Os Trigémeos Styles 3: Déjà v...

By d_silvaa

198K 17.7K 5.9K

Terceiro livro da coleção "Os Trigémeos Styles". 3/5 More

Os Trigémeos Styles 3: Dejavú
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Epílogo
Aviso 4ª Temporada

Capítulo 34

4.8K 425 185
By d_silvaa

-Odeio Paris! - exclamou Marcel do outro lado do ecrã.

-Porquê? - perguntou o Harry.

-Metem-se com o meu sotaque, com o meu cabelo, com a minha roupa, com os meus óculos, com a minha maneira de caminhar. - bufou cansado. - Até se metem com a minha caligrafia!

-Bate-lhes! - exclamou Edward. - Assim. - disse antes de elevar a mão e dar um cachaço ao Harry que estava sentado ao seu lado.

-Ei! - queixou-se este.

-Que foi? - perguntou Edward como se nada se passasse enquanto o Marcel ria. - Estava apenas a fazer uma demonstração gráfica.

Isso era o que eu gostaria que se tivesse passado naquela noite quando o Marcel ligou, mas por desgraça não foi assim. Depois de tudo, não podia esperar menos.

Levantei-me do sofá quando o Harry desligou a chamada com o seu irmão. O Edward mantinha o olhar fixo nalguma parte. Nunca mais voltou a ser o mesmo. Pelo menos durante um tempo. Desde a semana anterior, na que se tornou bastante agressivo, o seu olhar tinha-se tornado sombrio. Estava calado e o seu humor irónico tinha desaparecido. Quase não falava e literalmente não sabia o que fazer com ele. Tentava falar-lhe mas não me respondia. Dormia o dia todo, depois murmurava e, se visse alguém, dizia para o deixar em paz.

A Ângela veio dizer-lhe quais eram os trabalhos, mas limitou-se a assentir sem vontade enquanto ela falava. Caiu um par de vezes, mas por momentos tive a sensação de que realmente não queria a companhia de ninguém. Se pudesse viajar pela sua mente e saber o que estava a pensar fá-lo-ia, mas por desgraça não podia. Estava chateada com ele pelo que tinha feito, mas parecia tão mal que ficava sem vontade para isso. Tentei voltar a falar com ele, mas o rapaz virou-me a cara e disse-me para o deixar sozinho.

O Harry estava mais animado. Literalmente tinha voltado a ser o rapaz que sempre foi. Orgulhoso, atrevido, trapalhão e meu namorado. Sim, tinha voltado para ele. Estava cansada de que a minha cabeça desse voltas e voltas indecisa. Já era altura de tudo se acalmar. Sinceramente não conseguia aguentar nem mais um dia sem me decidir. Talvez se o Marcel não se tivesse ido embora e o Edward falasse comigo as coisas tivessem sido diferentes. Mas mesmo que o Edward agisse como uma alma penada, eu pelo menos estava feliz. Tentei ajudá-lo, mas como se ajuda alguém que não quer ser ajudado? O Edward não queria ser ajudado. Nem sequer queria que o ajudasse a caminhar ou a tomar banho. Era como se quisesse viajar para um mundo onde só estivesse ele. E preocupava-me.

Ao Marcel as coisas não estavam a correr bem em Paris. Mas dizia que pelo menos os estudos eram interessantes. Gostava de falar com ele cada noite enquanto acariciava o Einstein e o Harry roncava ao meu lado. Bem, os ronquidos eram incómodos, mas o Marcel sabia tratá-los com humor.

Viajei o meu olhar pela janela, procurando com este algum sinal do táxi que traria de volta a Lottie e o Niall. Mas não havia.

-Ei. - sussurrou o Harry no meu ouvido. - O que estás a fazer?

Sorri.

-Estou a ver se o Niall e a Lottie vêm. - declarei e senti os seus braços rodear a minha cintura por trás e apoiou a cabeça no meu ombro.

Beijou a minha bochecha.

-Amo-te. - disse.

-Eu amo-te mais.

Mantivémo-nos em silêncio durante um tempo. Aí, a olhar pela janela do meu quarto. O Edward estava a dormir no quarto do Marcel, já que o Harry tinha vindo para o meu. As coisas com a Gemma ainda estavam mal e a rapariga não queria atender o telemóvel. Era de noite e, por primeira vez em muito tempo, conseguia ver as estrelas brilhar baixo o contaminado céu de Londres.

-Adoro o cheiro do teu cabelo. - comentou o Harry ainda perto do meu ouvido. - Cheira a cereja.

Soltei uma risada.

-Cereja? - perguntei. - O meu champô nem sequer tem aroma de cereja.

-Então não sei, mas a mim cheira-me sempre a cereja. E gosto. - sussurrou deixando um beijo no meu pescoço. Estremeci e girei um pouco sobre mim mesma para agarrar nas suas bochechas e beijá-lo nos lábios.

O característico sabor dos seus lábios não tinha mudado em absoluto. Aliás, desta vez era mais aliciante do que alguma vez tinha sido.

O rapaz grunhiu e sorri ao notá-lo colar-se a mim com necessidade. Sorri nos seus lábios enquanto me fazia caminhar até à pequena cama individual que agora partilhávamos. Gostava de dormir aí já que, como era pequena, tinha desculpa para estar meio em cima dele. E adorava isso.

Caí na cama e ele posicionou-se em cima de mim sem deixar de me beijar. Outra das coisas em que o Harry não tinha mudado era que tinha sempre vontade de sexo. Mas agora era um pouco mais romântico, mesmo sem se perder a si mesmo.

-Foda-se. - grunhiu agarrando num dos meus seios com as suas mãos. Sorri satisfeita quando ele beijou o vale dos meus seios descoberto por um decote. - Vamos fazer amor.

Soltei uma gargalhada.

-Já nem perguntas. - disse entre risos. - Esqueceste-te de como se faz isso?

O Harry revirou os olhos.

-Não, não me esqueci. - aclarou negando com a cabeça. - Não se pode ser romântico contigo. Estragas sempre tudo.

Soltei outra gargalhada.

-Isso nem sequer foi romântico! - queixei-me e ele de seguida desenhou uma careta divertida no seu rosto.

-Queres algo romântico? - perguntou dando-me um curto beijo.

Ri semicerrando os meus olhos.

-Sim. - afirmei jogando com o seu cabelo.

-Já vais ver. - disse levantando-se da cama.

Imitei o gesto e mostrei-lhe um olhar de confusão quando tirou a camisola e olhou para mim elevando uma sobrancelha.

-O que estás a fazer? - perguntei e o meu olhar recorreu cada centímetro do seu torso.

Aproximou-se de mim e pegou-me em braços.

-Agora és a minha princesa. - disse provocando que corasse.

Sorri, beijando a sua bochecha quando ele abriu a porta do quarto.

-Ei! - queixei-me. - Onde vais? Não tenho calças!

-E eu não tenho camisola. - aclarou como se nada se passasse e eu fiz força para me soltar. E se o Edward nos via?

-Harry, pelo amor de Deus! - exclamei mas ele agarrou-me com mais força e caminhou pelo corredor. Agarrei-me do seu pescoço enquanto ele me pegava como se fosse uma princesa.

Apoiei a cabeça no seu ombro e tranquilizei-me ao ver a porta do quarto do Edward fechada. Suspirei. Queria saber o que estava a fazer aí dentro, mas era melhor não entrar. Depois de tudo, ultimamente metia-me medo. Muito medo.

O Harry levou-me até à porta de casa e abriu-a para sair por esta.

-Harry, onde vamos? - perguntei confusa enquanto ele se dirigia ao elevador.

-Já vais ver.

-Estou de cuecas no corredor do meu andar. - declarei perplexa . - Estás louco.

O Harry riu.

-De amor.

Baixei a cabeça uns segundos, esperando que não se notasse o meu embaraço. Mas sem dúvida que o fez. Mordi o lábio e o Harry entrou no elevador comigo em braços.

-Não faças isso. - ordenou. Elevei o meu olhar até ele.

-Porquê? - perguntei.

-Estou a tentar ser romântico. Ao corar e morder o lábio despertas o meu lado selvagem.

Ri.

-Essa ideia não me desagrada assim tanto. - sussurrei mordendo o lóbulo da sua orelha.

-Não, não, não. - afastou-se suavemente de mim. - Quero ser romântico.

-Ai. - queixei-me de maneira brincalhona beijando o seu pescoço, ele de novo voltou a afastar-se de mim com um sorriso.

O elevador parou e as portas abriram-se justamente à frente da porta que ia parar ao terraço do último piso. Estremeci por causa do frio quando o Harry abriu a porta. Ele apertou-me um pouco mais para não ter frio e saiu até ao terraço.

Elevei o meu olhar assombrada ao estrelado céu.

-Foi um ideia improvisada. - disse o Harry sem me soltar. - Por isso não há velas, nem comida, nem uma manta, nem... - fez uma pausa olhando para todos os lados com uma careta.- Nada.

-Não faz mal. - disse acariciando a sua bochecha. - Por mim está bem. De qualquer maneira prefiro que me abraces do que uma manta.

Ele sorriu e caminhou um pouco mais, até ficar perto do lugar onde podia divisar os edifícios e as luzes da cidade brilhar. Sentou-se sem me soltar e deixou-me sentada no seu colo. Apoiei a minha cabeça no seu ombro e ele acariciou a minha cintura com doçura. De seguida senti as borboletas voar loucas pelo meu estômago e lembrei-me do que o Marcel me disse.

Deves estar com o que faz com que o teu coração bata a mil e, sobretudo, com o que sentes que passarias toda a tua vida ao seu lado.

Levei os meus dedos à bochecha do Harry para o acariciar com admiração. Ele olhou-me nos olhos e entreabriu os lábios com lentidão. Perdi-me no seu olhar e no tato da sua pele. Senti a sua respiração subir e baixar com nervosismo. Entreabri os lábios da mesma maneira e encostei as nossas testas antes de pousar a minha mão inteira na sua bochecha com delicadeza e depois fazê-lo com a outra para o aproximar de mim. Beijei os seus lábios como bem tinha feito inumeráveis vezes, mas havia algo diferente desta vez, porque sabia que ele era quem fazia o meu coração bater a mil.

-Amo-te. -  disse.

-Eu amo-te mais. - respondi.

Voltei a apoiar a cabeça no seu ombro e, depois de uns minutos em silêncio, o rapaz falou enquanto o brilho das estrelas me chamavam como se de ímanes se tratassem.

 -Não sei o que fazer com o Edward. - começou. - A Grace tem-no muito fodido.

-Quem é a Grace? - atrevi-me a perguntar sem olhar para o rapaz nos olhos.

O Harry apanhou ar.

-A Grace é... - fez uma pausa. - A ex namorada do Edward. Ela deixou-o por outro, mesmo que o facto de ter ido com outro não seja o que importa, mas quando o fez.

Olhei para ele estranhada. Quando?

-Não percebo.

O Harry suspirou e engoliu em seco enquanto o seu rosto mostrava incomodidade.

-A minha família apagou esse ano da sua mente. - começou captando a minha atenção. - Quando tínhamos quinze anos, o Edward... - fez uma pausa e os seus olhos ficaram chorosos. - O Edward teve cancro. - arregalei os olhos sem conseguir acreditar no que estava a ouvir. O Edward? Cancro? Era para interromper, mas o Harry continuou a falar. - Nessa altura a Grace era namorada do Edward e tivemos sorte que lhe tivessem detetado o cancro a tempo. Era no rim. Por isso operaram-no para lhe tirar o rim que estava mal, mas depois da operação o Edward começou a deprimir. A Grace não o queria ver e quando lhe ligava era para gritar com ele e dizer-lhe que estava farta da sua doença. Ela dizia-lhe "Edward, sinto-me sozinha, porque é que já não me vens ver?" e ele respondia-lhe "Acabaram de me tirar um cancro, como queres que vá? És parva?" Passavam dias assim. Ele gostava muito dela. O Edward é frio e seco, mas quando gosta de alguém gosta mesmo a sério e não lhe importa o muito que essa pessoa o lixe ou o magoe. Mas isso tudo fez com que os pontos da operação rebentassem quando uma vez a Grace veio e ele tentou levantar-se para ir atrás dela. Nunca tinha visto tanto sangue na minha vida. Achei que iria morrer. Mas, sabes o pior? A Grace não ficou com ele, nem vendo-o assim à sua frente ficou. Por sorte vieram os médicos e voltaram a levá-lo para a sala de cirurgias. Quando saiu do hospital a Grace veio e disse-lhe que acabava com ele porque não a tinha sabido tratar como merecia. Ele perguntou-lhe o que é que tinha feito e ela disse "Não estar ao meu lado durante dois meses e fazer com que eu tenha que ir atrás de ti como se estivesse nesta relação sozinha". Eu estava no quarto ao lado e ouvi tudo. Juro-te que nunca vi uma rapariga tão estúpida na minha vida. Foi-se embora e o engraçado é que veio com um rapaz e apresentou-o ao Edward. Ele ainda estava doente e encontrava-se muito mal e ela aproveitou a ocasião. É muito cabra.

Assenti com a testa franzida, agora entendendo a atitude do Edward. Ele estava prestes a morrer, ele precisava dela naquele momento e ela foi-se embora.

-Que cruel. - disse ainda sem acreditar no que o Harry me tinha explicado. - Agora entendo porque é que está assim. No entanto já passou muito tempo.

-Há coisas que nunca se superam. - concordou.

Sentia vontade de ir buscar a tal Grace e arrancar-lhe as mamas por ser cabra. Quem no seu perfeito juízo faria algo assim? Quem? Quem seria tão mau e cruel?

-É por isso que também chama puta a todas as raparigas. - acrescentou Harry com o olhar fixo no horizonte. - Se a Grace é uma puta, todas são como ela. - soltou uma gargalhada negando com a cabeça. - Que vou fazer com ele? É um parvo.

Sorri com doçura.

-Adoras o Edward. - afirmei. - Adoras o Edward e ele a ti. Mas os dois são muito orgulhosos e, como dois meninos pequenos, lutam pelas coisas que não deviam.

-Não vou negá-lo. - concordou.

O silêncio voltou. Mas não afastei o olhar do seu rosto. Este era o meu final. O final que abria um começo muito maior. Era um final previsível. Sim, era. Depois do problema com os trigémeos, ter acabado com algum dos outros teria sido mais original. Mas, sabem? As coisas originais não têm que ser as melhores. A originalidade não está em fazer algo diferente e fora do comum. Mas, como disse um filósofo de que agora não me consigo lembrar, a originalidade está em fazer as coisas que te saem com espontaneidade e sinceridade. As coisas que te atraem e de que gostas sem sequer pensar se fosse algo diferente. A originalidade está em seguir-te a ti mesmo e ao que sai de ti sem pensar no que  os outros teriam feito ou não. Não me importavam os clichês, nem os final previsíveis. Porque era o meu final. E o meu final é como o meu próprio destino indica e como eu quero. Depois de tudo, o importante não é o princípio ou o final, mas as coisas que se passam entre as linhas.

Há coisas que nunca saberemos. Respostas que nunca obteremos, porque chegará o final. E os finais deixam mistérios, os finais apenas querem acabar. E quando algo acaba, acaba para sempre. Mesmo que neste caso seja apenas o começo.

Beijei o Harry e ele correspondeu-me de imediato. Virou o meu corpo para ficar em cima de mim, e com a lua e as estrelas como únicos espetadores, fizemos amor repetindo o muito que nos amávamos.

E agora, acreditas em finais felizes?

Sim, acredito.

Continue Reading

You'll Also Like

24K 1.2K 43
Depois da Batalha, Ginny Weasley, a única rapariga da sua família, vive a pior fase da sua vida: Harry Potter volta para Cho Chang, os seus irmãos es...
1.8K 177 23
💚 FANFIC CONCLUÍDA 💚 ESTA FANFIC É BASEADA NO DORAMA: HAPPINESS O DORAMA TERMINOU MUITO APRESSADO, ENTÃO ESTÁ FIC SERIA O EXPLICAÇÃO E O FINAL DO...
6.9K 591 20
[CONCLUÍDA] Laila é uma renomada dançarina brasileira que foi selecionada pela agencia do grupo BTS para ser uma das coreógrafas dos garotos. Ela dei...
633K 34.9K 62
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...