Camila Cabello POV
Eu a ouvi sair da sala e exalei todo ar preso em meu peito. Eu estava exausta de apenas uma manhã tentando controlar o impulso de saltar para cima dela. Eu estava com problemas porque ela era boa, muito boa. Agora era óbvio que ela estava jogando comigo. Era uma coisa boa que eu podia ver seus avisos facilmente. Peguei meu celular e disquei o número de Dinah.
- Dinah, oi - Eu disse, agarrando um punhado de papéis.
- Olá Camila, como vai? - Seu tom estava eufórico e eu fiquei me perguntando que inferno ela estava tomando ou o quanto de café ela bebia de manhã.
Eu verifiquei novamente se estava sozinha e fechei a porta da sala da copiadora. - Quando sua irmã tenta seduzir alguém do seu escritório, como ela geralmente faz isso?
- Ah não sei, por quê?
- Eu acho que ela está jogando comigo. - Eu rosnei como uma criança irritada.
- Bem, primeiro tem o convite para o almoço - ela disse me causando um gemido internamente. Eu sabia que era bom demais para ser verdade. - Então há muitos flertes e por último, um drinque no clube. E no final da noite, ela está levando-a para a casa dela.
- Como ela as trata depois, aquelas do escritório?
- Vamos ver, ela geralmente apenas usa o tratamento silencioso, ou ela volta a ser profissional. A maioria das mulheres se demite, não sendo capaz de lidar com isso.
- Maldição, ela está jogando comigo.
- O que você vai fazer? - ela perguntou aflita.
- Jogar junto por enquanto - eu suspirei, perdida nos pensamentos das atividades do dia.
- Por que eu sinto como se um 'mas' estivesse vindo? - Dinah perguntou cautelosa.
- Mas eu sinto como se brincasse com fogo.
- Você é capaz de lidar com isso, Camila. Só lembre o por quê você está fazendo isso, e isto te ajudará com a sua determinação.
- Você está certa. - Eu disse, chutando o carpete com meu pé, rapidamente não desejando imagens fluindo em minha mente.
- Por que você está fazendo isso, Camila? - Dinah perguntou em um sussurro fraco.
- Eu não quero que você perca sua irmã. - Eu disse desconfortavelmente - Vamos deixar isso pra lá.
- Camila, acho que precisamos conversar sobre isso - ela insistiu.
- Eu não disse isso a ninguém fora da família, e nem planejo dizer.
- Camila, você precisa de uma amiga para conversar sobre essas coisas.- Dinah pausou antes de continuar. - Por que você não vem ao clube hoje? É a Segunda da Margarita.- Eu argumentei com ela por alguns minutos, mas foi em vão.
- Está bem - murmurei.
- Ótimo, te vejo mais tarde.- E com isso ela desligou.
Mas que fada teimosa.
Lauren Jauregui Pov
Tomou toda a minha força de vontade para sair da sala da copiadora. Eu queria muito ela, mas eu sabia que era tudo questão de tempo. Quanto mais tempo eu jogasse com ela, mais difícil seria para ela resistir. Minha reunião seria em alguns minutos, então eu decidi voltar para o escritório. Eu poderia parar e ver Christopher mais tarde.
Eu sentei em minha cadeira por alguns minutos antes de ouvir uma batida na porta. - Entre - eu relatei enquanto Camila trazia meus clientes para dentro. Eu me levantei e cumprimentei o Sr. e Sra. Wood. Camila andou até mim, colocando um pequeno gravador em minha mesa.
- Eu já perguntei se estaria tudo bem se a reunião fosse gravada e transcrita e eles assentiram. Falem como vocês normalmente fazem e tudo será gravado.- Camila indicou antes de apertar o botão de gravar.
- Obrigado, Camila.
- Sempre - Camila sussurrou, roçando sua mão por toda minhas costas antes de sair. Eu arrepiei levemente, seu toque enviando uma chama de desejo por mim.
Ela está flertando tanto comigo.
O resto da manhã se arrastou. Eu não tinha visto ou ouvido Camila desde minha reunião com os Wood. Eu saí do meu escritório para pegar uma garrafa de água e pagar a visita ao meu irmão. Camila estava em sua mesa com um monte de relatórios enquanto colocava em pequenas pilhas de papéis em envelopes pretos.
- Tudo pronto - Camila disse sorrindo para mim. Ela parecia adorável quando acabava algo. - Com vinte minutos de sobra.
Ótimo, talvez possamos sair para almoçar mais cedo.
- Parece ótimo para mim - Camila disse, seu sorriso alargando.
Muito fácil.
- Deixe-me falar com meu irmão primeiro e sairemos quando eu tiver acabado.
- Eu estarei aqui.
Eu andei pelo corredor para o salão e peguei uma garrafa de água antes de ir para o escritório de Christopher. Eu bati em sua porta e ele me disse para entrar.
- Hey irmã! O que foi? - Christopher perguntou, olhando por cima de um conjunto de projetos.
Christopher era o cabeça da divisão de construção. Nós não apenas planejamos, como também construímos. Christopher era perfeito para o trabalho com o seu conhecimento e seu ótimo senso de negócios.
- Nada. Não posso mais vir te fazer uma visita?
- Lauren, eu só te vejo em dois lugares: no clube ou no banheiro daqui. Nunca em meu escritório.- Christopher deu de ombros. Realmente?
- Eu queria ver o que você vai fazer hoje a noite? - Eu perguntei. Eu realmente nunca tinha visitado seu escritório antes? Dei uma olhada em volta da sala, observando as fotos de Normani em vários lugares incluindo sua mesa e estantes. Seu escritório era quente e confortável, muito diferente do meu. Eu sabia que minha mãe tinha decorado esse escritório enquanto eu optei por eu mesmo decorar o meu. Eu não me lembro de ter visitado esse escritório ou o de papai para ver. Se eu precisasse de uma palavra eu ligava, mandava um e-mail ou pedia a eles que viessem ao meu escritório.
- As garotas querem ir para o clube para a Segunda da Margarita. Michael e eu vamos apenas ficar de olho se alguém quiser se aproveitar delas.- Seu rosto ficou tenso, um olhar que ele ficava sempre que Normani era rudemente encarada.
- Parece divertido. Se importa se eu for junto?
- Sim, eu acho - ele disse encolhendo os ombros. - Como Camila vai no trabalho?
- Perfeita, ótima - Eu disse com um sorriso. - Ela é tudo que eu gosto em uma assistente pessoal.- Eu suspirei levemente. O que não passou despercebido por Christopher.
- Claro que ela é. Ajuda que ela seja fácil para os olhos.
- Não é assim, Christopher. - Eu me defendi rapidamente.
- Claro Loren. Fiz uma careta, eu realmente odeio quando ele me chama assim. - Continue tentando convencer a si mesma.- Rolei meus olhos em aborrecimento
- Quer ir almoçar? - Christopher perguntou, lançando um olhar no conjunto de projetos e escrevendo alguma coisa.
- Eu já tenho planos.- Eu disse rapidamente, esperando evitar a possível próxima pergunta.
- Almoço de negócios? Isso é um saco.
- Algo parecido.
- O que isso significa, Lauren? - Christopher me olhou de seus projetos. Então ele começou a rir. - Você está levando ela para almoçar, não está?
- Uhm, é melhor eu ir. Vejo você mais tarde no clube - Eu acenei rapidamente com a risada de Christopher ecoando em meus ouvidos.
Eu fiz meu caminho até o escritório de Camila quando percebi que ela estava conversando com alguém.
- Papa?
- Oi Lauren - ele disse calmamente. - Eu estava apenas conversando com a sua nova assistente pessoal. Eu acho que há algumas questões que eu preciso discutir com ela e com você, de fato. Você se importa se formos para seu escritório?
- Claro - Camila e eu dissemos ao mesmo tempo. Nós seguimos meu pai para dentro do meu escritório. Papa sentou-se atrás de minha mesa enquanto Camila e eu sentamos nas duas cadeiras em frente.
- Camila, seu atestado de antecedentes chegou essa manhã. Há algumas coisas surpreendentes que eu gostaria de discutir.- Eu olhei para Camila, curiosa para saber o que possivelmente havia naquele arquivo.
- Isto não tem nada a ver com a minha prisão, tem? - Camila riu superficialmente. Eu fiquei pasma, ela havia sido presa?
- Não, aquele arquivo explica que você atacou aquele homem em legítima defesa e todas as acusações foram retiradas - Papa riu um pouco - Apesar de que eu estou um pouquinho curioso para saber como você conseguiu quebrar o nariz de um homem quase uma polegada e meia maior que você?
- Jiu-Jitsu - Camila disse, encolhendo seus ombros e corando.
- Camila, isso tem que ir com o seu histórico escolar. Sabíamos que você tem um Mestrado e um diploma de Bacharelado, mas você falhou em dizer-nos que você possui um Doutorado em Psicologia.
Eu estava surpresa enquanto Camila mordia seu lábio inferior nervosamente. - Sim, eu tenho. Eu escolhi não mencionar porque não tem nada a ver com o que eu faço aqui.
- Você tem dois negócios. Você pode-me falar sobre eles.
- Sim - ela disse. - Eu tenho dois negócios diferentes tipo consultora. Um deles é onde dou palestras e ideias para ajudar as grandes corporações a ajudar os seus funcionários com o estresse no trabalho. O outro é…- Camila suspirou, respirando um pouco mais pesado. - Eu aconselho os casais e indivíduos em relacionamentos e terapia sexual.- Ela mexeu com as mãos e enrubesceu, desviando os olhos do Papai. Ela olhou em minha direção, mas desviou o olhar rapidamente, corando novamente.
Que inferno? Papai riu com humor.
- Bem Camila, você definitivamente tem um conhecimento diversificado.- Ele olhou para um folder que segurava em suas mãos. - Aqui diz que você tentou conseguir aprovação e fundos para um abrigo de mulheres e crianças agredidas aqui em Seattle no ano passado.
- Sim, senhor. Eu trabalhei na proposta para dois abrigos na região de Seattle. Temos apenas dois nesta cidade, os quais estão sempre lotados e eles tiveram que expulsar mulheres e crianças nos últimos meses.
- Você pode me dizer um pouco mais sobre sua proposta?
- Eu tenho atualmente um milhão de dólares e estou procurando por um adicional de 2,6 milhões em financiamentos. Tenho planos que já foram aprovados pela cidade que a Dellisola e Uley Co. fez para mim gratuitamente. - Camila mordeu seu lábio em concentração e continuou.
Ela tinha trabalhado com a companhia que costumava ser nossa concorrente. Isso era uma revelação interessante.
- Eu já tenho os dois lugares comprados e pagos. Tudo que eu preciso é de outro fundo para começar a construção. Eu também preciso de projetos para serem atualizados, já que lá havia algumas leis de códigos de compras.- Camila sorriu com entusiasmo penetrando em seus olhos.
Ela é generosa e boa. Merda, eu sou uma idiota.
- Bem, você parece ter muitas das suas bases cobertas. Se você conseguir a permissão da Dellisola e Uley Co. para que possamos mudar os planos deles, nós estaríamos felizes em ajudar. - Papai expressou. Claramente admirado com a mulher à sua frente.
Inferno, eu estou sendo intimidada por ela. Ela daria a Mama um investimento para o seu dinheiro.
- Isso seria ótimo - Camila expressou com um sorriso contagiante.
- Lauren, dê uma olhada nos planos uma vez que Camila consiga a aprovação, e ambas podem trabalhar sobre a proposta para uma reunião em duas semanas. - Eu nunca tinha tratado com algum dos aspectos da caridade do nosso negócio. Eu sempre deixava para que meu pai e minha mãe fizessem isso.
- Eu não tenho problemas com isso, mas Dellisola teria.- Eu encolhi os ombros. Alessandro Dellisola já tinha conseguido levar vários de nossos clientes quando ele deixou a empresa há cinco anos e ele não tinha saído em boas condições.
- Não se preocupe com Alessandro - Camila indicou, não encontrando meus olhos -Eu digo Sr. Dellisola. Eu posso lidar com ele.
Ah, agora ela estava a par do primeiro nome de Dellisola. Segurei de volta um resmungo, minhas mãos em punhos apertados em meu colo.
- Bem então, combine algo com a Margaret e então nós três e minha esposa Clara podemos discutir sua proposta - Papai sorriu para Camila, que sorriu de volta e concordou com a cabeça. - Lauren, você se importa se eu tiver uma palavrinha a sós com Camila por alguns minutos? - Eu olhei para Camila, cujos olhos estavam arregalados e sua pele ficou pálida.
- Claro, eu estarei lá fora.- Eu dei a meu pai um olhar fixo em questionamento, mas ele apenas balançou a cabeça levemente. Deixei meu escritório com mais perguntas do que respostas sobre Camila. Quem diabos era aquela mulher?
Camila Cabello Pov
- Agora, Camila, não há necessidade para esse olhar de animal assustado.- Mike riu alto.
Eu apenas concordei. Eu não tinha nenhuma ideia se a família dele havia contado o que eu estava fazendo por eles.
- Dinah me disse na noite passada a verdadeira razão do porque você está trabalhando para Lauren.
- Senhor, se isso está incomodando você, eu posso sair e não olhar para trás.
- Não, eu acho que você será boa para minha filha. Essa é uma das razões pela qual eu chamei ambas aqui. Eu queria que ela visse o quão esperta você é - Mike explicou, seus olhos levemente amargurados enquanto discutia sobre sua filha. - Eu já observei uma mudança nela, que é o porquê eu conversei com Dinah sobre Lauren.
- Uma mudança? Como seria, senhor?
- Camila, por favor, me chama de Mike.- Eu concordei, esperando pacientemente por alguma informação pertencente a Lauren.
- Bem, minha esposa geralmente liga para Lauren todo sábado para dar uma checada nela. Essa ligação é geralmente rápida e ela responde todas as questões com uma ou duas palavras. Mas no sábado passado, na realidade minha filha nos ligou e passou mais de uma hora falando com sua mãe e comigo. Ela até fez planos de jantar conosco na quarta-feira. Nós não temos jantado com nossa filha há mais de dois anos, Camila, exceto pelos rápidos jantares de aniversários e feriados.
- Eu não acho que tenha nada a ver comigo - eu balbuciei, um pouco chocada que Lauren parecesse tão diferente antes. Certamente ela não tinha ignorado sua família completamente? Era como se ela fosse uma estranha em sua própria família.
- Talvez. Talvez não. Eu tenho uma pergunta pessoal para fazer a você e, por favor, sinta-se livre para não responder se você se sentir desconfortável.- Eu concordei.
- Por que você faz isso?
Essa era uma pergunta que eu tinha sido questionada mais vezes que eu já tinha até perdido a conta. Eu só tinha contado minha história para Alessandro, e somente por causa da minha sobrinha Jenna. Eu senti que pelo menos um dos membros da família Jauregui precisava saber o porquê. Eu senti que Mike respeitaria minha necessidade de manter isso entre nós agora. Havia outro membro da família que sabia um pouco sobre meu passado, mas ela ainda não tinha me reconhecido.
- Eu tenho um irmão mais velho chamado Afonso. Ele era muito parecido com sua filha Lauren, um mulherengo, um playboy. Ele tinha uma mulher diferente com ele toda vez que eu o via. Aquilo realmente me aborrecia, como ele tratava as mulheres, mas não importava o que eu dizia a ele, eu não pude fazê-lo parar - Eu disse, uma lágrima escapando dos meus olhos. Mike tirou um lenço do bolso de seu terno, passando-o para mim.
Eu balbuciei uma fraca desculpa e um obrigado antes de continuar.
- Minha melhor amiga Brianna era essa garota inocente que tinha uma queda enorme por Afonso. Eu deixei claro para ele que ela estava fora dos limites e ele respeitou meu pedido. Isto foi somente até ela felizmente ficar noiva e prestes a se casar. Ele a levou para a cama e ela foi pega pelo noivo. Seu noivo acabou com o casamento deles, meu irmão ignorou-a e os parentes dela a renegaram. Ela perdeu tudo. Uma noite ela veio onde eu e meu irmão morávamos com uma arma.
Eu sempre odiei contar essa história. Não importava o quanto eu tentasse, as imagens e as memórias daquela noite vinham à tona.
- A intenção dela nunca foi machucar meu irmão, ela queria que nós soubéssemos o porquê. Meu irmão tentou pará-la. Durante a briga, a arma disparou e o atingiu nas costas. Depois Brianna atirou nela mesma. - Eu funguei algumas vezes limpando meu rosto. - Eu perdi minha melhor amiga e meu irmão naquele dia. Meu irmão está vivo em uma cadeira de rodas, mas ele não tem sido mais o mesmo. Ele se recusa a tentar andar mesmo que os médicos digam que ele está hábil para isso. Ele não acha que merece andar.
- Bem Camila, você tem seu coração no lugar certo. Mas isso não é justo para você.
- Talvez, mas eu não quero que algo parecido com isso aconteça com Dinah ou sua família. Você nunca sabe como uma mulher reagiria sendo machucada por alguém como Lauren no passado. Eu não vi que Brianna estava tão machucada até que já era tarde demais.
- Obrigado por me contar isso. Eu não direi nada para os outros se esse for o seu desejo.
- Eu provavelmente contarei isso a Dinah hoje -Mike acenou com a cabeça. - Agora, limpe-se no banheiro de Lauren antes que você a veja de novo.- Eu confirmei andando para dentro do banheiro e lavando meu rosto com água. O rosto no espelho era difícil de reconhecer. Não era a mulher confiante que havia entrado naquele escritório essa manhã, era o rosto de uma estranha. E agora eu me perguntava qual delas era a máscara.
Lauren Jauregui Pov
Eu esperei pacientemente do lado de fora do meu escritório, andando para trás e para frente. Ok, talvez não tão paciente. O que será que ele queria falar com ela? Por que eu não podia ficar lá? E por que ela estava a par do primeiro nome do Dellisola? Essas eram todas as questões que eu esperava pegar as respostas hoje durante o almoço.
Eu ouvi o barulho dos saltos de Camila vindo no chão de madeira do meu escritório, aproximando-se da porta. Eu rapidamente corri para a mesa de Camila, agarrei um arquivo e comecei a dar uma olhada nele.
- Bem Camila, você certamente será uma grande vantagem para a empresa e eu estou ansioso para trabalhar com você no futuro.
- Obrigada, Mike. Eu estou ansiosa para trabalhar com você e sua esposa.- Camila sorriu, mas o sorriso não encontrou seus olhos. De fato, parecia que ela havia chorado. O que poderia ter acontecido para ela ficar tão triste? Meu pai assentiu e deixou a sala indo para o seu escritório.
- Lauren, você pode me dar uns minutos antes de irmos? - Eu confirmei e assisti-a pegar uma bolsa de sua mesa e andar pelo corredor para o banheiro. Minutos depois ela retornou com um sorriso resplandecente e parecia revigorada. Eu dei a ela um olhar de questionamento, o que a fez franzir as sobrancelhas levemente.
- Você está pronta para ir? - Eu perguntei, vendo que ela não encontrava meu olhar.
- Sim - ela sussurrou suas mãos inquietas de novo. - Vamos indo.
- Espere, estamos indo a algum lugar a pé, ou vamos de carro? - Camila perguntou.
- Nós devemos pegar um carro ou um táxi.- Eu disse a ela levando-a para o elevador.
- Podemos ir no meu carro? Eu acabei de comprá-lo e essa manhã foi a minha primeira vez dirigindo. Eu estou morrendo para dar outra volta nele.- A excitação era evidente em sua voz e em seus olhos.
- Claro, se isso é o que você quer. Posso perguntar qual é o modelo do carro?
- Você verá - ela respondeu presunçosamente.
Nós entramos no elevador e quando as portas fecharam eu fiquei hiper-consciente da presença de Camila tão perto de mim. Eu percebi que estávamos sozinhas, o calor do corpo dela me aquecendo. Eu acidentalmente lancei um olhar na direção dela e percebi que ela estava me encarando de canto de olho. Ela sorriu e olhou para baixo.
Quem era essa mulher? Tímida e depois ousada. O humor dela estava me dando tonturas.
Nós fomos para o andar do estacionamento, as portas abriram com uma rajada de vento.
Guiei Camila para fora do elevador com uma mão em suas costas, era mais uma desculpa para tocá-la. Eu a permiti liderar o caminho, minha mão ainda a tocando suavemente.
Ela continuou conduzindo até que parou em frente de um Ferrari 599 GTB Fiorano vermelho. Porra, esse não pode ser o carro dela, pode? Camila removeu as chaves de sua bolsa e apertou o botão do alarme e a Ferrari apitou com as luzes piscando duas vezes.
- Este é o seu carro? - Eu engasguei completamente fodida de admiração.
- Sim, eu fiquei na lista de espera por oito meses antes de finalmente conseguir meu bebê.- Camila tinha um olhar presunçoso brincando em seu rosto. Se exibindo. E de novo, eu olharia com aquele olhar dirigindo um destes bebês.
- Ele tem um motor de doze cilindros, uma transmissão de F1, que alcança duzentos e cinco milhas por hora, e vai de zero para 62 milhas por hora em 3,7 segundos - Camila relatou firmemente. Ela estava adorando isso, muito para meu prazer. - Sobe aí - Camila então sorriu e deu uma piscadela, passando a mão pelo banco do passageiro. Eu abri minha porta cuidadosamente e sentei. O interior consistia principalmente de um couro bronzeado, mas que foi acentuado com preto. No volante o botão vermelho de iniciar era o emblema inconfundível amarelo do cavalo empinado.
- Você é facilmente impressionável, Lauren - Camila indicou sem graça.
- Perdão?
- Você disse o que, seis palavras desde que eu te mostrei meu carro? Você está impressionada. É o carro ou o meu conhecimento sobre o carro que te impressiona? - Camila levantou uma sobrancelha em questionamento.
- Os dois - respondi honestamente. Eu somente não queria mencionar que eu queria fodê-la em cima do capô do seu carro enquanto seus saltos enroscavam minha bunda, criando a porra da memória perfeita deste carro.
A risada de Camila encheu o carro, me fazendo rir com ela. Eu tenho que admitir, a risada dela fez como se ela tivesse lido minha mente.
- Você devia ver meu outro carro.- Camila deu uma piscadela. Essa simples confirmação me fez imaginar nós em vários estados totalmente peladas enquanto nós fodíamos como coelhas em cada carro esporte de luxo que veio à minha mente. - Então onde estamos indo?
- Você gosta de comida italiana? - Eu olhei para Camila, que apertou o botão para ligar o carro. Ela acenou com a cabeça - Então Assagio Ristorante é o melhor lugar de comida italiana.
- Eu sei onde é. - Camila acenou, tirando o carro do estacionamento. Foi quieto por alguns minutos enquanto fizemos nosso caminho para o coração de Seattle. O ronronar do motor era suave e me permitiu relaxar enquanto ela dirigia.
- Então, uma doutora, hum? - Eu perguntei, ainda tentando tirar da minha mente toda a informação nova que eu tinha pegado. Eu teria que olhar seu currículo para obter uma imagem mais clara de quem era essa mulher.
- Sim. Você não vai ficar estranha com isso, não é? - Camila perguntou, seus olhos implorando.
- Estranha? Por que eu ficaria estranha com isso? - Eu perguntei, sem entender sua pergunta.
- Bem, para alguém como seu irmão, eu tenho certeza que ele faria algumas piadinhas por agora, mas eu não tenho certeza disso sobre você, certo?
- E quais são suas teorias sobre como eu reagiria com essa nova informação? - Eu perguntei, curiosa para saber o que estava em sua mente.
- Bem, como eu disse, você ou vai ser uma idiota e ficar de gracinhas comigo, ou você não pensará nada sobre isso e nem trará isso a tona de novo, ou você está meio curiosa sobre o que eu faço durante uma das minhas sessões.
Maldição, ela tinha me pegado com a última.
- Eu estou levemente curiosa? - Camila riu ligeiramente, tentando recompor seu rosto.
Eu não sabia o que dizer para aquilo. Eu fiquei quieta, perdida em pensamentos quando a risada de Camila encheu o carro de novo.
- Agora você está indo em frente para “não ir agora para lá, mas guardando essa conversa para mais tarde”. - Camila entrou no estacionamento, colocando o carro na vaga. Seu rosto tremeu com a risada e eu me juntei a ela. - Geralmente acham minha linha de trabalho intimidante. Eu acho que assumem que eu estou analisando tudo o que eles fazem.
- Você analisa? - Eu perguntei retoricamente.
- Eu tento não fazer.- Camila deu de ombros antes de dar a volta no carro e fechá-lo. Eu a segui satisfeita e fui ao lado dela de novo, e a conduzi com uma mão na parte inferior de suas costas para dentro do restaurante. Nós estávamos sentadas exatamente ao longo de uma parede em uma mesa redonda mais privada iluminada com luz de velas. Eu puxei uma cadeira para Camila. Ela sussurrou um "obrigada" antes de se sentar.
Nosso garçom ofereceu uma lista de vinhos que nós duas devolvemos. Camila me pediu para pedir para ela. Ela disse que ela gostava de qualquer coisa, mas que ela não falava italiano.
Eu pedi Carta Musica e um Olivi Assortiti para os aperitivos, duas saladas Caesar e Gnocchi. Depois que o garçom se foi eu me virei para Camila.
- Você conhece e dirige um carro esporte italiano, mas não fala italiano?
- Não, está na minha lista de "para fazer". Até agora eu consigo arranhar um francês, espanhol e alemão, mas não italiano.
Depois daquilo, nossa conversa foi mais sobre nossas escolas e alguns lugares que nós tínhamos viajado e lugares que queríamos visitar. Eu descobri que nós tínhamos gostos similares. Camila falou que ela adorava arquitetura e os lugares que ela queria visitar eram amplos e de diferentes tipos. Depois disso, a conversa virou para nossas músicas e livros favoritos. Eu também descobri que nós tínhamos gostos similares. Ela gostava de muitos gêneros de música: de clássica para o rock pesado, até mesmo country. Mas no fundo da minha mente eu tinha uma questão ardendo. Eu queria saber sobre seu relacionamento com Dellisola. Eu só não sabia como trazer isso à tona.
- Camila, é você? -Eu ouvi uma voz muito familiar atrás de mim. Meu sangue instantaneamente entrou em ebulição.
Camila levantou o olhar e olhou atrás de mim. Seus olhos se arregalaram e ela engasgou. -Alessandro?
Camila Cabello POV
Não. Não agora. Era cedo demais para Lauren saber sobre Alessandro e eu. Merda! Sem mencionar que eu não tive a chance de falar com Alessandro sobre Lauren, e que eu precisava da ajuda dele. Eu tinha que descobrir um jeito dele continuar de boca calada.
Lauren Jauregui POV
- Hey Camila - Alessandro andou até Camila tirando-a da cadeira para um abraço. Eu queria acreditar que aquele abraço entusiasmado era nada mais do que amizade.
Uma das minhas mãos cerrou no meu colo enquanto a outra apertava com força a mesa. Eles se conhecem pessoalmente; eles são apenas amigos, eu disse a mim mesmo. Quando Alessandro largou Camila, ele finalmente me notou. Ele me encarou por um momento antes de olhar para Camila, abordando-a como se eu nem estivesse lá. - O que você está fazendo aqui com ela? - Eu engoli de volta um rosnado, soltando murmúrios para o homem atrás de mim. Aquilo não passou despercebido, mas o braço dele ainda estava em volta da cintura dela possessivamente.
- Lauren é minha chefe, Alessandro - Camila disse e estremeceu levemente, se soltando de Alessandro.
-Que porra é essa? - Alessandro cuspiu, elevando a voz. Camila o encarou.
- Com licença, Lauren. Eu voltarei em um minuto.- Camila disse, agarrando Alessandro pelo braço o levando para o corredor em direção aos banheiros. Eu tentei não olhar, mas não deu certo. Camila estava gesticulando freneticamente com suas mãos, sua pele corando conforme ela argumentava em rápidos murmúrios com Dellisola.
Eu assisti Camila parecer se acalmar com uma mão em sua cintura e outra apontando para a saída. Alessandro voltou a me olhar e franziu as sobrancelhas, mas ele rapidamente chamou Camila para perto e beijou sua bochecha. Camila o empurrou, encarando-o antes dele finalmente sair.
Camila se recompôs e voltou para nossa mesa - Me desculpe por aquilo - ela disse calmamente. - Eu sabia que vocês não se gostavam, mas eu não tinha ideia que ele seria tão imaturo sobre isso.
Conforme ela se sentou, Camila olhou para minha expressão e revirou os olhos. - E aparentemente, você também não está sendo tão madura com isso. - O sarcasmo dela mudou a atmosfera da carga elétrica entre nós para a inegável tensão. - Apenas fale logo, chefe - Camila estalou, me encarando.
- Apenas que inferno é a sua relação com o rival número um da minha empresa? - Eu sibilei entre os dentes.
- Meus relacionamentos pessoais não são da sua conta, Lauren - Camila disse com uma levantada de sobrancelha e um sorriso enorme. Ela realmente tinha a audácia de sorrir daquele jeito para mim.
- Por que você está me olhando desse jeito? - Eu perguntei, me sentindo um pouco inquieta. Eu senti como se ela pudesse me ler como um livro aberto. Me senti exposta. Ela já tinha me desarmado totalmente.
- Você está com ciúmes? - Sim.
Eu bufei - Muito fortemente, Camila - Eu disse em um falso horror.
Como se eu ficasse com ciúmes de algo tão trivial.
Lauren Jauregui não tinha inveja de ninguém. Eu tinha que voltar atrás senão pareceria uma completa idiota na frente dessa mulher. Por alguma razão, eu senti como se ela tirasse vantagem de cada vulnerabilidade que eu tivesse mostrado.
- Pensando bem, eu estou começando a imaginar se a sua vinda para trabalhar conosco tem algum motivo secreto, já que é óbvio que você não precisa trabalhar. - A cabeça de Camila caiu para trás quando ela começou a rir.
- Você está pensando que eu estou trabalhando para sua empresa como espiã para Alessandro - Eu franzi minhas sobrancelhas. Seu tom tinha um pouco de sarcasmo e provocação por trás; isso não era um assunto engraçado. - Você me pegou, Lauren.- Camila disse com suas mãos para cima em falsa rendição. - Eu admito, eu tenho motivos secretos, mas eles têm a ver com o projeto que seu pai nos pediu para trabalhar. Houve um brilho nos olhos dela, um que eu não pude entender, mas tinha ido embora em um segundo.
- Então como sua amiga, como é seu relacionamento com Dellisola? - Minha face suavizou e minha respiração começou a se acalmar.
- Amigas. É isso que nós somos, Lauren? - Camila perguntou, me olhando através de seus longos cílios com seus olhos castanhos atentos, momentaneamente me impressionando. Camila sorriu.
Maldição, ela tinha que saber o que ela causava em mim. E ela estava usando aquele conhecimento como vantagem.
- Eu gostaria de pensar assim - Eu admiti.
- Então, como amiga eu responderei sua pergunta porque, caso contrário, eu não responderia. Alessandro e eu somos apenas amigos.- A face de Camila se iluminou com um doce sorriso que me fez parar de respirar.
Eu estava completamente desarmada por ela, porra. Esse almoço era para ser outro salto para seduzir essa linda criatura para minha cama, mas ao invés disso, era ela quem estava me deslumbrando.
- Agora - Camila sussurrou olhando atentamente em meus olhos.
Maldição se aquilo não era enigmático. Eu tive que escolher não pressionar mais a conversa. Seria apenas deixar de lado o quanto aquilo me aborreceu, mas eu sabia que essa conversa viria à tona de novo.
Nós saímos do restaurante logo depois que Camila se queixou sobre eu pagar o almoço. Ela ainda estava murmurando palavrões baixinho, algo que eu não acho que ela sabia que estava fazendo. Eu engoli minha risada quando ela me deu suas chaves.
- Toma, você dirige. Estou com dor de cabeça - Camila murmurou indo para o lado do passageiro. Depois de destravar as portas com sua chave eu abri a porta para ela. Ela revirou os olhos, mas preferiu não comentar sobre a minha tentativa de ser uma cavalheira. Eu era capaz de ser gentil.
Eu deslizei para o banco do motorista e fiz pequenos ajustes no banco e no espelho antes de sairmos.
- Nós ainda temos quarenta e cinco minutos até a reunião, Lauren. Se você quiser, você pode testar o meu carro - Camila disse docemente.
Ela pode ler mentes?
Eu dei um largo sorriso a ela que ria com entusiasmo em seus olhos. Eu troquei de marcha e comecei a mudar de pista indo para fora do tráfego. Depois de alguns minutos eu notei Camila se inclinando em minha direção. Seus lábios estavam muito bem ao meu alcance e também muito convidativos.
- Um digno oitenta milhas por hora - ela meditou - Eu posso imaginar o quão rápido você iria se não tivesse o tráfego para se preocupar.
- Eu definitivamente o colocaria a duzentos e cinco milhas por hora para o teste.- Eu sorri enquanto ela voltava ao assento.
- Eu vou fazer um bate volta esse final de semana, fazer um pequeno turismo. Eu gostaria de ver o Snoqualmie Falls. Eu não o vejo desde que era criança.- Os olhos de Camila se entristeceram e ela voltou a olhar para fora da janela.
- Isso parece divertido. É linda nessa época do ano.- Por um curto momento eu imaginei pegando a mão dela e andando pelo rio, beijando-a na ponte. Eu não perguntaria se ela queria companhia, isso seria muito atrevido.
Nós voltamos para o escritório quinze minutos antes da reunião com os oficiais da cidade. Camila sentou-se através da reunião ouvindo atentamente e anotando. Eu gostaria de dar uma espiada nela e não pude deixar de notar o seu hábito de morder seu lábio inferior em concentração. Ela me pegou olhando e sorriu, fechando seus olhos com um suspiro audível. Depois de algumas horas nós terminamos e agendamos outra reunião para a outra semana. Isso pareceu definitivamente bom.
Camila e eu voltamos para nossos escritórios, o dia felizmente estava quase no fim. - Lauren, você não tem mais nada marcado para o resto do dia - Camila pausou, olhando para seu relógio. - São quase quatro horas. Você quer me encontrar na academia? - Ela parou quando percebeu alguém sentado em sua mesa.
- Alessandro? - O tom de Camila era ameaçador.
- Hey Mila - Alessandro se levantou de sua mesa e veio em nossa direção.
Agora ele a chamava pelo apelido. Eles eram definitivamente próximos, porra.
- O que você está fazendo aqui, Alessandro?- Camila o encarou e sua pele estava corada enquanto ela cruzava os braços sobre seu peito, esperando.
- Bem, você precisava de permissão para alterar meus planos no seu projeto, então eu decidi entregar o arquivo. - Alessandro indicou, entregando a Camila um envelope.
- Isso foi rápido. Obrigada Alessandro.- Camila olhou para Alessandro que me encarava, o que eu alegremente retornei. Camila revirou os olhos e pisou forte. - Idiotas!
- Alessandro, Lauren e eu analisaremos o arquivo e eu te ligo mais tarde para conversar sobre isso.- Camila disse antes de se sentar em sua mesa. Ela virou sua atenção para seu computador, totalmente nos ignorando. Ela atendeu o telefone tocando e além disso fingiu que não estávamos ali. Alessandro e eu encaramos um ao outro apenas a um pé de distância, ambos com os maxilares cerrados.
- Dellisola.
- Jauregui.
- Cabello - Camila riu, olhando para nós dois. Eu não consegui fazer nada além de rir. A risada dela era contagiante. - Lauren, Sr. Knight está na linha e disse que é importante.- Eu confirmei antes de dar as costas para Alessandro.
- Eu atenderei no meu escritório, Camila. Obrigada.- Eu andei até a porta do meu escritório, mas antes de entrar eu virei para ver Alessandro se inclinando sobre os ombros de Camila, sussurrando algo em seu ouvido. Eu rosnei e fechei minha porta em uma batida. Havia algo muito mais do que amizade entre eles dois.
Eu passei quase uma hora no meu escritório fazendo várias coisas. Minha mente não estava lá. Ela continuava viajando pelo belo sorriso de Camila, sua risada e aquelas pernas fodásticas.
Desisti pelas cinco e meia da tarde e decidi ir embora. Eu saí do meu escritório e Camila estava sentada em sua mesa digitando algo em seu computador. Ela olhou para cima e sorriu, mas mudou para uma carranca. Eu deveria parecer chateada, mas eu não diria a ela o porquê.
- Você está saindo agora? - Camila perguntou, seus olhos arregalados e sua boca curvada sob os dentes.
- Sim, foi um longo dia. Você pode ir embora também.- Eu disse enquanto fechava a porta do meu escritório e ia em direção ao elevador.
- Vejo você mais tarde então.- Camila murmurou atrás de mim. Eu me senti horrível, mas não mal o suficiente para me desculpar pelo meu comportamento.
Noventa minutos depois eu fui para a academia e localizei Camila. Respirei fundo e caminhei até a esteira ao lado dela. - Hey - Eu disse enquanto começava a apertar os botões para começar a minha série de exercícios.
- Hey - Camila retornou sem me olhar. Nós ficamos quietas por quase uma hora. De vez em quando eu olhava para ela usando o espelho em nossa frente. Abruptamente ela parou seu aparelho e andou até as salas privadas de treinamentos.
Eu devo segui-la? Desliguei meu aparelho e segui para a mesma sala onde lutamos boxe na última vez. Camila sorriu quando me viu chegando atrás dela pelo espelho.
- Você está pronta para uma outra sessão, Lauren?
- Sim - Eu mantive meu rosto composto. Eu ainda estava aborrecida sobre ela e Alessandro e eu queria que ela soubesse disso. Isso poderia talvez ser infantil, mas essas emoções eram algo que eu não conseguia evitar como antes.
Parei a alguns passos de Camila e fiquei em uma postura normal antes de me inclinar levemente. Nossas defesas eram muito parecidas com a última vez. Nós permanecemos quietas e o único som era o de nossos pés arrastando pelo tatame, grunhidos e contatos de pele com pele. Conforme o tempo avançava seus movimentos se tornaram um pouco mais rápidos e um pouco mais fortes. Eu havia dado tapas e socos um pouco mais do que chutes, o que ela havia percebido.
Depois de outros trinta minutos a pele de Camila estava corada e ela parecia lívida. Eu estapeei sua coxa direita com tanta força que até pinicou minha mão.
- Que porra é essa, Jauregui? - Camila parou de se movimentar examinando sua perna, na qual eu tinha deixado uma marca. Eu encolhi meus ombros. Ela me encarou antes de voltar a postura normal novamente. Eu voltei a ela com um soco de direita, mas ela pisou para a sua esquerda e defendeu meu golpe se conduzindo com o pé esquerdo e o punho. Então ela deu um chute circular no meu peito.
- Camila - eu esfreguei meu peito por um momento e decidi jogar com ela. Eu tirei minha camisa e examinei a marca vermelha que ela havia deixado. Eu olhei para Camila e o modo que ela olhava meu corpo fez com que eu me ajustasse novamente. Aqui vamos nós.
Nossa luta se intensificou com mais agressão e tensão sexual. Eu não podia mais dizer qual era a diferença, não quando eu estava com ela. A maioria dos nossos movimentos estava na área vermelha ou azul do cinto. Eu não tinha ideia do que ela era capaz, então eu deixei as coisas simples. Eu não queria realmente machucá-la, mas a memória de Dellisola a beijando e sussurrando para ela me deixou travada.
- Qual é a porra do seu problema, Lauren? - ela perguntou depois que eu defendi e chutei forte em seu quadril direito.
- Nenhum, eu só quero ver do que você é capaz.
- Papo furado. Isso tem a ver com Alessandro. Desde quando você bateu com força a porta do seu escritório quando ele estava lá você está perturbada.- Eu não admiti aquilo e eu somente reagi com um rápido soco direto em seu braço direito.
- Porra... dane-se Lauren. Tudo bem. Alessandro e eu namoramos por quase um ano há alguns anos atrás. Ele está namorando minha prima agora. Essa é minha relação com ele. Família. - Ela defendeu outro soco direto com outra defesa e um chute em meu peito. Eu tinha o suficiente.
Camila jogou um soco direto em meu peito e eu defendi com um bloqueio com o meu antebraço. Eu avancei um pouco com meu pé esquerdo e virei meu pé no sentido anti-horário e peguei meu braço direito e envolvi-o em torno de sua cintura antes de trazer meus pés juntos. Eu dobrei meus joelhos e levantei-a nas minhas costas antes de jogá-la no chão no tatame e dar um soco leve ao lado do peito dela.
Camila gemeu levemente e estremeceu. Eu me senti um pouco presunçosa enquanto levantava, mas me arrependi imediatamente. Ela parecia como se eu a tivesse machucado, mas eu não vi seu pé travando contra minha perna direita, puxando-o e me fazendo cair sobre o tatame - duro. Eu gemi com a dor em minhas costas enquanto Camila montou em cima de mim do mesmo jeito que na nossa última luta.
- Você vai admitir que está com ciúmes? - Camila sorriu docemente.
- Eu não sou ciumenta.- Eu tentei escapar, mas só fui até a metade. Eu gostava muito desta posição.
- Bom, então eu posso dizer a você sobre como é o sexo com ele. Amigas falam sobre essas coisas - Camila disse com um sorriso diabólico. Ela iria continuar antes que a interrompe- se
- Tudo bem, eu estava com ciúmes.- Eu resmunguei, tentando não olhar nos olhos dela. O que provou ser difícil de se fazer quando ela estava apenas a uma polegada do meu rosto.
- Por que? - ela perguntou com uma sobrancelha levantada.
- Eu não gosto dele - eu bufei aborrecida. Eu senti seus mamilos enrijecidos em meu peito e tive que engolir de volta um gemido. Ela estava tão excitada quando eu. Meu tesão já estava doloroso, apenas alguns centímetros da sua doce parte traseira e seu centro quente.
- Isso é tudo?- Camila perguntou. Eu assenti.
Nós nos encaramos e a tensão furiosa agora tinha ido embora. Havia sido substituída por uma carga elétrica que eu sentia geralmente na presença dela. Seus olhos se realizaram com um olhar selvagem por um instante antes que ela pressionasse bruscamente seus lábios nos meus. Eu gemi de prazer, perdida no sabor e na maciez de seus lábios.
Eu agarrei seu rosto com minhas duas mãos e aprofundei o beijo conforme ela me permitia entrar em sua boca. Ela gemeu levemente, rebolando seus quadris de encontro a minha ereção. A fricção era deliciosa e a quentura e o sabor da sua boca eram tóxicos para o meu juízo. Nós ficamos nos beijando pelo que pareceram horas, apenas distraídas quando a campainha de algum lugar tocou. Camila deu um pulo, seus olhos nos meus por um momento antes de desembaraçar-se e pular de cima de mim rapidamente.
- Desculpe, umm... o tempo acabou.- E então ela foi embora.
- PORRA! - Eu deitei de costas no tatame tentando controlar minha respiração e meu corpo.
Camila Cabello vai ser minha morte.
Fui para casa alguns minutos depois para tomar um banho gelado, tendo que me render a me tocar com as memórias de seus lábios macios e sua bunda extraordinária. Eu fui para o clube e depois de algumas horas após deixar a academia, o resto da minha família já estava lá com uma bandeja cheia de margaritas. Trinta minutos e três drinks depois, as cortinas da nossa sala VIP abriram. Caminhando entrou a mulher que havia atuado em todos os meus sonhos e fantasias desde o momento em que a conheci, Camila Cabello.