Irresistible Woman「 akalynn ×...

By UranusMang

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Evelynn Stelle-Wong, ou simplesmente Eve, é uma mulher que sabe o que quer e como conseguir. Sua arma é a sua... More

P L A Y L I S T
1. Irresistível Evelynn
2. Raposa Megera e irresistível
3. A noite irresistível foi perdida
4. Irresistível sensação intrigante
5. Perda de controle irresistível
6. Almoço irresistível
7. Um convite irresistível
8. Toques atrevidos e irresistíveis
9. Os mimos irresistíveis de Evelynn
10. Planos irresistíveis
11. Visita atrapalhada, mas irresistível
11.5. Um sábado irresistível (MissEveKai) 🔞
12. Um passeio irresistível
13. A irresistível festa surpresa
Especial - Uma mini-entrevista irresistível
15. Desejos são irresistíveis, decepções são inevitáveis
Book Trailer
16. Tentação irresistível
AVISO - Comemorando os 6k
17. Quem é mais irresistível
18. Irresistível loucura
18.5. Doce, selvagem, irresistível (Ahrilynn) 🔞
AVISO (de novo)
19. Irresistível é meu nome do meio

14. Mentir é irresistível, mas a verdade sempre vem à tona

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By UranusMang

e v e l y n n

Eu acho que na minha vida passada devo ter cometido todos os pecados possíveis, pois não tem como isso ser algo menos sério do que um castigo vindo diretamente de Deus, ou seja lá que entidade superior que toma conta do nosso mundo. Se existe mesmo alguma força espiritual divina que controla o universo, ela deve ter achado ofensivo que eu tivesse uma vida tão plena e boa até agora e decidiu me dar uma punição para que eu abaixe a bolinha. Não é possível! Foi só comemorar que tudo estava dando certo até agora, e o que que Deus faz? Isso mesmo, ele me fode do jeito menos gostoso.

É claro que eu estava nervosa com esse bendito desafio de Jinx, porque Akali claramente não está consciente das suas ações e parece-me extremamente determinada a me atiçar, e o problema é... E se ela conseguir?

Eu não posso me permitir a isso, não quando eu debochei da sua beleza e disse que jamais ficaria com ela.

— Akali fazendo um strip-tease, vivi pra testemunhar isso! — gargalhou Qiyana junto com Ekko e Jinx, que foi até a cozinha arrastar uma cadeira onde eu deveria me sentar e apreciar o show. Seraphine estava muda e com uma expressão terrível, Akali é tão sonsa que nem percebeu isso e eu? Estou nervosa pra cacete.

Deus do céu, que Akali faça alguma gracinha e eu acabe rindo ao invés de ficar atiçada.

— Cadê o som, Jinx? Eu quero música! — resmungou a japonesa.

— Pelo jeito todo mundo está muito fora de si, não acham que-

— Vai amarelar, dona Eva? — a maluca de cabelo trançado me lança um olhar desafiador e um sorrisinho diabólico — Não se preocupa, do jeito que a Akali tá, ela vai torcer o tornozelo tentando dançar!

— Hey! Tu não bota fé nenhuma em mim, né guria? — a de mechas loiras começa a falar cada vez mais alto, com certeza chapada de álcool.

— Claro que não. Eu quero me divertir com a merda que tu vai fazer e com a cara de desgosto da dona Eva! — riu Jinx — Ó, dança aí, que essa música eu sei que tu anda viciadona em ouvir!

Jianine estava com seu celular em mãos e não demorou muito para que todos ficassem em silêncio, a melodia começou a tocar no aparelho e acabei por reconhecer a música: Party, Feel, Love, uma b-side da cantora HyunA em parceria com o namorado dela – acho que o nome era Edawn ou Dawn – e quando a voz masculina iniciou a cantoria, Akali se voltou pra mim com um sorrisinho de canto e veio em minha direção, retirando no meio do curto caminho a jaqueta preta que ela se recusou tanto a tirar do corpo no início da festa. Lancei um olhar de desespero para Seraphine, tentando me comunicar com ela por telepatia ou qualquer outra mágica milagrosa.

Seraphine, pelo amor de Deus, a festa é sua! Finge uma ânsia de vômito, sei lá! Impeça essa garota de dançar pra mim, antes que eu caia na tentação!

Ela claramente não entendeu meus olhares, por que só eu tenho pensamento lógico rápido nessa família?

Acabei sem opções quando a própria Seraphine desviou o olhar com uma cara desgostosa, ao mesmo tempo em que Akali começou a dançar de fato e fui obrigada a prestar atenção no seu showzinho. Eu confesso, ela estava levando isso a sério demais e, diferente das expectativas de Jinx, Akali se movimentava muito bem no ritmo da música, sem desviar o olhar de mim em momento algum e sem desfazer aquele bendito sorrisinho lânguido do rosto. Eu não estaria preocupada, se por um acaso a bendita japonesa não estivesse cumprindo muito bem o desafio. Não havia maneira de impedi-la de chamar minha atenção e o jeito que ela está me encarando me provoca.

Quando a voz da cantora se fez presente, Akali começou a cantarolar junto com ela, se aproximando ainda mais de mim:

Espere até a festa pra sentir o amor, ay! — não consigo desviar o olhar do seu rosto — Onde você fica tão embriagado que parece que você está mais quente que o sol... — sinto vontade de correr quando percebo tardiamente a sua intenção de se sentar no meu colo, a sua voz cantando essa letra é totalmente... — A noite vai ser longa pra curtir e sentir o amor, ay!

O que está acontecendo aqui? Um pouco de bebida e eu perco o controle dos meus próprios desejos?

Mas não precisa se apressar, vamos devagar... — eu não fazia ideia de que o timbre da japonesa podia soar tão sensual assim, num tom um pouco mais agudo que imitava o de HyunA, e perceber que isso me afeta me deixa surpresa e nervosa de um jeito ruim! — Esse seu jeito de ser roubou meu coração... — ignorei com muita força de vontade o fato de que ela estava perigosamente perto de mim e me amaldiçoei internamente por estar gostando disso.

Droga, não era para isso estar acontecendo!

E também esse seu olhar distraído. — me assusto quando ela joga os braços nos meus ombros e passa a mover lentamente os quadris. Merda, por que Akali resolveu vir de shorts pra essa festa? Se ela continuar se esfregando em mim desse jeito... — Eu quero saber tudo sobre você.

De alguma forma, a Kinkou se transformou nesse desafio infernal, de uma simples garotinha que só me fazia revirar os olhos cada vez que abria a boca pra falar besteira, pra uma mulher inesperadamente atraente. Eu não conseguia parar de olhá-la, e pior, não conseguia frear aquela sensação quente tão conhecida por mim... A excitação. Faço o maior esforço do mundo pra permanecer imóvel, minhas mãos estão se coçando pra agarrar Akali e controlar o ritmo da sua dança indecente, porém, retenho ao máximo essa vontade ao me lembrar que Seraphine e seus amigos estavam presenciando isso.

Eu não posso me entregar a isso, não posso...

Estou adorando ter a sua respiração tão perto de mim... — não obstante em rebolar no meu colo num ritmo ridiculamente provocativo e lento – culpa da música igualmente lenta –, Akali aproxima os lábios do meu ouvido e começa a cantar baixinho, apenas pra mim — Se apresse e me envolva no seu abraço...

Nem fodendo que eu ia envolvê-la em abraço nenhum! Isso está passando dos limites e eu preciso que alguém interrompa essa tortura!

— Gente... — ouço a voz de Jinx, ao passo em que Akali se afasta pra me lançar outro sorriso lascivo. Eu já estava perdida naquela nova imagem da Kinkou em cima de mim e, pra piorar o meu estado aturdido e quase seduzido pelo seu encanto, ela teve a audácia de pegar minhas mãos – que estavam muito bem quietinhas na beirada da cadeira – e colocá-las envolta da própria cintura.

Juro por tudo o que é mais sagrado, que eu me segurei com toda a força possível pra não mover as mãos do lugar e explorar aquele corpo por vontade própria.

— Jinx? — Seraphine encara a amiga e a música é pausada, para a minha sorte, obrigando Akali a parar o que estava fazendo, ainda que ela estivesse resmungando — Você tá bem?

— Sera, onde é o banheiro? — perguntou a azulada, colocando a mão na boca com um olhar desesperado.

Conheço essa expressão... Ânsia de vômito!

— A menina vai vomitar! — exclamo, praticamente jogando Akali pra longe e me levantando da cadeira — Não no meu tapete! Sera'er, me ajuda aqui!

— Auch! — a japonesa soltou um gemido de dor por ter caído de bunda no chão, a qual eu ignorei por estar mais atenta à possível chuva de vômito que sujaria o carpete caríssimo da sala.

Prioridade que fala, não é?

Seraphine e eu nos apressamos em levar Jinx pro banheiro mais próximo e como eu suspeitava a garota estava passando mal e, assim que entramos ela se joga em frente ao vaso sanitário, botando pra fora toda a comida e bebida que ingeriu. Faço uma careta desgostosa, pois não é uma visão agradável, enquanto minha irmã faz o favor de segurar a franja e as tranças azuis para trás para que Jianine possa continuar vomitando sem risco de sujar o próprio cabelo.

— Caramba, acho que você exagerou mesmo, Jinx. — Sera suspira, afagando as costas da amiga. E eu?

Eu 'tô aliviada que consegui escapar de uma morte terrível, porque sei que esse algodão-doce ambulante que eu chamo de irmã caçula estava prestes a arrancar Akali do meu colo pra me matar enforcada.

Ela não pode me culpar, afinal, quem foi que concordou com esse maldito jogo de "Verdade ou Desafio"? Tudo bem que eu entrei nessa pra me divertir às custas do seu constrangimento em dar um super amasso com a sua paixonite na frente dos seus amiguinhos, só que ninguém aqui estava esperando que Jinx desafiaria Akali a fazer esse estúpido lap dance pra mim. Eu não pedi por isso!

— Sorte que estou acostumada a ter remédios pra esse tipo de situação, segura as pontas por enquanto, Sera'er!

Me retiro do banheiro às pressas, quase derrubando Qiyana no meio do caminho, já que ela estava por perto na companhia de Akali e Ekko.

— Ela tá bem? — perguntou a latina.

— Nada que vários goles de água e um Engov não resolvam. Ela só bebeu além da conta. — reitero — Aliás, acho que todos aqui passaram dos próprios limites!

— É, eu não 'tô bem não... — a risada de chaleira só confirma o que Ekko está dizendo.

— Eu 'tô de boa! — e novamente Akali resmunga — Um bêbado faz isso? — claro que essa criança desmiolada está bêbada, considerando que ela tentou plantar bananeira no meio do corredor sem ninguém ter pedido.

— Akali, queridinha... Você claramente está bebum! — afirmo, cansada desse furdunço — Qiyana, você que parece um pouco mais normal que o resto... Me ajuda a cuidar desses bebês?

— Pode deixar. — concordou — E aí, amiga? Tudo bem?

Volto-me para trás, me deparando com a imagem de Seraphine apoiando Jinx, que parece estar um pouco melhor depois de regurgitar tudo o que ingeriu na festa.

— Akali do céu... — a doidinha riu — Sua dança foi tão ruim que eu tive que gorfar!

Deus... Me perdoa, mas eu não consegui não rir. Nem eu, nem Seraphine e o casal não assumido.

— TEU CU! — berrou a Kinkou, para o sofrimento dos meus ouvidos.

— Acabou a bagunça! — bato duas palmas pra chamar a atenção dos indivíduos meio embriagados, meio lúcidos — Todos pra sala!

— A gente não deveria ir embora? Já tá bem tarde! — disse Qiyana.

— Até parece que eu vou permitir que vocês, crianças irresponsáveis, peguem a estrada nesse estado! Assim vai ser a última festa da Sera'er que vocês vão comemorar! — argumento, empurrando todos para a sala de estar – que está uma verdadeira zona de guerra –.

— Então eles vão dormir aqui? — questionou Seraphine.

— É a solução. — suspiro, não muito feliz por chegar a esta conclusão.

Isso que dá fazer festa na sua casa, Evelynn...

— Opa! Se é assim, eu durmo com a aniversariante! — Jinx se agarra ainda mais na Sera, que se espanta com o atrevimento da garota.

— Nada disso, piradinha! — puxo a Levesque pela trança na intenção de causar dor mesmo, obrigando-a a se afastar da minha irmã — Não acha que já causou o suficiente por hoje?

— Ai, ai, ai! Mama Eva tá no comando, já saquei! Ai! — choramingou — Solta meu cabelo, tá doendo!

— Vai parar com a gracinha? — interrogo num tom sério, a menina faltava implorar para que eu a soltasse de uma vez, então assim o fiz — Sera'er, Qiyana, agora é a hora de trazer água, uns Engov e tudo que alivia mal-estar, antes que um desses três... — aponto para Jinx, Akali e Ekko — Passe mal e o meu tapete corra o risco de ser manchado!

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Deu um pouco de trabalho, mas consegui apaziguar o caos pós-festa e instalamos todos os amigos de Seraphine na sala de estar, isso depois de fazê-los beber o máximo de água possível e até mesmo o meu estoque de Engov – que eu guardo no fundo da geladeira para situações semelhantes –. O lado bom da bebida alcoólica é que os quatro apagaram rapidinho e não se incomodaram nem um pouco em dormir amontoados no sofá e no chão forrado de almofadas e lençóis. Inclusive, Qiyana e Ekko dormiram grudadinhos no sofá no maior love, ao contrário de Akali e Jinx, que mais pareciam chutar uma à outra no chão.

— Me diga que essa zorra toda te fez um pouco mais feliz hoje, pequena. — isso nem foi um pedido, foi praticamente uma clemência. Minhas forças foram completamente exauridas depois de lidar com esse circo.

— Fez sim, jiejie. Nem acredito que você participou desse plano! — riu, me acompanhando num último gole d'água na cozinha antes de nos prepararmos para dormir também.

— Aleluia, acertei em alguma coisa! — debocho, virando o copo — Ainda bem que aniversário é só uma vez por ano. Não ia aguentar mais uma dessas, não.

— Eu 'tô feliz que você finalmente está mudando, jiejie. De verdade, essa noite foi muito especial pra mim... — seu tom deixou nas entrelinhas que ainda tinha alguma coisa que ela queria me dizer, e suspeito do que se trata essa última pendência.

— Foi ótimo, mas...? — instigo-a a prosseguir de uma vez.

— Não é nada, eu só... Acho que ainda 'tô meio nas nuvens! — a risada que ela solta pareceu-me falsa, fruto do seu nervosismo — Eu beijei a Akali!

— Pois é, graças a mim! — não deixo de me vangloriar, afinal, era a verdade — E também devia agradecer àquela garrafa danadinha, que adorava apontar pra sua queridinha mototaxista!

— Agora eu 'tô com vergonha, porque foi na frente de todos vocês! — Sera cobre o rosto com as mãos e esse gesto me faz rir.

— Um puta beijo, hein? Pensei que ia precisar pegar o extintor de incêndio do carro pra apagar o fogo das duas pombinhas. — brinco, ela me dá um tapa no braço — Ué, você aproveitou bastante, não? Sua língua nunca se mexeu tanto na vida!

— Para de me zoar, por favor! — ela reclama, mas está toda risonha, parecendo uma boba-alegre — Eu 'tô eufórica demais pra dormir, parece que a ficha caiu só agora, sabe?

— Privilégios dos apaixonados, suponho. — sorrio — Mas aconteceu, querida irmãzinha. E eu espero que você aproveite e pergunte pra sua goleira de futebol de botão se não rola uma segunda dose.

— Você devia parar de dar esses apelidos pra ela, sendo que vocês têm no máximo 5 cm de diferença de altura, e eu estou sendo até que generosa. — censurou-me.

— É divertido chamá-la assim. E por falar em apelidos... De onde veio esse "Bubblegum"? — óbvio que não vou perder a oportunidade de abrir os olhos da Seraphine, tá bem na cara que Jianine Jules tem um enorme tombo por essa tapada que eu chamo de irmã, só que ela não percebeu ainda por estar encantada pela japonesa arquiteta de lego.

— Ah, a Jinx me chama assim por causa da cor do meu cabelo. E porque, segundo ela, eu sou doce e viciante igual chiclete! — ela mal termina de falar e minha sobrancelha se ergue numa expressão altamente sugestiva — O quê? Que cara é essa?

— Sera'er, não é possível que você seja tão inocente, querida. — rio da sua carinha confusa — Você é o chiclete que essa garota tá afim de mascar, e não finja que não entendeu o que eu quis dizer!

— A Jinx? Nãããão! Haha, que loucura, jiejie! — a forma como ela dá risada e gesticula só mostra que estou certa: Seraphine é uma sonsa!

— Seraphine Xiara Stelle-Wong, faça-me o favor... Ela ficou puta porque você beijou a Akali, até machucou a menina sem querer! — contesto, bebericando mais um pouco da minha água — A birutinha se insinuou pra você o tempo todo e, pasmem, se auto convidou a dormir na mesma cama que você!

— Ela só estava brincando, jiejie. Eu conheço a Jinx, ela é maluca e fala essas coisas só pra zoar. — replicou-me.

Cristo, enquanto eu fiquei com os olhos sensíveis à luz, a Seraphine já está completamente cega!

— Ok, coração. Que explicação você tem pro surto dela com o teu beijo com a Kinkou?

— Ahn... Eu já disse que ela é maluca? — franziu o cenho — É... Explicação eu não tenho.

— Pois eu tenho! Ela gosta de você e o único motivo de ter feito aquilo foi por uma coisinha chamada ciúmes! — estalo os dedos na sua frente, fazendo-a piscar pelo susto — Hello? Acorda, meu amor! Você tá metida num triângulo e nem se deu conta!

— Triângulo- Eve, não! — negou com a cabeça — Isso nem faz sentido. Se a Jinx tivesse a fim de mim, ela teria me dito de uma vez. A medrosa do grupo sou eu!

— Isso se ela já não tiver dito e você que não prestou atenção, né criança? — rio — Considerando seu vocabulário, a Jinx deve ter jogado alguma metáfora sobre gostar de você e você que não leu as entrelinhas.

— Minha irmã, entenda... Não! — Seraphine me acompanha no riso, totalmente desacreditada da minha teoria — Não sei nem se ela gosta de mulher, aliás, não sei nem se ela tem amor por alguma coisa que não seja tatuagem e química!

— Então pode acreditar, amorzinho, que quando você menos esperar, essa menina vai perder a santa paciência e vai te tascar um beijo! — termino de vez a água e coloco o copo no devido lugar — Isso se a Akali não pedir um bis daquele beijo, porque ela também aproveitou isso.

— Acha que ela gostou? — perguntou.

— Se não gostou, fingiu muito bem, porque a pegada da menina... Eu vi! — afirmo — E agora precisamos dormir, que amanhã é segunda-feira e a sua mordomia acaba!

— Espera, jiejie! — antes que eu pudesse me retirar da cozinha, Seraphine me segura pelo pulso — Eu tenho que te perguntar uma coisa...

— Hm?

— O desafio da Akali... De te atiçar.

Droga, esperava que ela se esquecesse dessa cena. Tocar no assunto só me fez reviver aqueles torturantes dois minutos na minha cabeça e, involuntariamente, a imagem da japonesa no meu colo cantando aquela baixaria insinuante me faz sentir coisas que eu não deveria... Uma delas sendo nervosismo mal disfarçado.

— Você ficou balançada, deu pra perceber. — afirmou, me deixando tensa — Evelynn, eu não vou mentir, é claro que eu não gostei nem um pouco de ver aquilo.

— Sera...

— Mas não foi culpa sua, foi a Jinx que fez o desafio. — ela me corta, o que acaba me surpreendendo — Eu 'tô feliz por ter beijado a Akali finalmente, mas eu estranhei demais aquele clima que rolou entre vocês duas, e nem adianta você dizer que não aconteceu, porque todos vimos!

— Sera'er, eu não vou mentir pra você... Foi estranho. Aconteceu algo ali, sim! — nem sei de onde está vindo coragem pra revelar isso, mas eu já decidi ser sincera com ela daqui pra frente.

E não é como se eu pudesse esconder, ainda mais com as expressões que sei que fiz com cada ato de Akali.

— Pra falar a verdade, eu acho que foi a situação mais desesperadora da minha vida.

— jiejie, tudo bem. Se eu estivesse no seu lugar, com certeza eu teria sentido mil coisas, a Akali sabe usar o que tem. Não estou lhe culpando por ter sido atiçada, eu só... — sem mais o que dizer, ela apenas me solta — Enfim. É isso.

— Seraphine, eu não sou fura-olho. — afirmo, mesmo que ela não tenha insinuado nada — Eu nunca faria isso com você.

— Eu sei, jiejie. Vamos encerrar esse assunto, eu tenho aula amanhã, e você provavelmente tem muito o que fazer na Vulpes.

— Ah sim, tenho... — acabo por sorrir maliciosamente de imediato.

Kwon Ah-Ri, você que me aguarde! O que é seu, já tá muito bem planejado e bem guardado...

— Boa noite, jiejie! E obrigada de novo, o dia foi perfeito! — com o clima tenso dissipado, Seraphine me abraça, voltando ao status de "aniversariante feliz".

— Fico feliz em ouvir isso, pequena. Boa noite! — deixo um beijo no topo da sua cabeça — Tranca a porta, que é capaz da Jinx acordar do nada e invadir seu quarto!

— Para, jiejie! — riu, entrando no quarto.

Incrível como passar a tarde com Seraphine e a noite com os amigos nessa festa conseguiu me deixar mais cansada do que a minha sessão com Kai'sa e Sarah. Agora, eu mereço um bom descanso.

a k a l i

Você percebe a diferença de classe social quando, mesmo dormindo no chão da sala apenas com almofadas e lençóis, teve a noite de sono mais tranquila da sua vida, superando as camas dos hotéis pelos quais já passei – e nem vou considerar comparar a cama improvisada que Evelynn e Seraphine montaram pra mim e pra Jinx com o colchonete velho do meu apê de quinta categoria –. Mesmo indo dormir tarde pra caralho, acabei acordando antes de todo mundo, não sei nem se tem alguém acordado. Usando minhas habilidades ninjas, faço o possível pra não acordar meus amigos, que ainda estão presos no mundo dos sonhos – principalmente o parafuso solto da Jinx, que tá até murmurando alguma coisa no meio dos seus devaneios – e me levanto, sentindo a dor da ressaca atingir minha cabeça com a força do martelo do Thor.

Puta que pariu, que dor dos infernos!

Aparentemente eu estava errada sobre ser a única acordada no recinto, pois assim que cheguei na cozinha me deparei justo com quem? Ela mesma, Evelynn Stelle-Wong, o motivo dos meus sonhos e dos meus pesadelos. Assim que me dou conta de que estamos sozinhas – por mais que ela não pareça ter notado minha presença no antro ainda –, todos os meus atos da noite anterior piscam na minha mente e eu me recordo do momento em que eu estava praticamente me esfregando no seu colo igual uma puta, usando a letra da música pra expressar o quanto eu queria a atenção dela, e pior, acho que só consegui passar vergonha, pois ela mal reagiu.

Caralho, Kinkou Akali, que merda você fez? Tudo bem que foi uma delícia, mas-

Zǎoshang hǎo, abacaxi! — acabo levando um susto quando ela me nota parada na porta — A pronúncia não é tão difícil.

— Eu não s-sei nada de chinês, não. Melhor ficar só no good morning memô'! — sorri de nervoso.

Assim não dá, Akali! Se toda vez que você olhar pra Evelynn, você tiver esse piripaque todo, nunca que vai conseguir qualquer chance de parecer menos retardada e causar boa impressão! RELAXA, PORRA!

— Creio que esteja com uma baita dor de cabeça, considerando o volume de álcool que consumiu ontem. — ela faz sinal com a mão para que eu me aproxime e não ouso fazer a desfeita de não obedecê-la.

Até porque, do jeito que eu 'tô virando cadelinha oficial dela, se ela quiser jogar café na minha cara e me humilhar, eu vou acabar soltando um "Nossa, muito obrigada!".

— Isso tá totalmente sem açúcar, né? — pergunto, encarando a xícara de café que ela me oferecera.

— Se você quer doce, é só comer os biscoitinhos de mel, querida. — riu — O lado bom é que ajuda nessa sua ressaca.

— O quê? Biscoito de mel? — pergunto totalmente incrédula.

— Não sabia? — Evelynn ergue uma sobrancelha numa expressão divertida — Ainda tem muito o que aprender comigo, bebê.

— Ah, pois então deixa eu fazer uma lista! Começando pelo curso de línguas! — zombo, me sentando na banqueta ao seu lado.

— Então inclua nessa sua lista o curso intensivo de francês e italiano! — e mais uma vez, ela me deixa pasma.

— Mentira! Tu sabe falar francês e italiano? Quando você arranjou tempo pra essas coisas?

— Já disse no jogo de ontem que não fiz muita coisa durante a adolescência por me focar nos estudos. Línguas é uma das coisas a qual me dediquei por muito tempo, e é bem útil, se quer saber.

Fico em silêncio, absorvendo essas novas informações sobre Evelynn. Ela é realmente incrível, estamos em níveis muito diferentes e não digo apenas socialmente. Observando sua postura elegante enquanto beberica do seu café com tanta graça e leveza, é nítido quão desajeitada e burra eu pareço ao lado dela, me sinto patética e inútil só por querer fazer uma comparação entre nós duas.

Somos polos opostos e talvez seja por isso que ela me atrai tanto. Porque ela é diferente de tudo o que eu conheço e sou.

— Eu nunca pensei em aprender outra língua além do coreano. Cresci no Japão, achando que não precisava fazer essas coisas...

— Akali, entenda uma coisa... Eu tive e ainda tenho meus privilégios. Meus pais não são milionários nem nada parecido, mas sempre fizeram de tudo para que eu e a Sera'er tivéssemos uma educação de qualidade. Poucos tem essa chance. — argumentou — E quem correu atrás de aprender mais de um idioma além dos de nascença, fui eu. Foi escolha minha por conta do meu trabalho, que eu já havia decidido na minha adolescência, não é como se todo mundo tivesse a obrigação de ser poliglota, e nem de já saber o que vai ser depois que sair da escola.

— Mesmo assim, ainda acho isso incrível e gostaria de tentar. Só não sei se tenho capacidade pra aprender.

— Ah, consegue sim. Não se menospreze, garota. — ela ri, e só esse ato me torna três vezes mais boiola por ela.

Que risada linda, puta merda... Como não se apaixonar desse jeito?

— Mas, sério, sei que o chinês e o inglês é porque você já é chinesa e americana ao mesmo tempo... Mas francês e italiano?

— A França e a Itália sempre foram lugares que eu almejava conhecer e o que me deu oportunidade para realizar tal sonho foi o início da minha carreira de modelo. Inglês pode ser a língua universal, mas acho um pouco idiota pensar que todo mundo nesses países saberia falar inglês! — explicou — Então, tive que aprender pelo menos o básico para me comunicar. Não acha que seria prepotência da minha parte falar apenas inglês na terra dos outros e esperar ser entendida? Americano tende a se achar o centro do universo, mas eu nunca compactuei com isso, Deus me livre!

— Engraçado, você passa uma imagem de superioridade tão excêntrica, só que você não é nada disso. — antes que eu pudesse me impedir, as palavras simplesmente escapuliram da minha boca.

— Eu tenho meus motivos para ser exigente em muitos âmbitos. Só que eu não posso menosprezar as pessoas pela sua classe social ou lugar de origem, Akali. — ela me encara, com aquele sorriso discreto e sincero perfeito — O que eu sou hoje é fruto de muito esforço, então o máximo que posso fazer é me gabar dos meus méritos, mas nunca diminuir alguém por ter menos chance de ser como eu, pois isso nem sempre é escolha da pessoa.

Fico sem ter muito o que dizer depois dessa, apenas reparo em como Evelynn se comporta de maneira elegante e poderosa com tanta naturalidade que chega a ser ridículo de bonito. Eu até poderia estar salivando com essa visão, pois ela está apenas com um baby-doll preto e as pernas nuas e cruzadas, a coluna ereta numa pose classuda que eu nunca conseguiria ter sentada num assento sem encosto como essa banqueta, segurando a xícara de café para mais um gole que não produz ruído algum – enquanto eu pareço uma britadeira mastigando o biscoito –. Contudo, não consigo transformar essa imagem tão delicada em algo malicioso, é apenas... Lindo.

— Nossa... Isso é bem legal da sua parte.

— Não é legal, Kali. — outra risada, parece que eu sou capaz de conseguir fazê-la rir com muito pouco, isso é bom — É apenas deselegante e sem noção menosprezar pobres só porque consegui ficar rica. Eu sou a exceção que confirma uma regra injusta, não há glamour algum em me vangloriar por isso. Porém, eu tendo a ser exigente com as pessoas que fazem parte da minha vida, pois não a quero cheia de gente inútil e de personalidade imutável. Pra crescer, você precisa de pessoas que também crescem com você.

— Cinco minutos de conversa e eu já me sinto mais inteligente, você é uma ótima professora! — brinco.

Cinco minutos e consegui fazê-la rir umas dez vezes já, isso está me deixando bem mais confortável pra conversar com ela. E, Deus, como eu gosto de vê-la rindo tão casualmente assim... É fofo, só que eu jamais vou ter coragem de dizer isso na cara dela.

— Agora, cá entre nós... A Sera-chan é muito diferente de você, tem certeza de que são irmãs de sangue? — pergunto.

— Eu já me questionei isso quando era criança. — respondeu, dando outro gole silencioso no café forte — Mas sem dúvida, a Sera'er é uma Stelle-Wong. Eu acabei puxando muito mais as características chinesas da minha mãe do que as do meu pai, que é o americano da história. E com ela foi o contrário, por isso somos tão diferentes fisicamente.

— Seus olhos são mais puxados que os dela, mesmo. Seus pais acertaram pra caralho quando fizeram vocês duas, que genética foda! — meu comentário a faz rir novamente e óbvio que eu me encanto ainda mais pelo seu riso perfeito.

Mesmo sua risada consegue ser viciante, Evelynn é encantadora dos pés à cabeça, meu Kami-Sama!

— Imagina, meu pai simplesmente chegou na China se achando o gostosão, palavras da minha mãe, não minhas. E aí, se encontrou com a beldade chinesa, segundo ele, e deu no que deu. Modéstia à parte, eu amo minha descendência chinesa porque meus olhos são a coisa mais maravilhosa desse mundo! Agradeço minha mãe todos os dias por ter nascido com os seus olhos dourados!

E eu tenho que agradecer à mãe da Evelynn por ter parido uma mulher gostosa da porra! Ela fala como se só os olhos chamassem a atenção, quando tudo nela é milimetricamente perfeito, quase como se ela fosse um anjo que resolveu dar um passeio na Terra.

— A Sera-chan vive reclamando pra mim que não conseguiu esses benditos olhos, mas eu gosto dos dela! — comento.

— Amém, alguém pra concordar comigo! Essa menina não faz ideia de como é bonita, vive se comparando negativamente comigo e eu não gosto de fazê-la se sentir assim! — suspirou — Akali, faça o favor de enfiar na cabeça da minha irmã que ela também é bonita?

— Ora, mas eu já tentei! — dou risada — Tem alguém teimoso na sua família? Porque com certeza, a Sera-chan puxou isso de algum parente! É teimosia de nascença!

— Se tem uma coisa que os Stelle possuem, é teimosia! Nem misturando com a família da minha mãe deu jeito! — outro suspiro, um mais pesado que o anterior — É sério, Akali, creio que só você tem capacidade de mudar essa perspectiva da Sera'er.

— Por que você tá falando isso nesse tom sério?

— Ela se importa com o que você diz. Por Deus, não é possível que você não tenha percebido ainda!

— Do que você tá falando, Eve? — agora eu estou ficando confusa, o que ela quer dizer?

— A Seraphine sempre ouve o que você diz, Akali, porque ela está... — Evelynn para de falar, aparentemente repensando se deve prosseguir ou não — Droga, não era pra eu estar falando isso...

— Agora que começou, termina! — exigi — A Seraphine está o quê?

— Completamente a fim de você!

Silêncio. O biscoito de mel que estava prestes a comer escorrega entre os meus dedos e o baque do alimento com o prato demonstra a minha total falta de fala, eu abro a boca várias vezes e nenhuma palavra sai.

Não acredito... Ah não!

— Ah. — foi tudo o que consegui dizer — A Sera-chan... Gosta de mim.

— Você é mais lerda do que eu pensava, está tão óbvio... — retorquiu — Pelo jeito, eu estava errada, não é? — seu tom de voz denunciava que havia decepcionado suas expectativas. Embora não tenha feito isso de propósito, sinto-me mal — Você não poderia dar uma chance a ela?

— Bem, não me entenda mal, Evelynn. A Sera-chan é uma garota incrível... — desvio o olhar, me preparando para as minhas próximas palavras. Ou é agora, ou nunca terei outra oportunidade — Eu até poderia dar uma chance, mas tem um problema! — volto a encará-la, lançando o melhor sorriso sugestivo que consigo esboçar — Ela não é a Stelle-Wong de quem eu estou a fim!

A xícara de café não conclui seu caminho até os lábios de Evelynn, visto que ela paralisou assim que eu terminei de falar. O silêncio entre nós me deixava desconfortável, mas eu não podia mais ficar me contendo. Mentir pode ser irresistível e até mais fácil, só que a verdade, hora ou outra, apareceria, e eu estou cansada de fingir que não estou interessada na mulher a minha frente.

— Perdão, eu acho que não ouvi direito. — ela devolve a xícara ao pires, soltando um breve riso de incredulidade — O que você diss-

— Você sabe o que eu disse. — num ímpeto cruzo a distância curta entre nossas banquetas, Evelynn fica tão chocada com a minha ação que se cala e arregala os olhos dourados quando ouso segurar seu rosto com ambas as mãos — E você sabe o que eu quero fazer agora, Eve.

Nós estávamos tão perto uma da outra que eu conseguia sentir a sua respiração batendo contra minha face, meu olhar recaí sobre a sua boca, tão perfeitamente bem desenhada que me dá uma vontade insana de tomá-la pra mim. Sorrio com malícia diante da sua falta de postura, agir com impetuosidade parece tê-la surpreendido o suficiente para que não consiga ter uma reação imediata, logo, ela não me impediria de prosseguir com o que eu mais desejava no momento.

Quando penso em findar de vez com aquela distância minúscula entre nós, sou interrompida pela voz de Seraphine:

— O que está acontecendo aqui?

.

.

.

N/A: Saudações irresistíveis!

Finalmente saiu esse capítulo e MEU DEEEEEEEEEEEEEUUUUS!

SE EU TÔ SURTANDO, EU IMAGINO COMO VOCÊS ESTÃO ASHASHSAHASHSAHSAHSAHASHSAH

Eu não vou nem comentar nada desse capítulo, vou deixar que vocês façam isso KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Hoje não vai ter sessão de memes também, porque eu ainda tô eufórica com esse final de capítulo, que eu prometi que seria um dos melhores da fic até agora! Kisu e até a próxima atualização >3<

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