In The Dark || L.S

By aquitemlarry

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{CONCLUÍDA} {EM REVISÃO} NÃO É DEATH FIC Louis Tomlinson é um garoto de classe média baixa de 21 anos que fo... More

Aviso
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo

Capítulo 7

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By aquitemlarry


"Harold? Soubemos que teve alta, filho!".


"E só voltaram agora? Achei que estava fazendo parte de algum 'esqueceram de mim'." Diz descendo as escadas da enorme mansão.

"Você sabe que temos deveres eleitorais para cumprir." Sua mãe o abraça levemente. "A propósito, seu pai e eu precisamos da sua ajuda na campanha! Estávamos pensando, você ficou bastante tempo no hospital, não tem nenhum moribundo que possa nos dar seu depoimento e apoio na campanha? Pode ser qualquer um, até mesmo aquele baixinho petulante!"


"Eu não vou fazer isso."


Harry podia estar furioso com Louis, mas ele ainda tinha princípios.


"Como não?" Diz Anne. "Nós livramos sua cara do processo dos malditos Payne! É o mínimo que pode fazer!"


"Vocês não podem brincar e manipular a vida das pessoas por um bem próprio. Vocês nem ao menos estão fazendo isso por uma boa causa! Sem chance, eu não vou compactuar com essa merda de campanha."


"Você vai!" Diz Des pela primeira vez. Harry nem havia notado que seu pai estava presente. 


"Você vai, pois essa 'merda' de campanha é o que te dá sustento. A menos que você queira perder todos os seus luxos e trabalhar, você vai selecionar qualquer inválido que possa nos ajudar. A escolha é sua." Des retira a gravata do pescoço e sai da sala com uma Anne satisfeita atrás.

A intenção de Harry, no dia seguinte, não era estar parado em frente ao quarto de Louis, porém foi mais forte que ele.


"Olha só quem está de volta."


"Cadê o Louis?"


"Morreu há dois dias."


"O que?" Os olhos de Harry se arregalaram.


"Mentira." Perrie ri. "Mas não é da sua conta. Não depois do que você fez."


"É muito fácil ficar do lado do seu amiguinho sem saber de toda a história."


"Ah, eu sei. Louis é um idiota. Mas é um idiota com dignidade. Diferente de você. Vá embora, Harry."


Então ele voltou para casa desejando um bom copo de vodka para esquecer toda aquela merda, não bebia ou fumava desde o acidente, mas sabia que essa sobriedade não duraria muito tempo.


Arranjou um paciente, como seu pai havia imposto, mas também lhe deu uma boa quantia em dinheiro, assim a pessoa não seria um objeto total nas mãos de políticos ambiciosos.


"Quem é que não tem dignidade,uh?" Pensou enquanto virava seu sexto shot de vodka.



                                                  xxx 1 mês depois xxx



Se você acha que assistir à campanha eleitoral na televisão é chato, imagine acompanhar uma. Sorrisos falsos, apertos de mão que poderiam facilmente virar socos, declarações forjadas e muitas mentiras. Era como se fosse um programa de relacionamento da MTV, só que formal.


Depois de passar por quase dez cidades com seus pais, finalmente esta era a última. Após isso, eles iriam para fora do país ou algo parecido e Harry finalmente poderia ter paz.


O palanque montado perfeitamente na praça central da cidade, fotos e panfletos com o rosto de Des decoravam as ruas junto com o bando de idiotas que ouviam seu pai falar e acreditavam fielmente em suas promessas. Toda vez que Harry esboçava algum sinal de tédio, sua mãe prontamente lhe dava um beliscão discreto na bunda, então ele voltava a sorrir como a porra de um filho perfeito.


As crianças não davam a mínima para o que Des falava, apenas continuavam suas brincadeiras. Nesses momentos, ele desejava voltar a ser como elas. Quando seus pais lhe davam pelo menos o mínimo de amor e atenção. E foi olhando as crianças que Harry percebeu um rosto familiar sentado mais ao fundo.


Louis estava fodidamente lindo. Sem as roupas brancas do hospital, ele trajava uma calça jeans, blusa preta e uma jaqueta. Tinha óculos escuros nos olhos e os mesmo tênis branco que usava no hospital. Em sua mão direita, havia dois sapatinhos infantis. Na esquerda, um cigarro. Mesmo sem ter motivo algum, Harry nem espera que seu pai termine o discurso, desce do palanque e vai em direção ao antigo amigo.


"Então você tem uma vida fora do hospital." Diz sarcástico.


"Eu te conheço?" Diz Louis.


"Você não se fazia de desentendido quando queria me perturbar no hospital, Louis."


"Cara, você deve está me confundindo com alguém..."


"LouLou! Olha como eu estou alto!" Uma criança de cabelos loiros o chamou.


"Ernest, desça já daí! Se você cair eu vou me foder!"


"Foder! O LouLou vai se foder!" Ernest gritava em cima do telhado do castelinho de madeira.


"Desce já, Ernest! Ou eu vou te entregar para o homem do saco!"


Harry o olhava com uma expressão sarcástica e braços cruzados.


"Você teria acreditado se não fosse Ernest. Eu sou um ótimo ator!"


"É seu irmão?"


"Um dos seis, yeah." Disse e observou a expressão curiosa de Harry. "O que foi? Minha mãe aparentemente gosta de procriar."


"Mais quatro e ela já terá seu próprio time de futebol." Harry debocha.


"Vai ver, essa é a intenção dela afinal de contas." Esboça um sorriso.


Um silêncio estranho se instala até ser quebrado por Ernest.


"Você que vai foder o LouLou?" Pergunta olhando para Harry.


"Não da forma que eu gostaria." Sussurra o irmão. "O que foi agora monstrinho?"


"LouLou tenho algo pra você. Abra as mãos." Esticou a mãozinha.


"O que é?" Louis inocentemente estende as mãos abertas. Ernest deposita cocô de gato e começa a gargalhar. "Você sabe que vai ter volta né? Eu vou pegar aquela maldita bola de pelos que você tem e fazer churrasco!"


Mesmo com a ameaça, o garotinho continuou gargalhando e saiu correndo. Porém é outra gargalhada que chama a atenção de Tomlinson.


"Você acha isso engraçado, Harry? Espere até eu esfregar na sua cara!"


Harry é perseguido por um Louis furioso ainda com o cocô nas mãos. Eles estavam correndo há alguns minutos quando o mais novo teve a brilhante ideia de arremessar as fezes. Ele só não contava que cairia no decote da mãe de Styles.


Os dois pararam de correr e arregalaram os olhos.


"Harry, esse garoto acabou de jogar excremento em mim?" Diz Anne com nojo.


"Não era exatamente a forma que eu queria conhecer a minha sogra, mas sim, eu joguei cocô em você, perdão. Quer que eu pegue?"


Harry volta a gargalhar alto enquanto via a expressão de nojo da sua mãe ao retirar as fezes de dentro do vestido.


"Vim apenas avisar que eu e seu pai já estamos partindo. Voltamos em um mês, talvez menos. Se cuide e tenha companhias melhores." Diz olhando para Louis com raiva, saindo logo em seguida.


"De zero a dez, qual o nível que sua mãe me odeia?" Diz limpando as mãos na calça e dando graças a Deus por ter sido um cocô seco.


"Não sei, talvez...mil."


"De qualquer modo, mães de namorados nunca vão com a minha cara mesmo."


"Louis, não somos namorados."


"Tem razão, noivo." Debocha. "Oh, Deus! Cadê o Ernest? Se eu perder o pirralho minha mãe me mata! Foi legal de ver de novo, Harry. Apesar de... você sabe."


Harry ia retrucar mas já era tarde. Até que se divertiu, levando em conta o tédio da campanha presidencial que estava enfrentando, poderia facilmente dizer que é o melhor dia que teve em um mês inteiro. Porém, ainda assim não devia ter vindo aqui falar com Louis. O sentimento de algo não resolvido ainda persistia no peito de Styles. Seus pensamentos foram interrompidos quando sentiu um leve puxão em sua calça.


"Moço que vai foder o LouLou, você pode me comprar um sorvete?" Disse abrindo um enorme sorriso parcialmente desdentado.


Todos tem suas fraquezas. A de Harry, era crianças. Não sabia de onde vinha a tamanha obsessão por esses seres humaninhos em crescimento, mas sabia que não conseguia controlá-la.


Eram uns quinze minutos mais tarde quando Louis encontrou os dois. Ernest estava sentado no colo de Styles e lambia uma casquinha de baunilha enquanto o mais velho limpava inutilmente sua boca.


"Ernest! O que eu te disse sobre aceitar coisas de estranhos?" Brigou mesmo sabendo que Harry não faria nada de ruim ao seu irmão.


"Não faz mal se fui eu que pedi, não é?" Pergunta inocente.


"Ainda assim faz mal, Ernie! Não pode sair por aí pedindo coisas a estranhos!"


"Mas ele não é estranho, ele é o moço que vai te foder!" Diz com um sorrisinho.


Louis bufa enquanto Harry esboça um sorriso.


"Okay, vamos pra casa."


"Eu levo vocês." Harry interfere.


"Não precisa, moramos perto."


"Eu insisto. Estou de carro e sem companhia."


"Aposto que achará companhia melhor que uma criança nojenta e um doente fora do hospital."


Harry olhou para o rosto novamente sujo de Ernest e sorriu.


"Aposto que não. Vamos, meu carro não está tão longe."


Assim que o carro estacionou em frente a humilde residência, Harry tomou um grande choque do quanto a sua realidade difere da realidade de Louis. A casa era praticamente a junção da sua sala de estar com a cozinha e ainda assim moravam mais de sete pessoas nela.


"Okay, Ernest nada de falar palavrões na frente da mamãe."


"Mas se algum escapar?"


"Você diz que aprendeu com a Lottie, okay?" A criança assente. "Bom, obrigado pela carona Harry." Ia sair do carro mas uma mão o segurou.


"Por que não deixa o Ernest lá dentro e vamos dar uma volta?"


"Está me chamando para um encontro?"


"Você é meu noivo ou não?" Brinca. "Só quero conversar com você. Podemos?""Me dê dois minutos."


"Tchau moço que vai foder o LouLou! Obrigado pelo sorvete!" Diz saindo do carro."Me chame só de Harry da próxima vez, okay?"


Nem mesmo Styles entendeu porque ele disse que haveria uma próxima vez. Aproveitou enquanto Louis estava lá dentro e ligou para alguns amigos.


"Okay, tchau." Terminou a ligação quando Louis sentou-se no banco do passageiro. "Espero que se lembre de como é o mundo fora daquele hospital pois hoje nós estamos indo a um pub."


"Por que você está tão simpático?" Diz desconfiado.


"Só estou tentando ser legal,okay? Não fode as coisas."


Louis o encara de olhos semicerrados mas não fala nada.


Ao chegarem, Harry pede logo três shots de vodka e Louis recusa, ficando com apenas uma água.


Tomlinson sentia que a intenção do cacheado era boa, mas suas atitudes estavam botando tudo a perder. Não esperava uma declaração de amor por parte dele, mas também queria ter o mínimo de respeito.


"Me faça um favor, Harry! Está esperando alguém? Está há dois minutos olhando para a porta! Quer sair pra dar sua foda rápida? Eu espero!"


"Não é nada disso Louis! Estou realmente esperando alguém, mas é apenas um amigo!"Diz meio bêbado. "Olha lá! Ele acabou de chegar!"


O garoto com os cabelos pintados de loiro aparentemente já estava embriagado, pois veio tropeçando até a mesa em que estavam e se jogou brutalmente ao lado de Louis."Jesus Cristo."


"Eu não sou Jesus Cristo, sou Niall." Diz estendendo a mão para o menor. Mesmo contrariado, Tomlinson soltou um sorrisinho e apertou as mãos do garoto. "Trouxe mais duas pessoas, espero que não se importe."


"Harry! Quanto tempo!" Kendall aproximou-se e lhe deu um abraço.


A respiração dele parou quando viu a melhor amiga de Kendall dizer um sussurrado boa noite, apenas por educação.


"Jade." Diz receoso. "Sente-se aqui, eu preciso de outro shot mesmo."


"Vá com calma. Você está dirigindo" Diz calma mas o tom de sarcasmo em sua voz é notório.Harry voltou para a mesa com mais três shots de vodka, entregando um a Niall. Logo em seguida sentou-se, com Kendall em seu colo.


Louis estava visivelmente desconfortável. Não pelo ambiente, pois acredite ele estava bem familiarizado com esse tipo de evento, mas pelo contexto. Não o incomodava tanto, até ele se tornar o assunto da conversa.


"Harry trouxe um amigo mudo?" Kendall debocha.


"Deixe o garoto, Kendall." Reclama Jade. "Ele está tão desconfortável quanto eu."


"Ah deixe disso! Aproveitem e façam um casal!" Sorriu maliciosa para Harry.


"Casal? O relacionamento mais heterossexual que o Louis já teve foi quando passou pela vagina da mãe dele." Harry debocha.


"Nem isso. Eu nasci de cesárea. Felizmente gay desde o nascimento. Se me dão licença, estou indo embora." Fala sarcástico e com extrema raiva.


Sai do pub dando graças a Deus por ter trazido pelo menos algum dinheiro pro táxi e já estava fazendo sinal, quando Styles o impediu.


"Você veio comigo e vai voltar comigo." Ordenou.


"Harry você está bêbado e inconveniente. Só me deixa em paz tá bom? Volta pros seus amigos.""Eu deveria! Eles estão se divertindo assim como eu enquanto você está sendo um puto chato. Vou ficar aqui com você pelo menos até outro táxi passar." Diz acendendo um cigarro.


"Você poderia apagar, por favor?"


"Não." Diz cínico. "Você me estressou, eu preciso relaxar."


"Harry!" Diz Louis tentando controlar sua raiva. "Apaga essa merda de cigarro."


"Não sei qual o seu problema, Louis! Eu não sabia que ser falso moralista era uma característica sua."


Louis já sentia-se zonzo por conta da fumaça e sua raiva, não ajudou nenhum pouco."É lógico que você não sabe qual o meu problema Harry, até por que você não sabe como é querer respirar e não conseguir! É um inferno!" Grita.


"Pare de ser um cuzão, Louis! Eu vi você com um cigarro lá no parque! Falso moralista!" Grita de volta.


Louis retira o cigarro do bolso.


"Eu não acendo, okay? Eu só coloco entre os dentes pra ter um pouco da sensação relaxante que a nicotina me dá." Tosse. "E sim, eu vi isso naquele maldito filme!" Puxa o cigarro da boca do cacheado, jogando no chão.


"Não tinha como eu saber!"


"Não haja como se você se importasse, Harry. Nunca deveria ter aceito isso!""Eu que não deveria ter te convidado!"


"Se fosse pra me ignorar e ficar debochando de mim com aquela mulher estúpida, não deveria mesmo!"


"Você está com ciúmes?"


"Será que dá pra não ser um idiota narcisista só por um segundo? Eu só queria o seu respeito! Você não respeitou nem a prima do seu amigo morto!"


"Então vamos entrar nesse mérito de novo, Louis? Vai me chamar de assassino com todas as letras?"


"Eu não quis dizer isso e já me desculpei, que merda!" Diz respirando pesadamente. "Você não é um assassino, foi um acidente, coloque isso na sua cabeça de uma vez por todas e pare de se culpar para que os outros tenham pena de você."


"Por que você é o exemplo disso não é Louis? Tudo o que você procura é a pena dos outros, como se tivesse uma placa em cima de você dizendo SINTA PENA DE MIM ESTOU DOENTE. Você sente pena de si mesmo, Louis."


Louis tentava recuperar o ritmo de sua respiração. Não pelo cigarro, pois ele já tinha apagado, mas sim pela batalha que travava contra suas próprias lágrimas.


"Você está bêbado. Não sabe o que está dizendo." Suspirou deixando algumas escaparem. "Volte para lá Harry, talvez mascarar a dor tenha algum valor pra você."


Harry estremeceu ao ver o pequeno chorando, mas estava bêbado e era orgulhoso demais para aceitar seus erros. Apenas tirou o maço de cigarro do bolso, arremessando - o para longe. Trocou olhares uma última vez com Louis e voltou para o pub.


Assim que adentrou o local ele foi diretamente ao encontro do bar, ele pediu shots e mais shots de vodka. Ele não sabia ao certo o porquê de estar fazendo aquilo, ele só queria tirar aquela sensação de aperto que estava sentindo no peito, e não tinha nada melhor que a bebida para fazer aquilo.


De repente a imagem de Louis chorando por causa das palavras duras que o mesmo lhe proferiu passaram por sua mente.


"Merda Harry, por que você tá pensando nele? Ele não é ninguém, ele só quer atenção." Falou para si mesmo logo em seguida virando mais um shot. Ele tomou mais três e quando menos esperava, já estava saindo do pub.


Harry olhava para todos os lados. A vista embaçada, os cabelos uma verdadeira bagunça, suas pernas não conseguindo fazer o seu devido trabalho que era mantê-lo em pé. Ele andava de um lado para o outro na procura do de olhos azuis e nada. 


"Merda." Resmungou a si mesmo, Louis já havia ido embora.


Ele estava perdido, não sabia o que estava fazendo, não sabia por que queria tanto encontrar Louis ali. Ele então se sentou no meio fio colocando os cotovelos sobre os joelhos e segurando sua cabeça abaixada entre as mãos. Harry ouviu passos e risadas ao fundo, mas apenas ignorou, a risada continuava e alguns dos vários passos foram se afastando, menos um. O barulho dos saltos batendo no chão chegaram ao seu lado. E só então ele levantou a cabeça para ver quem era.


"O que você quer? Veio jogar na minha cara também que eu sou um lixo e que eu matei seu primo?" Harry fala enquanto voltava para sua posição inicial deixando abafar as últimas palavras.


Jade solta um suspiro e com um pouco de dificuldade devido ao vestido que estava usando, sentou-se do lado de Harry, olhando fixamente para frente.


Depois de vários minutos que mais pareciam horas para ambos, ela então começa a falar."Eu também sinto falta dele, Harry." Diz. " Ele era mais que um primo, ele era meu melhor amigo, eu o amava tanto. Ele também te amava Harry, muito, ele o tinha como um irmão.""Se você realmente veio aqui para jogar tudo isso na minha cara, você está perdendo seu tempo, eu já sei que sou um merda e...


"Harry, cala a boca e deixa de ser um babaca por pelo menos 30 minutos." Interrompe Harry com a voz um pouco carregada de raiva.


"Eu não tô aqui para julgar ninguém.E sei que o meu primo também não ia querer isso. Eu não estava na hora do acidente, mas sei que a culpa não foi sua Harry. Você nunca faria algo de propósito, ainda mais com uma pessoa que você amava e admirava, e não adianta negar, eu sei que você se sentia assim em relação a Liam."


Harry ri balançando a cabeça. "Você não me conhece, não sabe o merda que eu sou, eu só trago tristeza e mágoa para os que se aproximam de mim."


"Não é verdade. Pare de se culpar Harry, pare de fazer os outros sentirem pena de você. Não precisa disso, você é melhor que isso, se você sabe o que aconteceu, e sabe que não teve culpa, não ligue para o que os outros falam, siga em frente, de cabeça erguida."


Harry funga, lágrimas grossas já rolavam pelo seu rosto, tudo que Jade estava lhe falando era verdade, mas ele ainda não estava pronto para encarar.


Ele então vira para a mulher ao seu lado, ela ainda olhava para frente fixamente, uma lágrima escorria por sua bochecha, mas ela parecia não ligar.


"Por que está me ajudando?"


Ela o encara, olho no olho, dá um leve sorriso e fala.


"Era o que ele ia querer, que você tivesse apoio, e não pena."


Harry não fala nada, apenas concorda com a cabeça. E quando ele menos espera ele abraça Jade. No começo não é correspondido, mas não liga, apenas continua abraçando cada vez mais forte, e logo ele sente braços finos contornando seu tronco lhe devolvendo o abraço. Eles ficam assim por mais uns cinco minutos, até se afastarem. Já não choravam mais, estavam calmos e perceberam que aquele abraço fez toda diferença. Não havia desculpa, nem pena, era apenas um abraço.


"Obrigado!" Diz para Jade.


"De nada, e obrigada você também. Vem, vou lhe levar para casa." Diz já levantando e estendendo a mão para ajudar Harry a levantar.


"Será que você poderia me levar a um lugar antes? Preciso resolver uma coisa."


"Acha que só por que eu te dei conselho eu sou sua motorista particular?" Diz rindo. "Vem, eu te levo até a casa do Louis."


"Como você sa..."


"Intuição feminina." Sorri e dá uma piscadinha com um olho se virando em seguida indo em direção ao carro de Harry.



X X X



Jade já havia parado o carro de Harry na frente da casa de Louis fazia exatos quinze minutos, e tudo que o cacheado fez foi ficar olhando fixamente para a casa do lado de dentro do carro. Uma das luzes da casa estava acesa ainda, eram 3:30 da madrugada, e essa luz vinha do cômodo de cima, Harry supôs ser o quarto de Louis.


"Será que a princesa pode agilizar esse processo de desculpa aí? Eu tô com sono e tenho aula daqui..." Diz dando uma pausa e olhando o relógio no painel bufando em seguida. "Três horas. Bora, tira essa bunda magrela do banco e vai falar logo com ele."


"Eu tô com medo de ele me expulsar no pontapé da casa dele." Harry suspira cansado. "Acho que não é uma boa ideia no final das contas e..."


"Ah não, você não me fez perder minhas preciosas horas de sono pra no final você amarelar." Diz e se estica até a porta do passageiro abrindo a mesma e logo tirando o cinto de Harry. "Vamos, anda logo, sai desse carro."


Harry se dá por vencido e sai do carro, a caminhada é longa, e cada vez que ele se aproxima mais da porta, a vontade de dar meia volta e sair correndo em direção ao carro fica maior, mas ele sabe que se fizer isso Jade ia lhe bater até ficar roxo.


Quando ele chega na varanda e para de frente para a porta, ele repassa tudo que veio treinando para falar com Louis, mas nada vem, deu um branco em sua cabeça.


"Porra, eu não acredito nisso, não acredito que tô nervoso pra falar com esse idiota. Você parece um adolescente de merda Harry."


Ele então escuta passos na parte de dentro da casa, e minutos depois ele encontra um ser de olhos azuis vermelhos e baixo, talvez pelo choro recente ou pelo sono mesmo, cabelos bagunçados e usando um pijama que lhe engolia por completo parado na porta e com um olhar de pura confusão.


"Harry? O que tá fazendo na minha porta?"

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