Uma semana.
Uma semana havia se passado e, as coisas não tinha mudado muito, por exemplo: Jungkook ainda era o assunto principal de todo o campus, pessoas aproximavam-se cada vez mais e eram totalmente ignoradas pelo loiro que fugia constantemente.
Stella esteve ocupada a semana toda resolvendo a questão do site que vazou informações sobre si e seu filho, tornando seus últimos dias um verdadeiro inferno. A empresária faria todos os envolvidos pagarem pelos seus atos. Ver Jungkook chegar em casa de maneira afobada, deixava a Jeon mais velha irritada com toda aquela situação.
Já a relação de Jimin e Jungkook, estava... calma. Desde do último acontecimento na quadra, eles se falaram poucas vezes, quase nada. Mas não era exatamente um problema, já que Jungkook queria mesmo estar longe do ruivo, certo? Ele pensava que sim, mas suas atitudes diziam ao contrário, afinal ele perguntava do Park as vezes para Hoseok e o estudante de teatro sempre dizia que Jimin andava ocupado com os treinos e com alguns trabalhos da área de administração.
Atualmente, era sábado, por volta das 13:00 da tarde. Jungkook andava de um lado para o outro no centro da sala de sua casa, sendo observado por Taehyung e Hoseok, estes permaneciam no sofá em silêncio, apenas atentos nos movimentos do surfista.
― Péssima ideia essa entrevista, eu não vou conseguir, eu vou travar e apenas piorar a situação! ― o loiro dizia afobado sem parar de dar voltas pela sala. ― Minha mãe estava certa, eu não sei reagir bem sobre nada disso. Não vou conseguir, mas não posso deixar tudo nas mãos da mamãe! Hoseok, o que eu faço?!
― Honestamente? Compre uma passagem para o Brasil e leve eu e o Tae juntos. Adoraria tirar férias para ir na fazenda do vovô e da vovó, saudades. ― o castanho discorreu pensativo.
― Estou falando sério! E se eu travar?!
― Relaxa, loirinho. Estaremos lá com você, vai ficar tudo bem. ― Taehyung assegurou. ― Qual é a dificuldade de desmentir algo?
― Não sei... ― Jeon devolveu em um sussurro. ― Tenho medo de tentar melhorar a situação e só piorar.
― Pense que, pior não pode ficar. ― o avermelhado sorriu.
― Nunca diga isso Tae! Sempre pode piorar, tudo sempre piora, acredite em mim. ― disse apavorado, passando as mãos nos cabelos soltos e voltando a respirar fundo.
Taehyung se divertia com as expressões engraçadas de Jungkook, resultando em sorrisos bonitos da parte do avermelhado, estes que eram admirados atentamente por Hoseok. O tritão de fios vermelhos de fato era lindo, mas naquele dia em específico, ele estava no auge da beleza. O mesmo tinha optado por usar a boina que tinha ganhado dos amigos.
O acessório tinha lhe caído realmente muito bem, sem falar no lencinho que ele tinha amarrado no pescoço. O tritão não sabia, mas ele conseguia ter um excelente gosto e uma visão atenta para a moda.
O barulho dos saltos ecoaram pelas escadas, atraindo a atenção dos três rapazes. Stella descia a escadaria com calma, carregando uma expressão séria no rosto. A empresária já estava farta daquela situação toda e esperava que tudo se resolvesse com aquela entrevista ou pelo menos amenizasse as coisas.
― 'Tá gata! ― o elogio partiu de Hoseok, conseguindo arrancar um sorrisinho da mais velha.
― Eu sei, eu sei, obrigado. ― ela devolveu risonha. ― Estão prontos?
― Não. ― Jungkook disse.
― Nem eu, meu filho. Mas fazer o quê? Nada vai se resolver se não agirmos, então mão na massa! ― Stella ditava tudo rapidamente, pegando a chave do carro na mesinha do centro da sala. ― Eu passei a noite pensando no que dizer e no que não dizer, minha nossa... Estou nervosa.
― Tia, você não pode ficar nervosa, se não, o Jungkook vai ter um ataque. ― o Jung apontou para o surfista que caminhava logo atrás, respirando fundo.
― Relaxa, eu tenho um plano C. ― a mulher adentrava a garagem destrancando o carro. ― Qualquer coisa soltamos um: "Não devemos satisfação para ninguém, vão tudo se fuder."
― Espera ai, se esse é o plano C, qual é o plano A e B? ― Jungkook questionou enquanto apertava o botão do controle para abrir o portão.
Stella não respondeu nos primeiros minutos, antes disso; a empresária entrou no carro e os outros três acompanharam fazendo os mesmos movimentos. Jungkook foi no banco do passageiro ao lado da mãe e Hoseok juntamente com Taehyung no banco de trás.
― Plano A: Fazer o que temos em mente agora. ― ela começou enquanto ligava o carro e colocava o cinto. ― Plano B: fingir derrame, caganeira, desmaio ou que, deixamos a panela no fogo.
― E eu achando que era sério, por que eu ainda tento? ― o Jeon mais novo riu soprado.
― Mas é sério! ― a loira articulou tentando manter uma postura séria, mas falhando miseravelmente segundos depois. Ela manobrava o carro para tira-lo da garagem, escutando as risadinhas dos dois no banco de trás. ― Relaxa meu bem, vai dar tudo certo.
― Espero que sim...
― Ei, por que não chamamos o Jimin? Tipo, agora ele sabe mesmo e, ele meio que está incluído no círculo embaraçoso. ― Hoseok proferiu.
― Círculo embaraçoso? ― Stella perguntou.
― Sim tia. ― o castanho riu. ― É que a gente se aproximou de maneira inusitada e embaraçosa, então; "Círculo Embaraçoso".
Stella não respondeu em palavras, apenas sorriu e concordou voltando a prestar atenção no transito.
― Acha que ele está incluído? ― perguntou Jungkook.
― Não sei se tenho fala no assunto mas... ― Taehyung começou. ― Eu acho que ele está incluso sim, ele está passando mais tempo com a gente ultimamente. Achei que já fôssemos amigos dele também.
O surfista passou a brincar com os dedos, enquanto mantinha as lumes presas no vidro do carro, analisando a paisagem borrada passar rápido. Ele não poderia negar que, de todos aqueles que ficaram sabendo do seu "segredo" de família, Jimin foi o único que não pareceu querer se aproximar por interesse ou algo do tipo, pelo contrário, ele continuou com as implicâncias, as briguinhas tolas, os insultos infantis e os sorrisos sarcásticos.
Os sorrisos...
O ruivo não tinha mostrado outras intenções desde que teria descoberto sobre Stella. E este fato deixou Jungkook satisfeito ou até mesmo feliz com a atitude do Park. A partir disto, Jungkook tinha deixado de implicar um pouco... apenas um pouco, com o ruivo, tanto que, até começava a cogitar a ideia de tentar uma possível proximidade para que em um futuro sem garantia, ter uma amizade com o jogador. Talvez.
A ideia de ser amigo de Jimin, soava absurda e impossível aos ouvidos do próprio Jungkook. Afinal, ele nunca se imaginou se dando bem com Park Jimin. Mas, ideias mudam e modos de pensar também.
― É claro que somos amigos dele! ― afirmou Hoseok. ― Quer dizer, eu e o Tae. Ainda não posso falar pelo Jun.
― Claro que não, o Jun não quer ser amigo dele, ele quer o título de namorado. ― Stella entrou no assunto novamente, tirando gargalhadas dos dois no banco de trás.
Jungkook não disse nada nem mesmo retrucou, apenas riu nasal e negou. Não concordava com o posicionamento da progenitora, mas sabia que tentar argumentar, seria inválido, então nem se deu ao trabalho de defender-se.
― Mas e então? Vão chamar ele? ― a empresária voltou a falar.
― Depois. ― o loiro foi quem respondeu calmo. ― Depois que terminamos esse negócio da entrevista, podemos chamar ele 'pra ir na praia com a gente.
― Você sabe que ele não gosta de praia. ― o estudante de teatro esclareceu.
― Por isso mesmo. ― o surfista sorriu.
Quando chegaram na empresa, Jungkook foi o primeiro a descer do carro e correr desesperadamente para dentro do prédio, entrando no primeiro elevador disponível. Não queria correr o risco de ser fotografado novamente por alguém que só quer ganhar dinheiro expondo coisas da sua vida pessoal.
A pequena reunião ocorreria no escritório de Stella, para não chamar muita atenção e evitar mais tumultos. Quando a Jeon mais velha chegou em sua sala com a respiração desregulada, cerrou os olhos para seu filho sentado em sua cadeira, dando voltinhas de um lado para o outro enquanto fazia embaraços nos próprios fios de cabelo.
― Por que saiu correndo criatura? ― ela perguntou deixando sua bolsa sobre a mesa ao lado do notebook. ― Achei que estivesse passando mal.
― Mas eu estou, não vê? ― Jungkook devolveu com um timbre tremulo. ― E se eu errar alguma palavra ou dizer o que não devia? Meu Deus... E se eu desmaiar no meio da entrevista?
Hoseok e Taehyung adentraram a sala e a porta foi fechada pelo estudante de teatro assim que notou alguns funcionários bisbilhotando. Os dois citados se direcionariam até o pequeno sofá que tinha ali e se sentaram, dispostos a deixarem Stella resolver a crise de nervosismo do filho.
― Não seja paranóico, Jeon Jungkook!
― Tia, como você pede isso para um sujeito que já tampou a lâmpada do banheiro com uma toalha, porque jurou que alguém estava observando ele tomar banho? ― o Jung expôs a lembrança restaurada, segurando um risinho.
― Não era normal aquela coisa ficar piscando somente quando eu tomava banho! ― o loiro argumentou em sua própria defesa. ― Vai que sei lá, vazam imagens minhas....
― Lavando a bunda?
― Cala boca Hoseok. ― Jungkook repreendeu o amigo, sem ânimo.
Stella soltou uma risada soprada e se sentou em uma das cadeira em frente de sua mesa. Olhando diretamente para o filho, ela levou suas mãos até as dele, as impedindo de continuar com os embaraços que estavam fazendo no cabelo do surfista.
― Eu sei que está sendo um saco isso tudo, acredite, não era assim que eu queria passar o mês dos preparativos da minha coleção. Deve estar sendo uma merda ter que enfrentar todos aqueles olhares direcionados para você no campus, eu juro que se eu pudesse arrumar um jeito de te poupar de tudo isso, eu faria sem pensar duas vezes. ― acariciou as costas das mãos do filho, enquanto levava a outra mão livre até os cabelos do mais novo para desembaraçar os fios. ― Vamos tentar resolver isso hoje, mas preciso que não surte porque se não eu vou surtar junto automaticamente e ai sim, a merda vai estar feita.
Jungkook acabou rindo, devolvendo o carinho nas mãos da mulher.
― Valeu, por conseguir colocar um pouco de juízo na minha cabeça. Me sinto mais calmo e com pensamentos mais positivos.
― No seu caso meu bem, eu sou igual anestesia, o efeito não dura para sempre, só te acalma na hora mesmo. E por agora, está funcionando, espero que essa anestesia dure pelo menos até o fim da entrevista. ― a Jeon mais velha recitou de maneira divertida. ― Porque juízo mesmo, eu nunca consegui colocar na sua cabeça, quem diria agora.
As risadinhas dos dois indivíduos sentados no sofá ecoaram em uma altura razoável, atraindo a atenção dos dois Jeon's, que acabaram rindo também.
🌴🌴🌴
O ponteiro do relógio da sala era acompanhado pelos olhos inquietos de Jungkook, em cada simples movimento. No total, já teria completado cinquenta voltas daquele ponteiro e o loiro estalava os dedos das mãos ― agora vermelhos pela pressão que estava colocando.
Duas pessoas, uma mulher e um homem, tinham chegado na sala depois de alguns minutos de espera, seriam eles os responsáveis pela entrevista. Tae e Hoseok saíram da sala, mesmo Stella assegurando que estava tranquilo ficaram. No entanto, o castanho pensou que quantos menos pessoas na sala, mais confortável Jungkook iria estar, então optou por dar uma volta na empresa ao lado do tritão de fios vermelhos.
― Agradecemos muito por confiarem em nossa equipe para prestar essa entrevista, senhora Jeon. Está sendo uma honra imensa. ― a mulher de fios negros presos em um coque, disse contendo sua animação.
― Nós que agradecemos por nos ajudarem com esses esclarecimentos. ― Stella devolveu sorridente, mesmo que por dentro estivesse contando de um a dez e refazendo a contagem.
A mulher estava sentada em sua cadeira e ao seu lado, estava Jungkook sentado em outra cadeira apertando com certa força o apoio de braço do assento. Ao perceber a inquietação do filho, a empresária sutilmente levou uma de suas mãos e a repousou por cima da mão do loiro, sentindo o surfista entrelaçar seus dedos de imediato.
― Bom, vamos começar pelo principal. ― a jornalista exprimiu, enquanto desliza suavemente sua caneta sobre a tela do tablet. ― Como já sabemos, recentemente notícias sobre a senhora e sua família vieram a publico e junto, algumas acusações. O que a senhora tem a dizer sobre isso?
― Que as pessoas não podem simplesmente tirar uma foto minha abraçando meu filho e inventarem milhares de mentiras e difamações sobre a gente, sem saber um pingo de quem realmente somos. Inventaram tudo isso com base de uma foto. ― Stella mantinha seu timbre grave, tentando não faze-lo falhar. ― Eu não tenho vergonha do meu filho, já desmentindo esse absurdo logo de início. Meu filho... ele é a pessoa mais importante para mim nessa vida, eu nunca sentiria vergonha dele.
― A senhora o manteve escondido esse tempo todo por alguma razão em especial?
Ao tentar responder, Stella foi impedida quando Jungkook apertou sua mão e se ajeitou sobre a cadeira, engolindo seco.
― Acho que eu, melhor do que minha mãe, posso responder essa pergunta. Para começo de tudo, fui eu, quem nunca quis aparecer. ― ditou relativamente calmo. ― Fui eu, quem sempre se manteve escondido e tentando evitar tudo isso. Eu nunca fui muito bom em me socializar com as pessoas, nunca me senti bem o suficiente para estar deixando minha vida tão exposta assim para as outras pessoas, sempre foi muito sufocante.
― Minha mãe é um anjo, tanto que as vezes eu paro para pensar e; meu Deus... o que eu fiz para merecer ela? Ela é perfeita, me criou sozinha, cuidou de mim assim como ainda cuida. Se ela me manteve longe da mídia, foi porque eu pedi e como um verdadeiro anjo que ela é, ela atendeu meu pedido sem cerimonias e sempre, sempre fez de tudo para que eu pudesse ter uma vida mais tranquila, longe de tudo isso. Ela sempre priorizou a minha felicidade e o meu bem-estar, minha nossa, já perdi as contas de quantas vezes ela já se sacrificou por mim.
― Ver aquela quantidade de mentiras envolvendo o nome da minha mãe, me deixou furioso e arrasado. Ela é tão incrível, sempre foi tão boa, uma mãe extraordinária, não merece estar sendo acusada dessas coisas tão absurdas. Eu reconheço que, me esconder não foi uma boa opção porque graças a isso, minha mãe deixou de participar de vários acontecimentos de minha vida, sempre se manteve mais distante em certas coisas para não levantar suspeitas ou desconfianças, eu não sei se vou realmente conseguir me perdoar por ter sido tão tolo e ter mantido ela tão distante.
― Eu espero algum dia ser o filho que ela realmente merece, ela é perfeita demais para mim, mas eu a amo 'pra caramba. Ela é a minha mãe, e mesmo não sendo o filho perfeito, eu não vou mais esconder isso e deixar de viver momentos importantes ao lado dela por medo da mídia. ― virou seu rosto para encarar a progenitora, notando os olhinhos vermelhos da empresária. ― Então, eu peço que lavem suas malditas bocas antes de inventarem mentiras sobre minha mãe. Jeon Stella, é a minha mãe e com certeza, ela é a melhor mãe que eu poderia querer.
Sem dúvidas, Stella iria chorar pelo resto do dia.
Depois do pronunciamento de Jungkook, o resto da entrevista ocorreu de forma mais tranquila. O surfista já respondia algumas perguntas sobre si de forma mais aberta e alegre. O homem que acompanhava a jornalista fez algumas fotos para a matéria, que sairia em alguns dias. Em todas as fotos, Jungkook saiu ao lado de Stella com um sorrisinho nos lábios enquanto abraçava a mulher.
🌴🌴🌴
Se havia uma coisa que Jimin abominava com todas as forças, eram os almoços com clientes importantes de seus pais.
Era ali que ele se encontrava no momento, em uma mesa de um restaurante caro, com uma comida de preço absurdo e com um gosto detestável ao paladar do ruivo. Ele odiava tudo aquilo, odiava aquele restaurante, odiava a comida, odiava a melodia que sondava o local, odiava os assuntos de negócios de seu pai, odiava principalmente as indiretas desnecessárias que seu pai fazia para joga-lo em cima da filha de seu cliente. Abominável.
Nem a água que tinha pedido descia mais pela sua garganta, aquelas roupas que usava apesar de lindas, até elas pareciam demais para aquela ocasião.
― Jimin é o melhor jogador do time dele, só me dá orgulho esse garoto. ― agora seu pai o exibia como um troféu. ― Ele vem treinando muito para uma competição que vem se aproximando, onde era mesmo?
― Beverly Hills. ― o ruivo devolveu sem interesse algum.
― Isso! Temos que sair para comemorar quando seu time ganhar, não acha Ji? ― Yohan perguntou, mesmo sendo quase uma afirmação.
― Não sabemos se vamos ganhar, pai. Não é muito adequado cantar vitória antes da hora, você sabe.
― É claro que você vai ganhar, você é o melhor! ― o Park mais velho sorriu convencido antes de beber mais um gole do vinho em sua taça. ― Jimin, seria legal você chamar a Chasity para ver um dos seus treinos, ela pareceu interessada quando falamos do basquete.
Jimin quase vomitou.
Não que tivesse algo contra Chasity, ela era uma moça linda, mas estava pouco se fudendo para o assunto sobre basquete, arrancar o esmalte de sua unha parecia mais interessante. O jogador sentiu pena da menina, ao perceber que ela também era de certa forma controlada pelos pais, apenas concordando sem dizer realmente o que pensava.
Ela fez exatamente isso quando Yohan citou seu nome no assunto, apenas sorriu e concordou forçadamente, mas apenas Jimin reparou.
― Eu tenho certeza que Chasity, é uma moça ocupada, com mais o que fazer do que ver Jimin e os amigos dele jogarem uma bola em uma cesta. ― o comentário partiu de Zooey, que se servia com mais vinho. ― Não é Chasity?
― Um pouco, senhora Park. ― a garota sorriu com alívio.
Jimin gostaria de lembrar-se daquilo, para agradecer sua mãe mais tarde.
A conversa sobre os negócios da empresa continuaram logo depois daquilo, e Jimin se afundava em tédio e aborrecimento sobre a mesa. Estava pensando seriamente em sair correndo dali sem nem olhar para trás, seria uma boa. Mas não tinha formado uma explicação descente para justificar seu ato para seu pai depois.
Como se Deus tivesse ouvido suas lamúrias, seu celular começou a vibrar no bolsa da calça e o ele não perdeu tempo em arrancar o aparelho do bolso e ver quem era. Com certeza qualquer um seria mais interessante que aquele almoço dos infernos.
Era Jungkook.
Jimin nunca pensou que ficaria tão feliz em receber uma ligação do loiro, mas ali estava ele, se levantando as pressas para poder atender Jeon do lado de fora do restaurante, ignorando os chamados de seu pai.
― Pode parecer estranho, mas estou feliz com sua ligação. ― disse assim que atendeu eufórico.
― Ah por isso que o céu está meio nublado, vai cair um toró. Credo.. ― a pronuncia do surfista fez o arruivado soltar um riso, apertando os lábios em seguida. ― 'Tá, mas não foi para ouvir você sendo estranho, o motivo da minha ligação. O que está fazendo agora?
― Implorando a Deus por um milagre, para ver se ele me tira do pesadelo que estou vivendo agora.
― Então já pode ir agradecendo ele, o Hoseok, não eu, te convidou para vir a praia com a gente. O dia começou meio puxado, então resolvemos vir ter um descanso adequado. Está disponível, majestade?
Jimin já soltava fogos por dentro, e sem pensar duas vezes ele respondeu com um entusiasmo difícil de conter:
― Já chego ai! Estão no local de sempre?
― Sim senhor.
― Certo e ah, agradeça o Hoseok pelo convite. ― o jogador proferiu risonho.
― Agradeça você quando chegar, eu hein. Não sou informante de ninguém, passar bem. ― e desligou.
Ainda risonho, Jimin encarou a tela do celular mostrando que a ligação havia sido encerrada, bloqueou a tela do aparelho e colocou no bolso antes de voltar para o estabelecimento onde estavam seus pais.
Quando retornou a mesa, nem mesmo se deu ao trabalho de sentar-se novamente, apenas sorriu apertando as próprias mãos e disse:
― Mãe, pai, estou saindo, tenho um compromisso.
Yohan foi o primeiro a arregalar os olhos com o pronunciamento do filho, enquanto Zooey se mantinha concentrada em terminar sua refeição.
― Jimin, estamos no meio de um almoço, é falta de educação sair assim sem mais nem menos. ― ditou o Park mais velho. ― E que compromisso é esse?
O arruivado arqueou uma das sobrancelhas, encarando o progenitor. Yohan nunca se importou ou incomodou-se com suas saídas, por que agora? Mas então se lembrou: Estavam na frente de outras pessoas, e seu pai parecia querer passar uma imagem de uma pessoa que ele não era.
― É sobre o time, eu realmente sinto muito, peço que me perdoem por sair assim tão de repente. ― articulou encarando Chasity e o pai, e logo voltar suas lumes para os seus pais. ― Eu os vejo em casa?
― Sim meu bem, estaremos te esperando para o jantar. ― Zooey foi quem respondeu após engolir a quantidade de alimento que mastigava.
― Vai mesmo deixar ele sair assim, Zo? ― Yohan indagou sem compreender a atitude da esposa.
― Sim, você sabe que ele estava achando o assunto da empresa um tédio, ele tem que aproveitar mais a juventude dele ao invés de se preocupar com assuntos da nossa empresa, que no momento é responsabilidade nossa e não do nosso filho, ele não está pronto ainda. ― a ruiva argumentou séria.
Jimin sorriu satisfeito, observando seu pai render-se no fim da conversa, porque sabia que se o mais velho tentasse dizer algo, não seria levado em consideração por Zooey. Yohan era teimoso, mas sua esposa era ainda mais, então para evitar uma possível discursão desnecessária, o Park mais velho apenas suspirou e fez um sinal com uma das mãos, para Jimin ir logo.
O jogador acenou feliz para os pais e saiu apressado do local, empolgado para encontrar seus amigos.
As palavras de Zooey, não afetaram apenas Yohan, mas Chasity e seu pai também. A garota mais do nunca parecia concordar plenamente com a argumentação da ruiva e dessa vez não era falso, ela realmente concordava com da palavra, afinal, ela era uma adolescente, não tinha que estar em um almoço escutando sobre os últimos negócios da empresa dos Park. Jimin torcia para que as poucas e simples palavras de sua mãe pudessem abrir a mente do pai da garota, para que o mais velho se tocasse logo de que Chasity, era mais que uma acompanhante de almoços tediosos.
🌴🌴🌴
― Eu acho tão incrível o conceito de estarmos atolados de problemas até o pescoço, mas mesmo assim, estamos aqui aproveitando o final de semana na praia. ― o comentário saiu brincalhão dos lábios de Hoseok.
O castanho estava deitado sobre uma toalha em cima de uma rocha, enquanto passava seus olhos de um lado para o outro nas páginas do livro que estava lendo. Taehyung estava ao seu lado, treinando caligrafia. O avermelhado se mantinha na posição de índio, com um dos caderno de Hoseok sobre seu colo, tentando traçar por cima dos exemplos de letras que estavam na folha.
Eram exercícios do jardim de infância, mas o estudante de teatro achou útil para ajudar Taehyung com a coordenação motora e o tritão estava indo bem, apesar das caretas constantes que esboçava quando errava algo. Ele mantinha uma expressão séria e a ponta da língua no cantinho da boca no intuito de concentrar-se no que estava fazendo.
Sobre a leitura, Tae tinha dado um pequeno avanço, já sabia ler algumas palavras simples, e com o passar do tempo, Hoseok ensinava novas coisas e adicionava mais palavras nos exercícios do tritão para ele praticar. Taehyung era um excelente aluno.
― Não da para ficar o tempo todo focado nos problemas, cansa e deixa qualquer um enlouquecido, igual a mim. ― Jungkook respondeu sem desviar a atenção da água que ele fazia flutuar próximo do mar. ― Olha Tae, eu consegui modelar você na água!
O avermelhado desviou sua atenção para o loiro, notando o outro brincar próximo do mar sentado igual uma criança na areia.
― Por que eu e não você?
― Porque ficou bonito oras. ― respondeu congelando a água em forma de tritão, a deixando palpável de maneira que não desmorona-se. ― Ficou bonitinho, não ficou?
― Você já pode começar a cogitar a ideia de fazer uns bicos de esculturas de gelo, ficaria ótimo. ― Hoseok voltou a dizer com o mesmo bom humor de antes.
― Exato, se der errado a faculdade de cinema, já sei por onde recorrer. ― Jeon brincou soltando um riso, assistindo sua obra derreter-se por conta do sol. ― Nada dura para sempre, nem a linda escultura de Tae. A praga está demorando, estou começando a desconfiar que ele não vem. ― mudou de assunto enquanto se acomodava confortavelmente sobre a areia.
― Isso te incomoda? ― perguntou Hoseok, sem tirar seus mirantes do livro.
― Claro que não, eu só comentei.
― Hobi, eu terminei olha. ― Taehyung tirou o castanho de seu momento literário quando esticou o caderno com os exercícios todos feitos. ― Ficou bom?
O estudante de teatro marcou a pagina que estava e deixou o livro de lado, pegando o caderno das mãos do tritão logo em seguida. Fez uma breve analise no trabalho feito pelo avermelhado e sorriu satisfeito.
― Está muito bom, você está evoluindo bem na caligrafia. Quer aprender a escrever seu nome? ― sugeriu notando os olhinhos curiosos do tritão direcionados para si. ― Quer?
― Posso escrever outra coisa? ― solicitou com um leve sorrisinho. ― O seu nome, quero aprender a escrever o seu nome, pode me ensinar?
Hoseok sentiu seu coração mudar de ritmo e seu sangue congelar em suas veias. Um sorrisinho acanhado brotou no canto dos seus lábios e suas bochechas desvaneceram-se para um tom mais rosado ao encarar o rosto bonito de Taehyung.
― T-tudo bem, pode ser meu nome então. ― concordou após alguns segundos de silêncio.
Mais distante, Jungkook observava os dois amigos sobre a rocha, com um sorrisinho. Estava feliz por Hoseok estar se interessando daquela maneira por alguém e ainda mais feliz por Taehyung parecer estar retribuindo sem ao menos notar. Mas por outro lado, o loiro se preocupava com as consequências que poderiam vir com uma possível união dos dois amigos. Não queria ver estes tristes, poxa, estavam tão felizes e no mundinho deles, como se a realidade não pudesse afeta-los.
O surfista saiu de seus devaneios quando seus olhos capturam a imagem do ruivo aproximando-se sem pressa, com as mãos nos bolsos da calça. O loiro apertou os lábios, evitando um sorrisinho desnecessário naquele momento. Assim que Jimin estava próximo o suficiente, este suspirou passando os dedos entre os fios de cabelos alaranjados, para desarrumar-los.
― Não fala da minha roupa, eu sei que o look social em uma praia é o cúmulo do ridículo, mas eu estava em um almoço importante! Não fui avisado sobre a praia com antecedência. ― justificou-se abrindo os primeiros botões da camisa e dobrando as mangas.
― Que bom que você reconhece. ― o loiro devolveu voltando a olhar para o mar.
Jimin cumprimentou Hoseok e Taehyung com animo, recebendo sorrisos alegre da parte dos amigos. Em seguida se deu ao trabalho de sentar ao lado de Jungkook ― mas nem tão perto ― olhando para o mar também, tentando entender o que o surfista tanto admirava ali.
― Estava bom? O almoço... ― Jeon puxou assunto, sem manter um contato visual com o arruivado.
― Não. ― o jogador respondeu se ajeitando sobre a areia. ― A comida era pouca e péssima, o gosto era horrível, os assuntos me davam sono, nada foi bom.
― Imagino.
Era isso.
Nenhum dos dois disse mais nada depois daquilo, apenas continuaram encarando o mar e as ondas mais afastadas, em completo silêncio, exceto pelo barulho da conversa indecifrável de Tae e Hoseok logo atrás.
Jimin se remexia na areia com desconforto, odiava aquilo ali, mas se recusava a reclamar também. Jungkook não demorou muito a perceber a inquietação do arruivado e então riu divertido.
― Você fez de propósito né? ― o Park emitiu com desdém. ― Me convidou para a praia só porque sabe que eu não gosto.
― Primeiro de tudo, praga; você veio porque quis. Segundo, por parte sim, eu fiz do propósito, mas por outra não. ―expressou, deitando-se na areia. ― Eu amo a praia, ela me faz relaxar e esquecer as minhas preocupações que parecem me engolir a cada dia que se passa.
― Não sei como consegue, sinceramente. ― Jimin resmungou limpando a areia dos joelhos.
― Ah Park, você está ocupado demais em reclamar da praia para poder permitir-se ver o que eu vejo. ― o loiro sorriu primeiro com os olhos e logo depois com os lábios.
― Ah é? Então me mostre, o que você vê, peixinho?
Jungkook abriu levemente os olhos e virou sua cabeça para poder olhar o ruivo e por fim, soltou um sorrisinho sarcástico.
― Posso tentar, mas talvez não funcione com pragas. ― disse, escutando um xingamento da parte do jogador. ― Certo, tire seus tênis, quem vem para a praia de tênis?
― Tapado, você não ouviu quando eu disse que estava em um almoço com minha família e não fui avisado sobre a praia com antecedência? ― tornou a dizer suas palavras anteriores, enquanto retirava o par de tênis, os deixando ali ao lado. ― Pronto, e agora?
― Deita aqui. ― pediu sereno, voltando a fechar os olhos. ― Você tem que entender primeiramente que; areia vai sair depois com um banho, então você não precisa ficar fazendo essas caretas como se estivesse deitando em uma cama de pregos.
A questão era: Como Jungkook sabia das caretas que estava fazendo, se o loiro estava de olhos fechados? Jimin pensava consigo mesmo, enquanto encarava o surfista com os olhos cerrados, desconfiando que talvez Jeon estivesse espiando, mas não era o caso.
― Se o problema for sujar suas roupinhas caras, não te problema, que se lasque, tenho certeza que seu closet tem milhares de outras peças mais caras que estas. ― a fala do loiro acabou arrancando um riso nasal do jogador. ― Deita logo, porra.
Jimin resmungou algo de volta enquanto se ajeitava sobre a areia, deitando-se um pouco mais próximo do surfista.
― Relaxa, fecha os olhos e tente não pensar nas merdas que estão acontecendo ultimamente, se concentre em deixar sua mente mais leve. Respire fundo, deixe o ar entrar suavemente e solte da mesma maneira. Se concentre no barulho do vento e do mar, das ondas... Relaxa seu corpo, como se ele fosse um pena de tão leve.
― Mas as ondas são violentas, como consegue relaxar com algo assim?! ― o ruivo indagou abrindo os olhos e Jungkook bufou.
― Para de atrapalhar a tranquilidade alheia? Obrigado! Sobre as ondas... Eu gosto da maneira que elas batem nas rochas, feche os olhos de novo e se concentre apenas no barulho delas. Pare de pensar de modo negativo, se esforce para buscar a tranquilidade nessas ondas violentas. ― Jungkook deu uma pausa para poder inalar o ar fresco que deslizava sobre seu rosto bagunçando seus fios de cabelos. ― É curioso, se for ver de outro modo, encontrar paz em algo tão... no seu ponto de vista, "violento", mas se conseguisse ver pelo meu modo, talvez você me entendesse.
O Park não respondeu, estava concentrado demais na sintonia que as ondas faziam contra as rochas. De fato, era espantoso tentar relaxar com ondas se chocando contra rochas distantes, mas tentando visualizar pelo modo de Jungkook, o ruivo se concentrou até nos segundos de diferença que as ondas banhavam a elevação rochosa, logo, sentiu seus músculos relaxarem-se e seu corpo amolecer sobre os grãos de areia.
Puxou o ar fresco pelas narinas e soltou suavemente pela boca. A sensação era realmente boa e trazia paz, o ruivo tinha realmente gostado daquilo. O último citado sentiu um arrepiou lhe correr pelo corpo quando umas das pequenas ondas que vinham do mar atingiu as pontas de seus pés. Só nesse segundo notou o quão próximo estava da água, mas não se importou, apesar do leve susto, a sensação de sentir seus pés em contato com a água morna era agradável.
― Talvez, só talvez seja bom. ― Jimin admitiu em um fio de voz, escutando a risadinha fraca do loiro.
― É incrível. Eu realmente amo tudo isso, principalmente as ondas. ― articulou mantendo a serenidade em seu tom de voz. ― Me acalmam. O que te acalma, Park Jimin?
O ruivo abriu levemente os olhos e suspirou.
― Acho que... o basquete.
― E depois vem me julgar, você se acalma correndo atrás de uma bola para acertar ela em uma cesta? Certo, se te acalma é o que importa.
Jimin mordiscou os lábios, em uma duvida perturbante se comentava por cima sobre os desenhos. Talvez não precisasse explicar em detalhes os tipos específicos de desenhos, era isso.
― Eu gosto de desenhar, eu gosto muito de desenhar. Isso é o que realmente me acalma. Claro, eu gosto de jogar basquete e me distrair, mas os desenhos realmente são um escape... de como você diz, essa merda toda. ― riu soprado sendo acompanhado pelo outro. ― Jungkook?
O loiro murmurou para que o arruivado prosseguisse. O último citado virou seu rosto levemente para o lado, analisando a face bonita do surfista que parecia transmitir uma tranquilidade absurda.
Jungkook, parecendo sentir o olhar afiado do jogador sobre si, virou seu rosto também, começando um contato visual profundo com o ruivo.
― O que você está achando de... tudo, ultimamente? Algo mudou ou ainda acha que vamos todos morrer? ― apesar da fala preocupada, ambos ali soltaram um risinho fraco.
― Eu não sei... Eu gostaria muito de converter toda essa minha insegurança para algo positivo, porque sinto que só me afundo mais e minhas chances contra qualquer coisa que pode aparecer só vão se afundando também. É patético, eu sou patético, tão patético que preciso de alguém para controlar o meu lado sobrenatural. Depender de você é uma merda, e não digo isso porque é você, depender de alguém não é bom, só mostra o quanto eu sou fraco e...
― Patético?
― Patético. ― afirmou soltando uma risadinha junto com o ruivo.
A troca de olhares durou apenas por poucos segundos assim que Jungkook voltou a olhar para o céu, regulando sua respiração pesada. O loiro entrelaçou os próprios dedos sobre sua barriga e umedeceu os lábios antes de voltar a dizer:
― Está com fome?
― 'Pra caralho. ― respondeu e ambos gargalharam. ― Restaurantes chiques são uma droga.
― Nunca me aconteceu, graças a Deus. Mas para a felicidade do seu estômago, a comida chega agorinha. ― ditou simplista, atraindo a atenção do arruivado novamente.
― Quem mais vem?
Jungkook ficou em silêncio por breves segundos e quando resolveu de fato responder, foi cortado de imediato por outra voz que se aproximava.
― Kang Annie, deixa de ser doida! ― Stella ralhava com a namorada, esta se mantinha quieta abraçando o próprio corpo.
― Eu só falei a verdade. ― a de fios castanhos devolveu acanhada, recebendo um tapinha de Stella. ― Ai!
A empresária cerrou os olhos para a namorada e apressou seus passos indo na direção do filho. A mulher trazia com si algumas sacolas penduradas em seus braços, quase se atrapalhando com as coisas. Jungkook se levantou rápido tirando a areia da roupa e correu até a mãe, para ajuda-la.
Jimin estava sem saber o que fazer, seu coração parecia ter parado de bater por alguns segundos e seu cérebro não raciocinava bem o que estava acontecendo. Sua maior inspiração estava ali, bem ali, apenas alguns metros de distância.
Não era um sonho.
O ruivo engoliu seco, sentindo suas mãos ficarem tremulas assim que escutou as vozes de Stella e Jungkook se aproximarem mais.
― Por que vocês estão brigando mesmo? ― Jungkook perguntou enquanto ajudava sua mãe a forrar a tolha sobre o chão, para ela poder se sentar.
Stella tinha trocado de roupa. Agora usava uma regata azul marinho com detalhes brancos e um short mais solto na cor preta.
― A tia Stella comprou esse conjunto que elas estão usando, para ficarem de parzinho. ― Taehyun que também tinha vindo, respondeu sem dar muita atenção. ― Mas minha mãe não queria usar.
O loiro analisou Annie, reparando que a madrasta também usava realmente uma roupa igual de Stella, se não fosse pela cor da regata que era vermelha, mas de resto não mudava nada.
― Mas é uma roupa bonita. ― o surfista argumentou.
― É bonita mesmo. ― Annie concordou. ― Mas eu engordei nos últimos dias, não ficou boa em mim.
― Ela vê isso de maneira negativa, inacreditável. Na minha visão, você ficou mais gostosa.― Stella comentou escutando a namorada ralhar com si de maneira envergonhada. ― Escuta bonequinha, você está perfeita. Olha, eu também engordei nos últimos dias e apareceram algumas estrias nessa região da minha coxa ― a empresária apertou a própria barriga por cima do tecido. ― Mas continuo uma gostosa.
― É verdade. ― Annie concordou risonha, já se sentindo mais a vontade.
Annie e Taehyun se sentaram sobre a toalha e começaram a arrumar as coisas que tinha levado para comerem. Stella se levantou e foi até o filho que estava próximo de Jimin novamente, olhando para o mar.
― Oie Hobi, Tae! ― a mulher acenou para os dois conversando em cima da rocha.
― Oie tia! ― Hoseok acenou de volta com um sorriso bonito e Taehyung repetiu os movimentos.
A empresária se aproximou do filho e sentou-se ao lado do mesmo, começando a olhar para o mar também. Aos poucos, ela reparou o ruivo acanhado ali ao lado e cerrou os olhos de maneira desconfiada.
― Esse eu não conheço, seu amigo, Jun?
― Esse é o Jimin, mãe. ― o loiro devolveu quase em um sussurro e Stella arregalou os olhos com um sorrisinho.
― Park Jimin?! ― ela inquiriu encarando o jogador.
― A s-senhora me conhece?! ― o ruivo devolveu surpreso.
― Claro que sim, Jungkook não tira seu nome da boca-... Para de me cutucar Jungkook! ― repreendeu o filho.
Jimin encarou o surfista de olhos cerrados. Não podia acreditar que o loiro tinha sujado sua imagem para a pessoa que mais admirava na vida.
― Imagino que a senhora deva me achar uma... praga, depois de todas as barbaridades que eu suponho que o Jungkook tenha dito. ― o Park ditou sem tirar os olhos do surfista, que apenas sorriu ladino.
― Oh não, eu conheço o filho que tenho.
Jungkook abriu a boca em indignação com a fala da mãe, arrancando uma risada da mais velha. Até o mesmo jeito de sorrir ela se parecia com o surfista, Jimin sentiu-se tolo por nunca ter dado ouvidos as evidências que sempre estiveram na sua cara, indicando que Jungkook, era filho de Stella. O próprio loiro era uma prova disso, os traços semelhantes com os da empresária eram gritantes.
― Bom, é um prazer conhecer a senhora, e-eu, bem, admiro muito o seu trabalho! ― proferiu um tanto nervoso.
― Sem formalidades Jimin, pode me chamar apenas por Stella mesmo. ― a loira devolveu sorridente. ― É um prazer conhecer você também, e obrigado! Admito que estava curiosa sobre você.
Jimin ficou imóvel.
― Sobre mim?!
― Aham, Jungkook fala tanto de você, que fiquei curiosa apenas.
O surfista mantinha uma das mãos sobre o rosto, pedindo mentalmente para que sua mãe parasse de dizer coisas fora de hora. Já Jimin, se divertia com as reações do loiro e ao mesmo tempo segurava suas mãos tremulas com força, tentando ficar um pouco menos nervoso. Iria ter um ataque se continuasse daquele jeito.
Stella se aproximou um pouco do filho com um sorrisinho travesso e não se prolongou a dizer baixinho:
― Ele é lindo... ― discorreu disfarçadamente e Jungkook riu nasal.
― Ele é bonitinho, mas quer parar de falar coisas perto dele? Eu ainda não vou muito com a cara dele e nem ele com a minha. ― devolveu no mesmo timbre que a progenitora.
― Está bem, está bem, eu parei aqui. ― ela assegurou se afastando novamente. ― Trouxemos comida Jimin, venha sentar ali com a gente.
― Por que está chamando ele primeiro?! ― Jungkook indagou incrédulo.
― Ele parecia estar tímido, talvez ficasse com vergonha de se juntar a nós por conta própria. ― explicou a empresária, voltando para perto de Annie Taehyun.
― Obrigado senhora-... digo, Stella. ― o ruivo sorriu nervoso. ― Eu já vou.
A mulher afirmou com um sorrisinho, assistindo Jungkook se sentar próximo de Jimin na areia e voltarem a olhar o mar. Os dois pareciam se desentender em alguns momentos, nos outros pareciam concentrados em seu próprio mundinho conversando e até mesmo rindo. As provocações sempre estavam presentes, mas na visão de Stella, era uma forma que ambos encontraram de se aproximarem.
― Sua mãe é foda, nunca vou me cansar de dizer isso. ― Jimin comentou ainda olhando as ondas distantes.
― Ela é, não sabia que você era tão.... ― o loiro procurava as palavras certas com uma careta engraçada.
― Fã de moda? ― Jimin riu e Jungkook concordou.
Apesar de não ser bem uma novidade, já que o surfista sempre notou que Jimin se vestia muito bem, muito bem mesmo.
― Eu gosto. ― as palavras proferidas pelo ruivo não diziam nem começo do que ele sentia de verdade em relação ao assunto. ― Eu acompanho bastante sobre, porém não comento muito porque na visão de... alguns próximos meus, é bobagem já que eu sou um homem e na cabeça deles, homens não falam dessas coisas.
― Essa foi a coisa mais ridícula que ouvi hoje. ― Jeon exprimiu com uma careta, negando com a cabeça. ― Isso não existe, Jimin, moda é para qualquer um que goste, tanto mulheres quanto homens. Não dê ouvidos para esses seus próximos ai, estão presos em alguns séculos atrás com mentes tão fechadas assim, credo.
Jimin concordava com cada palavra e então sorriu. Mas dessa vez, sorriu tão abertamente que Jungkook surpreendeu-se com o ato do ruivo, este que nunca tinha sorrido daquele jeito para si. O loiro ficou sem jeito, mas não quebrou o contato visual, querer ver mais o sorriso bonito nos lábios do jogador era maior que a vergonha que sentiu nos primeiros segundos encarando o ruivo.
― Jungkook! ― Hoseok chamou. ― Vem comer, se não vou deixar você sem os pasteizinhos de frango!
O surfista piscou algumas vezes e raspou a garganta enquanto se levantava do chão. Quando pensou em começar a caminhar, olhou para o ruivo, este que agora encarava as próprias mãos parecendo pensativo.
― Vem praga, você mais do que ninguém precisa comer, depois do seu almoço de hoje. ― riu assistindo Jimin fazer o mesmo enquanto se levantava do chão.
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#peixinhosurfista
Bodia bodia! Como vocês estão?? Espero que estejam se cuidando direitinho.
O que acharam do capítulo de hoje?? Honestamente, eu estou com um pé atrás com esse e próximo capítulo. É importante saber o que vocês estão achando, então sintam-se livres para comentar e dar opiniões construtivas.
Me perdoem por qualquer erro ou palavras trocadas, vive acontecendo e eu nunca vejo. 🤡
Usem a hashtag da fic no twitter para interagirmos lá também vius? As vezes sai alguns spoiler lá e os personagens tem suas contas também, só alegria!
Hmm, acho que é só. Então até a próxima atualização sexta-feira se tudo der certo, tchau peixinhos!💗