Possessed

By eli3as3

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Dante é um rapaz solitário já acostumado em ser sua única companhia. Seu trabalho é expulsar demônios que ten... More

Rito 1 - Capítulo 1
Rito 1 - Capítulo 2
Rito 1 - Capítulo 3
Rito 1 - Capítulo 4
Rito 1 - Capítulo 5
Rito 1 - Capítulo 7

Rito 1 - Capítulo 6

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By eli3as3

6

As provas de que os Ulrich e sua empresa tinham algo relacionado a essas possessões era óbvio. Por isso que, ao sairmos da casa de Consuelo, Layla se ofereceu a procurar por quaisquer dados criminais que existissem sobre aquela família. Dani não estava se sentindo bem e disse que iria descansar um pouco, porém iria conversar com nosso antigo instrutor sobre possíveis ocorrências na região nos últimos anos. Eu então resolvi que iria conversar com Enzo, eu precisava entender aonde ele estava no meio disso tudo.

***

Aqui estava eu, encarando aqueles olhos grandes e verdes de Enzo, ele já tinha feito a barba e parecia um executivo, estávamos em um dos restaurantes que ficavam no interior do prédio da empresa. Ele tinha feito uma pausa no trabalho para me receber.

—Quero entender o porquê de meus cartões estarem sendo enviados junto com as flores dos funcionários que estão "doentes". - Eu perguntei. Enzo riu e disse:

—Eu achava que era uma brincadeira do meu pai, e também não sabia que você ficaria tão irritado com isso.

—Enzo, essas pessoas não estão doentes, existe algo maligno em torno disso tudo. – Eu tentei explicar para Enzo, porém seu telefone tocou, parecia urgente, ele teve que atender, pela forma que ele começou a falar parece que estava bastante preocupado, eu só pude deduzir que ele estava falando com seu pai.

—Lamento Dante, mas preciso sair, é um problema bem sério sobre a empresa e eu tenho que resolver. Mas quero terminar nossa conversa, e é claro, te ver novamente. – Ele se levantou e me deu um beijo rápido, me assustei com aquilo, ele deu uma risadinha e saiu. Esperei alguns segundos, levantei e o segui. Ele pegou o elevador, eu ainda tinha que passar meus dados na entrada dos elevadores para poder entrar. Enquanto passava os dados não tirava os olhos de qual andar o elevador pararia, o elevador parou no quarto, no sétimo e no décimo segundo. Eu disse que iria até o RH e a moça me indicou que seria no segundo andar. Ao entrar no elevador apertei no segundo, esperei a porta se fechar para apertar os mesmos que Enzo, quais eu tinha memorizado.

Os andares que paravam pareciam comuns e cada um tinham indicações, e nenhuma era presidência. Eu já tinha um palpite que a presidência só poderia ficar no décimo segundo andar. Como eu estava sozinho no elevador, a moça falou pelo interfone:

—O senhor passou do andar correto. – Fingi que não era comigo, a luz do botão que indicava o décimo segundo apagou e então a do segundo se acendeu, porém, apertei novamente.

—Senhor, o andar que está pressionando é fora dos limites de sua permissão – A moça dizia, mas eu ignorava.

Ela tentou desativar outras 3 vezes e eu apertava o botão novamente, até que o elevador parou. Provavelmente ela havia travado. Puxei as portas do elevador que se abriram sem muito esforço, e então pude ver, estava exatamente no décimo segundo andar, saí do elevador rapidamente e abri a porta principal logo em frente. Uma mesa, com um computador e um telefone estava na lateral da sala. Era a mesa de algum assistente, logo imaginei que seria a de Consuelo, mais na frente tinha outra grande porta e imaginei que ali estariam Enzo e o pai. Queria escutar o que falavam, mas nem precisou chegar muito perto, Enzo estava gritando, empurrei a porta de leve e o vi se contorcendo no chão, seus olhos estavam vermelhos e se encontraram com os meus, seus dentes estavam maiores, ele deu um berro, era algo indescritível. Seu pai o observava ao lado de um senhor negro de um bigode que cobria a boca, a cena era bizarra e absurda. Eu estava prestes a empurrar a porta para interromper o que quer que aquilo fosse, porém senti um puxão, braços fortes me agarravam com força, eram os seguranças do prédio...

***

Eu estava em direção a minha casa, mandei uma mensagem para Dani e Layla dizendo para me encontrarem lá. Enzo não parava de me ligar, não atendi. Ele deixou mensagens de voz, porém não era hora de escutar. Dirigi à minha casa lembrando de como aqueles guardas não foram nada amigáveis, porém consegui me safar dizendo que tinha errado o caminho e que achava que o elevador estava falhando e que eu tinha medo dessas tecnologias por isso quis fugir dali e estava na presidência procurando ajuda. Eles pareceram não acreditar, mas me deixaram sair. Cheguei em casa e a viatura de Layla já estava estacionada.

Dentro de casa Layla me mostrou ocorrências de 3 crianças mortas há 11 anos atrás.

—E sabe o que elas tinham em comum? Pais que trabalhavam na Build Corporation. Todos jovens e com cargos não tão bons. São informações rasas, mas são algo, preciso investigar melhor. – Disse Layla.

—Ótimo Layla. Eu acabo de descobrir coisas absurdas também, Enzo, filho de Francis Ulrich, nos já nos esbarramos algumas vezes por aí, hoje o segui dentro da empresa e o vi, estava possuído, eu acho, não sei bem o que estava acontecendo, mas seu pai e outro senhor observavam aquilo com fascínio, era perturbador. Vou ter que investigar isso direto. Ah, Dani iria conversar com nosso velho instrutor, talvez ele saberia de ocorrências demoníacas nas redondezas, vou esperá-la. – Eu disse.

—Qualquer coisa me avise Dante, preciso ir. – Layla partiu e logo após resolvi ouvir a mensagem de Enzo.

—Dante, por favor... Preciso falar com você! – Ele parecia estar desesperado, não consegui distinguir se estava chorando, parecia estranho. Mandei uma mensagem para Dani pedindo para que ela fosse mais tarde, mandei outra para Enzo perguntando onde ele gostaria de conversar, ele me respondeu que estaria no mesmo hotel daquela noite.

***

Poucos minutos depois eu estava no bar do hotel com Enzo, ele parecia muito inquieto, eu estava um tanto impaciente.

—O que está acontecendo Enzo? O que foi que houve hoje na sala de seu pai? O que foi aquilo que vi? – Perguntei.

—Agora eu entendo o porquê do seu cartão nas flores, só não entendo a fixação do meu pai em você. Eu me transformei daquele jeito, pois meu pai precisava do meu sangue. O sangue do mais jovem da geração. Como você é um caçador, ou seja, lá o que for, vai entender que as coisas não são tão simples. Minha família vem de uma longa linhagem de genus daemoniorum. Todos possuímos sangue demoníaco, e por isso somos as duas coisas ao mesmo tempo, demônios e humanos, conseguimos nos transformar para a forma demoníaca, isso exige um pouco de esforço ou motivação forte. Antigamente eram realizados diversos rituais entre nossos povos, porém chegou um ponto em que alguns abandonaram esses costumes, para realmente viver em harmonia com a humanidade, e até ontem eu achava que meu pai era assim, porém ele estava reunido com algumas pessoas e disse que seria minha iniciação, ele cortou minha mão para que eu desse um pouco de sangue para ele, mesmo comigo relutante, e então disse algumas palavras que me fizeram me transformar involuntariamente, e dessa vez, doeu mais do que eu pensava, nessa hora que eu te vi na porta, mas instantes depois a dor passou e meu pai e seus associados começaram a falar sobre sacrifícios e possessão, em demônios de outro plano e eu não concordava com aquilo, porém estava fraco demais pra falar algo, pouco tempo depois acordei aqui no hotel, sem saber se era um sonho ou tinha realmente acontecido, e então tentei falar com você... – Explicou Enzo.

As coisas estavam cada vez mais complicadas, eu já havia ouvido falar em genus daemoniorum, no meu treinamento eles foram citados, porém eu sempre achei que eram mitos, não sabia que estavam "à solta". Eu não sabia se Enzo estava me enganando, mas ele parecia um tanto frágil, naquele momento os dois estavam confusos, já tínhamos bebido bastante. Decidi que acreditaria na história de Enzo e comecei a explicar as coisas que estavam acontecendo. Dani me mandou mensagens perguntando aonde eu estava, percebi que tinha passado tempo demais com Enzo, pedi para que ela me encontrasse aqui. E não demorou muito para que Dani chegasse, abatida, triste, eu nunca tinha visto daquela forma. E então ela me explicou que tinha conversado com nosso instrutor e que tinha muitas notícias.

—Conversei com o Mentor Paul e ele me disse que os padrões podem fazer parte de um ritual, porém que ele não sabe exatamente o que é. Mas quando eu falei sobre a Build Corporation, você precisava ver a cara dele, ficou paralisado, pasmo, parecia que eu tinha tocado em um assunto proibido. Ele me disse que houveram diversas possessões de pessoas que trabalhavam por lá, todas encobertas, nada era comentado e nada virou notícia, e por fim, Erick, um dos rapazes que realizava as expulsões, acabou desaparecendo. Ele disse também que para demônios rosas vermelhas são sinônimo de coragem, porém não fazia muito sentido colocar seu cartão nelas. Ele pediu para que fossemos cuidadosos. – Explicou Dani.

Era muita coisa pra digerir e eu não estava me sentindo bem, as angustias estavam voltando, tudo parecia se complicar mais, sentei novamente perto de Enzo e Dani me acompanhou, os apresentei e logo quebramos o silêncio com exatamente o que eu precisava para ficar melhor: doses e mais doses do que viesse.

Minutos depois estávamos somente os três aos risos no elevador, Enzo disse:

—Vamos para a cobertura continuar a "festa" lá – Ele estava cambaleando e começou a rir do que quer que Dani dissesse, então tropeçou e pelo pouco espaço que tínhamos naquele elevador veio em minha direção, o ajustei de pé e o mesmo me encarava, dessa vez seu sorriso sumiu e seus olhos encontraram os meus. Ele me beijou, pude sentir sua mão deslizando pelo meu corpo, a porta do elevador abriu e ele começou a andar me puxando pela mão, porém a minha outra mão foi agarrada por Dani, que me puxou em sua direção e veio ao meu encontro. Dani me beijou com muita intensidade, como nos primeiros anos que nos envolvemos. Saímos do elevador e rapidamente Enzo abriu a porta de seu apartamento, ele retirou minha camiseta e começou a beijar minhas costas, Dani que estava na minha frente puxou meu cinto. Retirei a blusa de Dani e pude ver a marca da mordida ainda em sua barriga, Enzo tirou a camiseta, eu puxei seu cinto. Cada um beijava um lado do meu pescoço, eu nem percebi quando chegamos em cima da cama, mas já estávamos lá, e já tínhamos nos despido. Meus beijos se alternavam entre Enzo e Dani, estávamos em um êxtase frenético, era uma das melhores sensações da minha vida. Naquele momento era tudo o que eu mais precisava. Era tudo tão bom que eu imaginava que seria sortudo se pudesse morrer naquele momento...

***

Horas depois acordei com a cabeça de Dani em meu peito e o braço de Enzo embaixo do meu pescoço. Meu celular tocava, ao ver que era Layla precisei me levantar, acordando os dois. Atendi o telefone e Layla me disse

—Dante, você não vai acreditar, conversei com três antigos funcionários da Build e o que me disseram vai te deixar ainda mais intrigado. Precisamos conversar pessoalmente, estou indo pra sua casa. – E desligou.

—Layla me disse que tinha conversado com os três ex-funcionários e que eu não ia acreditar no que tinha acontecido. Porém precisava ser pessoalmente, disse para que eu a encontrasse na minha casa com urgência. Tenho que ir. – Anunciei.

Vi que Enzo e Dani estavam se vestindo, Enzo saiu do quarto e Dani sentia dificuldade em vestir sua blusa, pude ver que a mordida estava realmente escura, fui ajudá-la e percebi que algo não estava certo.

—Dani o que houve? – Perguntei.

—Mentor Paul deu uma olhada em meu ferimento. Ele me disse que tenho apenas alguns dias de vida, essa mordida não é qualquer mordida, é uma mordida de morte.

(No pôster: Dante, Enzo, Layla e Dani)

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