Seu olhar curioso sobre minha chegada pela madrugada quase manhã se cessou assim que percebeu meus olhos que naturalmente eram verdes, mas agora os verdes que representavam esse lugar.
Meu corpo estava desesperado por auxílio e mesmo sendo persuasiva e não deixando transparecer, me contorcia querendo expulsar toda aquela magia do meu corpo, que até pouco tempo atrás estava adormecida em meu interior.
Kirigan se aproximou mais e eu automaticamente recuei para trás.
Ele analisou todo meu corpo e depois deu um sorriso idiota.
- A magia Bokova finalmente deu seus sinais.
- Então faça parar. Ele se aproximou
- Não tem como parar algo que está em seu sangue, não seja tão tola.
- Eu não vou aguentar segurar por muito tempo. Minha voz estava rouca.
- Mas é claro, sua vovó fazia feitiços para estabilizar e minimizar essa sua parte por mais de dezesseis anos, uma hora iria explodir.
Eu olhava para ele com puro e completo ódio, péssima ideia Gabriele, quando estava pronta para ir embora ele segurou meu braço.
- Vem iremos fazer você ser útil.
Eu se quer aguentava falar, toda minha força estava concentrada para não fazer de mim e talvez ele virarmos cinzas.
Ele aparatou comigo até uma floresta de árvores altas e úmidas, cobrindo nossos pés de terra molhada, eu estava não sei onde com um dos maiores assassinos do mundo bruxo.
Até começarmos a ouvir algumas vozes e rituais de bruxaria antigos, mas não havia bruxas no meio das florestas, foi quando meu raciocínio se fez e olhei assustada para ele, Amazonas.
Idiota, éramos apenas dois em contra partida com bruxas vingativas.
Kirigan se aproximou falando baixo em meu ouvido.
- Agora fique a vontade. Sua voz saia calma.
Neguei, não iria matar ninguém.
- Acha que elas estão fazendo o que? é um ritual de energia para aumentarem seus poderes, consequentemente irão atrás de nós.
Nos, não existia nos a poucos dias atrás agora eu fazia parte disso.
Ele estava ficando irritado pela demora e eu segurava minha magia o quanto possível até não aguentar mais e liberar tudo, alivio, era como se um peso saísse de meu corpo e todo fluido que antes fazia minha mente se contorcer se esvaziou.
Ouvi apenas os feitiços de proteção delas quando minha visão se embaçou e ele nos trouxe para dentro de um castelo.
Nem se quer consegui raciocinar o estrago que havia feito, apenas ouvia se os feitiços e gritos, o monstro se fazia real, e não era apenas Kirigan.
O Palácio de Bokova era enorme com decorações medievais e góticas, os vitrais escuros com esmeraldas faziam os poucos reflexos da lua entrarem de maneira prazeroso.
As paredes continuam quadros de pessoas possivelmente os antigos ancestrais, as escadarias faziam o lugar ter facilmente mais de sete andares e no topo das escadas do primeiro andar estava eles, o começo de tudo, o anjo caído e a bruxa, por fim os sangues raros eram como irmãos todos vieram do mesmo fruto proibido.
- Vejo que observa bem até demais. Disse me tirando de meu transe.
- Acho que é o único deles a terem um quadro dos dois.
- Isso porque Elizabeth e Irina se envergonham de seus antepassados, como se fossem duas virgens puras.
Ele foi em direção de um acervo de bebidas onde acreditava eu que ele iria buscar álcool, eu ainda estava estática quando ele retornou com um cálice estendendo até mim.
Sangue, meus olhos se chocaram com a quantidade de sangue que havia dentro do objeto.
- Você está tremendo, está fraca precisa beber.. ou não me diga que Elizabeth não inseriu isso a você.
Quando ele falou sobre comecei a reparar em todo meu corpo tremendo, senti minhas pernas fracas e minha respiração tensa.
- Está louco de achar que beberei tudo isso.
- Qual a quantidade que a senhorita bebe então.
- Duas
- Garota tola não há nem uma dose dentro do cálice, imagina duas.
- Eu não sou tola, e seria duas gotas toda noite.
Ele estava enchendo seu copo com agora realmente álcool quando se virou para mim, sua feição estava de descrença.
- Não me diga que a velha caduca nega a principal fonte de seus poderes á você.
- Ela não nega, você que parece ser um consumista um tanto exagerado.
- Sua burra o sangue faz com que nossa mente e corpo trabalhem na mesma sintonia, agora entendo porque você recai ao álcool.
- Não vejo diferença alguma
- Sua mente, a voz de sua cabeça faz de sua vida um inferno, porque sua mente está a frente e seu corpo fraco.
Encarei o líquido vermelho escarlate em minhas mãos, eu odiava o cheiro, mas o gosto.
- Beba não é como se alguém saísse do chão para te julgar.
Aproximei o copo de meus lábios e aos poucos o líquidos se fez em minha boca, passando por minha garganta era como se eu estivesse passando sede, a maldita dor de cabeça havia sumido, assim como a voz.
Limpei minha boca e encarei o homem a minha frente.
- Você toma essa quantidade todos os dias?
- Obviamente não, duas doses, duas vezes por dia
Meu estômago se embrulhou de pensar na quantidade.
- As pessoas que estavam na floresta morreram?
- Com sorte sim, mas as vadias estão mais fortes
Devolvi o cálice para ele e me virei indo até a porta, quando sua voz sarcástico se fez.
- Imagina, todos em uma patética reunião secreta tentando pensar em outras possibilidades para afastar você de mim nesse exato momento.
- Se fosse para me descontrolar não seria em meu reino ou em minha casa
- Seu reino, não faça me rir você nem se quer parece com elas
- Infelizmente caso não tenha notado minha semelhança com Alice e Elizabeth é visível.
- Fisicamente
- Óbvio o resto eu sou uma Krum.
- Os Krum são puro sangue, não passam de bruxos normais, você é idêntica a ela. Ele dizia mais para si do que para mim.
- Não é muito educado ficar comparando as pessoas caso não saiba
- Com minha mãe, sim, uma desonra compará-la com uma adolescente problemática.
- Eu me pareço com sua mãe?
Ele iria responder quando a marca em meu braço começou a arder, eles queriam saber onde eu estava.
- Merda. Praguejei baixo
- O que houve
- Estão me procurando.
Passava a mão encima do tecido do vestido tentando aliviar a dor quando ele se aproximou rapidamente grudando meu braço e puxando minha manga.
Nem se quer parecia a pessoa que a poucos minutos estava rindo da minha cara por não saber absolutamente nada sobre os assuntos de meu próprio sangue, estava com raiva.
- Por que deixou aquele mestiço imundo te marcar
- Elizabeth fez um acordo com ele
- E é por isso que eu ainda irei matar sua vovó. Me afastei encontrando seus olhos dilatados.
- Não vai encostar nela
Ele jogou o cálice na parede espirando os resumos de sangue por toda parte e fazendo os cacos voarem.
- Não fale comigo como se pudesse mandar em algo
- Então não fale como se eu fosse apenas uma bruxa qualquer, meu sangue é mais raro que o seu.
- Seu sangue é o meu, e esse é o único motivo de você ainda estar respirando
- Diz tanto isso, você e Alice combinam mesmo
- Não me compara com aquela vadia. Ele disse alto, como eu disse a Mattheo a algumas horas atrás.
Foi nesse momento que um frio em minha barriga se fez, nossas vozes, eram extremamente semelhantes.
- Vocês dois são desprezíveis e acham que eu sou uma arma.
Suas pupilas estavam transmitindo raiva e ódio quando ele me grudou pelos braços.
- Eu não deixei Alice te abortar
- Quer o que meus parabéns? eu não tive culpa de ser jogada nessa merda
- Mas agora já está aqui, então comece a agir como a porra de uma suprema
- Eu não irei governar Petrova
- E quem disse Petrova
- Não me faça rir agora você, acha mesmo que as pessoas iriam me aceitar aqui
- As pessoas, você é tão burra de sempre pensar nas pessoas
- Eu vou embora. Tentei me soltar de suas mãos
- Irei te levar, preciso conversar com as vadias.
Não tive tempo de responder ele me puxou mais uma vez e chegamos até a floresta de Petrova, com ele atrás de mim para os guardas não barrarem.
O pânico era visível na visão dos homens de Elizabeth,eles me viam como uma refém e talvez eu fosse, entramos no palácio e nos dirigíamos até a sala de reuniões que assim que as portas se abriram todos nós olhavam perplexos.
O silêncio se fez, Mattheo e Victor estavam me olhando com medo.
- Tivemos um probleminha com os novos poderes. Kirigan disse de maneira sátira.
- Gabriele saia de perto dele
- Elizabeth seja educada, não acha mesmo que machucaria minha própria filha acha?
- Você não tem filha. Niklaus se levantou vindo em minha direção e me observando.
- Eu estou bem pai. Meu pai me puxou para me sentar ao seu lado enquanto Kirigan se sentou a ponta da mesa.
Mattheo se sentou ao meu lado observando todo meu corpo para saber se eu estava machucada.
Voldemort não estava mais presente o que foi um alívio ou Kirigan lembraria da marca.
- E depois seria eu a traidora. Alice disse despejando seu veneno
- Cale a boca vadia sabemos que nem para ser uma traidora você teria capacidade.
- Como ousa entrar em meu reino e se dirigir a mim assim
- Todas as Petrovas são tão exageradas, me agradeça que estou te levando para longe delas. Ele disse se dirigindo a mim.
O lugar estava em completo silêncio, todos curiosos e com ódio da figura de poder em sua frente.
- O que você fez para ela estar desse jeito. Elizabeth perguntou vendo meu corpo parecendo em êxtase, nem as drogas mais pesadas haviam dilatado todo minha pupila como agora.
O meu corpo todo formigava e estava amortecido, a única coisa que sentia era a mão de Mattheo em minha coxa como uma forma de passar confiança e é claro, a mão de Niklaus entrelaçada com a minha.
Klaus apertava de maneira firme, como se eu pudesse sumir e evaporar no mesmo estante.
- Dei a ela a devida quantidade de sangue que seu corpo exige, não gotículas, viram serei um bom pai até a alimento.
Irina me olhava perplexa.
- Como pode ser tão desprovido de inteligência e ao mesmo tempo ser um supremo.
- Veja bem como fala comigo. Kirigan aumentava a voz assim como Elizabeth.
- Ela não é como nós, não temos se quer resquícios de alguém filho de dois sangues raros.
- Isso a torna mais forte.
- Isso a torna mais perigosa.
💜
Vem personagem novo nos próximos cap.
A relação de pai e filha mais extrema que vocês irão conhecer, caótico.