Um Amor Proibido (Obra Reescr...

Від Garoto1D

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Para Louis a vida sempre foi uma incógnita, existiam coisas que não faziam tanto sentido, e uma dessas coisas... Більше

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62

Capítulo 54

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Від Garoto1D

Final do campeonato 15/11

William

Acordei com Lou mexendo no meu cabelo, Caio não estava mais deitado, olhei na tela do celular e já marcava 12:20, dormir um pouco a mais do que eu realmente queria. Nosso dia ontem foi incrível, e isso fez com que eu estivesse me sentindo bem e leve, de certa forma ver algo bom acontecendo alguém me deixou melhor em relação as coisas que tem acontecido na minha própria vida.

Hoje seria a final do campeonato, provavelmente teremos de ir cedo para a escola, repassar uma informação ou outra para o time, últimos preparos etc. Eu estava nervoso, muito na verdade, a ideia de algo ruim acontecer me assustava, mas era um dia tão importante que meu estômago se contorcia com a ideia de dar merda, e com a ideia de dar tudo certo, era uma ansiedade gigante.

— Bom dia — Lou se jogou em cima de mim, pondo o rosto já curva do meu pescoço, apenas ri pelas cócegas.

— Bom — Disse retribuindo o abraço.

— Preparado? Hoje é o grande dia — Disse ainda em cima de mim, pude sentir a bunda dele em cima da minha ereção matinal e era um atrito gostoso.

— Acho que sim, treinei todo esse tempo para isso certo? Cadê o Caio? — Perguntei pressionando a cintura dele para baixo e fazendo o atrito aumentar.

— Está lá em baixo, já almoçou, você devia fazer o mesmo — Lou levantou rapidinho com volume no short e o rosto vermelho, acabei rindo e levantei indo fazer as higienes matinais.

— Eu já sei o nome da pessoa que manda as mensagens — Ouvir aquilo fez eu engasgar com a espuma da pasta, comecei a tossir, não esperava essa informação tão brusca.

— Como? — Perguntei enquanto recuperava o fôlego, e fitei ele que tinha o olhar cansado e preocupado.

— Era um código, cada número era uma letra do alfabeto — Lou suspirou, mas logo continuou — Bryan me entregou vários desenhos, uma cartinha tinha uma espécie de charada, eram as letras do alfabeto, mas em forma de números, dessa forma eu consegui juntar tudo.

— Qual é o nome? — Indago e ele pende a cabeça para o lado.

— Diogo, tem um menino com esse nome no time certo? — Lou disse pensativo.

— Sim, mas tenho certeza que não é ele — Estava fora de alcance a ideia do Diogo ser o anônimo, nos conhecemos a muito tempo, na época em que conheci Caio também, éramos amigos de infância mesmo ele tendo se afastado um tempinho depois.

— Tudo bem, não disse nada, só precisamos saber quem é — Lou estava com o humor diferente, não era aquela energia boa que saia dele, era algo mais pesado. Assenti e sai puxando ele quarto a fora, descemos as escadas e entramos na cozinha, peguei uma tigela e coloquei salada de fruta, e comecei comer, estava muito boa, amava que o mamão basicamente derretia na boca.

Após alguns minutos caio apareceu, estava ansioso assim como eu, não parava de mexer as mãos, chegava até ser engraçado, lou estava tomando chá, era um chá muito cheiroso, não faço ideia do que era.

— Falei com minha mãe, ela vai assistir ao jogo — A animação era visível na voz dele, não sei se minha poderia ir, mas a presença dela seria um bom incentivo, minha mãe apesar de tudo era um pouquinho ausente, eu sempre senti mais esse baque, acho que as meninas não porque quando nasceram ela já tinha essa rotina doida.

— Isso é bom, espero que minha mãe consiga também — Disse terminando de comer.

— Pessoal do time já ligou perguntando de você, avisei que você tava dormindo, e que mais tarde a gente ia pra escola — Caio disse me abraçando por trás, e em seguida saiu pra dar um beijo na testa do Lou.

— Você vai com o Ícaro pro jogo? — Perguntei pro Lou que apenas balançou a cabeça concordando.

— Hum, certo então, vou ver o que o treinador quer — Levantei e já fui discando o número do nosso treinador, e em questões de segundo ele atendeu, cheio de euforia na voz.

— William, finalmente o grande dia rapaz, espero que vocês estejam com sangue nos olhos hoje, é um dia muito importante — Dizia ele com a voz assumindo um tom sério.

— Claro, hoje vamos vencer, não se preocupe — Falei mais confiante do que eu esperava.

— Ah, fiquei sabendo de primeira mão, que o treinador da Imperial Club vai estar lá, e um olheiro da Spartan também — Ele parecia estar mais empolgado que qualquer um de nós. A questão é o seguinte, Spartan e Imperial eram grandes times rivais, e ter dois representantes desses times nessa final, era uma puta de uma oportunidade. Hoje o jogo seria bastante acirrado, querendo ou não todos do time tentariam dar seu melhor e se destacar.

— Caralho, isso vai ser irado, espero que você já tenha tomado seu remédio pro coração coroa — Disse rindo e ouço ele rir do outro lado da linha.

— Ah é moleque? Te espero, tu e o Caio em duas horas, precisamos repassar algumas estratégias — Dizia ele por fim desligando o celular.

Respirei fundo e sorri, seria hoje não estava nem acreditando nisso, procurei Lou e Caio me falou que ele tinha subido, subi as escadas em passos lentos e abri a porta do quarto dele, ele estava aninhado no meio dos cobertores, parecia estar dormindo. Deitei com cuidado pra não acordar ele, e puxei ele pra um abraço bem demorado.

— Eu amo você — Disse dando um beijinho na testa dele, o mesmo sorriu ainda de olhos fechados.

— Eu amo o Teddy — Disse apertando o urso, que só agora percebi estar com ele.

— Ah é? Então esse urso aqui vai embora, e deixar o potinho de mel aí — Disse me levantando.

— Não vai, esse potinho de mel precisa dos dois ursos — Sorri dando uma gargalhada, porque pela lógica ursos comem o mel, então né. Lou me olhava sem entender nada, parei de rir e abracei ele novamente.

— Ei, estamos perto do fim do ano letivo, final do mês é o baile — Disse me lembrando que estávamos a um passo de finalizar o ano.

— Nós vamos ao baile? — Lou perguntou se sentando.

— Vamos sim — Caio entrou pela porta pulando em cima da gente.

— Ou então a gente faz nosso próprio baile, dança aquela música idiota, e depois tira várias fotos de terno, o que acha? — Ele disse, apenas ri, não era uma má ideia.

— Seria engraçado — Lou finalmente deu o sorriso que eu tanto queria ver, o sorrio que faz as covinhas aparecerem na bochecha dele.

×

— Tchau amor se cuida, liga pra gente quando o Ícaro vier aqui — Disse dando um selinho nele, enquanto Caio fazia o mesmo.

— Tudo bem, daqui a pouco ele vai vir e eu ligo — Assenti e sai pela porta, indo em direção ao taxi que já esperava a gente.

Meu estômago estava com um friozinho muito louco, e assim que nos aproximamos dos portões da escola, a ansiedade já me dava enjoo, paguei a corrida e saí com Caio. Algumas barraquinhas de comida estavam sendo montadas por ali, alguns funcionários da escola terminavam de limpar o que faltava, era um ar de expectativa.

Segui para o vestiário onde encontrei alguns dos meninos sentados nos bancos de madeira, o local estava ventilado, mas todo mundo apenas conversava, talvez conversar fosse uma forma de aliviar o nervosismo que todos sentiam naquele instante.

Cumprimentei o pessoal, alguns ainda iam chegar, sentei em um dos bancos e peguei meus fones e fiquei ouvindo música, sentia a adrenalina correr pelo meu corpo, era uma sensação confortável, mas ao mesmo tempo a ansiedade cagava tudo, nunca me senti tão ansioso pra algo na vida, nem no dia que perdi a virgindade e tive uma ejaculação precoce.

Louis

Estava sentando na minha cama arrumando minha mochila, Ícaro disse que seria legal a gente ir acampar no lago após o jogo, os meninos levariam as barracas, seria basicamente as mesmas pessoas da última vez. Terminei de pôr uma blusa de manga comprida do Will na bolsa, e fechei o zíper em seguida.

Me deitei na cama fitando o teto, Ícaro ficou me encarando e perguntou o que eu tinha, acabei disse para ele que já sabia a identidade da pessoa das mensagens, mas que não sabia quem poderia ser a pessoa, poderia ser qualquer pessoa com aquele nome, ou talvez aquele nem fosse o nome, e os números fossem apenas um código falso. Minha cabeça começou dor com o fluxo de pensamentos e por fim esqueci esse assunto.

— Ansioso para o jogo? — Assenti com a cabeça e rolei na cama abraçando ele.

— Ansiedade é algo que tenho sentido muito, mas medo também, não quero que os meninos se prejudiquem, eu vejo esse jogo de hoje como um tiro no escuro — Digo desabafando.

— Não se preocupa tá? Acho que não vai acontecer nada não, e de qualquer forma sempre vamos estar juntos apoiando uns aos outros — Disse me abraçando e afagando meu cabelo.

Ficamos conversando até a hora de eu me aprontar para ir para escola, tomei banho e vesti uma blusa de estampa de rosas, e em seguida botei o casaco do time por cima da blusa, acho que os meninos iriam gostar de me ver usando o casaco do time. Passei perfume, calcei o tênis e por fim estava pronto. Ícaro se arrumou no quarto do Will, e assim que ele terminou nós saímos de casa, tranquei tudo e logo estávamos indo buscar a Luna, a noite já estava quase no auge, mas era possível per um pouquinho da cor laranja no céu.

Ícaro ligou o rádio e logo unconditionally invadiu meus tímpanos, lembrei do dia que a gente estava na festa, e os meninos me deram o maior trabalho, quebraram minha cama, acabei sorrindo. Porque no fundo a vida se baseia nisso, pequenas lembranças, pra muitas pessoas, dois garotos bêbados aprontando não pareceria grandes coisas, mas pra mim sim, porque era os dois amores da minha vida.

— Não sabia que gostava de Katy Perry — Despertei dos meus devaneios após ele falar.

— Ah, essa música tem uma carga emocional importante para mim — Disse sussurrando os trechos da música. I will love you, unconditionally.

— Que fofo — Ícaro disse sorrindo e estacionando em frente à casa de Luna, apertando a buzina duas vezes. Logo ela saiu carregando uma mochila também, deixou no porta malas e entrou no banco da frente, deu um selinho no Ícaro e me cumprimentou. Luna estava com duas listras, azuis e pretas em baixo dos olhos, as cores do time, assim que eu chegasse na escola faria o mesmo também.

Assim que chegamos no estacionamento, já tinha muita gente por ali, as barraquinhas de lanche funcionavam a todo vapor, comprei um hot-dog e uma latinha de refrigerante e fiquei esperando os meninos, vejo tia Laura adentrar o lugar, ela estava muito linda, fui em direção dela a cumprimentando.

— A senhora está muito linda — Digo elogiando e ganhando um sorriso travesso dela.

— Senhora está no céu meu anjo, como você está? Os meninos já estão aqui? — Perguntou curiosa.

— Estou bem, estão sim, eles vieram primeiro que eu — Disse oferecendo um pouco de refrigerante.

—Vejo você na arquibancada Lou, até daqui a pouco — Disse me abraçando, e cumprimentando algumas pessoas no caminho.

Ícaro voltou com um balde com batatas fritas, e logo Pandora, Júlio, Sofie e Aquiles apareceram, nos cumprimentamos e ficamos conversando, até a hora que os fogos de artifício começaram a explodir no céu, e isso indicava que logo, logo iria começar.

William

Após termos repassado tudo que era preciso, ficamos por ali descansando, nosso treinador passou as estratégias e tudo que iríamos precisar para aquela noite, começamos nos arrumar e pôr os equipamentos, o time ficou sentado pelo vestiário, alguns conversando para cortar o clima de ansiedade, e quando ouvimos o barulho dos fogos sabíamos que estava próximo o grande momento.

O treinador nos chamou para ficarmos a postos para entrar em campo, eu já estava pra explodir de tanta ansiedade, Caio deu um tapinha nas minhas costas, e disse pra mim ter calma. Procurei a faixa de capitão que eu uso no braço e não achei, e por fim acabei retornando ao vestiário pra ver se não havia deixado no armário.

Abri meu armário e não havia nada, olhei pelo chão, embaixo dos bancos e nada também, em cinco minutos entraríamos em campo, não podia entrar sem aquela faixa. Sentei e passei a mão no cabelo, tentando me lembrar algum lugar que eu tivesse deixado.

— Procurando isso aqui? — Virei e vi Diogo segurando a faixa, fiquei aliviado e peguei pondo no meu braço.

— Obrigado cara — Disse me levantando e saindo, mas o que ele me disse fez eu paralisar.

— Então você realmente não desistiu de jogar, e preferiu expor seus namoradinhos — Então era ele, esse tempo todo era esse desgraçado.

— Então era você, como você pode fazer isso? — Perguntei controlando a raiva que eu sentia.

— Como eu pude? EU? Você é um filho da puta mesmo William, tudo que está acontecendo é sua culpa seu babaca — Dizia ele sorrindo.

— Do que você está falando — Minha cabeça já rodava, o fim daquela conversa não acabaria bem, eu sentia isso.

— Nós éramos melhores amigos William, desde o fundamental, você entende isso? Você conheceu o Caio, e eu perdi 30% de você, e com o passar dos anos eu perdia mais, porque você não me dava atenção, entrei pra essa porra de time pra poder ter mais contato com você, mas daí adivinha? No ano que eu tentaria algo, aparecesse um veadinho loiro e eu perco você de vez — Os olhos dele estavam vermelhos, mas era ódio aquilo, Diogo dizia com raiva e muito ressentimento.

— Você só pode estar ficando louco, nós sempre fomos amigos, e baixa sua bola, você não é merda nenhuma pra falar do Louis — Disse tentando contornar tudo aquilo.

— MENTIRA, não mente para mim William, depois que o Caio apareceu nossa amizade foi reduzida ao pó, eu não podia sustentar essa amizade por mim e por você. E no dia que vi vocês se agarrando, o amor que eu sentia por você se transformou em ódio — Fiquei desnorteado com tudo aquilo, e tive que me sentar.

— Amor? — Perguntei em tom baixo, minha cabeça latejava com todo aquele mar de informação.

— Sim, mas o grande William, capitão do time de futebol, o pegador jamais iria namorar um amigo, não é mesmo? Outra merda, porque você fode o Caio, e é nojento suficiente pra comer seu primo também — Perguntou ele com escárnio.

— Então você só tá revoltado porque eu nunca demonstrei interesse em você, e porque além de eu ficar com um garoto, esse garoto não foi você? Você é patético — Falei soltando uma gargalhada, e vendo Diogo ficar vermelho.

— Com um clique no meu celular, eu vou acabar com sua vida, da mesma forma que você destruiu meus sentimentos — Dizia ele secamente.

— Sabe? Eu não tenho culpa se você se apaixonou por mim, e nem os meninos, isso que você tá fazendo é doentio, eu mudei, as pessoas mudam e nada garante que eu conseguiria retribuir isso que você sente, sinto muito — Disse suspirando.

— Deveria ter pensado nisso antes de foder com tudo, agora já era, você vai sentir na pele da pior forma, você acha que nossa sociedade é receptível? Não é, vai descobrir agora como é ser tratado como uma aberração — disse pegando o celular e meu coração falhou uma batida.

— Não faz isso, por favor — Pedi com um nó na garganta.

— Deveria ter pensado nisso, quando eu disse pra você não vir na porra desse jogo, agora acabou — Disse ele.

— Bom, acabou não — Cassius se sentou no banco de madeira, e começou a afrouxar o equipamento, e depois se botou a pôr de novo.

— O que você está dizendo — Perguntei me sentindo preso, só faltava ele está fazendo parte disso, me sentia burro por ter ficado em alerta, mas ter dado um voto de confiança. Burrice minha.

— No dia que eu fui fazer o trabalho com o Diogo, por ironia do destino achei no celular dele umas fotos do Louis, sua e do Caio também, um vídeo de vocês quase transando no vestiário — Dizia calmamente fazendo meu sangue gelar.

— Eu não sabia que tinha um aliado, isso fica bem mais interessante, sei que detesta o William — Disse rindo e debochando.

— Aliado? — E começou a rir, Diogo fez a mesma cara de confuso que eu.

— Eu apaguei tudo, as fotos, os vídeos, tudo que você pudesse usar, e adivinha? Apaguei dos arquivos salvos na nuvem, inclusive do seu e-mail. Eu sou filho de um militar doido da cabeça, eu sou inteligente o suficiente pra saber quando alguém tá fazendo uma merda, ou querendo ferrar alguém — Despejou tudo e eu não conseguia acreditar no que ele tinha feito, Cassius tinha 'salvo' a situação toda.

— E William? Não vai pensando que fiz isso por você, porque não foi, fiz pelo Louis, ele não merece nem 1% do sofrimento que toda essa merda, armada por esse lixo ia causar, sei que temos nossas desavenças, mas pelo Louis, resolvi poupar ele de ter que passar por tudo, porque como esse lixo disse, a sociedade iria massacrar vocês como se fossem insetos e ninguém merece ser exposto e passar por isso — Disse se levantando e dando uma tapinha no ombro do Diogo.

— Amor tem que ser recíproco, não forçado, espero que você se afogue nessa amargura que é sua vida — Falou para Diogo, e eu só conseguia ficar cada vez mais confuso.

— Desde quando você entende disso seu lixo? — Perguntou rindo.

— Entendo melhor que você, já que foi você que tramou tudo isso por ter levado indiretamente um pé na bunda, tanto pau no mundo era só buscar outro — Cassius disse sorrindo e saindo do nosso alcance. Fitei Diogo e o mesmo parecia perdido.

— Eu odeio você William — Disse ele vindo para cima de mim com o punho fechado. Desviei e prendi ele contra o armário.

— Ah é? Então pode odiar o quanto você conseguir, sabe por que? Porque mesmo tendo feito toda essa merda, você perdeu, e eu nunca vou deixar de amar o Louis e o Caio, se é isso que você quer que acabe. E mesmo se você fosse o último homem da terra, eu jamais cogitaria a ideia de ficar com você — Disse soltando ele e me virando para saída.

— Boa sorte pra jogar com menos um, capitão — Falou e saiu apressadamente para fora do vestiário, para o corredor que dava acesso à saída da escola.

Precisei molhar meu rosto várias vezes, suspirei fundo e acabei tendo uma crise de riso no vestiário, não iria acontecer nada com os meninos, e esse era o meu maior alívio, a melhor sensação que eu poderia experimentar.

Entrei em campo meio desnorteado, olhei para as arquibancadas cheias procurando o Lou, e logo achei ele com tia Laura e seus amigos, ele estava usando o casaco do time, olhei para o Caio e o mesmo sorriu, passei meu olhar pelos meninos procurando o Diogo, e ele não estava ali. Suspirei novamente, iríamos jogar faltando um, mas o maior dos meus problemas já tinha sido resolvido, e pelo incrível que pareça, Cassius foi a peça principal para isso. Avistei os representantes do Imperial e do Spartan próximos ao campo, meu estômago revirou só de presenciar isso, a noite seria longa hoje.

Tivemos a cerimônia de abertura, a banda da escola tocava o hino do país, e em seguida após todo o discurso da diretora nos cumprimentamos o time adversário. As arquibancadas estavam cheias, era uma grande mistura entre a nossa torcida e a torcida adversária, era uma mistura de cantoria e barulho só.

Vi um carinha do banco de reservas entrar em campo, o número total de jogadores no campo são vinte e dois, onze de cada lado, nosso objetivo principal era o touchdown, essa jogada nos dá seis pontos de vantagem, a partida tem duração de sessenta minutos. Mas os tempos são divididos em quinze minutos, com um pequeno intervalo. Ou seja quatro tempos de quinze minutos era o que definiria muita coisa hoje.

Caio

Entramos em campo, a torcida vibrou, fazia todos sentirem uma sensação única, aquilo que estávamos vivendo era único, vi o Lou e minha mãe na arquibancada e sorri. Após o hino entramos em posição, cada um na sua marca. Futebol é um jogo de estratégia, cada jogador em campo tem um objetivo específico, todos nós devemos trabalhar em equipe para atingir o touchdown.

Assim que o apito soou, vários corpos se deram de encontro, inclusive o meu, o impacto não causava dor nem desconforto, depois de tanto tempo já era algo bem normal. Vi Jonas correndo mais a frente com a bola, e corri acompanhando, derrubei um jogador adversário que tentou alcançar ele e fiz o bloqueio, mas não demorou muito ele foi derrubado na linha de seis jardas.

Voltamos novamente para posição inicial, a bola estava na posse do outro time, e os mesmos invadiam nosso campo como um exército, a jogada deles era bem arquitetada, o que resultou num touchdown logo de início. Will gritou para todos mantermos o foco, mas aquilo já havia desestabilizado um pouco.

Os dois primeiros tempos já haviam se passado, estávamos perdendo por dois pontos, precisávamos pontuar o mais rápido possível, peguei a bola e sai correndo, ultrapassei a linha de quatro jardas e joguei pro Will, ele pegou e continuou correndo, mas foi bloqueado e caiu no chão. Me aproximei e ele estava desacordado.

O tempo acabou e ele foi atendido ali no campo mesmo, mas disseram que ele não estava bom pra voltar, novamente outro substituto entrou e vi o Will sair na maca, esfreguei as mãos uma na outra, estava tenso demais, aquilo só podia ser brincadeira. Olhei pra arquibancada e vi o Lou com uma carinha de preocupação que doeu em mim. Respirei pesadamente, e soltei o ar mais umas cinco vezes.

Voltamos todos para a posição novamente, e logo estávamos trabalhando igual loucos pra nenhum ponto adversário ser marcado. Fiz o bloqueio quantas vezes eu pude, e faltando dois minutos para o jogo terminar, todos estavam apreensivos, estávamos perdendo por seis pontos, o ponto do touchdown.

Passei a bola para Jonas e corri atrás dele, conseguimos ultrapassar as primeiras jardas, mas na oitava eu fui derrubado, acompanhei meio que em câmera lenta Jonas se aproximar da linha de dez, e logo vi ele sendo derrubado, fechei os olhos e baixei a cabeça na grama, estava tudo perdido. O apito dando o fim do jogo ecoou em todas as direções, ninguém falava nada, estava um silêncio esmagador. Foi quando levantei a cabeça e vi Jonas dentro da área do touchdown.

A torcida rompeu em gritos de euforia e logo o campo era invadido pelos mesmos, vi o Lou ficar na arquibancada com os outros, sorri pra ele enquanto recebia os parabéns pelo jogo. Demoramos uns minutos na cerimônia final, e assim que pudemos sair corri e abracei o Lou e minha mãe. Logo Will apareceu e eu abracei ele também, o mais forte que eu pude, queria que ele soubesse que me esforcei por nós dois, mesmo ele tendo saído com poucos minutos para o final.

— Foi um bom jogo — Will disse no meu ouvido enquanto o aperto ao meu redor aumentava.

— Obrigado, mas não fui eu que marquei o ponto da vitória — Disse olhando para ele.

— Mas você ajudou, você poderia ter conseguido fazer, esse é o verdadeiro trabalho em equipe, parabéns — Apenas sorri e abracei dona Laura, que mais parecia uma adolescente eufórica. Minha mãe segurava um hot-dog enquanto me deu um abraço de tirar o fôlego, e beijou meu rosto sujando de mostarda.

— Espero que curta muito sua noite, seus amigos já me falaram que vão acampar no lago, parabéns filho, você merece, e obrigado por terem trazido essa vitória — Me dando outro beijo e me sujando.

Vi um homem chegar perto da minha mãe e ela sorriu para ele, e nós deu tchau com uma piscadinha, sorri e balancei a cabeça.

— Que comemoração no lago é essa? — Perguntei porque até então eu não sabia de nada.

— Ah, foram os amigos do Lou, eles marcaram independente da gente ter ganho ou não, mas já que ganhamos, melhor ainda — Will disse dando de ombros, concordei e logo vi o Lou, ele correu e pulou em cima de mim dando um abraço e dando os parabéns.

— Obrigado amor — Sussurrei próximo ao ouvido dele e em seguida observei ele avermelhar, os amigos dele também vieram me parabenizar e após Will e eu nos livrarmos do convite do time, seguimos nos carros para o lago.

Assim que chegamos lá as barracas já estavam montadas e a fogueira acesa, dois amigos do Lou estavam organizando as coisas, vi duas caixas de isopor com gelo e algumas bebidas dentro, uma toalha estendida no chão e uns pacotes de salgado por cima.

— Não trouxe roupa para trocar — Disse para o Will enquanto me sentava no tronco de árvore ao redor da fogueira.

— Lou arrumou nossas mochilas, tem muda de roupa dentro — Concordei e vi Lou com a Luana, eles estavam espetando umas salsichas e pondo na fogueira.

— BANHO DE LAGOO — Um dos meninos gritou e correu se jogando no lago, ri e em seguida tirei meu tênis e corri na mesma direção, logo sentir a água fria.

Após uns minutos jogando água nos meninos, e brincando com o Will, saímos da água e fomos para perto da fogueira no intuito de secar e esquentar o corpo, peguei uma garrafa de cerveja da caixa de isopor e abri tomando em seguida.

William

Assim que sai de campo, fiquei deitado na enfermaria, eu poderia ter voltado, mas a enfermeira não deixou e mandou eu descansar. Troquei minha roupa e fiquei fitando o teto, e o barulho incessante do lado de fora. E no final acabamos ganhando, sorri ao ver que caio ajudou bastante, meu garoto.

Acabamos indo para o lago para acampar, e depois de ter tomado um banho rápido no lago, nós estávamos ao redor da fogueira, comendo umas besteiras e bebendo. A primeira caixa de isopor já estava vazia, incluindo as duas garrafas de vodca que estavam cheias antes. Os amigos do Lou já estavam todos meios alegres, rindo para o vento, inclusive Caio já estava assim. Lou e Luana estavam apenas observando e rindo, Ícaro estava caído só de box no chão, e depois Luana ajudou ele se trocar, e o mesmo ficou brincando com os outros. Eu já me sentia meio tonto, e peguei um espeto com salsicha e comi.

— Vamos brincar de desafio — Disse Aquiles rindo, e logo todos formaram uma roda sem ao menos questionar.

Apenas assenti, e logo me uni a roda que foi formada em cima da toalha próxima a fogueira, os meninos colocaram música no som do carro, e o ambiente ficou bem animado.

Rodaram a garrafa e parou no Aquiles e no caio, Caio riu com uma cara bem retardada e isso me fez rir também.

— Eu te desafio a beber o resto da garrafa de vodca sem parar — Aquiles pegou a garrafa e em um gole virou tudo, e disse todo idiota — Desafio cumprido — E se sentou, logo ele dormiria.

A garrafa parou em mim e no Ícaro, e ele me fitou e em seguida disse o desafio.

— Você tem que vestir um sutiã e passar batom — Rolei os olhos, Pandora uma amiga do Lou, tirou o sutiã por baixo da blusa e jogou pra mim, e logo outra amiga do Lou, Sofie encheu minha cara de batom, a garota tava bêbada e eu virei uma pintura abstrata de batom com sutiã. Até Lou riu do meu estado.

Após mais desafios idiotas, Sofie tinha uma cueca na cabeça, Ícaro uma marca de queimadura, Caio estava com um colar de salsicha, Júlio tinha dois espetos como tiara, eu tinha uma garrafa de cerveja pendurada no pescoço, pandora estava apagada em cima de Aquiles, Lou e Luana estavam normais, os desafios deles foram coisa bem leves, comparado ao Ícaro que teve uma marca de garfo quente no braço.

— Último desafio senhoras e senhores — Disse Júlio com a voz meio embargada por causa da bebida.

A garrafa parou na Sofie e no Ícaro, Sofie levantou e puxou Ícaro para perto do Lou, e disse — Eu desafio você a dar um beijo no Louis — Eu já ia me manifestar quando Caio disse "BEIJA, BEIJA", olhei incrédulo para ele e o mesmo apenas riu, Luana estava igual uma pimenta e Lou queira se enterrar pela cara que fez.

Ícaro puxou ele, e deu um beijo de quinze segundos, e Luana riu dizendo que era fofo, Caio também ria e Lou estava igual um carvão em brasa. Suspirei e levantei pegando Caio, a brincadeira tinha acabado.

— Vem, vamos trocar de roupa, já está na hora de você dormir cuzão — Disse para ele enquanto puxava ele.

— Eu quero brincar mais Will — Disse ele rindo, enquanto eu puxava ele para trás de uma árvore, e levava a bolsa com as roupas.

Ajudei Caio tirar as roupas molhadas, e depois ajudei ele vestir a cueca, mesmo ele me empurrando pedindo para que eu chupasse ele, após cinco minutos consegui trocar as roupas dele e levei ele para dentro da barraca. Voltei para o lago e me lavei, e troquei minhas roupas também. Sentei próximo a fogueira, e logo Lou se sentou ao meu lado, estava com um cobertor sobre o ombro. O lugar já estava silencioso, todos já estavam em suas barracas, e Caio provavelmente estava apagado.

— Desculpa — Lou disse se aproximando de mim com o cobertor.

— Vem, não se preocupa com isso certo? — Disse puxando ele para perto de mim, o céu estava bem estrelado, e ficamos um bom tempo fitando as estrelas, até finalmente entrarmos na barraca, e nos preparamos para dormir. Mas eu demorei um pouco, minha cabeça estava muito cheia, mais tarde eu teria de conversar com os meninos sobre o Diogo. Suspirei e abracei o Lou, sentindo o cheiro do shampoo de lavanda, o mesmo shampoo que eu fiquei irritado quando vi no meu banheiro pela primeira vez.

Senti a mão do Lou percorrer meu tórax por baixo da blusa, ele fazia círculos na minha pele me causando leves arrepios, acabei ganhando um boquete dos melhores possíveis e isso me deixou molenga e sonolento. 

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