Harry tremia sua perna direita freneticamente enquanto encarava um ponto fixo da sala de seu apartamento, ignorando totalmente o filme de comédia romântica que se passava na televisão e que Gigi hora ou outra soltava breve comentários sobre.
─── Mas que garota burra! Ela não vê que o cara está fazendo ela de trouxa? ─── exclamou a loira, gesticulando com raiva.
O cacheado assentiu lentamente com a cabeça, completamente alheio ao motivo daquela reclamação.
─── Harry? ─── Gigi o chamou com certa preocupação. ─── Amigo, eu coloquei esse filme para que você pudesse se distrair e parar de pensar um pouco nisso, mas se você não prestar atenção não vai adiantar nada!
─── O quê? ─── Harry arrumou a postura, se fazendo de desentendido. ─── Mas eu não estou pensando em nada.
Gigi fez uma careta como se dissesse "Eu te conheço".
E ela conhecia mesmo, afinal, Harry realmente estava pensando no fato de Louis estar naquele exato momento num encontro com seu ex-namorado.
Tudo começou no dia em que foram naquele maldito bar. O tal de Aiden apareceu, cumprimentando Louis como se fosse apenas um amigo de longa distância, entretanto, o Tomlinson não reagiu. Ele piscava, com a boca aberta e uma expressão espantosa carregada de confusão.
Eles trocaram telefones muito rapidamente e o Aiden foi embora, deixando Louis lá, plantado, parecendo perdido. Harry nunca tinha o visto assim.
O mais novo perguntou se Louis estava bem, e este não respondeu, apenas disse que queria ir para casa, então pediu um uber, e foi exatamente o que fez. Desde então, ele e Harry não tinham mais se falado, porém o mais novo ficou sabendo pela Taylor que hoje Louis e Aiden se encontrariam, e Harry não conseguiu mais tirar isso da sua mente.
─── Eu vou ligar pra ele. ─── Disse, se rendendo a aflição e já pegando o celular.
─── Como assim ligar para ele, Harry? Ele deve estar com o ex agora. ─── Gigi disse, acertando o peito do cacheado de forma dilaceradora.
─── M-Mas... Gigi! ─── Ele exclamou, tentando achar argumentos para ligar a Louis. ─── É o ex que anos atrás fez ele sofrer! Eu tenho que ver se ele está bem... Vai que... Sei lá! O cara faz alguma merda com o Lou...
─── Lou? ─── Gigi abriu um sorriso malicioso e ergueu a sobrancelha ao ouvir o apelido que saiu da boca de Harry sem que nem percebesse.
─── Você entendeu... ─── Disse, se encolhendo no sofá e corando.
─── Bom... Então liga.
Harry separou os lábios, chocado e um pouco decepcionado. Talvez, lá no fundo, ele esperasse que a melhor amiga o impediria de fazer aquela burrada, mas agora que ela não impediu, nem teria mais desculpas para não ligar.
Pegou o celular, e com o coração batendo a mil por hora e as mãos suando frio, abriu o contato de Louis. Ficou vários segundos encarando o nome "pé no saco", tentando juntar coragem para apertar no botão verde.
Ignorando todos os pensamentos que o fizessem não concluir aquela ação, enfim ligou, levando o celular ao ouvido, fechando os olhos e respirando fundo.
Mordeu o lábio inferior enquanto ouvia o som angustiante que apontava que estava chamando, e torcia para que o mais velho por algum motivo não atendesse, porém, após tocar três vezes, o tom calmo de sua voz pôde ser ouvido dizendo um "Alô", que fez o corpo inteiro de Harry tremer.
─── O-oi. ─── Harry respondeu, pigarreando em seguida.
─── Oi, príncipe. ─── Disse o mais velho, e só aquele apelido já fez com que um sorrisinho brotasse nos lábios do mais novo. ─── Aconteceu alguma coisa? Você nunca me liga.
─── Ah... Hm... Pois é... ─── Soltou uma risada constrangida. ─── Eu liguei para saber como você está.
─── Eu estou bem, por quê?
Harry fez uma pausa de alguns segundos, refletindo sobre qual desculpa usaria para tocar no assunto relacionado ao ex do mais velho, porém não conseguindo pensar em nada.
─── Hm... Nada! Tchau. ─── Falou de repente, e num impulso causado pelo nervosismo, afastou o celular do ouvido e desligou.
─── Mas que porra foi essa? ─── Gigi indagou, encarando Harry com o olhar espantado.
─── Eu não sei. Sou patético. ─── Harry disse, encarando o celular entre suas mãos trêmulas.
Levantou-se, lamentando sobre o ocorrido e querendo sumir de tanta vergonha. O que Louis estaria pensando de si agora? Que era um idiota provavelmente... Quem liga do nada para perguntar como a pessoa está e de repente desliga de forma tão inusitada? Só um tolo apaixonado e sem noção nenhuma de seus atos mesmo.
Enquanto ainda andava de um lado para o outro, divagando sobre aquela ligação, levou um susto ao ouvir a campainha de seu apartamento tocando.
Gigi se levantou e foi até a porta, abrindo um sorriso gigante ao ver quem estava do outro lado, mas por conta do ângulo, Harry ainda não enxergava o indivíduo.
─── Lou!
Bosta.
─── Oi, Gigi. O Harry está? ─── A voz conhecida e no momento serena indagou, já entrando na casa e antes que Gigi pudesse responder, enxergando a figura desesperada e descabelada que era Harry naquele momento.
─── Oi... ─── O cumprimentou, engolindo em seco.
Louis caminhou até ele e o encarou de perto, parecendo um pouco preocupado.
─── É impressão minha ou você estava muito angustiado quando me ligou? Aconteceu alguma coisa, Haz? ─── Perguntou com as sobrancelhas juntas.
─── Ahn? Não! ─── Negou com rapidez. ─── Eu só estava preocupado com você porque... A gente não se fala há alguns dias... Desde que fomos naquele bar, e você saiu de lá parecendo um pouco... nervoso.
Louis seguiu o analisando dentro dos olhos, até o momento que assentiu lentamente em compreensão e se dirigiu até o sofá, sendo seguido por Harry, que sentou ao seu lado.
─── Hm... Eu vou... dar uma dormida. ─── Disse Gigi, se levantando e saindo de lá, claramente com o objetivo de deixá-los a sós.
Louis ajeitou sua postura e respirou fundo, como se estivesse se preparando para contar algo a Harry.
─── Você sabe por que eu fiquei daquele jeito, certo?
─── Sei... ─── Harry assentiu. ─── Seu ex apareceu lá.
─── É.
─── E...?
─── Bom... É claro que depois de tantos anos sem vê-lo, e terminando da forma que terminou, não tinha como eu não me perturbar. Olhar para ele foi como... reviver tudo aquilo, e... Sei lá, não tenho psicológico para isso. ─── Ele explicou, um pouco atordoado.
─── Ah... Sim. Entendo. ─── Harry disse, entortando o lábio. ─── Mas então por que você está saindo com ele? ─── Ele deixou escapar a pergunta sem que nem ao menos percebesse, se auto repreendendo em seguida.
─── Quem disse que eu estou saindo com ele? ─── Perguntou, apertando os olhos.
─── A... Taylor. ─── Respondeu com vergonha por parecer que está sendo enxerido sobre a vida de Louis.
─── Ah ─── Louis soltou uma risada sem muito humor. ─── A Taylor aumenta as coisas. Eu saí com ele só hoje, mas não estou saindo com ele.
─── Oh... ─── Harry assentiu, agora com ainda mais vergonha que outrora. ─── Entendi.
─── E eu saí com ele hoje porque ele insistiu muito. O Aiden quer se reaproximar de mim... Ainda não sei dizer se como um amigo ou... Algo a mais.
─── E você também quer? ─── Indagou, o medo da resposta o remoendo por dentro.
─── Não... sei. ─── Respondeu pensativo. ─── Acho que não. Sei lá. Ele veio com intenções boas, sabe? Me pedir perdão e se explicar pelo passado, dizendo que se arrepende de tudo... Mas é difícil pra mim olhar para a cara dele e agir como se nada tivesse acontecido. Foi marcante demais.
Harry assentiu e olhou para baixo, engolindo em seco e ponderando sobre fazer ou não aquela pergunta, afinal, dependendo da resposta, ele se magoaria demais... Mas era melhor tirar isso a limpo.
─── E você ainda sente algo por ele? ─── Perguntou, ao mesmo tempo em que sua mente torcia incansavelmente para que a resposta fosse negativa.
─── Não.
Harry soltou o ar aliviado e fechou os olhos, tendo que se segurar para não soltar um "ufa".
─── Hoje eu percebo que o que eu sentia por ele era dependência emocional, não amor. Nossa relação foi saudável por anos, mas depois... Desandou totalmente, tanto que ele fez o que fez. ─── Falou, soltando uma risada irônica ao fim.
─── E agora? Você está bem? ─── Harry perguntou com preocupação, temendo que essa sensação de dependência tivesse voltado.
Louis ficou por alguns segundos o encarando até o momento que abriu um sorrisinho.
─── Estou. Mas sabe o que ia me deixar melhor?
─── O quê?
─── Seu cafuné.
─── Louis... ─── Harry riu e olhou para baixo.
─── Por favor, lindo. Você não fez mais desde que voltamos da praia. ─── Ele suplicou manhoso.
Harry levou a mão até o cabelo liso do mais velho e deu uma descabelada rápida.
─── Deu. ─── Falou, com um sorrisinho traiçoeiro nos lábios.
─── Hazz! ─── Louis resmungou, erguendo as sobrancelhas.
─── Para de ser chato, eu estou com preguiça. ─── Falou, mesmo que na realidade estivesse louco de vontade de afagar aqueles fios de cabelo macios.
Louis revirou os olhos e em seguida literalmente jogou a cabeça no colo de Harry, puxando a mão do último até o topo de sua cabeça.
─── Pronto, faz.
─── Você é tão mandão, Louis. ─── Harry riu ao dizer, se rendendo aos carinhos que sua mão começou a depositar entre os fios sedosos do cabelo do mais velho.
Louis estava deitado em sua coxa, o encarando de cima, e Harry olhando o rosto perfeito e tranquilo que descansava sobre seu colo.
─── Isso é tão bom. ─── O mais velho murmurou e Harry deu um sorrisinho.
Sentiu um cheiro agradável e suave se dirigindo às suas narinas e estranhou, já que nunca tinha sentido aquele odor vindo dos cabelos de Louis.
─── Por que seu cabelo está cheirando a morango?
─── Meu shampoo acabou, pedi o da Taylor emprestado. ─── Contou, fazendo Harry rir. ─── Você gostou?
─── Sim, é bom.
─── Vou usar sempre então.
Ao ouvir aquilo, um arrepio percorreu toda a sua coluna e seu coração deu várias piruetas estranhas.
Enquanto Harry acariciava os cabelos de Louis, o mais velho o encarava profundamente, piscando com lentidão parecendo pensativo sobre algo.
O mais novo acabou se afundando naquelas orbes azuladas, de modo que o mundo em volta se tornasse insignificante. Transferiu as carícias até as sobrancelhas de Louis, em seguida o nariz, e então as bochechas, contornando cada linha de seu rosto com o dedo. Seu coração, que já tinha os batimentos acelerados, doeu com intensidade e Harry só pôde pensar no quão apaixonado estava a ponto de seu peito doer daquela forma. Chegava a ter vontade de chorar... Talvez fosse mais do que apenas paixão, e isso o aterrorizava tanto que ele preferiu nem refletir sobre.
Louis de repente ergueu o braço e o levou até a bochecha de Harry, encaixando a palma de sua mão ali e fazendo carícias suaves com o polegar. Começou lentamente a erguer seu corpo, ao mesmo tempo em que ia virando o tronco na direção de Harry, próximo o suficiente para que, assim que Louis estivesse totalmente sentado, suas respirações se misturassem.
O olhar conectado de forma profunda, as mãos ainda explorando seus rostos e cabelos, tudo contribuía para que aquele momento fosse perfeito... Agora só faltavam os lábios.
Enquanto se aproximava de si, os lábios convidativos do mais velho o chamavam e faziam com que Harry os desejasse mais a cada segundo que passava. Ele queria tanto beijá-lo, queria tanto se afundar em cada parte do corpo de Louis como já fez outras vezes. Era provavelmente o que ele mais queria no mundo... Mas infelizmente não podia.
A memória de Louis voltando daquela viagem e o ignorando por uma semana, além de sair todas as noites, deixando o peito de Harry tão angustiado para trás, ainda estava fresca em sua mente, e ele não queria que aquilo se repetisse. Portanto, se afastou no momento em que as bocas iam se tocar uma na outra, virando o rosto e fazendo com que os lábios de Louis roçassem de leve na bochecha macia de Harry.
O mais velho ficou ali um tempo, inspirando o cheiro do mais novo com os olhos fechados e a boca claramente frustrada por não ter matado sua vontade.
─── Por quê? ─── Murmurou num sussurro.
Harry mordeu o lábio inferior e respirou fundo, tentando regular a sua respiração ofegante em reação à intensidade do momento.
─── Não posso. ─── Respondeu.
Louis se afastou de forma quase brusca e o encarou. Tinha os olhos sérios dessa vez.
─── Como assim não pode? ─── Indagou, apertando os olhos. ─── Da última vez que te perguntei você disse que não queria, o que é claramente uma mentira. E agora vem me dizer que não pode. Não pode porque, Harry? Sendo que você claramente quer o mesmo que eu?
Harry separou os lábios, um pouco surpreso por ouvir aquelas palavras tão diretas e duras saindo da boca de Louis.
─── Eu... só não posso. Entenda.
─── Não. Eu não consigo entender, Harry! ─── Disse com revolta e indignação em seu tom de voz.
Harry ficou alguns segundos o encarando, sentindo-se culpado por causar claro sentimento de confusão em Louis. Mas então, parou para pensar; culpado pelo quê? Sendo que o único culpado por tudo isso foi Louis quando fez aquilo posteriormente a viagem que tiveram? Que moral ele tinha para cobrar-lhe alguma coisa?
─── Eu não posso porque não quero correr o risco de você me usar da forma que quiser para depois passar uma semana inteira sem olhar na minha cara, Louis. ─── Ele ralhou, não conseguindo mais segurar aquilo que o importunava tanto, mesmo sabendo que Louis não tinha nada sério consigo, ou seja, não tinha porque ter responsabilidade afetiva sob os seus sentimentos. Entretanto, aquilo o remoía, e ele precisava colocar para fora.
Louis o olhou parecendo chocado, como se não esperasse que Harry fosse tocar nesse assunto.
─── Então é por isso? Você ficou magoado? ─── Indagou, e ele definitivamente não falava num tom de zombaria ou deboche, porém o inconsciente de Harry acabou interpretando daquela forma, já que inegavelmente Louis zombar de seus sentimentos era uma de suas maiores inseguranças.
─── Claro que não fiquei magoado! ─── Exclamou, mentindo. ─── A gente não tem nada para que eu pudesse ficar magoado, mas mesmo assim... Eu sou humano, e não esperava que você fosse se afastar tão do nada, é claro que eu iria estranhar! ─── Ele disse, segurando um choro em sua garganta apenas de lembrar da sensação de notar Louis distante.
─── Harry... ─── Louis passou as mãos no rosto e suspirou. ─── Foi mal por ter me afastado, sério...
Harry ficou o encarando, esperando por uma explicação, apesar de saber que Louis não devia satisfação nenhuma para si, ele queria saber o motivo, queria que Louis pelo menos jogasse mais uma vez na sua cara que ele não se apaixona e que gosta de fazer sexo com várias pessoas, mas nem isso ele disse.
─── Tudo bem. ─── Respondeu, levando os olhos até seu colo e sentindo o peito se apertar.
─── Eu... Só queria que a gente voltasse a ser como era antes... ─── Louis disse, com o tom de voz sincero. ─── Eu sinto tanta falta.
Harry levou as mãos ao rosto e respirou fundo.
─── Por favor, para de insistir. Eu tenho os meus motivos para não querer mais.
─── E você não pode me contar?
─── Não. Não posso. ─── Disse, em seguida levantando. ─── E eu quero que você vá embora.
Louis ficou alguns segundos o encarando, parecendo desacreditado sobre aquele pedido, porém Harry estava decidido sobre sua decisão. É claro que não queria de verdade que o mais velho fosse embora, mas sabia que estar perto dele, sentindo seu peito tão apaixonado e confuso, e mesmo assim não poder fazer nada, era muito mais difícil do que mantê-lo longe.
─── Sério isso?
─── Sim.
─── Harry... ─── Louis tentou se aproximar, mas Harry deu um passo para trás.
─── Por favor. A gente se fala amanhã, mas agora eu preciso que você vá. ─── Suplicou, segurando a vontade louca que sentia de chorar naquele momento.
Louis seguiu parado por mais alguns segundos, até o momento que simplesmente assentiu, e cabisbaixo se dirigiu até a porta, abrindo-a e indo embora do apartamento noventa e dois.
Harry fechou os olhos e se jogou no sofá, exausto por ter que carregar todos aqueles sentimentos tão intensos e conflituosos dentro de si, e querendo mais do que tudo que eles fossem embora, porque, céus... Doíam.
Começou a refletir sobre toda aquela conversa que tiveram, já começando a pensar que talvez fosse melhor dar fim até mesmo aquela amizade, já que isso só contribuía para que seus sentimentos se aflorassem, principalmente quando tinha Louis o tempo todo tentando beijá-lo ou o encarando daquela forma que o destruía inteiro.
Seus pensamentos foram interrompidos ao, inesperadamente, ouvir uma batida na porta de sua casa. Estranhou, torcendo para que Louis não tivesse voltado lá por ter esquecido algo seu; não queria ter que olhá-lo novamente, pelo menos não hoje.
Ao abrir a porta, se deparou exatamente com aquele o qual no momento não queria ver nem pintado de ouro, e mesmo assim seu corpo reagiu de maneira positiva a sua presença; o coração batendo forte, o estômago se revirando e os olhos se agraciando com a visão do mais velho a sua frente, mesmo que ele tivesse ido embora a apenas alguns minutos.
─── Louis...
─── Me escuta. ─── Ele o interrompeu. ─── Eu errei em ter ficado te ignorando depois da nossa viagem. Eu fiz isso por medo. Nossa relação estava ficando mais intensa do que eu planejava, por isso me afastei. Fui em festas, tentei a todo custo tentar ficar com outras pessoas, mas não deu Harry, porque eu quero você. Só você. E quando percebi que não conseguia me manter longe por mais que eu tentasse, eu fui atrás de você aquele dia no bar, e propus amizade porque... Por mais que não seja o ideal, eu sabia que pelo menos eu iria estar perto de você, e para mim isso já bastava.
Ele disse tudo com tanta rapidez que Harry levou quase um minuto inteiro para absorver aquelas palavras, tentando entender o significado por trás delas.
─── E... o que você quer dizer com tudo isso?
─── Eu também não sei direito. ─── Louis admitiu, levantando os ombros. ─── Eu só preciso que você saiba que você me faz bem... E que eu nunca me afastaria de novo, até porque seria inútil...
Harry abriu a boca e fechou algumas vezes, só agora entendendo aquela declaração, mas não achando nenhuma forma de respondê-la com palavras, e por isso, usou o corpo.
Levou sua mão até a nuca de Louis e o puxou, tomando seus lábios sem hesitação, finalmente matando a saudade daquele beijo de encaixe e sincronia tão perfeita.
Harry desistiu de lutar. Entregou-se de corpo e alma para Louis, exatamente da forma que almejava fazer a tanto tempo, e agora tendo aqueles sentimentos borbulhando e queimando seu peito cada vez mais, a vontade era maior.
Em poucos segundos já estavam em seu quarto, desfrutando das sensações maravilhosas e únicas que proporcionavam um para o outro, sentindo cada parte de seus corpos sendo tocada e beijada.
Harry não sabia se no dia seguinte estaria arrependido, mas também não queria pensar nisso agora.