Um Lugar para Nós Dois

Por mylendo

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Camilla é uma garota extrovertida, cercada de amigos e que está sempre frequentando festas e bares ao redor d... Más

Prólogo
Um encontro Perfeito
Revelações
O Festival
O jantar desastroso
Segredos
De volta a rotina
Girassóis
Boas notícias
Brigadeiro e Mojito
Cativeiro
Plantação de Girassóis
Capítulo Especial: O início
Resgate
Jonas
Amigos
Outro Lado da História
Um copo de whisky ou dois
De volta ao quase normal
Uma tarde no parque
Mais um ponto de vista
Uma folga nos problemas
A Fuga
Telefonemas
Hospital
Um acordo
Família
O pai e o irmão
Redenção
Conversa Sincera
Despedidas
Formaturas e presentes
Epílogo
Agradecimentos

Parceiros

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Por mylendo

– Como assim um acordo? – Bernardo estava quase se sentando.

– Você precisa continuar deitado até o médico dizer que pode se levantar – tentei convence-lo.

Passei a noite em claro depois de falar com Soares, assim que Bernardo acordou comecei a contar para ele sobre o telefonema e, obviamente, ele ficou fora de si ao saber que meu sequestrador falou comigo mais uma vez.

– Ok, eu fico deitado – Be concordou enquanto eu me sentava na lateral da cama. – Me diz que tipo de acordo esse cara quer fazer?

– É simples, ele vai nos contar quem é o responsável pelo meu sequestro e pelo ataque a você, depois disso vamos à polícia e entregamos a pessoa.

– E o que ele ganha com isso?

– É algum tipo de vingança por não terem cumprido parte do acordo que fizeram para me sequestrar e ainda tentarem matar ele na prisão.

Bernardo refletiu por alguns instantes.

– Você acha que dá para confiar?

– Honestamente? Não tenho certeza. Porém na pior das hipóteses esse cara tenta vir até nós e a polícia pega ele.

– Isso é verdade – concordou relutante. – Eu acho que podemos tentar.

– Eu gostaria de falar com alguém antes de tomar essa decisão.

– Com o teu pai?

– Não, com o teu. Ele é quem mais se beneficia com a prisão dessa quadrilha, ele finalmente vai deixar de ser visto como um criminoso, vai voltar a conviver com você, tua mãe, teu irmão... não acho justo fazer isso pelas costas dele.

– Mas você acha que o Soares vai concordar com isso?

– Na verdade, eu já incluí teu pai no acordo – falei abaixando a cabeça.

– Não posso estar entendendo certo – ele soltou um riso incrédulo. – Está me dizendo que você já fechou esse acordo?

– É isso – voltei a olhar para ele.

Bernardo passou a mão esquerda em seu cabelo – a que não estava imobilizada pela tipoia – soltando um longo suspiro para se acalmar. Depois a ponta de seu polegar e indicador pararam na ponte do nariz e ele ficou alguns instantes de olhos fechados antes de voltar a me encarar.

– Se você já tomou a decisão para que estamos tendo essa conversa? – Perguntou entredentes.

– Be, eu vou tentar te explicar mais uma vez: eu não sou o tipo de garota que espera os outros resolverem seu problema.

– Camilla, não é esse o ponto...

– É sim, – eu o interrompi. – Não sei simplesmente almejar que o príncipe encantado venha me salvar. Como meu namorado, eu estou disposta a te incluir nos meus planos e é o que eu estou fazendo agora, mas não espere que eu fique parada esperando você fazer tudo.

Um olhar incrédulo e irritado ainda partia de Bernardo em minha direção. Eu não cedi, estava convicta da minha decisão e levaria a diante. Esperava que ele estivesse ao meu lado e que fizéssemos isso juntos, mas faria sozinha se preciso. De qualquer forma, não deu tempo de ouvir a resposta, antes que ele pudesse dizer alguma coisa o médico deu leves batidas na porta avisando sua chegada. Me levantei deixando que dr. Filipe fizesse as devidas checagens, andei em direção à janela e fiquei observando o atendimento.

– E então, Bernardo? Sente alguma dor diferente? – Perguntou o médico.

– Não – Bernardo respondeu secamente.

– Me parece que não teve boa noite de sono... - dr. Filipe comentou divertido. – Se não há dores, uma noite mal dormida explicaria o mau-humor.

– Está mais para como eu acordei – disse me lançando um olhar enraivecido.

Eu apenas dei de ombros.

– Bom, então aí vai uma boa notícia para te animar: eu vou assinar a tua alta agora, com base nos monitoramentos que fizemos você pode ir embora. A imobilização permanece por mais algumas semanas até você se sentir confortável ao movimentar o braço, tente mexe-lo devagar ao menos uma vez ao dia para ver se sente dor, depois pode abandonar a tipoia.

– Certo – Bernardo assentiu finalmente olhando para o médico.

– Vou te passar alguns medicamentos para tomar em casa, anti-inflamatório e analgésicos, se as dores forem muito intensas mesmo com os remédios retorne para o hospital. No mais, repouso o resto do dia.

– Obrigado, dr. Filipe. Posso me organizar para sair então?

– Claro, a enfermeira logo virá trazendo a receita e a alta assinada. Assim que pegar os documentos com ela já pode ir.

Acompanhei o médico até a porta agradecendo-o e procurando o segurança para informar que partiríamos. Havia tido uma troca de turno entre eles, mas o guarda-costas estava no mesmo lugar que o anterior, ele informou que o carro estava à disposição para partirmos assim que quiséssemos, então voltei a entrar no quarto.

Bernardo já havia se levantado e estava recolhendo os poucos pertences que estavam com ele quando veio ao hospital, coloquei a jaqueta sobre seus ombros de forma que também cobrisse seu braço imobilizado e recolhi minha bolsa na poltrona.

– Consegue andar? – Perguntei.

– Consigo, pode deixar – ele respondeu em tom baixo levando a mão livre na costela machucada ao dar o primeiro passo.

– Certeza que não quer ajuda?

– Tá tudo bem, amor. É só um leve desconforto – garantiu com calma.

Apenas concordei e me pus a caminhar em silencio o acompanhando para fora do quarto.

Fizemos todo o trajeto até minha casa sem trocarmos uma palavra sequer, o segurança dirigindo e nós dois no banco de trás. Be encarava a janela observando a rua, eu do outro lado do banco fazia o mesmo, vez ou outra ele me lançava um sorriso torto e eu sabia que ele estava apenas reconsiderando nosso desentendimento no hospital. Era uma questão de tempo ele tocar nesse assunto de novo.

Glorinha arrumou minha cama com diversos travesseiros para que ficasse confortável para Bernardo, com o auxílio do meu pai ele subiu as escadas devagar e se acomodou no meu quarto. Meus pais, depois de se certificarem que Be estava bem e perguntarem diversas vezes se ele precisava de algo mais, resolveram nos deixar a sós para que meu namorado pudesse descansar.

– Eu vou com um segurança até seu apartamento pegar roupas e outros itens que você precise – avisei. – Quando eu voltar posso te ajudar a tomar um banho.

– Camilla, pelo amor de Deus! Eu estou machucado – ele sorriu malicioso.

– Bernardo! Eu estou falando de banho mesmo – senti minhas bochechas queimarem. – Você passou a noite no hospital e...

– Relaxa, eu entendi – me interrompeu ainda rindo. – Eu vou querer, sim.

– Às vezes você é um idiota – cedi ao riso. – Eu volto logo.

– Cami, espera...

Parei a meio caminho da porta e me virei para olhá-lo, Bernardo fez um sinal com as mãos para que eu me sentasse perto dele na cama, voltei para o seu lado sem dizer nada, me sentei e aguardei.

– Sobre o que estávamos conversando no hospital, eu quero pedir desculpas – ele começou.

– Pelo que, exatamente?

– Você tem razão, meu amor. Você é essa mulher que vai lá e faz, eu sei disso desde que a gente se conheceu e te admiro nesse aspecto... eu venho tentando proteger você dos meus problemas e tenho falhado todas as vezes, por mais que fira meu ego, está na hora de aceitar que você não precisa de um super-herói na tua vida.

– Be, você não tem falhado, só está fora do teu alcance.

– Seja como for, a decisão de aceitar ou não o acordo, para quem vamos contar e como vamos fazer será toda tua. Faremos isso juntos e do teu jeito.

– O meu jeito é com você. Eu quero você ao meu lado e ciente de todos os movimentos. Você está certo eu não quero um herói, quero apenas um parceiro.

– Te entendo agora, eu vou ser esse parceiro – segurando minha mão me puxou gentilmente para perto. – Me desculpa por demorar tanto.

– Realmente demorou – fingi um suspiro.

– Eu não faço mais, prometo – disse fazendo beicinho.

– Combinado.

Abri ainda mais o sorriso dando uma piscadela para Be, ele ajeitou uma mecha dos meus cabelos atrás da minha orelha e me encarou com seus olhos negros extremamente profundos, foi inevitável beijá-lo.

– Eu vou buscar tuas coisas, volto o mais rápido possível – sussurrei ainda próxima de seu rosto. – Fica bem até eu voltar?

– Não, vou morrer de saudade – ele respondeu em tom igualmente baixo.

– Eu também. É por isso que vou tão rápido – prometi.

Realmente demorei o mínimo possível no apartamento de Bernardo, peguei coisas essenciais como escova de dentes, desodorante e o sabonete que ele prefere, algumas peças de roupa e também o perfume dele – porque eu fazia questão. Juntei tudo em uma mochila e na volta para casa parei em uma farmácia para comprar o que o médico havia receitado.

Cheguei ainda faltando algumas horas para o almoço, Bernardo disse que não precisava realmente de ajuda para tomar banho, apenas para tirar a tipoia e a camisa e depois vesti-las novamente. Os analgésicos que tomou no hospital ainda estavam fazendo efeito, por isso conseguiu movimentar o braço o suficiente.

Ele voltou para a cama para cumprir a recomendação de repousar, então quando o almoço ficou pronto montei dois pratos e levei até o quarto para comermos juntos. Passamos a tarde apenas descansando, falando coisas inúteis e assistindo filmes repetidos. Combinamos que no dia seguinte falaríamos com o pai dele sobre o acordo com o Soares e depois eu entraria em contato com no número que o homem dos cabelos descoloridos me passou.

Já somos 2k de girassóis, só tenho a agradecer vocês!

Continuem comentando e votando. Sabe aquele teu amigo/primo/vizinho que gosta de clichê? Manda o link pra ele!

Beijos ;*

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