Sarah morreu por uma coisa que não cometeu e a cena do enforcamento não saia da mente de Dahlia.
Quando a noite voltou a cair sobre os céus de Union, Abigail, Hannah, Isaac, Matteo, Lizzie, Jade e Dahlia, saíram de suas casas.
Os sete foram até a árvore em que Sarah tinha sido enforcada, tendo dificuldade para não voltar a chorar.
— Ela merece um enterro digno. – Lizzie fala
Eles todos começaram a cavar onde haviam enterrado Sarah.
— Vamos tirar ela daqui... – Abigail diz
— Ela deu sua vida pelo seu amor. – Dahlia diz – Vamos fazer isso valer a pena, mudar a história daqui para frente, vamos enterrar ela em outro lugar.
— Um onde só nós saibamos. – Isaac apoiou
— Vamos honrar e se despedir direito de Sarah. – Matteo diz
— Vamos mostrar o quanto amamos ela. – Hannah disse
Jade usou magia para tirar o corpo de Sarah de debaixo da terra, na realidade, seus amigos não estavam assustados com isso, era divertido ter pessoas diferentes com eles.
As meninas pegaram uma pedra e uma faca.
" A bruxa vive para sempre. "
Eles enterraram a pedra novamente, no lugar em que antes o corpo de Sarah estava.
Então levaram para dentro da Floresta, onde cavaram e fizeram um pequeno funeral para ela.
Assim que todos voltaram para casa, Matteo foi junto das irmãs Wright para a casa delas.
— Preciso que cuide da Jade. – Dahlia falou assim que chegaram na casa.
— Onde você vai? – Matteo perguntou sem entender
Dahlia parou em frente a porta.
— Atrás de Solomon. – a ruiva respondeu
— O que? Você está louca? – Jade pergunta
— A culpa da morte de Sarah, do pastor, do Henry... Da Constance! A culpa foi completamente dele, ele amaldiçoou esse lugar, Jade, ele amaldiçoou nossa família, ele vai pagar pelo o que fez. – Dahlia fala
Jade a puxou para dentro de casa, ela e Matteo entrando em seguida.
— Você não pode sair assim, não ir atrás dele sabendo que fez um acordo com o diabo. – Matteo fala – Eu não vou deixar você sair, não quero que se machuque.
Dahlia olhou para ele e então o beijou, fazendo Jade fazer uma careta com isso, mas não desviar o olhar pela preocupação pela irmã.
— Obrigada por se preocupar comigo. – Dahlia fala, mas uma aura vermelha percorre o corpo de Matteo o deixando paralisado – Mas eu preciso fazer isso, mesmo que custe a minha vida.
Dahlia iria sair pela porta que ainda estava aberta, mas a porta se fechou com um raio azul.
— Você não vai sair desse lugar! – Jade falou fazendo uma bola de magia entre as mãos – Eu não vou deixar.
Dahlia se virou.
— Você não manda em mim, eu preciso fazer isso. – Dahlia fala
— Você é minha irmã, não vou deixar praticamente se matar dessa forma. – Jade fala – Você só sai daqui se eu estiver morta.
— Não me obrigue a brigar com você de novo. – Dahlia fala fazendo duas bolas de magia em suas mãos
— Não vou deixar com que faça isso, Dahlia! – Jade diz
E então as irmãs começaram a brigar.
Jade acertou sua magia em Dahlia, que se defendeu rapidamente lançando-a contra a parede.
Dahlia se virou para correr até a porta, sendo impedida por uma coisa puxando seus pés.
Era uma corda, uma corda feita pela magia de Jade, Dahlia rapidamente desfez a corda e tentou acertar Jade que desviou.
Jade levitou Dahlia, a jogando contra uma parede, porém Dahlia logo se levantou acertando sua magia em Jade.
A magia que usou fez com que Jade paralizasse assim como Matteo.
— Me desculpe, eu preciso fazer isso. – Dahlia diz – Eu te amo, irmã.
O coração de Jade pareceu parar, uma imensa vontade de chorar tomando seu corpo. Se pudesse, trocaria um olhar com o namorado da mais velha. Os dois sabiam que não a veriam mais.
E então ela saiu da casa, deixando os dois paralisados, e correu até a igreja.
Assim que viu o chão com um buraco, percebeu que era de lá que Sarah falou anteriormente.
Entrou nos túneis, eram assustadores, mas já sabia o que enfrentaria, Dahlia não temia o diabo, temia os cidadãos que enforcaram mulheres por serem diferentes, alguém que fez um pacto pensando em si mesmo, amaldiçoou cidades, estava pronta para morrer, se isso significasse que ninguém mais sofreria nas mãos do Goode.
— Dahlia Wright. – Solomon falou assim que Dahlia entrou ali – Eu estava esperando você.
A ruiva viu o nome de Cyrus em uma parede e "Dahlia Wright, Jade Wright" na outra.
— Um pacto Solomon? – Dahlia perguntou – Eu esperava isso de qualquer pessoa menos de você.
— Eu estava cansado de viver essa vida pacata. – Solomon fala – Agora eu tenho o que quiser, e quem estiver comigo também terá. Uma vida ótima!
— Banhada em mortes! – Dahlia fala
— Eles nunca saberão! Só saberão o que lhes foi dado, terão gratidão. – Solomon fala – Uma vida, por várias!
— Uma vida? Você matou o pastor, as crianças, crianças puras! A Sarah! Você não vai sair dessa, eu irei contar o que você fez. – Dahlia fala
— Temo que não sairá daqui viva. – Ele disse avançando na mesma com uma faca
A faca adentrou em sua barriga, Dahlia riu. Tantas mortes seguidas, a deixara cansada. Ela queria morrer, não suportaria perder mais ninguém.
Todos a sua volta morriam, Jade viveria melhor sem ela.
— Mais um assassinato para sua conta? – Dahlia pergunta – Você irá sofrer as consequências de seus atos!
— Não, os Goode sempre ganharão! E sabe por que? Nós sabemos lidar com isso, com tudo isso, com você morta, ninguém mais saberá a verdade. – Solomon fala enfiando a faca novamente na barriga da menina – E tudo o que eu precisei foi de uma vida e uma família pacata. Todas as Wright a partir daqui, serão aberrações como você e a vadia da sua irmã.
A Wright negou com a cabeça.
— Acho que temos ideias diferentes do que são aberrações. – Dahlia fala, seus olhos brilharam em vermelho – Me escute Solomon, onde uma Wright estiver a bondade estará, onde os assassinatos ocorrerem a magia combaterá, a verdade será mostrada quando o bracelete a menina colocar. – ela mostrou o bracelete em seu braço, mesmo já vomitando sangue graças a facada na barriga – Chegando ao ápice de seu poder após toda a história olhar. Para a maldição quebrar do bracelete ela precisará. – as palavras estavam sendo cravadas na parede onde seu nome estivera ao lado de sua irmã – Vou honrar a Sarah, e ninguém de minha família, nunca lhe deixara em paz. Os Goode são tenebrosos mas um dia terão o que merecem! Sua maldição irá se voltar contra você!
O medo no olhar de Solomon ao ver as palavras da garota se cravando na parede, se esvaiu. Ódio tomou seu lugar.
Dahlia teve a certeza que seu amigo já não existia mais, nunca existiu. O Goode deu um grito de raiva, enfiando a faca na garganta de Dahlia.
Assim como os Goode amaldiçoadas a cidade, a Wright amaldiçoou os Goode. Tendo sido seu último feito antes de morrer.
Dahlia deu sua vida ao iniciar a maldição das Wright.
Do outro lado da Cidade, a magia da garota se quebrou, fazendo com que Matteo e Jade saíssem da paralisia que estavam.
Ao voltarem a se mexer Jade soube o porque no mesmo instante, Dahlia estava morta.
Jade perdeu seu pai, a menina que amava, seus amigos e sua irmã em menos de 48 horas. Ela deixou todas suas emoções virem a tona, caindo de joelhos, Jade gritou. Com dor, com ódio e com tristeza. Todos seus sentimentos misturados em um só.
Matteo havia perdido quem amava, mas iria cuidar da única Wright que sobrara. Iria honrar a memória da sua namorada.
Depois daquela noite, Jade fora obrigada a se casar com um dos homens da cidade. Iniciando uma vida que jamais iria querer a si mesma, tendo a esperança que um dia reencontraria aqueles que ama. Mesmo se estivesse morta.
1994
Ruby se levantou rapidamente do túmulo vazio de Elizabeth.
Tinha tido acesso a tudo, tudo pelos olhos de Dahlia, a verdadeira Maldição, os assassinatos e o verdadeiro culpado.
Ou melhor, os verdadeiros: Os Goode.
Mal pôde acreditar, como puderam fazer isso, ou pior, como durante todo esse tempo estavam a um lado de um dos Goode.
Seu estômago se revirou, Jake seria um dos culpados da maldição? Ele estava fingindo esse tempo todo? Quando seus melhores amigos morreram? Quando a beijou?
Ele era um monstro, como seu pai? Ele fez o assassinato no shopping acontecer e o do acampamento. Era tudo culpa dele. Tudo culpa dos Goode.
Antes que pudesse fazer qualquer coisa sentiu uma picada em seu pescoço. Uma agulha transpassara em seu pescoço. Alguém injetou uma droga nela.
As coisas na visão de Ruby começaram a girar, escurecer e tudo se embaçou de repente.
Quando olhou para quem estava com a seringa não conseguiu ver a pessoa direito, apenas a sombra de um homem e seus olhos azuis, azuis como os de...
— Jake? – foi a última coisa que conseguiu falar antes de desmaiar.