para dormir.

Cinco horas em ponto.

Preciso sair daqui agora, se quiser chegar antes das seis e meia no escritório do FBI.

Olho ao redor, conferindo se está tudo no lugar e saio de lá imediatamente, fazendo o caminho de volta para a sede à todo vapor. Descarto as luvas e a máscara na lixeira do carro e borrifo um produto com um cheiro mais agradável nas brechas do ar condicionado.

Meu corpo está quase pedindo arrego, então me forço a ficar acordado o máximo que posso, ingerindo uma dose de cafeína para me manter são e ganhar um pouco mais de energia.

Felizmente o trânsito está livre e logo chego no escritório. Sem me demorar muito no estacionamento, pego a bolsa que sempre deixo no carro com algumas roupas e itens de higiene para emergência, e corro até o vestiário da pequena academia de treinamento que fica por trás do prédio.

- Bom dia, senhor Jeon! - A jardineira me cumprimenta, mais empolgada que o normal.

- Bom dia, senhora Willis. Hoje eu estou com pressa, então não vou poder ficar conversando com você. - Digo, me desculpando. Dou um sorriso amarelo quando ela põe ambos os braços na cintura.

- Quando é que você não está? - Ela rebate, me fazendo rir. - Vai lá, garoto!

Me despeço com um aceno, andando em passos ligeiros até os banheiros. Pego um sabonete, um xampu e uma toalha, antes de jogar a minha bolsa em um banco e me dirigir até uma cabine para tomar banho. Coloco a toalha no gancho e começo a me despir, arremessando as peças de roupa por cima da porta, as deixando estendidas lá.

Ligo o chuveiro e me enfio embaixo da queda de água de uma vez, me sentindo bem mais desperto. Pego o xampu, deposito um pouco do líquido na mão e o guardo, antes de esfregar ambas as palmas uma na outra levemente e depois começar a massagear o meu cabelo, que já está completamente encharcado.

- Ah, que delícia... - Sussurro, fechando os olhos para aproveitar o momento.

Sinto meu corpo entrar em combustão quando a minha mente começa a imaginar coisas que não deveria. É como se cada gota de água que toca a minha pele, de repente evaporasse.

Não, Jungkook, não faz isso, porra...

Me sinto um merda no momento em que meus pensamentos me levam para um certo agente loiro que estava correndo comigo horas atrás.

Eu não deveria pensar nele dessa maneira, é muito sujo.

É tão sujo, mas tão inevitável.

- Droga, loirinho. Você está dificultando as coisas para mim. - Reclamo, mesmo que o meu corpo ache uma ótima ideia todos os detalhes impuros imaginados pela minha cabeça.

Pego o sabonete e o ensopo, esfregando na mão para espumar um pouco antes de começar a passá-lo pelo meu corpo. Corro as mãos por todo o contorno dos meus braços, espalhando o produto com atenção.

Estremeço por inteiro quando deslizo a palma pelo meu peitoral, imaginando as mãos dele me tocando. Mordo o lábio, me repreendendo mais uma vez.

Mas as lembranças de ontem ainda estão bem vívidas na minha mente.

Suspiro, cansado de ter que reprimir isso.

Por que isso está acontecendo comigo?

Eu não posso perder o controle.

Respiro fundo, contando até dez para tentar me livrar da minha própria consciência, porém é ela quem se livra de mim e me joga para a forca.

Agora não, porra.

Aqui não.

Indo contra o que é certo, escorrego a minha mão pelo meu corpo, a levando até o meu falo, que já se encontra duro feito pedra. Envolvo a ereção suavemente, iniciando uma carícia imprudente, enquanto as imagens do loiro passam como um filme de alta qualidade pela minha mente sacana.

Apoio as minhas costas na parede, deitando a minha cabeça para trás, com o lábio inferior entre os dentes. Aumento a velocidade dos movimentos, seguindo para cima e para baixo, sendo tomado pela excitação que a umidade daquela região me dá.

Aos pais do agente Park, a minha mais profunda gratidão por não terem escolhido dormir em alguma noite de janeiro de 1995. Graças à promiscuidade dos dois, tive a grande oportunidade de vê-lo de cabelos molhados, usando um calção de treino que vestia seu corpo como se tivesse sido costurado exatamente para ele.

É, a minha mente não consegue parar de pensar na noite de ontem.

Ou melhor, no corpo escultural dele e em como ele fica extremamente atraente quando está correndo.

Nos músculos das coxas fartas e bem definidas se contraindo à cada passo que ele dava, no bumbum fenomenal contornado pelo tecido da bermuda, na clavícula pouco saliente brilhando com a umidade e no caimento de seus fios dourados sobre o rosto impecável.

Ah, e o bornal.

O bornal preso à coxa foi como um castigo maligno para mim.

Pare com isso agora, meu lado são ordena para mim mesmo.

Eu já me amaldiçoei várias vezes por estar pensando nele dessa forma, me sentindo um pouco sujo e invasivo, mas são pensamentos involuntários. Eu não posso simplesmente apagar a imagem dele da minha mente, porque já está impregnada.

Não posso esquecer, jamais.

Vai ser só uma rapidinha, contrapõe a parte de mim que já se rendeu.

Minha mão a obedece, continuando a masturbação, subindo e descendo com firmeza e me arrastando para cada vez mais perto da beira do abismo. Meu coração acelera violentamente, e a minha mente começa a ficar nublada quando sinto as minhas bolas se apertarem e repuxarem a minha pele. As fisgadas no meu estômago se tornam cada vez mais frequentes e fortes, e os meus músculos começam a latejar ao passo que os tremores tomam conta do meu corpo.

Mordo o meu lábio inferior com força, tentando conter um gemido sofrido que quase sai rasgando pela minha garganta. Meu pau fica cada vez mais escorregadio e inchado, com as veias saltando.

Estou quase lá.

Não, porra.

Retomo os meus sentidos quando estou prestes a explodir, retirando a mão de lá rapidamente.

Sinto uma dor latejante no meu membro e um incômodo no estômago, mas nada se compara ao nojo que sinto de mim mesmo.

Ele não merece isso.

- Babaca. - Esmurro a parede com força, apoiando a minha testa ao lado do meu punho e fechando os olhos.

Me sinto furioso comigo mesmo.

Eu não deveria ter deixado isso acontecer.

Me recomponho depois de alguns minutos de guerra comigo mesmo, e logo termino o meu banho, tentando esquecer de tudo o que aconteceu. Do que ia acontecer, caso eu não tivesse parado.

Ainda bem que ele nunca saberá disso.

Se ele soubesse, com certeza me odiaria muito.

Espremo o excesso de água dos meus fios e enxugo o meu corpo, me enrolando na toalha e pegando as minhas coisas antes de sair da cabine. Meu coração quase sai pela boca quando dou de cara com a cabeleira loira que tomava meus pensamentos poucos minutos atrás.

Que brincadeira de mau gosto, não é, universo?

Se a minha vida fosse um filme, eu com certeza seria o cara azarado, que só se ferra em todas as cenas que aparece e no final ainda tem uma morte sem graça.

E mesmo que tudo isso queira me tomar o juízo, eu não consigo pensar em mais nada, tamanha culpa.

Tento aproveitar que ele está de costas para mim, pegando discretamente a minha bolsa e voltando de fininho para dentro da cabine, mas o ouço pigarrear.

Merda, estou ferrado.

- Comandante Jeon? - A voz doce dele me chama, e eu penso que agora é a hora perfeita para morrer.

Não parece mais um filme, para mim.

Se esse momento fosse o capítulo de um livro, certamente estaria sendo escrito por uma mulher louca para acabar com a minha vida.

Me rendo, girando sob os calcanhares em direção à ele, finalmente o encarando.

- Park? H-Hm... - Pigarreio, sentindo a minha voz ficar falha. - O que faz aqui?

Ele ergue a cabeça para me fitar, exibindo uma expressão esquisita no rosto. Com certeza percebeu que estou suando frio.

E então ele tosse, desviando o olhar antes de dizer: - Eu acabei esbarrando com alguém no corredor, e acabei sujando a minha camiseta com o café que eu havia acabado de pegar. - Ele aponta para a própria camiseta, mas eu não consigo raciocinar no momento, então apenas assinto, sem olhar. - Por que estava tomando banho aqui? Estava treinando mais cedo?

Perco meu juízo ao tentar bolar uma resposta, completamente enlouquecido pelo medo de ter sido pego.

- Ah, é, sim... Quer dizer, não. - Me embaralho, fazendo uma careta de confusão. O loiro me olha com um semblante desconfiado, mas algo muda em seu olhar e ele dá de ombros, ficando de costas para mim.

Acho que eu não preciso mais responder nada, não é?

Quer dizer, ele me deu as costas...

- Tudo bem, então. - Ele murmura, tirando a jaqueta.

Sinto um nó se formar em minha garganta, mas tudo o que eu faço é ignorar e andar até o outro corredor para me vestir longe dos olhos dele.

E para não tê-lo perto dos meus.

Me visto depressa, jogando a toalha num cesto qualquer e guardando as coisas dentro da bolsa, antes de deixar o vestiário. Caminho em passos rápidos até o prédio do escritório, conferindo o horário para garantir que não estou atrasado.

O tempo passa lentamente, como se fosse uma tortura para mim, me fazendo repensar todas as decisões que tomei na minha vida e em como eu fui estúpido o tempo inteiro desde que o loiro apareceu pela primeira vez no meu campo de vista.

Não posso deixar essa atração por ele acabar com a minha sanidade.

Mas fica tão difícil quando eu estou concentrado em ler os arquivos do caso, e os meus olhos traiçoeiros o captam fazendo aquele biquinho maldito enquanto trabalha.

Eu já falei que isso deveria ser ilegal?

Balanço a cabeça, em negação. Não consigo acreditar que me tornei esse tipo de cara.

Fecho meus olhos, massageando as têmporas pela milésima vez ao dia, desejando sumir por apenas alguns minutos.

- Chefe, nós finalizamos o estudo de três suspeitos que estão situados numa região mais próxima do Texas. - O agente Lee me chama, espalmando as mãos no meu birô. - Pode nos liberar para a viagem? - Ele pergunta, me entregando o termo de liberação.

Intercalo meu olhar entre ele e o restante dos agentes, me sentindo desligado.

- Nós quem? - Questiono, pegando o papel de suas mãos e uma caneta para assiná-lo.

- Eu e o agente sênior Kim. - Ele responde, apontando para o colega de trabalho que está em pé, ao lado da porta, prestes a sair.

Assinto, preenchendo o termo e finalizando com a minha assinatura.

- Tudo bem, estão liberados. Não esqueçam de manter o contato com o restante da equipe, principalmente se tiverem alguma informação importante. - O devolvo o papel, soltando a caneta em cima da mesa.

- Entendido. Obrigado chefe, até mais! - Diz ele, se curvando em despedida.

Não me dou o trabalho de observá-lo saindo, porque tudo em que eu consigo pensar agora é que terei três suspeitos para investigar com o Park loiro.

Com sorte, ficaremos em quartos separados nos hotéis de hospedagem. Mas ainda teremos que viajar juntos e andar por aí dividindo o mesmo carro.

Acho que é demais para mim.

- Acho que vou enlouquecer. - Digo, num sussurro tão gritante que a minha cabeça fica chiando. Eu odeio estar fora do controle das coisas.

Me esforço para não pensar nisso, lembrando a mim mesmo que estudei e trabalhei por anos para chegar onde estou. Uma atração por um cara não pode, e não vai, me arrastar para a forca.

Jamais.

Os minutos rolam vagarosamente pelo relógio, me deixando agoniado. Felizmente, consegui liberar o doutor Kim e o agente BoGum cedo, e agora só restava deixar o meu aviso de saída para a diretoria.

Aproveito e falo sobre a necessidade de adquirirmos um novo software para o rastreamento do homem invisível nos sistemas de segurança da cidade, pedindo a liberação do orçamento. Eles concordam imediatamente, o que me deixa surpreso.

Passo rapidamente pela sala da comandante Katherine, uma colega de trabalho que mora numa região próxima da minha casa, a entregando a chave reserva do meu carro, para que ela o busque no aeroporto mais tarde, e o deixe em minha casa.

Deixo o escritório ao lado do loiro, sem me demorar muito.

Ele está em silêncio desde que deixamos o prédio, e eu não sei se isso tem algo a ver com o que aconteceu mais cedo, no vestiário. De qualquer forma, me sinto um pouco incomodado por vê-lo em silêncio por tanto tempo.

É estranho.

Isso faz com que eu me sinta ansioso e agoniado.

E é perdido nesses pensamentos que quase esqueço que estou dividindo o carro com ele, que está sentado à minha direita, no banco do passageiro.

- Deveríamos ter pego um táxi. A empresa não vai gostar de arcar com os custos do estacionamento do aeroporto. - Ele diz, encostando a cabeça na janela, sem me encarar.

Sinto certo alívio por finalmente ouvir a voz dele, mas ele parece distante.

- Mais cedo eu pedi à uma amiga que buscasse o carro pra mim. Deixei a chave reserva com ela antes de sair do escritório. - Explico, girando o volante lentamente com a mão esquerda, o observando de rabo de olho. Park apenas assente, em silêncio. - Eu gosto de dirigir, até demais.

- Entendo você. Fico um pouco sufocado quando não estou no controle das coisas.

Dou uma gargalhada, nada surpreso com suas palavras. Ele sempre toma iniciativa no trabalho, o que me fez perceber que ele realmente gosta de ter controle sobre tudo. Não de um modo ruim, até porque assumir as coisas no trabalho mostra sua competência, mas quando esse seu traço de personalidade se choca com o meu, que também é controlador, acabamos nos reprimindo algumas vezes para não ficarmos desconfortáveis um com o outro.

- Você pode dirigir na próxima. - Digo, dando ré para encaixar o carro na vaga.

- É uma boa ideia. - Ele sorri, tirando o cinto. Me sinto menos estranho quando vejo seus dentes brilharem em minha direção. - Pra mim. Não pra você. - É o que ele diz antes de sair do carro.

- O que quis dizer com isso? - Pergunto, curioso, também saindo.

- Peso o meu pé na estrada, então talvez você não curta muito o caminho até Tucson.

- Ah, é mesmo. Você tem a síndrome de dublê dos velozes e furiosos. - Ele me olha, meio ofendido, mas com um sorriso mínimo no rosto.

- É uma pista livre. Não tem problema correr dentro do limite de velocidade.

Ergo uma sobrancelha, o avaliando.

- Não se preocupe. Eu também gosto de correr, agente Park.

- Corta essa, comandante. Você sempre fica uns quarenta quilômetros abaixo da velocidade permitida quando pegamos estrada. - Ele solta o que parece uma acusação.

Abro a boca, surpreso.

- Eu tenho uma boa razão para fazer isso, e não tem nada a ver com ter medo de correr, acredite em mim.

- Não sei não, em... - Ele continua sorrindo, e eu não sei se tento conter o meu sorriso pra mostrar que estou falando sério, ou se deixo ele achar que sou um medroso porque não consigo resistir à felicidade e a tranquilidade que a presença dele me dá. - Relaxa, eu acredito em você. Mas algum dia precisa me provar que está falando a verdade.

- Você 'tá chamando um cara da lei para cometer um crime no trânsito, senhor Park?

Ele me dá um soco fraco no braço, achando graça.

De repente, me vi gostando de apanhar de homem bonito.

- Nada disso! - Nega, me olhando com um sorriso ladino despencando nos lábios carnudos e vermelhinhos. Me demoro mais do que deveria ali, o assistindo, mas dessa vez eu não me culpo. - Qualquer dia podemos trocar nossos veículos, quando viajarmos à trabalho. Quero ver você correr na nebulosa, mesmo que eu morra de ciúmes dela.

- Está mesmo me dando a liberdade de pilotar sua moto? - Pergunto. - Não sei que bicho que te mordeu, mas você com certeza está maluco. - Ele dá de ombros. - E, espera aí, o nome dela não era diaba até um dia desses?

- É, mas ela também tem apelidos, sabia? - Responde, empinando o nariz. - De qualquer forma, não estou maluco. Posso emprestar ela pra você!

Me divirto com a situação, porque não faz o menor sentido. Ele tem um ciúme absurdo da moto dele, e eu fiquei sabendo disso pelas palavras que ele mesmo me disse ontem, enquanto fazíamos a última pausa na corrida.

- Ontem você me disse com todas as palavras que quase me odiou por ter devolvido a moto pra você, depois que você chegou em Washington. - Me recordo do momento exato em que ele fez a confissão.

Foi um dos motivos da minha perdição hoje.

"- Quando me disseram que eu não precisaria buscar a diaba porque o comandante da equipe já estava à caminho com ela, eu te amaldiçoei tanto. - Disse Park, apoiando uma perna sobre a calçada.

Eu deveria simplesmente ter desviado o olhar, mas quando ele flexionou o joelho para se alongar, como fez mais cedo, meu cérebro quase entrou em pane. Eu não pude ver pela primeira vez, porque eu só tive a visão do lado esquerdo do seu corpo, mas agora eu poderia ver perfeitamente bem.

Seu movimento fez com que o calção se retraísse um pouco, deixando a faixa do bornal à mostra, com o coldre colado em sua coxa da maneira mais sensual possível.

Pisquei algumas vezes, tentando me desligar daquela visão, mas era impossível. Eu estava acostumado a ver homens armados todos os dias, e nada se comparava àquilo. Ele tinha levado uma coisa que era comum para mim, à um nível muito perigoso.

Estalei a língua no céu da boca, me odiando por ter desejado, mesmo que por apenas alguns segundos, que minhas mãos agarrassem aquela faixa com força, resvalando os dedos pela pele dele num toque quente e bruto, o puxando com força para perto de mim.

- Você 'tá me ouvindo? - Ele pergunta, chamando a minha atenção.

Idiota, idiota, idiota! Isso foi muito desrespeitoso. É o que grito para mim mesmo, dentro da minha própria mente, me proibindo de olhá-lo dessa forma.

- Ahm, sim, desculpe. Eu fiquei sabendo que seu veículo tinha chegado na cidade e quis fazer a gentileza de entregá-lo quando descobri que era uma ferinha de duas rodas. - Falo, me sentindo nervoso, mas tentando manter a calma.

- Eu quase te odiei, de verdade. Principalmente quando vi você fazer carinho no tanque. - Arregalo meus olhos, me sentindo exposto. - Você achava que eu não tinha visto?

Ele começa a gargalhar, colocando as duas mãos na cintura.

Fico sem graça por descobrir que fui pego em um momento de fragilidade emocional."

- Já passou. Eu sei que você trataria ela como se fosse sua, então posso confiá-la a você por algumas horinhas, ou estou errado? - Ele pergunta, mesmo que já saiba da resposta.

- Você está sempre certo, Park.

Sempre.

E isso me assusta, às vezes.

🚓

OLHA SÓ QUEM CHEGOU COM O CAPÍTULO BÔNUS PROMETIDO 🤸

Mil perdões se o wattpad tiver trocado os travessões por hífens!

Como vocês estão, meus projetinhos de agentes especiais? Sentiram a minha falta?

Eu senti saudades de vocês, MUITA 🥺

Enfim, gostaram do capítulo? Ele foi mais curtinho, meio surtado e aleatório, mas tá cheio de acontecimentos importantes para a história, ein?! Tu fica ligado! 🤨

Ah, e eu tô amando as teorias que vocês estão fazendo. Fico só de olho, surtando aqui no meu quartinho...

Quem quiser acompanhar mais coisas da investigação do caso do homem invisível, eu libero algumas informações lá no meu twitter @eujkjmlovers, ok?

Me segue por lá e não esquece de usar as hashtags #KoreanKiller e #diabaetinhoso caso queiram comentar sobre a fic.

Vou amar ver vocês lá!

*pausa dramática para um surto*

COMO QUE PODE VOCÊS BATEREM 10K EM KOREAN KILLER??????? VOCÊS?!!! @&#_$# EU TÔ SEM PALAVRAS!

Já berrei, já chorei, já fiz escândalo... Pense numa pessoa feliz e realizada. Pois é, SOU EU!

E acima de tudo, grata por tudo que estou conquistando ao lado de vocês, meus leitores lindos e cheirosos que estão sempre aqui me apoiando. Vocês estão no meu coração. Amo vocês, mto mto mto mesmo.

Obrigada por comentarem, por votarem, por amarem e acompanharem Korean Killer.

Agora todo mundo manda mensagens de carinho pro comandante Jeon, pedindo pra ele parar de se culpar por sentir coisas inexplicáveis pelo loirinho, por favor! Meu bixinho tá em pane :(

Anyways, acho que é só isso que eu tenho a dizer... Se esqueci de algo, me recordem nos comentários pls!

Nos vemos no próximo capítulo (com muita boiolagem, já deixo avisado) 😨🥳

Amo vocês (de novo, pq uma vez só não é o suficiente) 💜

Mil beijos sacanas e até a próxima.

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