Helena Scott.
- Bom dia, noiva do dia.- a Isis disse sorrindo assim que eu acordei.
Ela estava com uma bandeja do meu café manhã.
- Eu ainda nem acredito que o casamento é hoje.- eu me sentei na cama.
Na verdade eu acredito sim, o louco do Felipe marcou o casamento em literalmente duas semanas.
Dormiram todas aqui, a minha mãe, a mãe do Felipe, a minha irmã, a Nala e a Wanda.
O Lucca também queria vir, mas ele acabou ficando na casa do Felipe.
- Come mais devagar, Helena.- a Isis pediu rindo.
- Não dá, eu tenho que me casar hoje esqueceu?- elas riram.
Acreditem, eu estou muito nervosa.
Quando você pensa no dia do seu casamento você acha que você vai estar tranquila, com aquele friozinho na barriga, mas tranquila.
Bom, foi isso que eu pensei.
Só que a verdade é que eu tô quase pedindo pra me chamarem de lagartixa e subindo pelas paredes.
Eu nunca vi um casamento acontecer, eu não sabia como era fazer isso.
Então imagina o meu nervosismo.
Mas calma, respira, relaxa novinha.
- Desse jeito você não vai pra casamento nenhum, tu vai morrer entalada.- a Lauren disse e eu ri.
- Vocês tem razão, eu preciso me acalmar. Mas é que... É que eu não consigo gente.
- Calma, eu também fiquei assim no dia do meu casamento, mas deu tudo certo no final.
Tão certo que vocês tiveram um filho, ele me pediu em casamento e eu tô aqui hoje.
- A cabeleireira chega que horas?- eu perguntei acabando de tomar meu suco.
- Daqui a meia hora.- a Isis olhou no relógio.
- Puta merda.- eu levantei rapidamente e fui tomar banho correndo.
Liguei o chuveiro e deixei que os meus pensamentos tomassem conta de mim.
Eu mal conseguir dormir ontem, e se eu desmaiar na hora de subir no altar?
Ainda não caiu a ficha que o meu casamento é hoje.
Tipo, É HOJE!
O dia mais importante da minha vida é hoje.
Eu planejei o que fazer no meu casamento desde criança, mas agora eu simplesmente não sei o que fazer.
O que ele deve estar pensando agora?
Provavelmente alguma merda.
Que roupa as noivas botam depois do banho?
Elas já colocam o vestido?
Porque eu tô acabando o banho e não faço a menor ideia do que colocar.
Eu olhei em volta em busca de alguma coisa pra colocar.
O roupão.
Claro, foi por isso que eu comprei ele.
Pra me arrumar antes do casamento.
Eu coloquei ele rapidamente e voltei pro quarto.
- A Carla chegou, pode mandar ela subir?- a Isis perguntou abrindo a porta do quarto.
Carla é a esposa do Jonas, ela é a minha cabeleireira.
- Pode, obrigada.- ela assentiu brevemente e fechou a porta.
Calma, inspira, expira e não pira Helena.
- Oi, querida.- ela abriu a porta com um sorriso e eu retribuí.- Como você tá?- me abraçou.
- Querendo cortar as grades da janela pra me jogar.- ela riu.
- Nem pense nisso, quero ver os meus netinhos.- nós rimos.
Enquanto a Carla fazia o meu cabelo, a Isis fazia a minha unha.
- Se você borrar essa unha eu vou voar no seu pescoço de tão nervosa que eu tô.- a Isis riu.
- Calma, se isso acontecer eu mesma me jogo da ponte que tem lá na esquina.
- Com licença.- a Mariah abriu a porta.- As suas malas de viagem já estão na casa do Felipe.
- Obrigada por avisar, Mariah.- eu agradeci.
- De nada.
[...]
O tempo passou voando e eu já estou no carro a caminho da catedral onde vou me casar.
Eu estou ficando mais nervosa ainda agora que está chegando a hora de eu subir no altar.
Eu tô muito nervosa e as minhas mãos não param de tremer.
A Isis não para de chorar e eu estou ficando mais nervosa ainda.
Eu já tive uma crise onde eu não conseguia respirar, mas tá tudo bem.
Uma coisa que eu também não paro de fazer é olhar o meu vestido.
Ele é tão lindo e eu não me vejo casando com outro vestido.
- Senhoras, estamos chegando na catedral.- o Colin disse brincando com o senhoras.
Ele ficou tão feliz quando soube que seria ele que entraria na catedral comigo.
- Obrigada, Colin. Eu acho que vou morrer de tanto chorar.- minha mãe disse chorando ainda mais.
- Calma, mãe.- a Lauren riu.- Eles ainda tem que dizer "sim".- atormentou.
- Misericórdia, você quer me matar garota?- nós rimos.
Mais um pouco de tempo e já estávamos na igreja.
- Me ajuda a sair logo desse carro.- eu disse sem paciência.
- Opa, muita calma nessa hora, muita ora nessa calma. Pera lá que eu também tô muito nervosa.- a Isis disse e eu ri.
- Me deixa mais 5 minutos aqui e eu subo no telhado dessa catedral pra me jogar.
Vi o Colin sair da igreja e finalmente respirei.
- Finalmente senhor, obrigada.
- Já avisei que você chegou e eles já vão tocar a música.- o Colin me ajudou a sair do carro.
- Cuidado, se esse vestido prender no carro e rasgar eu pego esse buquê e enfio goela abaixo.- me ajeitei na frente da catedral.
- Nós já vamos entrar e pedir para tocar a música agora.- a Isis e a Lauren entraram na catedral.
O Colin entrelaçou nossos braços e deu um beijo na minha testa.
Eu segurei o choro esse tempo todo, não é agora que eu vou desabar aqui.
Agora a única coisa que eu consigo pensar é que se tiver alguém de branco, eu mato.
A música tocou e nós começamos a caminhar para dentro do lugar que estava cheio de pessoas que nós mesmos convidamos.
Eu não sabia que eu tinha esse tanto de amigo não gente.
Eu vaguei o meu olhar pelo local e encontrei o olhar dele.
Bolsonaro.
AH NÃO, NO DIA DO MEU CASAMENTO NÃO.
Brincadeira, gente.
Era o meu noivo e quase marido, Felipe Parker.
Ele tava num terno muito bonito.
O qual eu tô louca para tirar...
Opa, calma aí.
Não posso pensar nisso agora.
Olhei em volta novamente em busca de alguém com roupa branca e eu achei.
O que esse ser humano tem na cabeça?
Ah mas agora eu vou enfiar esse buquê pela goela dessa vaca.
A mulher olhou pra mim e eu pude perceber que era uma senhora.
Ah não, tia. Mó vacilona.
Voltei a olhar pro Felipe e algumas lágrimas estavam escorrendo pelo seu rosto enquanto ele sorria.
Eu nem preciso dizer que eu tô o próprio Oceano Pacífico, né?
Porque eu tô.
Mais alguns segundos e o Colin passou a minha mão para o Felipe.
Ele sorriu pra mim e eu limpei uma lágrima que tava na sua bochecha.
- Você tá linda.- sussurrou.
- Você também.- ele sorriu.
- Estamos aqui para celebrar a união dos nossos amigos. Vocês foram convidados para compartilhar deste momento com Felipe e Helena, porque são as pessoas mais importantes para eles.- o padre começou.- Que todos nós possamos sempre fazer tudo o que esteja no nosso alcance para apoiar e nutrir a união entre essas duas pessoas que tanto se amam. A união de duas pessoas sempre mostra que algo de sublime, sensível e eterno ainda existe. Esperamos que vocês sejam muito felizes, superando os momentos ruins e vivendo, com intensidade, os bons momentos.- a Nala veio com as alianças.
- Helena Manfred Scott aceita se casar com Felipe?
- Sim, sim, sim, sim.- todos da catedral riram.
- Felipe Williams Parker aceita se casar com Helena?
- Óbvio, claro e com certeza.
- Nesse momento Felipe e Helena gostariam de compartilhar seus votos conosco.- eu e o Felipe fizemos uma expressão confusa.
- Voto de quem? Do Joe Biden?- o Felipe sussurrou e o padre levou a mão a testa.
- Votos de casamento.- nós continuamos sem entender.
- Você fez esse tal de voto, Cruella?
- Ah, lacoste, eu não sei.- o padre olhou pra nós com os olhos arregalados.
- Lacoste? Cruella? O que isso significa?
- Força do hábito, padre.- riu sem graça.
- Vocês não fizeram os votos?
- Meu senhor, perdão pela sinceridade, mas se a gente não sabe nem o que são votos, quem dirá ter feito.- eu disse.
- Tá bom, eu tenho os votos tradicionais escritos e vocês vão repetir, ok?
- Tá.- eu e o Felipe dissemos juntos.
- Eu, Helena, aceito você, Felipe, como meu legítimo marido e prometo amar-te, respeitar-te, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe.- eu disse lendo o papel e o Felipe sorriu colocando a minha aliança.
- Eu, Felipe, aceito você, Helena, como minha legítima esposa e prometo amar-te, respeitar-te, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe.- coloquei a aliança nele.
- Se é de livre e espontânea vontade o desejo de se casarem,o noivo pode beijar a noiva.- nós nos beijamos e todos da igreja aplaudiram.
[...]
Depois que nós casamos viemos direto para a festa, está quase no final.
Esse tempo todo a gente tava comendo os doces que a gente mesmo encomendou e fugindo dos fotógrafos para ter mais momentos juntos.
- Finalmente.- o Felipe me deu um selinho.- Achei que aquelas fotos não iam acabar nunca.
- Eu também, se as fotos ficarem ruins eu mato o fotógrafo.- ele riu.
- Senhores.- o pinguim chegou e nós nos assustamos.
Pinguim é o moço que a gente contratou para organizar algumas coisas da festa.
Demos esse apelido porque ele tá todo engomado em um terno, ele é baixo e anda igual um pinguim.
Nada mais justo do que o apelido dele ser pinguim.
- A dança dos noivos vai começar.- ele avisou.
- Ah tá, que susto.- eu disse e o Felipe me puxou para a pista de dança.
Todos da festa se juntaram na nossa volta para assistir a dança.
Eu apoiei minha mão no ombro do Felipe, ele na minha cintura e as mãos livres nós juntamos.
E como prometido, O lago dos cisnes começou a tocar.
Eu estava ficando, mas o olhar do Felipe né passava segurança e eu fazia o meu máximo pra que ele se sentisse assim também.
Eu respirei fundo e nós começamos a dançar pela pista.
Coreografia? Não teve.
Na minha despedida de solteira eu e o Felipe criamos uma coreografia e deu meio certo.
Ou não, visto que a gente fez isso ontem.
Mas ficou bom e disso ninguém pode reclamar.
Eu e o Felipe mantínhamos o contanto visual e pouco a pouco eu comecei a dançar sem sentir.
É como se eu estivesse flutuando, mas com os pés no chão.
Aquele momento estava sendo mágico e pode me chamar de sensível, mas algumas lágrimas escaparam.
Era como se não tivesse ninguém ali além de nós.
E eu tava gostando disso, eu acho que naquele momento eu descobri o verdadeiro significado de amor.
Eu sempre amei o Felipe, mas naquele momento e senti uma conexão especial e eu tenho certeza de que ele também sentiu isso.
Aquilo foi a coisa mais linda e intensa que eu já senti na vida.
E eu sabia que era único, então eu aproveitei cada segundo, cada milésimo, até que a música parasse de tocar.
Nós terminamos a dança com um beijo e os aplausos de todos ali.
[...]
Agora nós estamos na casa do Felipe para nós arrumarmos e irmos viajar.
Só que parece que alguém quer fazer a lua de mel antes mesmo de entrar no avião.
O Felipe subiu para o quarto comigo no colo e me deitou na cama ainda me beijando.
- Senhora Parker.- o Felipe disse no meio de beijos no meu pescoço.
- Que foi, senhor Scott?- ele riu.
- Eu tava querendo me arrumar, mas é que eu não tô conseguindo me levantar.- eu segurei seu rosto com as minhas duas mãos e o beijei.
- Nós temos que nos levantar agora se não vamos perder o vôo.
- Tá bom, no três a gente levanta. Um, dois...- eu levantei.- Ei, espera o três.- eu ri.
- Não dá, a gente vai se atrasar.- eu fui correndo me arrumar.
Depois de mim o Felipe foi também e nós descemos para nos despedir de todo mundo, já que a gente vai ficar duas semanas fora.
- Boa sorte, meus amores.- a Clarisse deu um beijo em nossas testas.
- Aproveitem bastante.- desejou o Guilherme.
- Se puder compra lembrança pra gente.- eu ri da Mariah falando.
- E depois conta como foi.- o Colin disse.
- Qualquer coisa me fala, querida. Boa sorte.- a Isis me deu um abraço.- E você cuida bem dela.
- Deixa comigo.- o Felipe passou o braço pelo meu ombro e eu sorri.
- A gente vai sentir saudades.- o Lucca e a Wanda disseram juntos.
- Muitas saudades.- a Lauren reforçou e nos deu um abraço.- Eu amo vocês.
- Nós também te amamos.
- Vai com Deus, cunhada.- a Nala disse rindo.- Depois me conta as fofocas.
- Pode deixar.
- Tchau, gente. Obrigada por toda a ajuda no casamento.- o Felipe disse e eles deram um abraço coletivo na gente.
- Um beijo, tchau.- eu disse antes de fechar a porta da casa.
- Tchau!- disseram todos juntos.
- Partiu Brasil?- eu perguntei colocando os meus óculos de sol a noite e estendi a minha mão pra ele bater.
- Partiu.- bateu na minha mão.
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O próximo especial vai ser da lua de mel, gente.