The Colors Between

By yassromano

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Em Prescott High, tudo tem o seu lugar. 𝘛𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘵𝘦𝘮. Allison Hastings sempre esteve ciente disso, bem c... More

The colors between
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Epílogo
Notas finais
Epílogo Bônus

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By yassromano

O aniversário de Val chegou rápido e com ele a festa para a qual ela estava tão animada. Quando Ben e eu cruzamos a porta de entrada da casa dela naquela noite, eu podia ver que ela realmente havia se esforçado para garantir que seu dia especial fosse perfeito. Haviam balões azuis e dourados espalhados e uma iluminação que piscava em um nuance de cores, ajudando a aumentar o clima festivo. Val havia mantido a festa em um tamanho moderado, mas ainda parecia haver um mar de pessoas ali.

- Onde a Val estuda mesmo? - Ben perguntou enquanto fazíamos nosso caminho em meio às pessoas em uma tentativa de encontrar a aniversariante. Ele, assim como eu, não parecia conhecer ninguém ali, uma vez que a maioria dos amigos da Val, bem como ela própria, estudavam em uma escola diferente.

- St. Mary. - eu respondi. Val estudava em um dos conservatórios privados de Prescott Hill, uma vez que, por pertencer a uma família rica, ela frequentava uma escola que condizia com sua conta bancária e o status de seu sobrenome, não que ela se importasse com qualquer uma dessas coisas. Seu colégio era apenas para meninas e era associado com um corresponder apenas para meninos, o St. James, que coincidentemente era onde Jax estudava.

- Alli! - Jasmine exclamou feliz quando me viu, esbarrando em alguns adolescentes no caminho antes de chegar até mim. Ela parecia deslumbrante em uma minissaia branca e top bordado de manga comprida, realçando todas as suas curvas naturais. Seu cabelo estava solto ao redor dos ombros e seu largo sorriso era emoldurado por lábios pintados de um tom escuro usado que combinava perfeitamente com ela.

- Ei, Jaz, você está o máximo. - eu disse, fazendo-a sorrir largamente antes de retribuir o elogio. Eu não me sentia tão incrível quanto ela em meu vestido azul escuro liso cujo único realce era trazido pelo decote coração, mas que parecia quase sem graça em mim devido ao meu corpo esguio e muito menos curvilíneo. Pelo menos eu estava satisfeita com o delineado delicado que havia conseguido fazer antes que Ben buzinasse e eu tivesse que agarrar minha bolsa e sair.

- Bom ver você, Ben. - Jasmine cumprimentou meu namorado em seguida, que acenou para ela educadamente. Ben nunca havia sido particularmente próximo de nenhum dos meus amigos, mas o fato de que os dois mundos não estavam completamente interligados nunca havia me incomodado profundamente. Ele desviou sua atenção quando a tela de seu celular se acendeu, focando na mensagem que havia acabado de receber e eu o deixei digitando uma resposta enquanto Val se juntava a nós.

- Vocês chegaram! - ela sorriu feliz, parecendo verdadeiramente radiante. Ela estava usando o vestido que havia escolhido quando saímos para fazer compras juntas juntamente com saltos que provavelmente fariam seus pés doerem antes do fim da noite. Ela até mesmo tinha uma tiara de plástico que imitava uma coroa brilhante e dizia "aniversariante".

- Feliz aniversário, Val! - eu a abracei - Você está se divertindo?

- Estamos apenas começando, Alli. - ela piscou para mim, genuinamente animada. Era compreensível, afinal, não era todo ano que seus pais saiam e deixavam a casa toda para ela, livre para uma festa como aquela. Eu imaginava que todos os vasos e obras de arte caros que os Eaton colecionavam estavam bem escondidos em algum lugar seguro longe de quaisquer convidados, pois os pais de Val provavelmente teriam um ataque cardíaco se alguma das peças fosse danificada - Você nem viu a pilha de presentes ainda.

- Exibida. - Jasmine a cutucou. Eu havia entregue meu presente no dia anterior, não querendo trazer o embrulho para o meu da multidão mas, se cada um aqui houvesse de fato trazido um presente para a minha amiga, sem dúvidas haveria uma verdadeira pilha deles.

Pelo canto do olho, vi quando Gabe McCall, outro de nossos amigos patinadores e o parceiro de Jasmine acenou para ela, que retribuiu com um sorriso. Qualquer um poderia ver que eles gostavam um do outro, mesmo que não admitissem isso. Entretanto, a forma como eles se olhavam e a conexão que tinham nas ocasiões em que patinavam juntos eram claras como o dia, mesmo que minha melhor amiga fosse bater o pé e negar até a morte.

- Aqui está você! Você me deixou sozinho na cozinha com aquele tagarela do Marcus e simplesmente desapareceu. - um par de braços rodearam a cintura de Val e ela sorriu antes de se virar e beijar a bochecha do namorado. Ele era pelo menos uma cabeça mais alto que ela, de modo que ela precisava ficar ligeiramente na pontas dos pés para alcançá-lo. Eles ficaram alguns segundos envoltos em sua bolha particular antes de voltarem sua atenção para o restante do grupo.

- Ei, pessoal. - Jax sorriu calorosamente para nós.

- Ei, Jax. - eu acenei. Jax Reed era meu melhor amigo desde que eu havia me tornado séria sobre a patinação e uma das melhores pessoas que eu conhecia. Ele parecia incrível com seu cabelo escuro, olhos calorosos e covinhas e sua personalidade condizia com um enorme urso de pelúcia. E, acima de tudo, ele era leal até a última célula.

- Quem quer uma bebida? Ah, espera, essa é a minha música! - Val sorriu e se virou para Jasmine e eu com uma expressão que dizia que ela estava prestes a nós levar para o centro da sala de estar, que havia virado uma pista de dança, com ela. Antes que eu pudesse recusar, ela apontou um dedo para mim: - É meu aniversário, você não pode dizer não.

- Regras da casa. - Jax me provocou e eu lhe lancei um olhar mortal que apenas o fez sorrir mais. Val agarrou meu pulso e eu me virei para Ben, que ainda estava ao meu lado.

- Eu vou pegar uma bebida. - ele me disse, pousando um beijo rápido em meus lábios antes que Val nos arrastasse para longe.

Quanto mais adentrávamos a multidão, mais minha pele parecia pinicar, como se eu fosse alérgica à aglomerações, e eu de fato estava longe de ser a maior fã delas, sempre tendo preferido espaços bem mais abertos e especialmente mais vazios. Eu nunca havia gostado de estar no centro, sendo o rinque a única exceção. Ainda assim, eu deixei Val e Jasmine me contagiarem e dancei pelo menos meia dúzia de músicas com elas antes de ir procurar algo para beber.

Eu escaneei meus olhos através da multidão para procurar por Ben, encontrando-o encostado em uma das paredes da sala, ainda digitando em seu telefone. Como se tivesse sentido meu olhar, ele ergueu a cabeça e piscou para mim, da maneira capaz de encantar meninas, mas não fez menção de se aproximar e voltou sua atenção para as mensagens que estava trocando com alguém logo em seguida. Eu franzi a testa diante do comportamento dele, percebendo o quão aéreo ele tinha estado a noite toda, como se sua atenção estivesse em outro lugar. Aonde, eu só podia imaginar.

Não querendo me prender demais àquilo, desejando impedir que minha mente começasse a fantasiar cenários, eu peguei minha bebida e voltei para as garotas, determinada a ter uma noite divertida, mesmo que meu namorado estivesse se afastando dela.

❄️❄️❄️

Eu sempre fui o tipo de pessoa que gostava de se ater à rotinas, de modo que, quando meu despertador tocou cedo na manhã seguinte, eu já estava mentalmente pronta para levantar e seguir meu ritual de todos os sábados. Depois de arrumada e de um café da manhã saudável, eu estava preparada para a minha corrida matinal.

Era fim de semana, de modo que a maioria dos adolescentes de dezessete anos provavelmente estaria embaixo das cobertas dormindo, definitivamente não planejando levantar antes do meio-dia, mas eu não me lembrava da última vez que havia dormido até tão tarde a não ser que estivesse doente. Meu irmão mais velho Michael sempre dizia que era sobrenatural o fato de que eu conseguia dormir tarde e acordar cedo dia apos dia e ainda me manter ativa, porque ele era um dorminhoco - eu havia gritado com ele mais de uma vez para acordá-lo e obrigá-lo a sair da cama.

A corrida, além de me ajudar a manter a forma, também era ótima para que eu tivesse um tempo para limpar meus pensamentos. Durante pelo menos uma hora, era somente eu e a música que tocava em meus fones de ouvido, nada mais. O Ridge Park era realmente agradável para esse tipo de exercício e havia diversos percursos para serem feitos, de lido que era possível variar a paisagem. O clima não estava dos melhores, entretanto, até que começasse a nevar e ficasse frio demais para correr, eu iria me ater a minha rotina.

Além de tudo, o parque era uma das únicas lembranças do meu pai a qual eu me apegava. Eu não me resssentia do divórcio ou sua mudança para o outro lado do país, deixando-nos completamente para trás, afinal ele nao havia sido um bom pai ou marido por anos, mas as poucas boas lembranças que eu tinha dele me deixavam nostálgica. Quando eu era pequena, seis ou sete anos, nós costumávamos vir até aqui sempre para alimentar os pássaros ou observar os esquilos, que eu adorava. Papai me deixaria me divertir com os animais por horas, apenas satisfeito com o sorriso em meu rosto. Isso foi antes de tudo.

Uma vez de volta em casa, oito quilômetros, eu tirei meus tênis na entrada e, somente de meias, fui até a cozinha para encher minha garrafa d'água novamente. Quando entrei no cômodo, fui imediatamente atingida pelo cheiro de bacon e manteiga. Lá estava Aidan, juntamente com Jason Wells e Matthew Larson preparando uma café da manhã cheio de calorias e carboidratos que provavelmente faria minha treinadora ter um infarto só de me ver perto.

Eu sabia que os dois garotos haviam passado a noite aqui, afinal vi-os dormindo no sofá quando cheguei da festa de Val na noite anterior. Àquela altura eu já deveria estar acostumada com a presença constante dos amigos de meu irmão, mas uma parte ainda sentia meu estômago afundar com ansiedade por nunca saber o que esperar dos jogadores de lacrosse; eles podiam estar quietos e de repente farreando e fazendo piadas maldosas e constrangedoras, além da já existente tensão entre mim e Aidan.

- Olha só quem acordou cedo. - brincou Matthew quando me viu. Eu o ignorei enquanto tomava um gole da minha garrafa agora cheia e pegava uma barra de cereais, cujas quais eu tinha praticamente um estoque na dispensa - Se os caras de equipe tivessem essa disposição a gente não perderia um jogo.

- Nem inventa, a gente já passa três horas no treino. - bufou Jason, em seguida empurrando um prato cheio de tiras de bacon frito na minha direção - Bacon? - Eu apenas balançei a cabeça negativamente, mesmo que a ideia fosse tentadora. Entretanto, esse era um dos sacrifícios necessários para se sobreviver na patinação.

- Ela não come nada que tenha mais calorias que uma folha de alface. - provocou Aidan, agarrando uma torrada coberta de geleia e mordendo um pedaço generoso.

E lá vamos nós, eu revirei os olhos, mas não disse uma palavra. Já estava acostumada com as provocações de Aidan sobre a minha dieta, que era completamente oposta a dele. Nós dois éramos atletas e eu podia dizer que ele amava o lacrosse tanto quanto eu amava o ballet, mas isso não fazia nossas vidas menos divergentes.

Eu joguei minha embalagem fora enquanto Aidan desviava a atenção para os amigos novamente. Ele provavelmente gostaria que um buraco se abrisse no chão e sugasse sua irmã sem habilidades sociais para longe. Bem, não seria eu a ficar no caminho e forçar a barra, não depois do que aconteceu da última vez.

Eu fui para o meu quarto na intenção de adiantar um pouco do meu dever de casa, mas algo estava me incomodando o suficiente para impedir minha concentração, e demorou um instante para eu perceber o que era: Ben. O comportamento distante e evasivo dele na noite anterior havia me intrigado e, mesmo que eu fosse incapaz de explicar exatamente o porque, uma certa ansiedade havia se alojado em meu peito por conta disso. Eu sempre havia odiado ficar criando hipóteses em minha cabeça, mesmo que fizesse isso constantemente e não queria que meu namorado fosse parte delas.

Estava estava cogitando a ideia de enviar uma mensagem para ele para testar as águas quando meu telefone tocou, com um nome familiar piscando na tela. Feliz, principalmente por ter uma distração, eu deslizei o dedo pelo botão verde, levando o aparelho à orelha.

- Ei, bonequinha. - a voz sempre alegre de Michael me cumprimentou, imediatamente trazendo um sorriso para o meu rosto, como acontecia toda vez que meu irmão mais velho me chamava pelo apelido carinhoso.

- Ei, Mike. - eu respondi, levantando-me e movendo-me para a cama.

- Como você está? Eu não tive notícias suas essa semana. - ele disse, mesmo sabendo dos meus ocasionais distanciamentos, o que significava que eu não mandava mensagem para ninguém.

- Eu estou bem, só ensaiando muito. - eu respondi - E você, como está Yale?

- Shine and bright, irmãzinha. - ele disse e eu quase podia ouvir um sorriso em seu tom - Eu queria que você pudesse vir a um dos jogos, esse vai ser um bom ano.

- Sempre é. - eu retruquei - Talvez a mamãe nos deixe ir antes da temporada acabar quando vocês estiverem jogando em um sábado.

- Eu posso falar com ela se você realmente quiser vir, você vai estar segura comigo, não tem por que ela se preocupar. - Michael disse - Agora me diga algo sobre você. Como está a patinação?

Esse era o motivo pelo qual Michael e Aidan eram tão diferentes. Mesmo que ambos fossem atletas e experimentassem todas as regalias da popularidade, Michael sempre havia sido o compreensivo e pacificador. Era ele quem tentava apaziguar as coisas quando Aidan e eu brigávamos, era ele que ouvia meus lamentos quando eu precisava desabafar e era ele que fazia o questionário sobre a minha vida toda vez que ligava, genuinamente querendo ouvir o que eu tinha a dizer. Se eu passasse a próxima meia hora discursando sobre tipos de figurinos de patinadoras, ele escutaria como se eu estivesse dizendo a coisa mais interessante do mundo, porque era assim que ele era.

- Rígido, trabalhoso. - eu disse -;Faltam dois meses para o festival de inverno e o início da temporada de competições.

- Não coloque muita pressão sobre si mesma, você é muito melhor do que imagina. - ele diz, assegurando-me como sempre fazia.

- Você conhece a regra: nunca fique muito confortável. - eu disse. Apesar da descrença de muitos, patinação artística exigia tanto esforço e dedicação quanto qualquer outro esporte, de modo que algumas regras eram similares. Se você estava confortável, significava que estava pronto para um próximo nível de dificuldade, um novo desafio e, se permanecesse em sua zona de conforto para sempre, logo seria deixado para trás.

- Você é tão Hastings. - Michael riu, referindo-se ao fato de que a dedicação excessiva parecia correr em nossa família. Uma onda de gritos veio da cozinha, fazendo-me revirar os olhos.

- Que barulho é esse? - Michael perguntou.

- Aidan. - eu respondi - Matthew e Jason estão aqui. - eles sempre estão, quis adicionar.

- É claro. - Michael disse em um tom conhecedor, sabendo tão bem quanto eu o quão próximos os três eram. Suavizando sua voz, ele perguntou: - Como estão as coisas entre vocês?

- Como sempre. - eu disse evasivamente, como fazia cada vez que Michael perguntava sobre meu relacionamento com Aidan. Não havia muito que eu pudesse dizer que ele já não soubesse afinal, nem Aidan nem eu estávamos fazendo algum esforço ativo para melhorar nossa relação.

- Alli... - ele começou, mas logo se interrompeu, sem ter o que dizer. Não havia mais nada que ele pudesse fazer por nós, até por que nós não erámos dois adolescentes brigados, nos apenas tínhamos um relacionamento ruim, distante.

- Eu estou bem. - eu adiantei, não querendo me prolongar demais no assunto - E Aidan está melhor ainda. Não se preocupe tanto com a gente.

- Como se isso fosse possível. - Michael bufou. Alguém chamou por ele do outro lado da linha, fazendo-o gritar algo em resposta para quem quer que fosse antes de voltar a falar comigo - Eu tenho que ir, mas me ligue a qualquer hora que quiser, ok? Eu te amo, bonequinha.

- Também te amo. - eu disse, encerrando a ligação. Conversar com meu irmão mais velho sempre apaziguava meu coração, mas também me lembrava de como eu sentia saudades. Apesar de Yale ser relativamente perto, ele tinha uma rotina muito apertada entre estudos e treino que o impediram de vir para casa com muita frequência e era a mesma razão pela qual nós também não podíamos simplesmente visitá-lo quando quiséssemos.

Ainda assim, uma parte de mim queria que ainda estivesse aqui, presente para ser a cola que unia todos nós juntos. Ele era aquele que sempre havia tentado fazer nossa mãe ficar mais em casa e o que sempre havia remendado as coisas entre Aidan e eu. Sem ele por perto, era como se a pedra angular da família estivesse faltando e nenhuma dinâmica pudesse funcionar. Com somente nós três em casa, os Hastings pareciam uma máquina completamente dessincronizada.

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