Rain Miller
- Levanta, Rain! - Mandou a Aly me puxando pra fora da cama.
Mas que demônio insuportável!
A vontade de empurrar ela pela janela só aumenta.
O sinal já havia tocado faz alguns minutos, segundo a Aly, se eu não levantasse agora e me preparasse, a gente ia ficar de castigo.
E isso, é exatamente oque eu quero.
- A vida é cheia de desafios, um deles é sair da cama. Acontece que eu não quero cumprir desafios hoje. - Sorri enfiando o meu rosto no travesseiro.
- Por que você simplesmente não se esforça com o colégio? - Perguntou a Aly frustrada, desistindo de me acordar.
- Porque eu não planejo ficar aqui por muito tempo. - Pisquei pra ela.
[...]
Eu corri pelos corredores enquanto alisava a minha camiseta vermelha de educação física.
O uniforme era um calção azul — quase preto — e a camiseta vermelha.
Eu to falando, quando eu for expulsa, vou assaltar os uniformes de todo mundo.
Fato engraçado, eu não faço a mínima ideia de onde fica o campo ou o ginásio.
Eu devia ter levantado quando a Aly falou, mas em compensação, eu não tive que assistir as aulas chatas de matemática.
Eu já imagino a cara do professor de matemática, morrendo de ódio por não me ter na aula para implicar.
Levou algum tempo para eu finalmente achar o campo de futebol, eu só tive que passar algumas fofocas para a tia da limpeza e ela aceitou me levar até o lugar.
Chegando lá, eu caminhei lentamente percebendo que os garotos estavam jogando futebol e as meninas sentadas apenas conversando.
- Ah que gracinha, pensei que ia encontrar droga aqui mas em compensação o que não falta é piroca e buceta. - Sussurrei com um sorriso.
Observei as meninas e logo percebi que elas olhavam para alguém atentamente.
Marcus.
A diferença era que o olhar do Marcus, estava sobre mim.
O cabelo dele ondulado e suado caia sobre sua testa, os lábios extremamente avermelhados e a sua respiração irregular, fazendo o seu peito subir e descer descontroladamente.
Aquela imagem devia ser ilegal...
Ele me encarava maravilhado, e por mais que eu odeie admitir, o admiração dele sobre mim me deixava nervosa, com uma sensação incrível e nova.
Era quase como se a minha barriga desse voltas frias só por estar no mesmo campo que ele.
- MARCUS, OLHA A PORRA DA BOLA! - Gritou um cara de cabelo ruivo e assim que eu dei por mim, vi a bola indo em direção da cara do garoto do pepino.
Eu arregalei os olhos vendo a merda acontecer e quando menos esperei, ele conseguiu dar a volta por cima, marcando com a cabeça.
Os gritos de felicidade foram instantâneos.
O cara que tinha gritado para o Marcus sobre a bola olhou pra mim confuso e depois para o Marcus, antes de comemorar. Ele parecia ter processado alguma coisa mas eu decidi não me preocupar com isso.
Dei de ombros indo em direção da Aly.
Foi quase impossível não ver, a onda de garotas indo em direção do Marcus no instante em que seus amigos se afastaram.
Por que elas tão dando em cima dele e não de mim?
Que injusto.
- Oi. - Cumprimentei me sentando do lado da minha amiga.
- Olha só quem decidiu sair da cama... - Brincou me olhando com um sorriso.
- A Alaris? - Perguntei pela nossa colega de quarto. Ela parecia ser bem legal até.
- Ela tem aula de biologia agora. - Respondeu a Aly olhando no fundo dos meus olhos. - Eu nunca reparei na cor dos seus olhos, que verde lindo. - Elogiou.
- Obrigada. - Sorri pra ela. - Eu não sabia que o filho da diretora jogava futebol. - Comentei.
- O Marcus? - Perguntou confusa e eu assenti. - Ele joga, mas diferente dos outros caras, ele pelo menos não fede. - Comentou me fazendo rir.
Eu analisei o campo e de longe, notei Hilary e mais duas garotas me encarando feio.
Perderam o cu na minha cara agora?
Alguns minutos depois, o professor de educação física fez a gente jogar futebol também e deixa eu falar pra vocês, aquelas noites todas fugindo de casa e de festas pelo menos valeram pra alguma coisa.
[...]
Eu sai do meu dormitório depois de ter tomado banho e me dirigi até o refeitório quando fui barrada por alguém.
Hilary.
Fiz uma cara de nojo instantânea e ela me olhou ainda mais brava.
- Garota, eu não sei quem você pensa que é, mas eu vou deixar as coisas bem claras agora. Você chegou agora, você não é nada mais que a novata idiota. E eu vou ser boazinha, eu vou te dar um aviso, se afasta do Marcus, pelo seu bem, eu não gosto de brigar, principalmente pelo que já é meu. - Deu um sorrisinho falso.
- Vadia, sai da frente, eu não quero destruir a sua cara de palhaça. - Falei empurrando ela.
A Hilary não saiu do caminho, pelo contrário, ela me puxou pelo braço.
- Eu posso fazer te expulsarem em um minuto. - Ameaçou.
- Jura? Você faria esse favor pra mim? - Debochei empurrando ela contra a parede e saindo dali.
Eu queria bater nela.
Eu queria chutar ela com tanta força que cada costela quebraria.
Eu queria esfregar a cara dela no chão e fazer ela imitar os falsetes da Melody.
Entrei no refeitório ainda fervendo de raiva quando alguém puxou o meu braço com força.
- Vocês tão vendo essa garota? - Perguntou um garoto ruivo ainda segurando o meu braço apontando pra mim. - A garota que foi expulsa de 5 colégios. - Sorriu e então eu percebi.
Era o garoto do jogo de futebol do Marcus. Aquele que avisou sobre a bola e o mesmo que me analisou enquanto os outros comemoravam.
Ele parece uma cenoura invertida.
Eu encarei a mesa que estava na minha frente e dei de cara com vários garotos e o Marcus me encarando preocupado. Ele estava quase se levantando para impedir aquela cena toda.
O cabelo dele estava molhado por ter sido lavado recentemente, um aroma fresco e agradável saia dele, o uniforme levemente amassado que ficava muito bem nele, e aquela droga de boca rosada. Aquele garoto me irritava, e o quanto ele me atraia me irritava ainda mais.
- Gabriel, deixa ela. - Pediu o Marcus terminando de se levantar e o tal Gabriel que segurava o meu braço riu.
- Essa garota quase nos fez perder, o Marcus travou assim que viu ela. - Contou o garoto rindo e eu me soltei do aperto dele com ódio.
O meu sangue fervia e esse garoto tava me levando ao limite.
Quando eu me virei pra sair dali, o garoto voltou a puxar o meu braço.
- Ok, chega. - Falou o Marcus vindo na nossa direção com a mandíbula travada.
Ele parecia que ia bater em alguém.
Será que ele aceita bater na minha bunda?
- Ei, vocês querem descobrir por que eu fui expulsa de 5 colégios? - Sorri falsa para eles e o Marcus travou me encarnado com preocupação.
O Marcus queria me tirar o mais rápido possível dali, era quase como se ele quisesse me proteger.
- A gente adoraria saber. - Respondeu o ruivo soltando o meu pulso finalmente.
- Porque eu não ligo para consequências. - Contei com um sorriso gigante.
Eu peguei um prato aleatório da mesa deles e enfiei na cara do ruivo com ódio.
continua...
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esse cap daq, n significa q eu voltei, eu só to querendo animar o dia de vcs;)
- bea.