DETENÇÃO × jikook

By Armydios

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[CONCLUÍDA]Um clichê onde Jeongguk é capitão do time de lacrosse da escola, e que irritar Park Jimin é um de... More

AVISOS
1| O novato pé no saco
2| Minnie esquentadinho
3| O belo mau exemplo
4| Gguk e Minnie
5| Um beijo, um nariz quebrado!
6| Detenção
7| Quarto do zelador
8| Recompensa
9| Um cinema de aventura e descobertas
10| Um só coração
11| O amor
12| Melhores sensações
13| Lembrete diário
14| Afobados
15| Confissão
16| Liberdade
17| Tempestade
18| Para sempre
Agradecimentos
2° TEMPORADA: sinopse
1| Escolhas
2| Simples e completo
3| Um passado
4| Pressentimento
5| Ponta do iceberg
6| Porto seguro
7| Despedida
8| Bolas escalonadas
9| A partida
10| O incógnito
11| Esquecimento
12| Lei da atração
13| Um grande mal entendido
14| Uma boa colônia de férias
15| Sorrisos forçados
16| Triste indecisão
17| Completo estranho
18| O primeiro dia
19| Manda chuva rural
20| O inevitável
22| Lições da vida
23| A libertação
24| Verdades sejam ditas
25| Sobre todas as coisas que eu...
26| Para sempre sua Paris × F I M
NOTAS × LIVRO?

21| Cartas na mesa

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By Armydios

Três dias se passaram e, em todos eles, Jeongguk se manteve deitado na cama que lhe fora cedida desde sua hospedagem ali na fazenda. O homem estava alegando ainda sentir dores nos quadris, todavia, Jimin sabia se tratar apenas de uma espécie de manha da sua parte para que ganhasse muito carinho, uma vez que era algo frequente em suas rotinas.

O moreno, sempre que fica doente, prorroga — diga-se finge — os sintomas por mais tempo do que o normal, em razão de almejar receber ainda mais cuidados. Assim mesmo, feito um gatinho carente, o qual Jimin não consegue resistir, ainda que estivesse ciente de suas artimanhas.

E foi por isso que, o ex-ruivo não hesitou em continuar cuidando do namorado, permaneceu ao seu lado, como se fosse a sua verdadeira missão na terra. Até mesmo rejeitava a ajuda oferecida pela sua avó e Namjoon, esses que, de vez em quando, iam dar uma espiada na recuperação alheia, acabando por findar o dia com conversas engraçadas, as quais faziam até mesmo o moreno esquecer de suas dores e mover-se como nunca.

Claro que, quando a sós novamente, seu teatro continuava, pedindo massagens em cada pedacinho do corpo, recebendo de brinde bitoquinhas em todos eles.

O tal jantar prometido ainda não havia sido marcado, porém tudo por decisão de ambos, que acharam melhor aguardar a total melhora do moreno, para só depois terem aquela conversa tão tensa com Doyun.

Apesar de que não estavam mais afetados em demasia devido as indiretas que a mais velha jogava — essas que saíam de sua boca por puro costume —, somente procuravam mudar de assunto, assim como o outro envolvido. Sem chateação.

— Jeongguk, você está abusando demais de mim, não acha?

Jimin protestou enquanto levava a colher com sopa, em direção a boca muito bem desenhada. Não estava reclamando e isso se mantinha explícito em sua feição risonha.

— Um pouquinho, mas você aguenta.

Respondeu um tanto atrapalhado, tentando digerir o que lhe foi dado.

— A sua sorte é que eu gosto de ser o seu enfermeiro particular.

Gabou-se, todo pomposo. Jeongguk riu, tendo que colocar a mão na boca para não cuspir aquela mistura de legumes e carnes.

— Você tem algo a reclamar dos meus cuidados, seu ingrato?

Jimin fingiu brigar, afastando o prato de comida, como se aguardasse a resposta certa para só então continuar a alimentá-lo. E era o que de fato estava acontecendo.

— Não, você é o melhor não-enfermeiro do mundo.

Respondeu, pendendo um pouco na direção do outro para selar sua bochecha rapidamente, em contribuição para as suas palavras amenas, buscando ser recompensado.

Jimin sorriu, rendendo-se a tudo aquilo, quase desmontando ali mesmo.

Amavam-se e era impossível alguém não perceber. E quem não percebe, certamente se abstém de enxergar tamanha demonstração de afeto. 

— Amor…

A voz de Jeongguk soou no quarto, parcialmente suave, baixinha, atraindo a atenção do outro. Este que lhe olhou no fundo dos olhos, à espera.

— Você acha que ela vai reagir mal quando souber?

Não que aquilo influenciasse em algo em seu relacionamento, porém, ainda sim era uma questão que lhe tirava o sono, porque não queria ser rejeitado por uma pessoa tão importante na vida de seu próprio namorado.

— Sinceramente? Eu não sei, só que estou torcendo para que a reação dela seja positiva. Não quero que o clima fique estranho, caso a vovó não goste da notícia ou teríamos de ir embora no dia seguinte.

Jimin desatou, pensativo.

Jeongguk conseguiu ver a insegurança nadando em seu olhar, sendo esse o motivo para cingir os ombros do namorado, para logo dizer:

— Vai dar tudo certo, você mesmo disse, lembra?

Selou os lábios rechonchudos, vendo a forma como Jimin sorriu fracamente ao mesmo tempo em que tentava equilibrar o prato em suas mãos.

— O que acha de contarmos hoje, hum? Eu já estou melhor, vamos falar de uma só vez, aproveitar que o clima está mais agradável e que ela parece gostar mais de mim, até mesmo riu das minhas piadas recentes.

Suas últimas palavras saíram entrecortadas por conta da gargalhada que dava, em uma tentativa de aliviar o peso das suas primeiras. Estava mais que óbvio para si, que Jimin estava petrificado naquele aspecto, portanto, tentaria lhe ajudar, assim como ele fizera consigo quando decidiu se assumir para os seus pais.

Iriam fazer aquilo juntos.

Como sempre fizeram.

E não só Jeongguk sabia daquilo, como Jimin também e foi por isso que apenas assentiu, encostando a sua testa na alheia, respirando profunda e lentamente, preparando-se de todas as formas concebíveis.

Ele tinha total consciência de que não seria fácil, porque o seu coração entrava em guerra com a sua mente, assim paralisando toda a sua coragem, a qual nunca faltou-lhe, porém, estava escassa desde que recebera aquela bendita carta.

Assentiu porque, mesmo curiosamente receoso, sabia que Jeongguk estaria ali consigo, pronto para o amparar caso nada saísse como o esperado.

E era só aquilo que importava…

Às seis horas da noite, todos se encontravam na mesa, exceto Jimin que se mantinha na cozinha, terminando de fazer a lasanha que prometeu para aquela noite que julgava ser tão especial. A qual tentava, de todas formas, arranjar muita coragem e determinação.

Não negava que se sentia uma formiguinha prestes a enfrentar vespas muitíssimas maldosas.

Respirou fundo, logo aparecendo ali na sala com a forma em mãos, depositando-a no centro da pequena e simples mesa.

— Graças a Deus, eu já estou verde de fome.

Namjoon dramatizou, já pegando o seu prato para servir-se.

— Então se prepare para comer muito, a lasanha do Jimin é melhor que a da mãe dele, inclusive, que ela não me escute.

Jeongguk contou como um segredo, vendo o outro negar levemente, claramente desconcertado com o elogio.

— Por falar nela, vocês ainda moram juntos, meu filho?

Doyun tentou tirar aquela dúvida que lhe veio à cabeça, assim que todos se serviram, franzindo o cenho.

— Não vó’, eu saí de casa desde que terminei a escola, praticamente.

Respondeu, tranquilamente, encarando Jeongguk, este que mantinha um sorriso acolhedor em sua direção, mesmo que mastigando um generoso pedaço daquela comida tão trivial para si.

— Aquela égua te deixou morar sozinho? Desse tamanho?

E todos riram, dessa vez sem exceção nenhuma.

— Eu já sou um adulto, tenho 21 anos.

Defendeu-se, negando com a cabeça.

— Continua baixinho.

A mais velha retrucou, a fim de provocar o neto, porque sabia que mexer com a sua altura era algo que o deixava com os pés arriados.

— E o que uma coisa tem a ver com a outra? Oras, a senhora também mora sozinha e é menor, me respeite, Dodo.

Todos os poros de seu corpo denunciavam a carranca que tomou conta dele, a qual o fez parar de levar o garfo até a boca, para repreendê-la logo em seguida. 

Jeongguk e Namjoon riram mais ainda, estes que só observavam a cena, se empanturrando com o alimento.

— Eu tenho o Joonie para me ajudar a fazer coisas que nossa altura não deixa fazer, sô’.

Retaliou novamente, alimentando aquele cenário deveras cômico.

— E eu tenho o Jeongguk!

Jimin não perdeu tempo em rebater, como se estivessem em uma espécie de guerra. A sua convivência com Jeongguk o fez odiar perder.

Porém, de repente, tudo ficou quieto.

Duas pessoas dali tentavam compreender a fala de Jimin, confusas, enquanto as outras restantes se encaravam, engolindo em seco, totalmente intimidadas com o que estava por vir, todavia, decididas a enfrentar seja lá o que fosse.

E quando Doyun tentou findar mais uma de suas dúvidas, Jeongguk fora o primeiro a ajudá-la:

— Você explora o seu amigo? Com quem você aprendeu a fazer uma coisa dessas, moleque?

— Na verdade, eu moro com ele…

Já era meio caminho andado e só aqueles passos dados foram o suficiente para fazer a mais velha pender a cabeça para o lado.

— Desde quando?

Estava curiosa, a fim de finalmente depreender o que já estava matutando em sua cabeça, desde o acidente do, entre aspas, colega de seu neto.

— O Jeongguk foi morar sozinho assim que terminou a escola, vó’. Eu saí de casa indo me juntar a ele.

Jimin criou coragem para falar algo, ainda que sentisse seus músculos tremendo horrores.

Jeongguk se sentiu mais leve, enquanto Namjoon somente aguardava a conclusão daquela conversa, contente pelo amigo de infância estar, enfim, dando um passo importante, torcendo para que ele o fizesse de uma vez, sem medo.

A mais velha, por sua vez, nada mais disse, somente aguardou a continuação, uma vez que Jimin abria e fechava a boca, como se estivesse prestes a proferir alguma outra coisa.

A verdade é que o ex-ruivo estava organizando todas as palavras dentro da sua mente embaralhada, engolindo em seco pela milésima vez. Nervoso, guiou o seu olhar até aquele que saberia que lhe daria paz, vendo a forma como este lhe incentivava através de sinais sutis, os olhos brilhando mais do que a junção de todas as estrelas que vivem no céu.

Todavia, ele somente abaixou a cabeça, respirando fundo para logo depois terminar de levar a garfada até a sua boca, mastigando o alimento como se ele estivesse acompanhado de espinhos, porém também da força que buscava levar até o seu coração, para só depois daquilo ter coragem de agir, destemido. Sentiu sua garganta inteira fechar, bem como os seus olhos, esses que se apertaram com toda a firmeza que conseguiu.

E Jeongguk — assim como Namjoon e Doyun — que não estava dentro da cabeça do outro, completamente por fora de suas pretensões, encararam aquele seu ato como uma clara desistência, deixando o seu sorriso gradativamente morrer. Suas línguas d’água transbordaram em questão de segundos, um sentimento diferente se apossando de seu corpo.

Ele havia tentado compreender Jimin desde que chegara ali, tentou até mesmo se adequar para pertencer a um padrão que definitivamente não é seu. Aquilo havia sido o seu estopim.

Negando com a cabeça, com cada partícula de sua estrutura física pegando fogo pela incredulidade estampada em sua cara, ele levantou-se, decidido a rumar até o quarto antes que se permitisse chorar na presença de terceiros.

Porque, merda, ele se sentia um tolo.

Ele tentou ajudar o homem que ama e lidar com o medo que visivelmente estava se apossando de seu interior, mas foi tão compreensível que nem mesmo notou que, talvez, o seu amado, não estava disposto a efetivamente aceitar a sua ajuda.

E Jimin, em sua concepção, claramente não estava. Porque, mesmo tendo o seu total apoio, ele continuava relutando.

Difícil foi jogar tudo para o alto, porém, se manteve firme, selando aquela sua mais nova decisão com passos que só pararam no momento em que chegou no andar de cima.

Iria embora, mesmo que doesse veementemente, pois ainda que amasse Jimin, deduziu que lutar por aquilo sozinho não valia a sua saúde mental.

— Jeongguk…

Ouviu uma voz quebradiça chamar pelo seu nome, a qual fez o seu coração triplicar os batimentos. Mas, mesmo amolecido, continuou a juntar as suas roupas na mala que havia levado. Sabia que respondê-lo só serviria para transformar aquela situação em uma bem pior, portanto, permaneceu quieto.

— Jeongguk, por favor…

Park continuou, dessa vez se colocando na frente do namorado, tentando pegar em suas mãos, essas que rapidamente se afastaram, como se tivesse aversão de seu toque.

E aquilo doeu, ah se doeu.

— Desça e me deixe sozinho, anda, Jimin, vai lá continuar com o seu teatrinho. Só que faça isso sozinho, porque eu vou me mandar desse circo.

Bradou, assustando o outro. Ele estava tentando se controlar para não acabar perdendo a razão e falar coisas que no dia seguinte fosse se arrepender, contudo, sentia tanta raiva, que era impossível moderar a sua tonalidade parcialmente alta.

— Eu ia falar, eu juro!

Desesperou-se, ofegante.

— Mas não falou e está tudo bem, Jimin, você não precisa se forçar a dizer isso só por minha causa. Faça quando puder, só não garanto que vou aguentar até lá, porque eu estou exausto de tantas promessas vazias. Você fala tanto e nada faz, tem ideia de como isso está me cansando?

Gargalhou, porém em descrença. Não acreditava que havia se prestado a aquele papel ridículo. Era como se a ficha finalmente tivesse caído.

Deus, ele se sentia tão burro.

Esperou tanto por uma conclusão que nem sequer estava diante de seus olhos.

E se mantinha tão longe do êxito que era desesperador pensar em continuar.

— Eu sei que está e eu também estou! Apenas foquei muito em como dizer e…

Jimin tentou iniciar a fala, porém o namorado o cortou de imediato.

— Chega! Você pensa demais! Qual a porra do problema em falar que namora comigo? Que vivemos juntos e nos amamos, Park Jimin? Você ao menos sente esses sentimentos ou isso mudou também?

Jeongguk tinha ciência de que aquelas palavras eram duras e que o machucaria intensamente, porque a feição do outro se tornou diferente à medida que digeria as informações e as entendia, seus olhos já demonstravam lágrimas de tristeza, enquanto os soluços tomavam forma.

— Nem por um momento eu vou deixar de te amar! Não pense assim, por favor!

Park suplicou, as mãos agitadas faziam movimentos exasperados e seu tom alto beirava ao insano, não havia mais nada a perder, afinal, somente queria impedir que o namorado saísse dali.

— Então me diz qual a porra do seu problema? E que motivo eu tenho para não tirar essa conclusão? Em?

Jeon o agarrou firme pelos braços e conectou os olhares, em seu semblante havia tanta fúria. Não era como se Jimin nunca tivesse o visto assim, pois se rendiam a essas atitudes quando mais novos frequentemente, porém após anos compreendendo um ao outro e ajustando as diferenças existentes, não deixava de ser preocupante a forma como se tratavam naquele momento.

Como se tudo estivesse fadado a perdição. 

Escapando entre os dedos de cada um, todo o esforço e dedicação empregados.

Os corações se quebrando e não se agrupando mais, porque é impossível re-colar os cacos do mesmo jeito.

— Não fala assim amor. Eu também tenho inseguranças, mas elas nunca vão passar por cima do que sinto por você. Por favor, vamos voltar lá e terminar a conversa, sim?

Jimin pediu mais uma vez, sentindo as mãos do namorado se afrouxarem em seu braço.

— Eu já confiei demais em você.

Claramente a fala de Jeongguk havia sido um marco naquela discussão, pois após proferí-las todas as soluções nublaram-se de suas mentes, o diálogo se perdeu e uma dor aguda se instalou nos corpos expelidos subitamente, diretamente no peito.

— Nunca perdi a fé em você, mesmo depois de todas as razões que tive, ainda permaneci ao seu lado cegamente, porque amor é sobre isso Jeongguk. Eu sei que desde que você chegou eu fui um péssimo namorado, só te fiz questionar os meus sentimentos em relação a ti, acabei com todas as chances de termos um clima bom e me dói muito as minhas escolhas, estou sendo um babaca completo…

Park deu uma pausa apenas para suspirar fundo e fechar os olhos temendo qualquer reação sua, pois não queria se perder também. Entretanto, seu tom firme e mais alto entrou em contradição total aos seus pensamentos.

— Não quero comparar uma situação a outra, mas dessa vez eu me sinto injustiçado, porque se eu falei que ia contar essa merda, eu faria sem medo quando estivesse preparado! Você que não teve paciência!

O mais alto sorriu incrédulo levando as mãos na cintura, mordendo os lábios e negando com a cabeça diante das falas. Todavia, não durou muito, pois logo em seguida re-começou a arrumar seus pertences dentro da mala, jogando tudo com força no interior desta.

— É claro que vai dar um jeito de me culpar pelo que fiz no passado. Tô de saco cheio! Não adianta me amar somente com palavras Park, só entre nós dois, não adianta reagir a todas as minhas investidas fervorosamente, se não as retribui a altura. Eu sou o cara que você ama, mas estou sendo tratado como merda, você consegue entender ou vou ter que desenhar para você?

Jeon terminou a tarefa nas entrelinhas de suas falas, passando os olhos por todo o cômodo a fim de checar se não havia algo seu espalhado por ali.

— Nem isso posso fazer, porque não aguento mais ficar aqui! Boa sorte com seu caso de infância ou qualquer outra porra que ele seja! Mas, espero que esteja ciente que, seu namorado, ou nem isso mais, está deixando o caminho livre. Se não entendeu, isso é péssimo!

Terminou já dando alguns passos até a porta, sendo impedido novamente pelo corpo menor do outro, sentia-o tremer pela forma com que se agarrou ao seu moletom, Jeon não tinha coragem de olhá-lo, pois temia sua desistência.

— Me desculpe, Gguk, não vai!

Jimin se sentia incapaz de lutar por aquilo, com sua mente o sabotando em todos os sentidos, dizendo-no que merecia todas aquelas frases e infortunidades.

Todas as ações causam algumas reações, ele estava careca de saber disso.

— Você nem consegue argumentar comigo.

Jeongguk disse se desvencilhando do toque, achando que teria resistência, porém não houve nenhuma.

— Eu te amo, mais do que tudo, mais do que a mim mesmo! Eu te amo Jeongguk, quero que estas sejam as palavras que você ouça e sinta.

Park captou uma das mãos do namorado e levou-a ao peito.

— Meu coração dói, mas ele bate assim somente por você e isso nunca vai mudar! Eu te amo Gguk.

Jimin chorava e apertava os lábios nos dentes, toda sua aura pareceu se apagar e não tinha conhecimento suficiente que provasse que aquele ali, era o mesmo garoto determinado e destemido de antes.

Porque ele não existia mais, não assim.

Com cada partícula do corpo se desmanchando em pó, Jeongguk respirou fundo, retirou a mão alheia de si, distanciando-a para logo depois se forçar a proferir, mesmo que com a garganta totalmente ressecada:

— Nós precisamos de um tempo, Ji…

E então, retirou-se, embora sua vontade fosse de ficar para sempre perto do outro, porque, naquele momento, aquilo não estava os fazendo bem, somente mal.

E não só o seu corpo havia saído da visão panorâmica de Jimin, como também as esperanças deste acompanharam-no, deixando-o cem por cento desamparado. Agora, tudo o que se encontrava naquele quarto silencioso, era um homem com o coração partido. Este que representava um enorme vazio dentro de si.

Park Jimin culpava-se.

Torturava-se física e mentalmente.

As curtas unhas passeavam com força pela pele de seus braços, como se tentasse transferir a dor interna para aquele local, onde claramente seria menos doloroso para si.

Seus pequenos olhos transbordaram de lágrimas, impedindo-o de observar o que estava à sua frente. Porém, ele não se importava com aquilo, pois a única coisa que desejava vislumbrar, já estava deixando aquele lugar. Saindo porta afora sem nem olhar para trás.

Machucava na mesma intensidade.

Queria correr até seu encontro e fazê-lo retornar para que conversassem melhor. Queria ser mais forte, visto que naquele instante sentia-se um tremendo fracote. Mas não conseguiu dar sequer um passo.

O único movimento brusco que Jimin fez foi deixar que seu corpo perdesse o último pingo de força que havia preenchendo-lhe, pouco se importando com as dores que aquela queda nada programada o causaria.

Ele, por aquele generoso período de tempo, tornou-se a própria definição da destruição. Arriscava até a dizer que sentia tudo ao seu redor desmoronando.

Chorava sem medo de ser ouvido, em uma tonalidade alta o bastante para que soubessem de seu péssimo estado. Julgava ser o seu fim. O que suas próprias ações — ou a falta delas — ocasionaram, e ter ciência disso era o que mais lhe derrubava.

Sentiu a presença de alguém e ouviu os passos se aproximarem de si, quando o seu choro cessou, restando apenas alguns soluços.

— Eu afastei uma das pessoas que mais amava…

Lamuriou em um fio de voz. Não sabia quem estava ali ouvindo-o, somente quis pôr sua agonia para fora.

— Jeongguk é a pessoa mais importante da minha vida… Eu…

Continuou respirando fundo entre as palavras e soluços que as cortavam.

— Eu o fiz sofrer tanto e agora é como se merecesse ser deixado. Mas, eu não quero deixá-lo ir… Não sei mais como seria minha vida sem ele!

As mãos foram levadas ao rosto em sinal de agonia pura.

— Você o ama Jimin?

A voz de Doyun se fez presente no cômodo, se aquela fosse uma situação normal, Jimin teria se sobressaltado com a figura ali, tentado disfarçar seu péssimo aspecto para que não afetasse a mais velha, entretanto, nada mais importava para o ruivo. Nem mesmo esconder coisas que já deveriam ter sido reveladas a muito tempo.

— Muito vó, eu o amo! Na verdade, eu menti para todos.

Confessou, contendo as lágrimas com os dedos pequenos, estas que teimavam em decorar sua pele.

— Então me diga meu neto, o que vocês são? O que eu preciso saber?

Dodo o instigou a continuar, mesmo que já tivesse tirado algumas conclusões de antemão, porque precisava ouvir isso da boca do mais novo. A convivência entre os dois, tal que se mantinha mínima nos tempos atuais, não alterou o pensamento da mais velha sobre aquele perfil fraco e debilitado que apresentava, não era do feitio do mais novo render-se tão facilmente.

— Nós vivemos juntos, somos namorados há algum tempo. Jeongguk é o cara que me faz feliz, vó. Só ele consegue tirar o melhor de mim e fazer dos meus dias mais incríveis. Não fique com raiva, eu só não sabia como lhe dizer.

Jimin correu a se justificar, nem sequer parando para respirar entre as frases, porque precisava tirar aquele peso do peito, de uma vez por todas.

— Meu netinho lindo, não sou eu quem deveria ter raiva docê’. Ninguém tem esse direito! Se você é feliz, então, eu também vou estar contente, porque teve esse medo?

Apesar de já fazer uma mínima ideia e até mesmo culpar-se pela sua intromissão em sua vida amorosa, a mais velha queria que o seu neto concretizasse em voz alta.

— Eu não sei vó. Quando cheguei aqui me senti péssimo por não ter participado mais da vida da senhora. Só não queria estragar as coisas… Deixar tudo como estava…

Ele realmente não sabia o porquê de tanta relutância, e estar concluindo aquilo por fim, só servia para agravar o seu péssimo estado.

— As coisas mudam Jiminnie, nem mesmo eu sou cem por cento do que era antes e me desculpe por ter me precipitado tanto e lhe empurrado o Jonnie, sem antes perguntar se estavam confortáveis. Se ‘ocê tivesse me dado ao menos um indicativo disso, de que já tinha uma pessoa na sua vida lá na cidade grande, iria adorar saber mais sobre.

— Você o conheceu, sabe, como meu amigo! Isso foi muito errado vó, Jeongguk não merece isso.

Para Jimin era como se naquele momento tomasse nota de todas as suas falhas, se rendendo mais uma vez ao choro crescente, sendo velado pelo olhar amistoso da avó, que não demonstrou em nenhum momento aversão aos fatos e sim uma condescendência à frente de seu tempo.

Park entendeu que o mais precipitado em tudo aquilo fosse ele, os fantasmas estavam exclusivamente em sua cabeça, o atormentando e nublando o raciocínio lógico que deveria adotar naquele caso.

— ‘Ocês jovens são complicados, tudo vira uma tempestade sem solução. Jiminnie, não sei em qual momento percebi, mas, na verdade, vocês são péssimos em esconder qualquer coisa. Acha que enganar uma senhora como eu é moleza?

Dodo aos poucos adotava gírias, em sua concepção descoladas, tais, que aprendia com os garotos no dia a dia. Teve a atenção completa do neto ao finalizar sua fala, este que adotava uma expressão confusa no rosto.

— Jeongguk ama muito ‘ocê, pude perceber em poucos segundos, em como ele fica todo bobo sobre qualquer coisa que te envolve, netinho.

O ex-ruivo simplesmente não teve como conter o mar de lágrimas que transbordava de seus olhos, assim como o alívio momentâneo que o preencheu, ao perceber que a mais velha não tinha objeções a fazer.

Ela os aceitava do jeito que são e os via exatamente como todos dizem ser, dois idiotas cheios de amor.

Contudo, foi questão de segundos para que a ficha caísse novamente e trouxesse ainda mais caos para o peito alheio. Por um lado, Jimin estava feliz por sua avó aceitá-los. Porém, por outro estava completamente consternado, pois, talvez, a sua benção viera tarde demais.

Jeongguk já havia desistido de si.

E então, chorou mais uma vez.

— Ele nem vai mais querer saber de mim e eu nem posso julgá-lo, porque se estivesse em seu lugar, faria exatamente o mesmo.

Lamentou de maneira arrastada. Sentia-se um vidro inconsistente, este prestes a quebrar, nem que fosse apenas com um simples toque.

E ele sabia que, sem Jeongguk, uma hora quebraria.

— A única razão convincente que teria para expulsá-lo a pontapés dessa casa, é em ver você desistir tão facilmente desse jeito. ‘Cê é um Park e nada vale mais do que o amor, corra atrás se acha que falhou!

A mais velha disse firme, não deixando que o neto se corroesse ainda mais diante de suas lamentações. A única forma de promover uma mudança significativa naquela situação desfavorável, era instigar o mais novo a agir, pois de nada adiantava explicações dos porquês, se no final, não seria esse o combustível a tirá-lo do lugar.

Para Doyun, estava mais do que claro que aquela história dos dois, que não havia tido um começo para ela, não estava fadada ao fim, no entanto, merecia uma retratação.

E, por felicidade, aquilo não demorou a aflorar no peito do ex-ruivo, este que passou a sofrer com as palpitações de seu coração atordoado. Foi como uma luz se acendendo no fim do túnel, Park pôde experimentar cada sentido que a famosa frase carrega, rapidamente assentindo para a mais velha. Não hesitou em levantar, aprumar-se e respirar fundo antes de correr para fora do quarto.

Iria atrás de Jeongguk, mesmo que este já estivesse bem longe da fazenda. O procuraria em todos os cantos daquela região escura. Não deixaria a sua metade ir embora sem antes terem uma última conversa, não importava o desfecho desta.

Nem mesmo se ela resultaria no tão indesejado final, ou somente em mais uma das aprendizagens que vinham cultivando durante todo aquele tempo que passaram juntos.

Park Jimin só queria um decreto definitivo, porque jamais suportaria a ideia de que este aconteceria ali, sem ele nem ao menos tentar explicar o que, desde que chegara em Gwangju, complicou.

Simplesmente iria atrás das conclusões. Estava disposto a aceitar qualquer coisa que viesse dali para frente, todavia, em sua cabeça só havia as seguintes coisas: corrigir os erros e sanar a dor que ele mesmo provocou.

🥍

¹graças a deus toda essa turbulência já vai ser resolvida no próximo capítulo... segurem o forninho aí que vai ser como uma picada de agulha, dói um tantinho mas é para o nosso próprio bem...

²perdoem a demora, eu e a outra autora estávamos passando por turbulências, porém já voltamos

³o fim oficial de detenção está se aproximando... prometemos findar com chave de ouro.

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