"Por que você está olhando para todas as estradas erradas?
Quando a minha é o coração e o tempero da alma.
Podem haver amantes que estendem as mãos, mas eles nunca vão te amar do jeito que eu consigo."
Bowen latiu algumas vezes, correndo ao redor da piscina, não que ele fosse o maior fã de água gelada, mas o mesmo era apaixonado por Sn, que aproveitou o domingo de sol em Turim para nadar. Enquanto isso, Paulo estava apenas de bermuda branca, sentado em uma das espreguiçadeira estofadas no deque de madeira, com o carrinho de bebê ao seu lado, onde Luna, sua garotinha de olhos verdes dormia tranquilamente.
Paulo não conseguia tirar a atenção da filha um segundo.
Uma música em português ecoava pela área de lazer da mansão que o jovem casal dividia a quatro anos. No entanto a nova integrante da família Dybala, com seus nove meses, parecia não se incomodar com o som e murmurava algo vez ou outra sem despertar.
- Vem logo, Bowen.- a brasileira falou para o cachorro que estava com a pata sobre a água, sem mergulhar a mesma.
- Ele agora está com medo de nadar? - indagou Mariano, saindo da casa com uma garrafa de cerveja, seguindo até onde Paulo estava e sentando ao lado do irmão.
- Bowen não gosta muito de água fria, mesmo nesse calor infernal. - explica, aplicando um pouco mais de protetor no rosto e nos braços.
Kaia, a outra mascote da família deles, encontrava-se deitada em um sofá, na sombra da varanda coberta.
- Ele ama muito mais a sua esposa. - riu o irmão de Paulo, dando um gole na sua bebida. - Faz muito tempo que ela dormiu?
- Mais ou menos, Luna fica cansada quando toma banho de piscina.
- Bowen! - um gritinho soou, quando o cachorro extremamente peludo pulou na água nadando em direção a Sn que gargalhava, cobrindo o rosto contra os respingos que voaram em sua direção.
Ela tinha a risada mais contagiante do mundo, isso era indiscutível.
- Quem é um bom nadador? Sim, sim, é você. - disse, abraçando o doguinho. - Bom garoto, Bowen.
- Desde quando ela fala assim com o cachorro?
- Pelo menos dessa vez ela não está chorando. - riu Paulo, lembrando da vez em que Sn chorou quando a Kaia voltou da casa de Oriana. Em defesa da empresária, ela estava sendo afetada pelos hormônios da gravidez.
O casal e a ex noiva de Paulo tinham uma relação, no mínimo, amigável, nada muito próximo ou íntimo a ponto de frequentarem a casa uns dos outros, mas Oriana e Dybala foram "pais" dos cachorros enquanto namorados. Kaia ainda era extremamente apegada a ex do jogador argentino, enquanto Bowen se tornou o maior admirador de Sn em questão de semanas. E para poupar os animais de sofrerem com saudades, a cada trinta dias Kaia ficava na casa de Oriana, com ela e o seu atual marido.
- Eu parei de tentar entender as coisas que a minha esposa faz as vezes, ela apenas é assim...
- E você adora tudo isso.
Dybala sorriu.
- É, eu realmente adoro.
O celular de Mariano começou a tocar e ele levantou, se afastando do irmão.
- Ei, cariño, você precisa passar um pouco mais de protetor solar. - Paulo avisou e Sn assentiu.
A empresária saiu da água com Bowen, que se sacudiu todo espirrando gotas de água para todos os lados, seguindo ela até a espreguiçadeira onde o marido estava.
- Ele não é o cachorro mais fofo de todos? - Sn perguntou, pegando uma toalha seca e passando no cabelo e no corpo.
- Sim. - sorriu, encarando ela. - Gosto de saber que Bowen pode manter as minhas seguras quando eu estou fora.
Sn sorriu, e se aproximou do carrinho vendo a filha dormindo, usando um maiô azul bebê com bolinhas brancas.
- Se não quer chifre, é só não namorar.
- Eu entendi isso aí. - repreendeu no mesmo idioma, havia se tornado muito bom com português nos últimos anos.
- Tão falando por aí, bagulho sério, não se esqueça. - se aproximou do marido e fez uma dancinha esquisita ao som da música que tocava ao fundo. - Chifre é uma coisa que coloca na cabeça.
- Sn Dybala, você gosta mesmo de rir na cara do perigo, vamos resolver isso mais tarde.
- Corre que o corno 'tá puto. - sentou no colo do argentino, que passou seus braços em volta da cintura dela. - É só uma música boba, mi amor.
- Você é muito engraçadinha.
- Hum, eu bem que tento. - beijou os lábios do atacante lentamente, sugando o lábio inferior dele e sorrindo. - Será que o almoço está pronto? Porque estou morrendo de fome.
- Você tem um buraco negro no lugar do seu estômago, Sn.
- Estou comendo por dois. - piscou.
- Vai repreendendo, mulher. - riu. - Você não pode mais usar essa desculpa para comer tudo que vê pela frente.
- Nossa, que coisa triste, eu sinto falta desses benefícios.
- Eu imagino, você me fez de escravo por nove meses. - resmungou.
- Paulo, Paulo, Paulo. - virou olhando para ele. - Preciso te lembrar de onde essa garota que aliás, é a sua cara, saiu, hum?
Ele fez uma careta engraçada.
- Não. - sorriu, dando um tapinha na coxa da mesma. - Senta direito para que eu possa passar protetor solar nas suas costas.
Sn ficou em pé, recebendo um tapa na bunda e revirou os olhos, sentando-se entre as pernas dele, que beijou o seu ombro, despejando um pouco do creme nas mãos e em seguida passando nas costas da mesma.
- Onde Mariano foi com tanta pressa?
- Ele tinha umas coisas para resolver. - deu de ombros.
Sn assentiu, olhando para a cozinha da casa, através das portas duplas abertas e as muitas janelas de vidro. Sua mãe e a sogra estavam conversando, sorrindo e bebendo vinho, enquanto ajudavam a cozinheira a preparar o almoço para a família (que havia se reunido no local).
Os outros provavelmente estavam na sala de estar assistindo ou na sala de jogos brigando pela sinuca.
Passando a mão pela pele da esposa o atacante argentino lembrou do dia em que se conheceram, no casamento de amigos em comum na Sicília. Sn era a mulher mais linda e sexy com quem Paulo já tinha conversado, um pouco tímida no começo, mas uma maluca depois que pegava intimidade.
Sn era fundadora de uma das marcas de roupas mais famosas da atualidade. Ou seja, ocupada demais para manter um relacionamento sério, então com a distância por a brasileira administrava pessoalmente a loja física em Milão, os dois se encontravam algumas vezes no mês e faziam o melhor sexo casual das suas vidas.
E isso funcionou, até eles perceberem que não queriam mais ver o parceiro/a saindo com outras pessoa. Assumiram para o relacionamento e um ano depois já estavam casados.
- Terra para Paulo. - Sn chamou com ar de riso e olhou por cima do ombro. - Está tudo bem?
Ele, no entanto, não conseguiu dar uma resposta, pois Luna despertou chorando e se remexendo dentro do carrinho.
- Ei, ursinha, a mamãe está aqui. - a brasileira pronuncia, atraindo os olhos espertos de Luna para si. - Eu posso saber que mau humor é esse, hum?
Luna abriu um sorriso com os seus dois dentinhos e o coração do casal derreteu diante daquela pequena, metade deles. O amor que sentiam era algo que não se podia compreender ou até explicar. Intenso e mais verdadeiro que tudo que eles já sentiram ao longo da vida.
Paulo pegou sua menininha, colocando um chapéu de praia na cabeça dela e a protegendo do sol.
- Almoço?
- Sim, por favor. - respondeu Sn, calçando as havaianas e prendendo a saída de banho em volta da cintura.
Sam Smith estava cantando ao fundo, enquanto os dois faziam caras e bocas para a filha indo em direção a casa.
Alicia e (sua mãe) observando os filhos e a pequena neta, da janela na cozinha, com sorrisos nos rostos.
- Eles são tão felizes, né?
- Sim. - a outra mulher sorriu. - Não poderia ter uma nora melhor, eu sou a mais grata das sogras por sua filha ter entrado na vida do meu Paulo.
- Então somos duas, Alicia.
- Mãe, o almoço está pronto?
- Ela ainda vai acabar com a comida da terra. - ele brincou, recebendo um peteleco da esposa.
- Comida foi feita para comer, boca foi feita para comer.
- Vocês dois são duas crianças. - a mãe de Paulo suspirou, revirando os olhos e dando um gole no seu vinho.
- Que fizeram a bebê mais linda desse mundo. - o argentino disse fazendo voz de melodiosa e entregando uma Luna risonha para a avó materna. - Eu sou uma gatinha, sou a gatinha do papai.
- Dada.
- Isso! - comemorou Paulo, correndo, dando a volta na ilha da cozinha.
- Não, filha! Sua pequena traidora.
{hello, it's me.
Vocês não fazem ideia do tanto que eu amei escrever esse imagine, é muito o conto de fadas que eu queria viver. Se você também gostou, deixa o seu voto, comenta muito e me segue, faltam apenas dez seguidores para bater 600 e estou muito empolgada.
Volto logo!}
XOXO, MAY.