Eliza Claire
... quando senti dedos subirem pela minha coxa.
Ele se colocou entre as minhas pernas, fazendo as nossas coxas se tocarem, e fez questão de subir ainda mais a sua mão, até que ela estivesse escondida na minha saia.
Prendi a respiração e subi o olhar até os olhos do Theo que já me estudavam com atenção.
Cada vez que os nossos olhares se encontravam, ele parecia me admirar, e eu acharia isso estranho se não fosse tão frequente e quase um hábito do Theo.
A sua outra mão rapidamente encontrou o caminho da minha cintura e entrou pela minha camiseta, de um jeito que ele conseguisse tocar a minha pele enviando arrepios por todo o meu corpo.
Não consegui prender a respiração por muito tempo e logo o meu peito começou a subir e descer na velocidade da minha siririca flash.
O Theo percebendo, sorriu e aproximou o seu rosto do meu, enquanto a sua mão na minha perna estava chegando perto da minha intimidade.
A outra mão, na cintura, tocou a parte de baixo das minhas costas e continuou os movimentos circulares preguiçosos com carinho.
- Theo. - Eu chamei quase no automático suspirando.
Talvez eu tivesse razão, os elevadores podem ficar sem oxigênio, porque nesse exato momento, eu mal consigo respirar.
Para o nosso azar, estávamos presos em um dos pisos mais baixos do hotel e a temperatura era quase do diabo, o que não ajudava nada para o que eu estava sentindo no meio das minhas pernas.
Senti a mão do Theo finalmente alcançar a minha bunda e apertar a mesma pela lateral.
Ele tentava explorar cada pequena parte do meu corpo, como se ela fosse ainda mais fascinante que o centímetro anterior que ele tocou. Os seus olhos permaneciam em mim sempre, se divertindo com a minha expressão tentando me controlar.
O Theo aproximou o seu rosto do meu, me fazendo sentir o seu cabelo na minha testa e a sua respiração na minha boca. O perfume do Theo dançou o seu caminho até as minhas narinas e eu abri a boca levemente quando o ele subiu a minha saia ainda mais.
Um suspiro escapou da minha boca e o Theo sorriu de lado.
Me perdi na covinha que apareceu no seu rosto, acompanhado por uma bochecha avermelhada, como se aquilo pudesse me acalmar e me ajudar a controlar o que eu estava sentindo, mas, na verdade, fez o completo oposto.
O Theo já estava com a sua boca no meu pescoço, se aproximando da minha orelha.
- Me conte o que você quer de mim, querida. - Ele sussurrou com a voz arrastada no meu ouvido, como se ele também estivesse lutando para se controlar. - Eu darei tudo que você desejar. Tudo.
- Se afaste. - Ordenei sentindo a respiração pesada dele contra o meu pescoço.
O Theo retirou as suas mãos de mim, me deixando apenas com o fantasma do que era o seu toque carinhoso e cauteloso contra a minha pele.
De repente, quando o corpo dele se afastou totalmente de mim, eu fui atingida por uma onda de frio e realidade, que era o contrário do que eu ainda sentia no meio das minhas pernas.
Eu me levantei ao mesmo tempo que o Theo, tendo um pouco de dificuldade em ficar de pé e precisando me apoiar na parede do elevador em que eu estava.
- Você não pode fazer isso. - Falei quando consegui encarar os olhos dele.
Apesar do contato visual ser a atividade favorita do Theo comigo, eu tinha dificuldade em conseguir manter o que ele tanto desejava, para o próprio bem da minha sanidade e autocontrole.
Como se eu provasse o ponto das minhas teorias, assim que o meu olhar penetrou o do Theo, fui atingida por uma onda leve e fria no estômago. Não eram borboletas. Com o Theo, nunca eram borboletas. Era apenas uma onda de ódio revoltante e um conforto alarmante que não deveríamos ter com o nosso inimigo.
- Fazer o quê? - Ele questionou com o olhar perdido.
Eu evitei olhar para as suas calças com medo do que eu poderia encontrar nelas, então a minha visão periférica de vadia fez o trabalho para mim.
Eu estou oficialmente assustada e surpreendida com algo que eu não achei que fosse possível existir.
Era igual uma anaconda saindo pela perna da calça dele.
Quase olhei para o chão assustada, procurando outras cobras pra explicar o porquê de ter uma serpente baleia no corpo do Theo.
Será que ele colocou uma tora de catar manga na calça enquanto as suas mãos viajavam por mim e me faziam enlouquecer lentamente?
- Você sabe o que estava fazendo. - Sussurrei me aproximando.
Parecia que a anaconda tava me chamando.
Você sabe exatamente o que você estava fazendo comigo.
- Te mostrando o quanto eu preciso de você? - Ele confessou, como se aquela frase conseguisse machucar ele fisicamente.
- Não! - Repreendi ele. - Você não precisa de ninguém a menos se for pra roubar algo deles. - Disparei irritada, mesmo com todo o meu corpo queimado no fogo do capeta.
O Theo fechou os olhos com força, evitando lembrar da vez que ele me traiu e agiu como um idiota sem empatia.
- Eu odeio te trazer de volta para a realidade, mas nós não temos mais nenhum trabalho da bolsa pra você roubar de mim. - Soltei com os olhos fixos no Theo, tentando esconder a dor que estava afundando o meu peito agora.
- Você está me dando aquele olhar. - Ele avisou e eu fiz uma careta confusa.
- Que olhar?
- O olhar de que você quer que eu fale alguma coisa, mesmo quando você acaba de arrancar qualquer palavra da minha boca. - Ele explicou e eu neguei com a cabeça dando outro passo na sua direção.
O corpo do Theo estava lentamente ficando contra a parede do elevador a cada passo que eu dava e eu nem tinha certeza se ele notava.
- Eu posso não lembrar exatamente o que você falou naquele armário da festa, mas eu lembro como você agia e como eu me senti. Eu confiei em você. Eu acreditei que você fosse alguém decente e que talvez eu estivesse enganada por ter te odiado durante tanto tempo. - Admiti gesticulando.
Talvez o Theo tivesse razão, confessar esse tipo de coisas realmente pode doer fisicamente.
- Escut...
- Não! - Dei outro passo na sua direção e ele estava totalmente contra a parede gelada do elevador. - Você não entende que eu confiei em você? Eu te dei tudo, e você simplesmente me traiu e agiu como se eu fosse a errada por ter confiado. Você agiu como se eu estar chateada ou magoada com as suas merdas, não importasse!
- Eu preciso da bolsa. - Ele sussurrou implorando para que eu entendesse o lado dele.
Como eu posso entender o lado dele se ele não me explica o lado dele?
- E você acha que eu não preciso? Eu dei tudo de mim! Você roubou o meu tudo. - Elevei o tom da minha voz irritada, enquanto me aproximava dele.
A minha voz falhou enquanto se elevava e um olhar de preocupação se fixou no rosto do Theo.
- Eu sei que o fato de precisar da bolsa não justifica o que eu fiz com você. - Ele se aproximou também, me fazendo travar. - Eu estava assustado porque eu sabia que você merece essa bolsa mais do que qualquer pessoa. Eu sabia que você tem potencial suficiente pra ganhar essa bolsa e me vencer.
- Não foi isso que você demonstrou quando eu te perguntei sobre. - Lembrei, distorcendo o meu rosto pela dor e raiva.
- Eu estava aterrorizado, Eliza! - Ele elevou o tom de voz também me fazendo arregalar os olhos por um segundo.
Aquela foi a primeira vez que ele falou o meu nome.
Talvez eu estivesse enganada e ele fosse um bom cantor, ou talvez o meu nome parecesse bonito demais quando ele o falava, que parecia a melodia da música mais perfeita.
Essa pequena descoberta foi suficiente pra me fazer calar por alguns segundos.
- Na hora eu podia agir como se eu não me importasse mas eu estava assustado com a ideia do que pode acontecer comigo se eu não ganhar essa bolsa. - Ele contou e eu apertei os olhos negando com a cabeça e me aproximando dele.
- Você não passa de um narcisista egocêntrico que não tem um pingo de empatia! - Insultei com ódio.
O meu dedo ficou próximo do rosto do Theo em segundos, e pela primeira vez, eu mal notei a quase inexistente distância entre os nossos corpos.
O olhar do Theo caiu sobre a minha mão, subindo lentamente da minha boca até os meus olhos e então ele franziu a testa.
- Continue. - Ele implorou se aproximando e eu coloquei a mão no peito dele, empurrando ele de volta para a parede do elevador.
- Você é orgulhoso, banal, inútil e insensível. - Xinguei com ódio.
Precisando de apoio, coloquei a minha mão livre na parede do elevador em que o corpo do Theo descansava, apenas pra perceber que o elevador não estava em uma temperatura infernal. Eu estava.
A parede gelada do elevador fez algo frio se mover no meu estômago e eu semicerrei os olhos para o Theo na minha frente tentando me controlar.
Ele inclinou a sua cabeça na minha direção, abaixando o rosto e me fazendo sentir a sua respiração roçar contra a minha boca. A sua mão desceu as minhas costas e a lateral do meu corpo, me fazendo pressionar a mão ainda mais forte no peito do Theo pela surpresa.
Ele, parecendo satisfeito, observou o meu corpo próximo do dele antes de voltar a penetrar o olhar no meu em desafio.
- É tudo que você tem? - Ele indagou, aproximando o seu rosto do meu e me fazendo ferver ainda mais de irritação.
Eu conseguia ver os seus olhos brilharem naquela escuridão toda vez que a minha atenção caia para a sua boca sem querer.
- Que merda tem de errado com você? Você é sempre assim tão patético, idiota ou babaca? - Aproximei o meu rosto do dele, fuzilando o mesmo com o olhar.
Senti o batimento cardíaco do Theo explodir contra a minha mão em uma velocidade absurda, acompanhada de uma respiração irregular que ele tentava controlar tendo noção da minha mão no seu corpo.
Era esse o efeito que nós dois tínhamos um no outro?
- Patético? Da última vez que eu chequei, você era a única patética aqui. - Ele desceu o olhar para a minha boca por um breve segundo, percebendo também o meu peito subindo e descendo rapidamente.
Assim como quando eu conheci o Theo, eu senti que poderia explodir.
A sua mão finalmente tocou o meu quadril, me puxando ainda mais pra perto dele de um jeito quase imperceptível por mim no momento.
- Você é estupidamente patético. - Disparei com ódio.
- E eu já mencionei o quão estupidamente cruel você é? - Ele sussurrou contra a minha boca.
As nossas bocas estavam assustadoramente próximas, assim como os nossos corpos e nenhum de nós parecia fazer questão de se afastar.
- Eu vou acabar por matar você. - Ri nervosamente sentindo as minhas bochechas queimarem ainda mais quando os dedos do Theo entraram na minha camiseta, fazendo carinho na minha pele e enviando arrepios por todo o meu corpo.
Subi a minha mão para o pescoço dele, em conclusão da minha ameaça.
- Não seria a primeira vez que você tenta me matar. - Ele deu de ombros sorrindo. - Mas eu adoraria te assistir enquanto você faz isso. - Ele sussurrou contra a minha boca.
Por impulso, eu puxei o Theo pelo pescoço, fazendo as nossas bocas finalmente se tocarem.
continua...
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quero PELO MENOS 300k de comentários surtando pelo tanto q vcs me cobraram esse capítulo