That Tomboy • lmb + jnk

By _Rahim_

144K 17.4K 25.2K

Após o colégio Village High sofrer por ataques de vândalos, seus respectivos alunos são obrigados a se movere... More

NOTA
1. Patricinha x Tomboy
2. Quais são suas intenções?
3. Olhares
4. Queimada
5. Lanchonete
6. Fotografia
7. Leia
8. O que você está fazendo?
9. Sábado
10. Convites
11. Pera, uva, maçã ou salada mista
12. Baile de Primavera
13. Confissões
14. Sala de instrumentos
15. Você não pode negar
16. Swimming Pool (parte 1)
17. Swimming Pool (parte 2)
18. Porque você estava comigo
19. Esclarecer as coisas (flashback)
20. O baile (inesperado) de verão
21. A canadense
22. Em seus braços
23. Pensamentos
24. Raiva
25. Desculpas é um bom começo
26. O acampamento
27. Princesa
28. Na balada do meio do mato
29. Concepção
30. Então as coisas mudam
31. Honestidade
32. Romeu
33. Oficialmente irmãs
34. O baile de outono
35. Sob a chuva
36. Sogrão
37. Mãos juntas
38. A bola de basquete
39. Expectativa

40. A confusão

3.7K 265 412
By _Rahim_

Leitores... e veio o comeback de That Tomboy, depois de um tempinho sem atualizações. Eu precisava organizar tudo em minha vida e precisei desse tempo, até por que eu não conseguiria ter o devido foco pra atualizar sendo que nem eu mesma me atualizava, enfim. Desculpem desde já e pra os que não desistiram da fic, amo vocês de verdade. Obrigada mais uma vez as pessoas que foram na minha dm/mural me perguntarar se estou bem, sim, estou bem. Coloquem 50% da culpa em meus professores o resto foi por minha conta. Até mais e... será que ainda tenho leitores? KKKKKKKKKKKKK <|3





















Ainda naquela mesma terça-feira, Lisa não havia conversado com Joy sobre o que falou com Wendy. Durante todas as aulas que restaram, a canadense olhava para o lado, curiosa sobre o que aconteceu, porém a Manoban decidiu que iria contar durante o treino, por estar um tanto apreensiva.

E assim as coisas aconteceram. A tomboy, após se despedir de sua namorada com um beijo demorado em seus lábios, cruzou os corredores, indo em direção ao ginásio do colégio. Cumprimentou algumas colegas que viu no caminho e foi direto para o vestiário, onde trocou seu moletom para um shorts e uma regata esportiva.

No momento em que começou a amarrar seus sapatos, notou a presença de Sooyoung no espaço. Sua cara era de curiosidade e Lisa bem sabia que ela pouparia os detalhes para saber logo o que queria. Terminou de se arrumar e voltou para a canadense.

— E aí, tampinha? — cumprimentou-a com seu jeito descontraído, apenas para aliviar a tensão.

— Olá, Manoban. Apenas desembucha logo! — Lisa até mesmo ficou pasma pela seriedade nas palavras da menor.  — Ande, minha filha!

— Ei... calma. — revirou os olhos.

— Não quero ficar calma, quero que você abra o bico de uma vez!

— Não acha que está muito exaltada, não, gata? — a tomboy lançou um sorriso divertido para a canadense, que, por sua vez, deu-lhe um belo pisão em seu pé. — Ya! — soltou um grande resmungo.

Como um grande carma, o grito de Lisa ecoou por alguns metros quadrados daquele espaço, tanto que várias garotas saíram do banheiro, preocupadas com aquele gemido doloroso da tomboy.

— O que aconteceu? — Momo franziu o cenho, mirando Joy e Lisa.

— Nada! — a Park respondeu rudemente.

— Ouvimos o grito vindo daqui. Parece que alguém estava morrendo. — Doyeon comentou.

— É porque a Joy deu um pisão do caralho no meu pé! — Lisa a acusou, ganhando uma careta da mesma.

— Porque você é uma otária!

De repente, Sowon apareceu. — Ei, meninas... se acalmem! — passou o braço pelos ombros das duas garotas menores. — Vamos apenas espalhar o amor ao invés da dor.

Ambas garotas encaram a maior com um olhar de confusão, isso porque Sowon poderia ser uma das últimas pessoas que diria algo assim para alguém.

— O que está dizendo? — a Manoban indagou, com um riso debochado.

— Não liguem para isso. Depois que a Eunha finalmente notou essa mangueira de bombeiro, ela agora se tornou muito mais "romântica". — Momo satirizou.

— Vou ignorar o apelido nada elegante que colocou em mim, Momo. — Sowon mostrou a língua.

— Wow! A Eunha notou você? — Lisa disse desacreditada. — Viu, só, tampinha? Milagres acontecem!

— O que quer dizer com "milagres acontecem", tomboy? — Sowon apertou o olhar em direção à Manoban, quem enrolou seco. — Por um acaso, duvidou que eu conseguiria conquistar a Eunha?

— Que isso, Sowon? — riu de nervoso. — Sempre acreditei nos seus dotes, minha parceira! — deu um tapinha em seu ombro.

— Aish! — subitamente, Joy bufou alto, chamando a atenção de todas da sala. — Ótimo, fã clube oficial da tomboy! Sei que vocês se preocupam com ela, mas será que podem nos deixar a sós?!

As garotas se entreolharam confusas, bem como assustadas com a repentina perda de paciência da pequena canadense. Mas não é como se Joy estivesse errada, até porque as garotas só chegaram ali por causa do estridente grito de Lisa.

Uma por uma, elas foram se retirando do vestiário, cochichando alguma entre si, o que Joy certamente não levou em consideração. No momento em que, finalmente, ficaram sozinhas, Sooyoung puxou a mão de Lisa, exigindo que ela se sentasse assim como ela. Estava nervosa, mais do que ansiosa. Afinal, ficou o dia todo com isso encucado em sua cabeça, agora ela queria saber, imediatamente.

— E então, Manoban? O que ela disse? — Joy pressionava a mais alta, sem rodeios.

— Você quer saber no geral, partes específicas, detalhadamente, ou então...

— Responde logo a porra da pergunta e para de ficar me enrolando, merda! — com a paciência em escassez, a Park quase que deu um outro pisão no pé da garota sentada ao seu lado.

— Ok, ok... — Lisa suspirou profundamente. — Bem, ela disse que te acha muito legal, fofa, que adorou sua personalidade, também te acha bonita, fofa, muito legal, engraçada, muito fofinha, tão linda e espontânea, bastante engraçada... — ela começou o seu discurso, onde Sooyoung percebeu que havia algo errado.

— Lisa... Lisa! — rapidamente, a canadense a interrompeu, fazendo a Manoban encará-la toda confusa. — O que você está me dizendo?

— Ué... o que a Wendy me disse mais cedo. — falou como se fosse óbvio.

— Por um acaso acha que eu sou idiota?

— Não entendi... — fez uma expressão inerte.

— Você repetiu várias palavras no seu discurso totalmente inventado. Qual foi? Eu quero ouvir a verdade!

— Uh... Joy, não é nada demais...

— Foi tão ruim assim? — as esperanças que existiam na canadense estavam começando a ficar nulas no instante em que ela analisou a expressão caída da tomboy.

Lisa, apesar de estar sentindo muito receio em ser honesta, chegou à conclusão de que nada adiantaria mentir, isto é, poderia apenas piorar aquela situação embaraçosa.

— Wendy disse que agradece seus sentimentos, mas que não está disposta a se envolver com alguém agora. — revelou de uma vez.

— Isso é... sério? — a canadense apenas suspirou tristemente e abaixou sua cabeça, com tamanha decepção invadindo sua mente. Ela bem sabia que já não possuía muitas chances antes de mandar a tomboy conversar com a treinadora.

Mas agora que ela realmente recebeu a resposta definitiva, tudo piorou. Nunca pensou que se sentiria tão mal quanto agora. Criar expectativas é algo, de fato, muito tentador, ao mesmo tempo que perigoso para uma pessoa que certamente tem um coração bastante emocionado, como Park Sooyoung.

— Eu sinto muito, Joy. — a maior tocou o ombro da garota, como uma forma de confortá-la. — Mas não pense que você fez algo de errado: Wendy é uma mulher com outros planos, que tem uma vida ocupada e definida... você é uma adolescente entrando na fase adulta, tantas coisas se divergem...

A Manoban não tinha ideia de como encontrar as palavras certas, já que seus conselhos só servem para sua irmã, Jisoo. É um tanto difícil alguma outra pessoa recomendar a tomboy para esse tipo de conversa reflexiva. Todos sabem que Lisa não é tão fã de conversas.

Mas naquele momento, talvez, ela gostaria de abrir uma exceção, tentaria ser uma boa colega, a qual diria coisas para que a pessoa ao seu lado não ficasse tão triste. Embora aquela pessoa fosse Sooyoung, tudo bem, até porque Lisa não guardava rancor algum. Esse pensamento de tentar ser uma boa companheira lhe passou pela cabeça justamente por notar o quão silenciosa a canadense se encontrava.

Joy já estava calada há quase três minutos. Não dizia nada e nem mesmo mudou de posição. Bom, agora poderia se ter uma ideia de que sua atração por Seungwan não era brincadeira.

— Joy-ssi... está tudo bem? — Lisa abaixou um pouco seu rosto para poder encarar o de Sooyoung, a fim de que pudesse decifrar sua expressão distante.

Então, Joy a encarou de volta com aquele mesmo olhar triste. — Sim... é só que... — ela pensou em algo que pudesse falar, mas simplesmente não sabia o que falar. Suas palavras fugiram, a deixando inerte do ambiente em volta, inclusive de Lisa. — Nada. Esquece. — balançou sua cabeça e agiu para que pudesse se levantar, porém a Manoban segurou seu braço.

— Ei. Você pode contar o que está acontecendo, Park. Estou aqui para te ouvir. — a maneira como Lisa proferiu aquilo soou tão gentil para Joy, que ela se sentiu acolhida, algo que há tempos não lhe acontece.

As palavras fugitivas finalmente retornaram para o interior da mente de Sooyoung. Eram pensamentos um tanto melancólicos, talvez dramáticos, mas que precisavam sair, ou então ela infartaria.

— Eu só parei para pensar que sempre que tento me envolver com alguém, nunca dá certo. Parece até engraçado, mas... — ela ri, apenas para disfarçar. — Não sei mais o que fazer... eu só queria namorar de novo, namorar alguém que me queira namorar também... queria dar presentes, receber abraços, trocar mensagens carinhosas, combinar roupas... eu queria fazer isso, como uma adolescente boba, eu queria tanto isso...

Parecia precipitado? Para outras pessoas até poderia, mas Joy estava certa de que aquele pensamento não era ruim ou muito apressado. Afinal, não é a primeira vez que ela almeja alguém, ao ponto de fantasiar momentos ao lado dela. Aconteceu com Luna, que foi o seu primeiro acerto. Depois de Luna, vieram outras garotas, como Jennie, com quem a canadense já imaginou muitas situações.

O que Joy tinha em mente era de que gostaria de algo memorável, tanto quanto o que teve com sua primeira e única namorada. Por estar no último ano do ensino médio, com dezenove anos, ela sente medo de embarcar para a vida adulta e se tornar alguém só, fria e rabugenta.

— Oh, não diga isso, Joy. Ainda haverão outras garotas, outras oportunidades, em outros momentos. Você é nova ainda, tem tanta coisa pela frente. Não é só porque recebeu um não, que nunca receberá um sim.

— Mas isso é tão frustrante... — ela fungou, quase querendo chorar.

— Sim, é... eu imagino. Mas você é você, alguém que com certeza estará on em breve. — Lisa brinca, arrancando um riso contido da menor.

— Valeu por isso, Lisa. — Joy dá um leve tapa na coxa da tomboy, exibindo uma expressão bem mais tranquila.

— Ora, ora, essa é uma das raras situações em que você me chama pelo nome... — a Manoban comenta em forma de ironia.

— Pois é, mas não se acostume. Eu prefiro te xingar ou te chamar de tomboy gostosa. — da água para o vinho, Joy mostra sua face divertida para a morena, quem até se assusta pela repentina mudança de humor.

— Você não usa essa referência para mim quando está conversando com outras pessoas, tipo a Jennie, certo? — Lisa perguntou meio preocupada.

— Vontade não me falta, gracinha. — ela dá um pequeno toque em sua bochecha, se levantando. — Enfim, vamos para a quadra, porque logo um ser divino chegará.

Lisa acena com a cabeça e observa Sooyoung se distanciar. Porém, há algo que lateja em sua cabeça e com certeza não irá parar de lhe bater até que finalmente o faça. — Joy. — a tomboy a chama e então, curiosamente, a mesma se vira. — Certo, eu realmente nunca imaginei que faria isso. — deu passos para se aproximar da garota.

— O que está fazendo? — perguntou totalmente confusa.

— Fica quieta, ok? E não conte isso a ninguém. — de primeira, Joy não entende bem o ponto da mais alta, mas, ao sentir seu corpo sendo envolvido pelos braços longos da tomboy, recebendo um aperto caloroso e cheio de afeto, ela logo compreende bem o objetivo da garota. — Tudo vai ficar bem, tampinha.

— Oh... — ela fica sem reação, pois não esperava que Lisa fosse fazer exatamente o que ela lhe pediu há um tempo, embora fosse na brincadeira. — Obrigada. — correspondeu ao abraço na mesma intensidade, como uma verdadeira amiga.

— Agora não chore feito uma criança mais, ok? Eu não gosto da sua cara quando está triste, isso me faz ter pesadelos de noite. — como um tiro certeiro, a Manoban conseguiu com maestria tirar qualquer resquício de tristeza da canadense. — Além do mais, preciso de você bem para que eu possa te esmagar no jogo de hoje.

— Oh, sim, só nos seus sonhos, tomboy!

— Pois então fique preparada, gnomo ambulante, pois a mãe aqui com certeza vai acabar contigo hoje! — deu dois tapinhas em seu ombro, se retirando por fim do vestiário.

Joy revirou seus olhos, rindo em seguida. Ela caminhou para a quadra, vendo todas as garotas diante da treinadora Son. Se colocou ao lado de Lisa e ali ouviu a voz da mulher que mais consegue tocar o seu ponto fraco. Para a Park, era um pouco estranho fantasiá-la e já ter ideia de que nunca terá a chance de conhecê-la além de sua profissão.

— Bom, meninas, hoje faremos algo um pouco mais preciso. Pode parecer coisa de fundamental para vocês, mas nós precisamos treinar as táticas de dribles, ainda mais com o campeonato se aproximando. Por isso têm cones posicionados no centro da quadra. — a mais velha apontou para os objetos e as garotas enfim compreenderam. — Sei que vocês são perfeitamente boas no jogo, mas aperfeiçoar ainda mais não é algo ruim.

Todas as meninas relevaram as instruções dadas por Seungwan. Não se sabia se era porque realmente não se importavam ou se era porque a beleza daquela mulher conseguia facilmente persuadir qualquer mera alma nesta face da Terra. Para Joy, com certeza, é a segunda opção: ela a encarou por tantas e tantas vezes, como se seus olhares quisessem transmitir uma mensagem.

Desde o início do treino, até o momento em que elas jogaram, seguindo a tal rotina, Sooyoung, às vezes, desviava sua visão para a lateral do ginásio e lá estava Seungwan, plenamente bela, com o seu apito sendo assoprado e as expressões entregando o quão atraente ela conseguia ser, sem se esforçar muito.

Pode ser que Joy tenha se obcecado? Vejamos, um pouco. De início, não era algo definitivo, nem tão intenso. Todavia, após receber aquele "não" de maneira indireta, os sentidos da jovem apenas foram atiçados e agora ela a quer ainda mais. Quanta loucura para uma garota de dezenove anos, com um pé na formatura.

Joy não estava gostando de ser tão domada, ainda mais perder sua concentração durante o treino. Tudo o que seu pai quer é que ela se destaque, nem que seja um pouco, naquele time, mas com Wendy lhe atormentando em cada segundo, pelo visto, seria bastante difícil para a Park. O que ela poderia fazer?

Como uma resposta do destino, em questão de segundos, Doyeon lhe indicou o que fazer. — Joy, acerte a cesta!

Há quanto tempo ela está na posição de pivô? Isso é um mistério para a canadense, a qual, quando menos percebeu, já estava sendo marcada pelo time adversário por estar com a posse da bola. Droga! Joy realmente não estava afim de impressionar ninguém naquele momento, então somente fez qualquer arremesso, fazendo com que a bola batesse bem na borda da cesta.

Resultado: seu time perdeu por três pontos, levando as respectivas garotas a bufarem. Consequentemente, Lisa, que era do time oposto, havia ganhado e ela fez questão de esfregar isso na cara da menor.

— Ha! Toma essa, Park! E mais uma vez a mãe aqui vence! — a maior se vangloria, batendo gloriosamente em seu torso. Porém, ela para assim que nota a falta de entusiasmo no rosto da canadense.

— Uh, parabéns para você, tomboy... — revira os olhos e segue para a arquibancada, se esquivando de todos os xingamentos que recebera no caminho.

Lisa apenas a observa se afastar. Agora ela se sente mal por não percebido que, obviamente, Joy ainda se encontrava triste. É claro, seu abraço não seria capaz de fazer milagres, mas ela ao menos pensou que a garota seria capaz de relevar que seu "plano" não deu certo.

E mais uma vez, não me canso de dizer que ver Lisa se importando ao extremo com Sooyoung é uma dádiva muito rara, imprevisível também. Olhando para a tomboy agora, você não a enxerga como a mesma de meses atrás. Isso porque Lisa estava se importando bastante com Park Sooyoung. Ela só ficava triste por não poder reverter aquela situação, isto é, não obrigaria Seungwan a dar uma chance para a mais nova. O jeito seria aceitar e tocar a bola para a frente.

— O treino de hoje já acabou, meninas. Podem voltar para os dormitórios e tenham um bom descanso. — Wendy proferiu gentilmente enquanto recolhia os equipamentos da quadra. — Alguém poderia fazer o favor de me ajudar? — porém, àquela altura do campeonato, já não havia quase ninguém pelo ginásio, a treinadora somente aceitou sua situação e bufou internamente. Até que seu olhar pousou sobre uma garota sentada na arquibancada, aparentemente, ocupada em matar sua sede. — Joy!

A canadense, ouvindo seu nome ser chamado, segue a direção da voz e logo percebe que é Seungwan quem restou naquele enorme espaço. E é assim que seu coração erra várias e várias batidas.

— Sim? — ela respondeu casualmente, não querendo transparecer seu nervosismo.

— Já que você foi a única que restou, poderia me ajudar com os cones? — a mais velha sugeriu com um sorriso suplicante em seu rosto, algo que derreteu ainda mais o pobre bombeador de sangue da atleta.

— Claro...

A garota se levanta da arquibancada e caminha a passos gradativos até a Son. Joy não queria demonstrar que estava afetada, na verdade, ela só estava com vergonha mesmo. À medida em que ela se aproximava, Wendy analisava seu jogo de expressões. Bem, a mais velha também tinha uma pequena ideia de que certamente chateou a mais nova.

Sem dizer nada, Joy recolhe diversos cones e os empilha devidamente, os carregando até a sala dos equipamentos, materiais para jogos e afins. Todo o trajeto foi em demasiado silencioso. Nenhuma das duas tinha a capacidade de definir se aquele silêncio era um incômodo ou se era necessário.

Bendizendo, somente uma palavra poderia definir aquela situação: estranho.

Quando o pequeno trabalho havia acabado, as duas encararam o nada, perdidas, confusas e ainda mais estranhas. Mas como Wendy era a mais adulta, resolveu tomar a palavra, soltando um leve pigarrear.

— Você está bem? — encara a garota do outro lado da sala de materiais.

— Uh... sim, eu estou bem. Não é como se uma bola de basquete fosse me deixar um traumatismo craniano. — ela responde com ironia, querendo ignorar seu lado melancólico.

Mas Wendy não havia sido convencida, embora tenha rido com a piada. — Me refiro ao que...

— Ao que você disse para Lisa? — cortou a mulher repentinamente. — Por favor, Wendy, não se preocupe. Não é o fim do mundo para mim.

Bem, na verdade, era.

— Joy, eu realmente sinto muito...

— Não sinta. Não é como se eu te amasse incondicionalmente... é um tanto frustrante não poder ter a chance de te conhecer, mas tudo bem, é algo que eu posso relevar... — Joy diz com uma voz serena, algo que toca o coração da Son.

— Você realmente é uma pessoa doce, Joy. — a treinadora toca rapidamente a bochecha da Park, fazendo um leve carinho nela. — Obrigada.

E é por intermédio daquele toque que Sooyoung tem a plena certeza de que precisa de mais. Céus, ela definitivamente precisa conhecer Seungwan, precisa saber qual é a sensação de estar com ela! Agora mesmo está se contradizendo, mas é provável que não exista um ser humano que seja imune ao charme da Son.

— Quer me dizer alguma coisa? — depois de uns dois minutos, Wendy percebeu o quanto Joy a encarava com um olhar indecifrável. Novamente ela estranhou.

Foi quando Joy soltou: — Nem mesmo quer ter uma pequena experiência de como é estar ao meu lado?

— Mas você...

— Um encontro, Wendy. Apenas um encontro. — a Park falava aquilo com tanta convicção, tanto que assustou a mais velha.

— Eu não posso, Joy.

— Wendy, apenas me escute...

— Não, é você quem tem que me escutar! — dessa vez, foi a Son quem resolveu cortá-la. — Eu não sei por quanto tempo irei ficar neste colégio, é provável que seja bem mais do que o previsto por causa da cirurgia do meu pai.

— Cirurgia do seu pai? O que aconteceu com ele?

— Não é nada de tão grave, ele só irá retirar o apêndice. Mas ainda assim é algo delicado e é provável que meu pai vá ficar fora por um mês, por isso eu terei que lidar com todo o seu trabalho.

— Entendi...

— Joy, não pense que faço isso porque tenho algo contra você, na verdade eu nem te conheço.

— Bom, agora tem uma oportunidade. — mais uma vez a aluna insistiu.

— Não é o caso. — Wendy a refutou, sobrepondo sua fala. — Eu não posso me distrair com isso agora, então não insista.

— Wendy, eu... — sem pensar, Joy acabou tocando em seu braço, impedindo a treinadora de se retirar do local.

— Eu já disse o que tinha que dizer, Joy. — se retirou do toque da menor com uma certa ignorância. — Olha, o que mais quero é que nossa relação não se torne estranha, mas se continuar insistindo dessa forma, terei que ser um pouco rude com você. — dado o seu recado direto e objetivo, a Son marchou para a saída da sala dos materiais, deixando uma Park bastante arrependida para trás.

Joy encarou suas próprias mãos e logo percebeu o erro que havia cometido. A última coisa que ela queria era que Wendy a odiasse. Por hora, teria de aceitar que não irá conseguir o que quer, até porque não tem o direito de forçar ninguém.

— Por que você é tão estúpida, Joy? — falou para si mesma.

[...]

Quarta-feira. Não tenho muito o que dizer, simplesmente o quarto dia da semana havia chegado. O que teria de especial nele? Bom, isso ainda era uma incógnita para todos. O que já temos em mente é de que, tal como as outras manhãs, esta veio um pouco menos fria, mais fresca, talvez enroscada. Logo chegaria o inverno, a estação mágica para toda a cidade de Seul.

Se quer saber o que, surpreendente, aconteceu, então eu te conto: Lisa não foi a primeira a acordar. Na verdade, Sooyoung acabou por fazer essa proeza em abrir os seus olhos para os pequenos raios de Sol que insistiam em cruzar sua janela em plena seis e sete da manhã. Por isso a Park se levantou e não hesitou em caminhar diretamente para o banheiro. Foi uma chuveirada gelada, ela sequer aproveitou aquela água devido aos pensamentos monótonos que tomaram sua mente. Pensar demais às vezes a deixava atordoada.

Ainda achava tão estranho o que acontecera com Seungwan, é como se um pequeno remorso estivesse batendo-a pelas costas. A última coisa que Joy queria era o ódio da treinadora. Elas mal se conhecem para ter farpas. A canadense sabia que estava fazendo muita coisa errada, pois, como sempre, ela age de forma precipitada quando o assunto é conquistar alguém. Consequentemente, isso se torna em outra coisa que a deixava cansada.

Joy desligou o chuveiro, secou o corpo e vestiu suas roupas. Droga, ela estava tão para baixo! Nem acreditava que havia acordado tão de repente, sendo a primeira das garotas. Ela não queria ir para a aula naquela quarta-feira: acreditava que nada de interessante poderia acontecer.

Bem, talvez Sooyoung poderia estar errada. Mas isso não é algo que eu deva contar agora.

Assim que a garota cruzou a porta do banheiro, deu de cara com a tomboy escovando seus dentes com a cara toda inchada de sono. Achou aquilo engraçado, não pôde evitar de rir, mas parou no momento em que se sentiu encarada.

— Bom dia, Manoban. — disse com uma voz um tanto amena.

— Se fode, otária... — a boca cheia de pasta de dente de Lisa ainda não evitou se soltar um palavrão logo pela manhã.

— Carinhosa você. Como a Jennie te namora mesmo? — ela provocou.

Lisa cuspiu todo o conteúdo na pia e encarou a menor. — Costuma ser carinhosa?

— Bem mais do que você, tomboy. — riu sarcasticamente.

— E a Wendy já está namorando você por isso? — disparou da forma mais sacana possível, não deixando de emanar uma risada debochada ao fim de sua frase.

— Porra, eu te odeio. — mostrou o dedo do meio para a garota e se retirou do banheiro.

— Eu te amo, tampinha. — ela ouviu a tomboy dizer, mas ignorou tais palavras por não levar a sério.

Fugindo um pouco da mesma rotina, Joy foi a primeira a se retirar do dormitório. Jisoo acordou junto com Jeongyeon e Lisa foi a segunda a estar pronta, tanto que se encontrou com a namorada pelos corredores.

O sinal ecoou na grande Seoul West High, sendo assim os alunos foram direto para suas salas, animados pela metade da semana ter chegado rapidamente. Quarta-feira sempre será o meio termo, um dia bom, mas que também pode ser ruim. No caso do terceiro ano, seria o dia em que a primeira aula já traria uma certa movimentação.

Educação física.

Até então, a maioria dos alunos não tinham ideia sobre o afastamento médico do professor Haeshin. É por isso que no momento em que a linda e jovial Seungwan adentrou na sala, muitos queixos ficaram grudados na mesa. A mulher nem havia dito nada, somente sua beleza calou a boca da sala. Os alunos se perguntavam sobre quem era aquela deusa, mas eles não precisaram se manifestar para saberem.

— Bom dia, alunos. O meu nome é Seungwan e eu sou filha do professor Haeshin. — sua voz calma e delicada mexeu com a cabeça dos estudantes, sem exceção.

E agora a pergunta principal era: como é possível uma mulher tão linda como ela poderia ser filha de um homem tão carrancudo como Haeshin?

— Bom, vocês podem me chamar de Wendy. — pigarreou, pegando novamente a atenção de todos. — O meu pai ficará de licença pelos próximos dias, então vocês verão muito a minha carinha aqui. — o jeito divertido de Wendy encantou a todos os alunos.

E se ela pensou que sua notícia incomodou a alguém, na verdade, muitos surtaram com a revelação, até porque é difícil uma professora extremamente atraente aparecer em sua sala dizendo que irá lecionar pelas próximas semanas. E sem nem mesmo perceber, Wendy já havia conquistado mais da metade do território sem nem prometer, o que incomodava Joy, de certa forma.

A canadense não poderia negar o quão linda a Son consegue ser, mas honestamente, ela se sente tão incomodada em ver outros alunos dizendo o mesmo, ou pior, despindo-as com os olhos. Isso é extremamente irritante para a Park!

— Além de tudo, essa mulher será nossa professora também? — em meios aos seus pensamentos, Joy de repente ouve a voz de Jennie na carteira ao lado.

— Ela pegou as aulas do pai dela. — a canadense, com um pouquinho menos de paciência, deu sua resposta vaga para a patricinha.

— Essa mulher é muito linda, por Deus! — então Rosé comenta, da carteira de trás.

— Não é para tanto, Rosé. — Jennie revira os olhos.

— Jen, é para tanto, sim! Olha só aquela deusa! — a mais alta se encontrava extasiada, tal como o restante dos alunos, pela presença de Wendy. Era inevitável.

Todavia, Jennie parecia ser uma das únicas que não estava tão afetada assim.

— Hm, sim. Estou vendo ela, mas não acho que seja a deusa da beleza também — ela comenta com desdém.

— Deixa de ser orgulhosa, Jennie. Diz isso porque está com ciúmes da tomboy. — Joy dispara, mal encarando a garota.

— Do que está falando, queridinha?! — a patricinha despeita, não gostando nada das palavras ditas pela canadense.

— Foi exatamente o que você ouviu, lindeza. — Sooyoung lhe deu um sorriso irônico.

— Eu não tenho ciúmes de ninguém! — sinceramente, nem mesmo Rosé sabia qual era o ponto de vista que Jennie tentava defender.

Mas foi nesse momento que a loira notou que havia dito aquilo um pouco mais alto do que o normal. Ela olhou em volta e resolveu normalizar sua aparência, especialmente porque Lisa também a encarava.

— Grr... você e a Lisa parecem estar criando uma conspiração unicamente para me tirar do sério hoje! — Jennie sussurrou para Joy, a qual riu.

— Meninas, está tudo bem? — Wendy encarou as duas alunas com um ar de confusão, tendo-se ouvido o grito histérico de Jennie.

— Sim. — elas responderam juntas.

— Certo. — a Son assentiu com a cabeça, ainda que não tenha acreditado muito bem naquela resposta. Mas resolveu apenas se voltar para o restante da sala. — Sem mais delongas, nós agora vamos à quadra para jogar...

— Queimada. — ao mesmo tempo, todos os alunos completaram a frase de Wendy, quem franziu o cenho no mesmo instante.

— Como vocês sabem?

— O professor Haeshin sempre passa isso. — disse Lisa.

— É, até virou tradição entre a gente. — Chanyeol completou.

— Já estamos acostumados com isso. — Rosé comentou.

— De quem estamos falando? — como uma voz surgindo do nada, Jennie simplesmente pergunta aquilo, ganhando a atenção de todos.

— Aish, não seja burra, Jennie. A turma está falando da queimada. — Naeun, sua amiga, clareou sua mente.

— Ah, sim... — ela balança a cabeça e volta a atenção para seu celular.

Wendy acaba por rir pelo fato da turma ser tão descontraída. Obviamente se sentiu aliviada por eles não serem um pé no saco.

— Bom, então se vocês já estão familiarizados com isso, vamos para a quadra montar os times.

A sala acatou ao pedido da professora e todos se levantaram de suas mesas, passando a caminharem entusiasmados em direção ao grande ginásio. Todas as conversas entre os alunos eram baseadas em Seungwan e no quanto ela era linda, continua sendo. A mulher caminhava lindamente atrás dos estudantes, prestando a atenção na postura de cada um deles.

Quando chegaram na quadra, a instrução passada por Wendy foi para que eles se alongassem e dessem algumas voltas pelo espaço, como sempre fazem. E assim a aula seguiu normalmente, com Lisa notando a cara escorrida de Joy há quilômetros de distância. Tudo bem, nem tanto. Mas era perceptível o quanto ela ainda se encontrava chateada com o fora que recebeu.

— Vamos tirar os times! — de repente, Seungwan exclamou, trazendo todos os estudantes em volta do grande circulo desenhado no chão. — Bom, eu não conheço todos vocês, então chamarei os nomes que já sei de cor. — a mulher revelou e eles assentiram. — Por favor, Lisa e Joy, venham ao centro.

As duas garotas caminharam para o lugar indicado e se encaram em seguida. Havia um sentido desafiador no olhar da tomboy, enquanto que a canadense podia exprimir unicamente sua falta de vontade em participar daquele jogo tão traumático.

— Vamos lá, tampinha... ânimo! — ela recebeu um leve tapa em seu braço, dado pela mais alta, coisa que fez com que seus instintos a alarmassem finalmente.

— Quero só ver se você ainda vai me chamar de tampinha quando eu acabar com a sua raça, Manoban! — apontou o dedo bem em cima do nariz de Lisa e soltou um risinho maléfico. — Jisoo! — ela escolheu.

Lisa se assustou com a audácia da canadense em chamar justamente sua irmã, mas não se deixou abalar.

— Jungkook! — a Manoban continuou.

— Chanyeol!

— Rosé! — bem, a garota de cabelos rosas não poderia estar mais decepcionada.

— Sehun.

— Taehyung.

E assim sucessivamente as escolhas foram sendo feitas, de forma acirrada e calculada. Ainda faltavam algumas pessoas ao redor do círculo.

— Youngjae. — disse Joy.

— Irene. — aquele nome saiu aleatoriamente da boca de Lisa.

— Irene? — Rosé franziu o cenho.

— Irene? — Jisoo fez a mesma coisa, embora fosse do time oposto.

— A Irene, tomboy? — Joy caçoou.

— Você escolheu a Irene e não me escolheu, Lisa?! — e era óbvio que Jennie ficaria decepcionada também.

— A-ah, princesa... me desculpa. — a Manoban coçou a cabeça, estando ela sem jeito.

Irene não ligava para os comentários sobre sua capacidade, até porque ela bem sabia o quanto não ajudava em nada no time, apenas colaborava em ser uma paisagem e pensar em sua namorada do segundo ano há todo momento.

— Céus, vocês me deixam com ânsia. — Joy revirou os olhos. — Eric.

— Jennie. — Lisa disse firmemente.

Com sua cara fechada, a loira caminhou de braços cruzados e com um bico enorme em sua cara. Lisa até tentou abraçá-la de lado, mas acabou por receber um pequeno soco no estômago.

— Imbecil. — Jennie falou e caminhou para perto de Rosé.

Ok, vocês realmente conhecem nossa querida Jennie Kim e seus motivos. Certamente, Lisa a conhece também, o suficiente para chegar à conclusão de que eventualmente sua namorada iria ceder, bem porque aquilo não era um erro nada grotesco, era somente um... jogo.

Foi por isso que a dinâmica continuou com Joy puxando a tomboy pela lateral de sua camiseta.

— Será que dá para deixar sua namorada um pouco de lado e prestar atenção no que está acontecendo?! — Sooyoung deixou com que o deboche fala por si.

Lisa por sua vez arqueou a sobrancelha, ignorando seu comentário. — Certo, par ou ímpar?

— Ímpar.

Elas tiraram e então a tomboy ganhou. — Campo ou bola?

— Campo. — Lisa foi esperta em pegar o lado onde o Sol justamente não incomodava.

O jogo propriamente dito foi iniciado. Com os ponteiros definidos, o time de Joy foi o primeiro a arremessar a bola. A disputa começou um tanto light, pois até então ninguém havia sido queimado, embora o time da canadense fosse um pouco mais avantajado.

Mas isso não impediu Lisa de agir intensamente. Seus arremessos eram precisos, fazendo com que todos os alunos, especialmente as garotas, sentissem medo de suas jogadas. A tomboy é forte, extremamente ágil e leva um jogo muito a sério. Jennie não tinha certeza, mas provavelmente aquilo era o que mais a atraía em Lisa, tanto é que ela constantemente a admirava em seu canto protegido.

— Jen, você está jogando ou babando pela tomboy? — Rosé a cutucou subitamente.

— Ya, Rosé! — resmungou, com uma carranca em seu rosto. — Não me repreenda por estar olhando minha namorada!

— Hm. — a Park riu, sabendo que Jennie nunca escondia sua devoção pela Manoban. Mas às vezes, ou quase sempre, esses olhares levavam à outras coisas, ainda mais se tratando de sua querida irmã. — Por favor, não façam sexo no vestiário.

Aquela fala foi tão repentina para a menor, que a mesma até se chocou. — O quê?

— É só um aviso. Lá tem câmeras. — ela disse e saiu em direção ao outro canto da quadra.

Oh, meu Deus! Foi exatamente isso o que Jennie pensou. Bem, infelizmente Rosé está atrasada nesse quesito, pois ela e Lisa já transaram naquele vestiário.

— Temos uma sextape, então? — ela refletiu em sua cabeça perversa, rindo por fim. Embora não tivesse que ser, era hilário para Jennie. — Se Lisa descobre isso, provavelmente surtaria.

Mas caminhando para o outro extremo da quadra, aqui temos uma Son Seungwan plenamente concentrada em seu plano, o qual ela elaborou com Jisoo secretamente. Um a um, alunos iam sendo queimado, tanto de seu time como do time de Lisa. Ainda não era o momento para se acirrar a competição, pois haviam várias pessoas em cada canto do ginásio concentradas naquela queimada.

Joy até mesmo havia se esquecido por um momento que Wendy também estava lá. Quando olhou para a Son, a mesma estava de costas, centrada numa papelada desconhecida em sua mesa. Mais precisamente dizendo, Wendy meio que se encontrava arqueada, dando uma visão privilegiada de seu glorioso traseiro.

Aquilo não era um problema até então. Bom, a definição de "problema" para Joy se deu justamente quando no momento em que sua cabeça girou mais alguns graus, bendizendo, na direção em que Chanyeol e Sehun estavam. A partir daí tudo piorou e eu explicarei o porquê.

Aquilo não era ciúmes, estava muito longe de ser apenas isso. Joy sentia seu sangue borbulhar no exato momento em que viu Chanyeol cochichando algo para seu amigo Sehun, o que provavelmente era sobre Wendy, já que ele estava com os olhos na parte traseira da mulher.

Mas não, não era apenas isso. A pior parte vem agora: Sehun estava tirando fotos da bunda professora Son.

Isso foi definitivamente o auge para Park Sooyoung. Ela não poderia simplesmente olhar e deixar tudo assim. Ela teve que ir lá e impor algumas verdades para aqueles dois grandalhões.

— Ei! Seus filhos da puta! — exclamou com bastante raiva, ganhando a atenção dos dois garotos. — O que pensam que estão fazendo?

— Uh, Joy... — Sehun casualmente abaixou seu celular e encarou a garota. — Nada de tão importante.

— É. — Chanyeol concordou.

— Eu não sou idiota como vocês!

— O que está dizendo? — o Park despeitou.

— Sei que estavam tirando fotos indevidas da professora Wendy! — acusou.

— Não diga besteiras, baixinha. — Sehun riu como se aquilo fosse algo engraçado, o que irritou a canadense.

— Baixinha é o caralho, seu bosta! Me dê esse celular! — exigiu sem medo.

— Olha só... — o Oh tornou a rir e Chanyeol o acompanhou. — Com esse tamanho querendo mandar em alguém?

— Com esse tamanho eu vou quebrar sua cara! — sua próxima ação foi bastante inesperada, pois Joy simplesmente chutou a mão de Sehun, a qual segurava seu celular. E por falar em celular, este fez um contato direto com o chão.

— Mas o quê?! — o rapaz se chocou com aquela ação e rapidamente socorreu seu iphone 12, sem muito sucesso por conta do impacto. — Olha o que fez, vadia!

— Como se eu me me importasse? — Joy riu debochada.

Àquela altura do campeonato, alguns alunos notaram o pequeno, nem tanto assim, desentendimento.

— Você está ferrada, Joy. Sabe que o pai do Sehun pode te processar por isso, não é mesmo? — Chanyeol a advertiu.

— Uau, estou morrendo de medo. Vai correndo contar pro papai que você é um bebê chorão que nem pelo no saco tem e fica assediando outras mulheres por aí!

— Ah, Park, você realmente está com problemas agora... — Sehun se levantou com um olhar repleto de ódio e não pensou duas vezes antes de erguer a mão para a canadense, mas antes mesmo que ele pudesse dar seu próximo movimento, alguém o impediu.

— Se você relar um dedo nela, eu juro que dessa vez eu quebro suas bolas, Sehun! — era Lisa, quem, do outro lado da quadra, notou aquela confusão e veio rapidamente ajudar Sooyoung.

Sehun já havia levado uma bela surra de Lisa, a qual ele se recorda até os dias atuais. Não queria, nem pagando, passar por aquela experiência outra vez.

— Você não aprende mesmo, não é? Vive querendo ser um tremendo otário! — a tomboy disparou.

— Ela quebrou meu celular!

— Sim, é verdade! — Chanyeol o ajudou.

— Cala a boca, orelha de abano! — Joy o repreendeu.

— Me chamou do quê? — o Park outra vez se ofendeu com o que a menor lhe dissera.

— Orelha de abano, orelha de elefante, asa delta ambulante, tudo isso o que você ouviu!

— E você é uma vadia de merda! — Sehun se intrometeu.

— Fique na sua, magricelo inútil! Só tem altura, mas força que é bom não. — Lisa o empurrou tão forte, que o Oh caiu de bunda no chão.

Chanyeol entrou na frente para evitar que o amigo apanhasse ainda mais, mas aquilo só ajudou Joy a chutá-lo bem em suas preciosas bolas. O Park soltou um gemido grutal e desabou, assim como Sehun.

A briga chegou num nível alto de assustador. Mais alunos se aproximaram e perceberam a grande discussão. Jisoo então caiu na real de que sua irmã estava socando Oh Sehun bem no escanteio. Ela correu até lá e separou a tomboy do garoto.

— Lisa, pelo amor de Deus! — teve que segurar fortemente a Manoban, já que esta não parava de relutar contra o seu abraço.

Alguns segundos depois, Jennie também se juntou à confusão junto de Rosé e olhou para a cena de Sehun com o nariz cheio de sangue e Chanyeol gritando feito um covarde com as mãos em sua parte íntima.

— Lalisa, o que está fazendo? — a loira segurou o rosto de sua namorada, exigindo uma explicação.

— Dando uma lição nesse otário! — ela diz com um ódio evidente em sua fala. A Kim teve que fazer algumas carícias nas bochechas da mais alta para acalmar a fera, o que foi o suficiente para que a Manoban recuperasse sua sanidade outra vez.

Mas mesmo que Jennie quisesse arrastá-la para longe daquela confusão, já era tarde demais, porque a professora já havia ficado a par de tudo.

— O que foi que aconteceu aqui?!

[...]

E no fim das contas, foi bem aqui que os quatro alunos vieram parar: na sala do diretor Yang. Todos já estavam familiarizados com aquele ambiente e, bem, também já esperavam quais seriam as próximas palavras do homem mais velho.

— Anos e anos nesta instituição e nunca presenciei algo parecido!

É, o senhor Yang sempre fazia questão de lembrar a todos o quanto Seoul West High possui o selo em ser uma grande instituição respeitada. Mas aquele papo não convencia os alunos, na verdade, eles só viam aquele homem como uma tremenda planta naquela escola.

— Diretor, ela quebrou meu celular! — Sehun não hesitou em acusar Joy.

— Porque você estava fotografando a bunda da professora Son! — Joy o refutou.

— A-a senhorita Son? — o senhor Yang se chocou.

— É a filha gostosa do professor Haeshin. — Chanyeol diz.

— Tenha mais respeito, Chanyeol! — o diretor o repreendeu.

— Não é só ele quem tem de ter respeito aqui, diretor! — Lisa apontou, direcionando seu olhar para Sehun.

— Calem-se! — o mais velho exclamou, evitando uma possível discussão estridente. — Não tolero esse tipo de coisa em meu colégio, especialmente a violência. Estou extremamente decepcionado com todos vocês!

Os quatro alunos se encararam com um ódio evidente. Lisa poderia matar Sehun, Sehun poderia matar Joy, Joy poderia matar Chanyeol e Chanyeol não iria matar ninguém pela falta de coragem.

— Vocês quatros estarão suspensos pelos próximos dois dias! — o diretor dá sua última palavra, sem mais discurso ou sermão.

Mas algo ainda estava errado, muito errado!

— Espera aí! — Joy se levanta, desconcertada com a situação. — Acabei de dizer que esses dois merdas estavam tirando fotos indevidas da professora Park e tudo o que você diz é que nós receberemos a mesma punição?!

— Contenha-se, senhorita Park. — o diretor não havia gostado do tom usado pela canadense, se sentiu intimidado por ela.

— Ora, tome vergonha na sua cara! O senhor é um frouxo. Não sei bem como se tornou um diretor já que não faz porra nenhuma aqui!

— Park Sooyoung! — ele gritou.

— O que foi? Não sabe ouvir verdades?! — mas a mais nova nem ser importava em cutucar a onça com vara curta.

— É melhor retirar tudo o que disse agora, ou então...

— Ou então o quê?! — Joy o cortou.

— Ou então estará expulsa desta instituição. — o homem mais velho determinou.

Por mais que suas palavras parecessem assustadoras, Joy não ficou com medo. Ela nem mesmo mudou sua postura e continuou com seu olhar intimidador diante do diretor. Lisa percebeu aquilo e admirou toda a coragem da canadense.

— Pois se irá expulsar a Joy, então me expulse também. — Lisa disse, demonstrando apoio à Park, quem sorriu confortavelmente para a tomboy.

— Ótimo. Duas expulsões.

O diretor poderia estar levando suas palavras a sério, mas o que ele não esperava era que a porta de sua sala fosse aberta repentinamente por uma outra aluna, a qual todos conheciam bem.

— Se vai expulsar minha namorada, então eu quero ser expulsa também. — era Jennie quem adentrava no lugar toda decidida. Ela estava escutando toda a conversa atrás da porta.

— Pai amado... — o senhor Yang suspirou.

E as coisas não pararam por aí. — Se vai expulsar a Jennie, também quero ser expulsa. — foi a vez de Rosé adentrar.

— Se a Rosé for expulsa, também quero ser expulsa. — e então Jisoo prosseguiu.

— Mas o que é isso?

Vários alunos foram entrando na sala do diretor e demonstrando seu apoio à causa. Bom, na verdade, várias garotas diziam que queriam ser expulsas caso a tomboy se retirasse da instituição. Questões de popularidade... o suficiente para deixar o diretor louco da cabeça.

— Eu também quero ser expulsa! — Irene de repente se pronunciou e todos a encararam.

— Irene, você também participou da confusão? — Jennie perguntou.

— Que confusão? — a Bae franziu o cenho.

— A confusão que ocasionou tudo isso, ué. — Rosé respondeu como se fosse óbvio.

— Não sei do que estão falando... — a garota contorceu o seu olhar.

— Então por que está aqui? — Jisoo indagou.

— Sei lá, vi a movimentação e resolvi participar também, mas já que não tem nada de importante, vou ver minha namorada. — ela diz e logo se retira do local, como se nada tivesse acontecido.

— Oh, Irene! — bom, ocasionalmente, aquilo seria um outro assunto com o qual o diretor deveria se preocupar, já que a Bae certamente tiraria uma outra aluna de sua sala para namorar. Mas agora, tudo o que mais lhe tirava do sério era o fato de vários alunos estarem o encarando. — Aish! — desapontado, ele jogou seu corpo contra a grande cadeira de seu escritório.

— Vamos lá, diretor Yang, esses dois alunos já receberam uma advertência uma vez justamente por assediarem as alunas e nada mudou. É sério que o senhor dará apenas uma suspensão e tudo ficará por isso mesmo? — Lisa argumentou.

Chanyeol e Sehun nada disseram, afinal eles já sabiam que estavam ferrados, de qualquer forma.

E que bom que eles sabiam disso, pois no final de tudo quem venceu foi a maioria, sendo assim, os dois alunos foram expulsos definitivamente da instituição, embora faltasse apenas um bimestre para acabar o ano. Mas ninguém estava se importando com isso.

Os alunos deixaram a sala do diretor e se dirigiram para a sala, a fim de aguardarem a próxima aula. Com exceção de Joy, quem sentiu uma mão a puxando diretamente para a sala dos professores. Ela encarou bem a mulher mais velha em sua frente e quase sentiu seu coração pular pela boca.

— Certo, eu não tenho muito tempo aqui, mas gostaria de saber o que foi que aconteceu? — Wendy disse quase de forma afobada, encarando a menor seriamente.

— Uh, bem... — Joy estava nervosa, obviamente, por causa do grande vislumbre que tem daquela mulher. Seus olhos nunca se cansam. — Me desculpe por ter feito uma baderna em sua aula, Wendy, mas tive meus motivos para aquilo.

— Suspeitei disso, mas me assustei com a proporção que tudo isso ganhou, Joy. — a Park expressou preocupada.

— Fiz aquilo por aqueles estúpidos estavam fotografando você.

— Como assim? — ela franziu seu cenho.

— Digamos que eles apenas fotografaram as suas partes mais... — Joy travou, tentando encontrar a palavra certa para se encaixar em sua frase. — Avantajada...

De início, Wendy não entendeu, mas seguindo o olhar de Joy, notou que se tratava de sua parte traseira. — Omo...

— Pois é... — a Park suspirou profundamente.

— Você se arriscou demais fazendo isso, Joy...

— Sim, eu sei, mas não me importo. Já fui muito babaca no passado e agora não suporto ver pessoas agindo de uma forma parecida a minha. — suas palavras transmitiam tanta sinceridade, que comoveram a Son em sua frente.

E, inesperadamente, o coração da canadense quase saltou para fora no momento em que os lábios da professora colaram com sua bochecha fofa. Ela arregalou os olhos e notou que seu corpo simplesmente havia congelado de vez.

— Obrigada, Joy. — a Son tornou a fazer algumas carícias pelo rosto da mais nova, estampando um sorriso afetuoso em seus lábios. — Eu realmente aprecio sua coragem.

O horário de Wendy estava curto, então ela teve que abandonar a sala para ter sua próxima aula a lecionar. E Joy... bem, Joy ficou plantada, como uma estátua super potente no concreto.

Partindo agora para a sala de aula do terceiro ano, enquanto o professor não chegava, os alunos conversavam fora de seus respectivos lugares. A tomboy especialmente estava sendo cercada por várias pessoas, quero dizer, garotas.

— Oh, tomboy, imagino que possa ter sido uma barra pesada enfrentar aqueles dois grandalhões. — um fato muito importante a se lembrar é de que o fanclube de Lisa ainda não havia aceitado seu namoro, porque era impossível elas não saberem de tal proeza com Jennie grudada em sua namorada quase que o tempo todo.

— Com licença, queridinha, mas quem tem que confortar a MINHA namorada, sou eu, não acha?! — Jennie transmitiu um olhar mortal para a aluna atrevida e a afastou sem fazer muitos esforços. — E você, idiota! — deu um tapa no ombro da maior, que se encontrava sentada.

— Aish! — ela resmungou pelo tapa.

— Se esqueceu que da última vez foi suspensa por se envolver numa briga?! — a loira disse.

— Ya... eu sei... mas Joy precisava de ajuda...

— Uau, você e a maloqueira realmente se tornaram amigas. — Rosé comentou, um pouco chocada com a sequência de eventos.

— Foi o que eu disse para ela. — Jisoo concordava.

Elas não estavam erradas: Lisa e Joy haviam se tornado grandes amigas, algo que ambas jamais imaginaram.

— Eu só não quero que você se meta em problemas, amor... realmente fiquei com medo de você ser expulsa do colégio. — Jennie agora havia assumido seu lado carinhoso, fazendo um doce cafuné nos fios morenos de sua namorada.

Aquilo somente derreteu o coração de Lisa, quem se sentia totalmente a mercê dos toques de sua garota.

— Hm... eu não vou, princesa... — ela grunhiu, sentindo-se extremamente relaxada com aquele cafuné tão bom.

O momento estava tão tranquilo, Lisa quase dormiu naquele carinho, isso se não existisse uma certa pessoa gritando por seu nome.

— Lisa! Lisa!

Na hora, a tomboy se levantou da cadeira, curiosa sobre quem a chamava. Ela olhou em direção à porta e descobriu que era Joy toda eufórica quem corria em sua direção. A mesma fez algo ainda mais extremo ao pular bem no colo da tomboy. Se Lisa não tivesse a segurado com os braços, elas provavelmente cairiam bonitinho naquele chão.

— Joy? — a Manoban estranhou.

— Ela me beijou, Lisa! Me beijou bem aqui! — apontou para sua bochecha.

— Quem te beijou?

— Simplesmente a deusa mais perfeita da Terra! — a Park expressou, quase que não conseguindo de tão feliz que estava.

— Mas como isso aconteceu? — Lisa indagou, agora curiosa.

— Ah, foi mágico...

— Uh, Joy, acho que você pode muito bem conversar sem precisar estar no colo da Lisa... — Jennie não poderia deixar de fazer aquele comentário, ela precisava espalhar para o mundo de Lisa era somente sua namorada.

— Ah, foi mal... — ela riu meio sem jeito e pulou do colo da tomboy. — Mas enfim, para vocês duas que julgaram minhas chances com Wendy, digo que ainda existem possiblidades!

Havia determinação em sua voz, pois Park Sooyoung descobriu que não poderia desistir facilmente da Seungwan.

Continue Reading

You'll Also Like

539K 34.9K 128
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele. Ele acha que eles têm que apanhar se acaso algo estiver errado...
235K 14.5K 46
ENEMIES TO LOVERS + MAFIA + LUTAS CLANDESTINAS Tudo muda para Charlotte quando ela descobre que seu melhor amigo está envolvido em lutas clandesti...
19.8K 1.4K 21
𝘎𝘪𝘯𝘢 𝘗𝘦𝘭𝘭𝘦𝘨𝘳𝘪𝘯𝘦 𝘦́ 𝘶𝘮𝘢 𝘨𝘢𝘳𝘰𝘵𝘢 𝘥𝘰𝘤𝘦 𝘦 𝘨𝘦𝘯𝘵𝘪𝘭 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘥𝘢 𝘳𝘪𝘨𝘰𝘳𝘰𝘴𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘴𝘰𝘣 𝘦𝘯𝘴𝘪�...
143K 6K 60
@𝑡𝑟𝑎𝑝𝑙𝑎𝑢𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑐̧𝑜𝑢 𝑎 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑟 𝑣𝑜𝑐𝑒̂