Acampamento de Inverno para M...

由 ClaraSavelli

2.9M 229K 134K

"A verdade totalmente verdadeira é que eu sei, tipo, três músicas na flauta: La Cucaracha, Yesterday e Amore... 更多

Capítulo 01 - O Exílio
Capítulo 02 - Escolhas Ruins
Capítulo 03 - Little monster e KatyCat
Capítulo 04 - Let me love you, until the jealousy turns saints into the sea
Capítulo 05 - Dança Infernal
Capítulo 06 - Ligações Perigosas
Capítulo 07 - Andar abaixo
Capítulo 08 - Que nem você
Capítulo 09 - Segredos e Promessas
Capítulo 10 - Maldita Tequila
Capítulo bônus - Dopada (por Eduardo)
Capítulo 11 - MEU ERRO foi crer que ela era PROIBIDA PRA MIM
Capítulo 12 - Já não consigo não pensar
Capítulo 13 - Se arrependimento matasse
Capítulo Bônus - Mão em Chamas (por Gustavo)
Capítulo 14 - Feliz
Capítulo 15 - Torta e barraca
Capítulo 16 - Talvez você tenha deixado eu ir, para ter o gosto de me ver aqui
Capítulo 17 - Entre quatro lonas
Capítulo 18 - Gostaria
Capítulo 19 - Botão de emergência
Capítulo bônus - O egocentrismo inocente da Kristen Stewart da música (por Igor)
Capítulo 20 - Protocolo
Capítulo 21 - Puro e Genuíno desespero
Capítulo bônus - Pensando Alto (por Eduardo)
Capítulo 22 - Buscando
Capítulo bônus - Relacionamento de Verdade (por SURPRESA).
Capítulo 23 - Apresentações, perguntas e vídeos
Capítulo 24 - Isso ainda vamos ver
Epílogo - Darlin' I will be lovin' you till we're seventy
[Bate-Papo] De frente com... Igor
Marcadores
[Bônus de Natal] Você sai do Acampamento, mas o Acampamento não sai de você
Semana temática de Acampamento
Capítulo Bônus: Os dons de Eduardo
Conto especial: Como tornar uma viagem inesquecível (narrado por SEGREDO)

Capítulo bônus - Como é bom amar (por Lila)

71K 6.7K 1.5K
由 ClaraSavelli

Vocês são incríveis e já chegamos nas trinta estrelas no último capítulo! Ou seja, hora do bônusss! Espero que Lila possa se justificar um pouquinho!! E, pra quem gostar dela, já tem mais um capítulo bônus programado narrado por ela em breve!!

Obrigada pelo carinho de sempre.

Espero que vocês gostem!

~~~~~~~~~~~~~~

Desnorteada com o rumo de minha conversa com Amanda, desci correndo as escadas e bati na porta de Gustavo. Quem abriu foi Eduardo. Ele ficou me olhando, esperando eu dizer alguma coisa, mas eu não conseguia dizer nada. Eu mal conseguia segurar minhas lágrimas e começava a senti-las se aglomerando no canto dos meus olhos.

― Gustavo está no banho – Eduardo finalmente disse, encostando-se a porta e me dando espaço para entrar no quarto.

Eu assenti, caminhando cabisbaixa para sentar na cama. Eduardo fechou a porta atrás de si e continuou me olhando, inclinando a cabeça para o lado como se buscasse entender o que estava acontecendo. Como um cachorrinho fofo.

― Você quer conversar? – ele perguntou, ainda me encarando da porta. – Alguma coisa aconteceu?

― Nã-ão – minha voz falhou. – Está tudo ótimo.

Eu não sei o que tem naqueles olhos dele. Eu não sei se é o tom da cor, eu não sei se é a maneira como ele os espreme, tentando decifrar, eu não sei se são os longos cílios ruivos que contrastam com o verde. Eu só sei que tem ALGUMA COISA que funciona quase como um soro da verdade.

Ele fazia isso toda vez que queria saber alguma coisa sobre a Amanda. Da primeira vez, respondi as perguntas sem nem questionar nada. Nas seguintes, quando eu começava a questionar, ele usava seu olhar letal e quando eu me dava conta, já estava contando tudo que ele queria saber. Não que eu tivesse muita coisa para falar, nem que suas perguntas fossem, realmente, muito invasivas. Porém, se ele queria saber algo sobre Amanda, por que não perguntava para ela?

― Eu acho que ela me odeia, Lila – ele dizia, dando de ombros.

― Ora, por que ela odiaria? Que ideia.

Aí ele saía discorrendo sobre momentos desagradáveis dos dois, onde eles discutiram sobre alguma idiotice relacionada a quebrar copos e eu ficava olhando para cara dele, tentando entender como um menino tão inteligente podia ser tão burro. Era óbvio que ele gostava dela. E o que ele não sabia era que aquela era a maneira da Amanda se defender quando não entendia o que estava acontecendo com ela.

E toda vez que ela não entendia o que estava acontecendo com ela, significava que ela estava ficando apaixonada.

Sim, ela tem um dedo podre. Talvez ela tenha uma mão inteira podre. Porém, acho que o mais podre de tudo é sua insistência em se autossabotar. Claro, foram experiências ruins no passado, mas hoje seu medo é tão grande de se frustrar novamente que ela se defende antes mesmo de entender o que está sentindo. E esse é um dos motivos pelos quais ela continua escolhendo os caras errados...

Porque os caras errados não tentam cavar um caminho para seu coração. Tentam traçar o caminho mais rápido para sua cama. Porque os caras errados não passavam pelas etapas normais de um relacionamento, mas focavam em conquistar seu físico, para que seu mental não questionasse muita coisa. Preferencialmente nada.

E os caras que tinham real potencial para ser caras certos? Amanda fechava a porta na cara deles. Os caras que tinham potencial para ser caras certos seguem os passos de um relacionamento normal e isso significa que Amanda tem tempo suficiente para deixar sua mente doentia agir e se autossabotar. Quase como se soasse um grande alerta vermelho de “opa, tem um cara interessado, ele vai ferrar com minha vida de novo, melhor eu chutar ele para fora”. Como ela faz com Eduardo.

E, para ser sincera, eu acho que ela não faz isso de forma consciente. Ela não deixa os caras errados se aproximarem porque é, como eu erroneamente a chamei, uma piriguete. Srta. Aguiar, minha psicóloga, diz que ela é psicologicamente fragilizada e precisa se sentir amada. E, para ela, com essas limitações e fragilidades, se sentir amada é se sentir desejada.

― Eu briguei com a Amanda – eu finalmente disse. O raio da verdade de Eduardo era muito potente.

― Entendi – ele disse, caminhando lentamente e sentando-se na cadeira da mesa de estudos, que estava cheia de partituras espalhadas. – Por quê?

― Eu chamei ela de piriguete – senti uma lágrima escapar pelo canto do olho e escorrer por minha bochecha, até pingar na minha coxa.

― E você acha que ela é, de fato, uma? – ele perguntou.

― Claro que não – respondi rapidamente. – Eu só estava com muita raiva.

― E por que você estava com muita raiva? – ele perguntou de novo.

Que coisa, agora ele ia incorporar a Srta. Aguiar?! Eu achava que ele queria ser médico, não psicólogo. Vai ver ele quer ser psiquiatra.

Suspirei, sem resposta. Eu estava com muita raiva porque Amanda não conseguia entender o quanto Gustavo me fazia feliz. Eu estava com muita raiva porque ela me considerava incapaz de tomar minhas próprias decisões, de forma consciente e madura. Eu estava com muita raiva porque ela transformou o que deveria ser algo muito legal, em uma briga colossal.

Por um lado, eu entendo seus motivos. A verdade é que eu mudei muito desde que chegamos ao acampamento e, em especial, desde que conheci Gustavo. Todavia, não foram mudanças negativas. Era incrível gostar de alguém e ter esse sentimento retribuído. Eu estava apaixonada por nossa sintonia e nossos assuntos intermináveis. Era maravilhoso poder sair um pouco do casulo de menina séria e contida que eu vivia. Era muito bom poder ser eu mesma, sem pensar no que minha mãe iria pensar, porque minha mãe não está aqui. Pela primeira vez, em muitos anos de humilhação por parte de minha mãe e baixa estima encravada até a alma, eu me sentia incrível.

E Srta. Aguiar nem tinha nada a ver com isso. Gustavo fez por mim algo que minha psicóloga não conseguiu fazer em 5 anos de terapia. Mas a culpa não é da srta. Aguiar. A culpa é minha. Eu precisava dessas sensações. Precisava me sentir amada, bonita e querida. Precisava ouvir que eu era linda, inteligente e talentosa, ao contrário do que minha mãe sempre dizia. Sei que ela não fazia pensando mal de verdade de mim, mas dentro de sua lógica, era sua forma de me tornar uma pessoa melhor. Não sei se ela continua achando isso depois de ser obrigada a pagar 5 anos de psicóloga, mas suas humilhações continuavam, o que me fazia achar que sim.

Aprendi a ser uma pessoa muito low profile em casa. Tinha ótimas notas, um padrão de vestimenta adequado aos olhos de minha genitora e uma vida social quase inexistente. Amanda era minha única amiga em tempo integral, a única que tinha autorização para ir até minha casa, inclusive. Ela é incrivelmente maluca, mas vira uma lady quando está perto de minha mãe. Sempre foi assim. Eu sempre fui assim. E talvez Amanda não tenha o poder dos olhos de Eduardo e nem consiga me interpretar da maneira como eu consigo interpretá-la. Mas a culpa não é dela, é minha. Sou eu que, costumeiramente, não me mostro por inteiro.

E é por isso que era tão bom conseguir me mostrar agora, pelo menos só um pouco. Aos poucos. Detalhe por detalhe. Claro que eu tinha medo. Eu tinha medo de mergulhar fundo demais e acabar afogada. De me iludir e acabar decepcionada. De me enganar e acabar de coração partido. De me entregar e acabar abandonada. E eu sei que era isso que Amanda queria me mostrar, mas não era o que eu queria ouvir no momento. Eu queria que ela ficasse feliz. Mas como posso obrigá-la a ficar feliz se, provavelmente, ela não está nem reconhecendo a melhor amiga de todos esses anos?

― Lila – Eduardo chamou e, então, percebi que não tinha respondido sua pergunta. – Tem certeza que você está bem? Quer um copo de água ou algo assim?

― Não – respondi, incerta se era pra primeira ou pra segunda pergunta. - Eu estava com raiva porque ela não reagiu da maneira que eu queria à uma coisa que contei. Mas eu entendo... Fui injusta com ela.

― Vocês vão se resolver – Eduardo disse, se aproximando e dando tapinhas nas minhas costas, bem sem jeito. – Não existe uma longa amizade sem uma bela briga aqui e ali.

― Obrigada – eu disse, assentindo. Apesar dele não ter feito nada, eu realmente me sentia melhor. A raiva já tinha diminuído, o que me possibilitava enxergar tudo de forma um pouco mais racional.

― Obrigada pelo que? – Gustavo saiu do banheiro, já vestido, mas de cabelos molhados.

Ele era lindo.

E ele era meu.

― Briguei com Amanda – eu disse, levantando-me para abraçá-lo. – Mas acho que vai ficar tudo bem.

― Claro que vai – ele respondeu, apertando-me contra seu corpo. – Claro que vai.

Eu sei que Eduardo tinha dito a mesma coisa, mas é totalmente diferente ouvir de Gustavo. Não existem palavras para descrever a sensação...

A sensação de...

A sensação de como é bom amar.

~~~~~~

Até terça, gente!!!

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