The Arcrux - A Saga (LIVRO 1)

By evellyn_parker

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Uma garota órfã tem sua vila massacrada por criaturas desconhecidas, por sorte ou destino ela é a única sobre... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Personagens
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37

Capítulo 16

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By evellyn_parker

Fui até a porta e comecei a testar as chaves. Estava suando de nervoso e com a respiração acelerada, seria impossível explicar a situação caso alguém me visse.

A porta estava trancada por um cadeado, então tentei colocar a primeira chave que nem sequer entrou, não era compatível com a fechadura. A segunda se encaixou mas não destrancou o cadeado.

Bufei impaciente e coloquei a terceira chave que entrou perfeitamente e ao girar, o cadeado se abriu possibilitando minha saída.

Um sorriso de realização surgiu nos meus lábios e rapidamente abri a porta enorme com certa dificuldade, tentando não acordar o guarda que ainda dormia e roncava afundado em seu sono.

Tranquei a porta para evitar que me seguissem, caso percebecem minha ausência e quando me virei respirei fundo permitindo o ar do campo adentrar em minhas narinas. A sensação era de liberdade, calmaria e paz. 

Comecei a caminhar entre meio as plantações permitindo que o aroma das lavouras me deixasse relaxada e aos poucos fui ficando mais tranquilizada. Olhei para o céu e a lua brilhava iluminando meus passos, as estrelas espalhadas por aquela imensidão apenas auxiliando a luz da lua.

Continuei andando e observando algumas mudas de árvores frutíferas. Aquela simplicidade era tudo pra mim, eu não tinha o dom de plantar mas admirar as plantas me dava o sentimento de conforto.

Percebi que havia me aproximado da floresta quando olhei para trás e o castelo estava menor e bem distante. Olhei para frente novamente vendo a mata e cogitei a ideia de explorar aquele lugar, afinal, uma oportunidade dessas jamais surgiria novamente. 

Graças a lua, seria fácil encontrar o caminho de volta.

Me aconcheguei no casaco preto e meus lábios tremeram devido ao frio, esse era um dos fatores que também me acalmava, o frio. Era magnífico, mas também horrível para caçar.

O inverno na aldeia carregava tristeza e angústia pela falta de alimento e freguesia. O frio fazia com que as pessoas permanecessem em casa com seus familiares e o mesmo valia para os animais, ficavam escondidos em suas tocas.

Todas as vezes que ia atirar alguma flecha, minhas mãos falhavam. Gélidas, dormentes e instáveis, era impossível mirar e acertar naquele estado.

Se eu entrasse naquela floresta, minha única defesa seria a faca de caça que carrego em minha bota, mas que desta vez, estava em uma de minhas mãos para me proteger de maneira mais rápida caso algo me atacasse.

Adentrei a mata que agora estava mais escura do que eu imaginava, ouvindo apenas o barulho dos grilos cantando e sapos coaxando ao longo do caminho. Eu não exitaria, queria explorar o máximo daquele lugar e não podia esperar até ser manhã.

Minha chance de ficar sozinha jamais se repetiria, então eu teria que fazer agora.

Ouvi um barulho vindo de uma moita a poucos metros de distância de mim mas não era um barulho como os outros, era de algo se mexendo ali. Segurei a faca firmemente caso o que estivésse ali me atacasse e fui me aproximando da moita aos poucos.

Quando fiquei bem perto, uma cauda preta se ergueu entre meio as folhas me deixando confusa. O rosto do pequeno bichano se ergueu e saiu do meio do arbusto andando de maneira alinhada. Suspirei aliviada e acariciei o topo da cabeça do mesmo.

- Owwn, olá. - falei me agachando enquanto o gato preto se esfregava no meu braço enquanto o afagava carinhosamente - O que faz aqui? 

O gatinho de olhos azuis ronronou se deitando ao lado dos meus pés como se implorasse para que eu continuasse alisando seu pelo bem escovado.

Desta vez o barulho veio da copa de uma das árvores enormes, um barulho mais alto, de algo muito maior que o pequeno gato. Diferente de mim, o bichano continuou tranquilo mas se afastou a passos vagarosos e calmos.

Me levantei sem tirar os olhos do alto e segurei a faca com força, eu não pensaria duas vezes antes de acertar seja lá o que estivesse lá. Se estava se escondendo, não estaria ali para fazer amizades ou ser gentil.

Meu coração estava a mil, quase que errando as batidas. Não por medo, mas pela nostalgia. Por reviver o espírito e sentimento da caça do mesmo modo que fazia antes da aldeia ser massacrada.

Um galho estalou numa das árvores altas, havia se quebrado. Consegui ver apenas um borrão escuro caindo de cima e ergui as duas mãos cravando a faca no ser que despencou sobre mim.

O impacto no chão foi grande, ele estava sobre mim mas não estava morto. Meu corpo estava dolorido como se todos os meus ossos tivessem se quebrado ou como se eu tivesse sido bombardeada com uma bola de canhão. Consegui identificar o que era, era semelhante a um humano e apesar do corpo magro, ombros largos e pele pálida, ele pesava como chumbo.

Encontrei seus olhos esverdeados e naquele instante soube quem era resultando num arrepio frio em minha espinha, os mesmos olhos verdes do homem que mordeu meu pescoço durante o ataque dos lobos, o mesmo homem que me reconheceu quando chegamos nesse reino.

- Temos que parar de nos encontrar assim. - disse ele com dificuldade enquanto seus cabelos negros caíam sobre seu rosto esbranquiçado.

Ainda conseguiu soltar um sorriso enquanto seu braço esquerdo pressionava meu busto e a mão direita pressionava meus pulsos no alto de minha cabeça contra o chão frio e duro.

Apesar de ele ter me derrubado, eu havia conseguido cravar a faca em seu peito. Era tarde demais para me desculpar, tarde demais para interrogá-lo sobre sua espécie sangue-suga, tarde demais para tentar qualquer coisa que supostamente o salvaria.

O garoto levou a mão esquerda até a faca e fez uma careta soltando um gemido baixo de dor, como se estivesse tentando removê-la.

- Não pode tirar, a hemorragia vai te matar em menos de trinta segundos. - tentei explicá-lo mas por algum motivo ele riu.

Estava morrendo, mais ainda assim conseguiu rir. Ele arrancou a faca com rapidez e dureza sem pestanejar e suspirou aliviado se deitando ao meu lado, consequentemente deixando meus pulsos livres.

- E é nesse ponto que a imortalidade me beneficia. - disse ele sarcástico - De certa forma... - balbuciou ele para si.

O garoto levou as duas mãos até sua nuca cruzando as pernas e começou a observar o céu. Eu estava completamente confusa. Imortalidade, afinal do que ele realmente estava falando? Fiquei impressionada com a tamanha burrice dele e encarei a mancha de sangue em sua camisa branca da cor de sua pele.

- Está sangrando, idiota. - rasguei a barra de minha blusa e encharquei o trapo de pano numa poça d'água ali do lado - Preciso estancar o sangramento.

Não conseguia compreender como ele parecia tão tranquilo e calmo estando a beira da morte, ele me encarou confuso e levei minhas mãos até os botões azuis desabotoando todos de maneira habilidosa.

- Acho... que não vai ser necessário. - comentou ele tentando se levantar mas o impedi empurrando-o de volta para o chão.

- Fique parado, se não só vai perder mais sangue. - ele não relutou, mas pareceu segurar a risada por algum tempo.

Abri sua camisa revelando seu peitoral e abdômen bem definidos e por alguns segundos aquilo me desconcentrou. Balancei a cabeça tentando voltar minha atenção para a situação atual e ele não conseguiu segurar sua risada sarcástica, chegava a ser irritante a maneira como ele não dava valor a sua vida.

Por algum motivo ele ainda não havia morrido, mas ignorei esse fato pressionando o pedaço de pano verde úmido sobre o local do ferimento, na lateral do peito direito. Ele não parecia estar com dor, pelo contrário, estava agindo como se não houvesse nada ali.

Comecei a criar teorias e retirei o trapo de cima do seu peito lentamente, apenas limpando o sangue vermelho que se destacava sobre sua pele desbotada. Quando a mancha foi limpa, pude ver que a lesão havia desaparecido.

Eu estava louca? Jurava que a faca atravessara seu peito, a mata tornava o ambiente escuro mas não era impossível de se exergar o óbvio.

- Como... o que... por que? - me distanciei ficando em pé ao lado de seu corpo vistando o sorriso despreocupado em seus lábios - Era pra você estar morto!

Dei um leve chute na sua coxa esquerda mas foi o suficiente pra que ele se levantasse irritado e sério, seu sorriso havia desaparecido e a cada passo que ele dava se aproximando, eu recuava até ficar encurralada numa das árvores largas e enormes, sem saída.

- Por favor, não. - implorei fechando os olhos e erguendo o queixo para cima, eu não devia ter feito aquilo.

- Não se preocupe, não vou matar você. - ele se aproximou um pouco mais colando nossos corpos - Mas eu preciso de sangue, e por mais que o seu tenha um gosto terrível, é minha única opção.

Continuou ele e senti seus dedos gélidos e finos tocarem a pele quente do meu pescoço fino e pequeno. Desta vez eu estava entrando em desespero, pois não havia escapatória.

Nenhuma arma ou objeto para me defender. Devia ter ficado no castelo, como Sarah pediu. Não havia mais volta, não sabia o que aconteceria comigo, mas sabia que algo bom não ocorreria ali.

De repente aquela dor fina, aguda e redundante tomou conta de mim, seus dentes cravaram em minha veia enquanto eu podia sentir meu sangue sendo sugado. Me repeendi mentalmente por ser tão teimosa e por sempre acabar em confusão quando não escuto as pessoas.

[...]

Percebi que havia desmaiado quando abri meus olhos com a visão ainda um pouco turva, mas pelo menos foi o suficiente para perceber a presença do sangue-suga acariciando o pequeno bichano. Provavelmente o animal seria dele.

Uma pequena fogueira nos separava e nos mantinha em lados opostos, as labaredas de fogo pareciam dançar entre meio as sombras. Me lembrei de uma história do pequeno livro da aldeia que Begônia fazia questão de me contar na infância.

Era sobre a luz e a escuridão, almas separadas e distintas que só queriam ficar juntas. Mas por serem totalmente diferentes, foram destinadas a viver uma sem a outra.

Nunca entendi o propósito desse conto, mas ao ver as chamas e a escuridão se misturando mesmo sendo tão opostas, fazia com que eu tivesse uma pequena lembrança dela e suas histórias. Me fez compreender uma pequena parte da lenda sobre a luz e as sombras.

Coloquei minhas mãos em meu pescoço sentindo o sangue seco naquela área, senti nojo de mim mesma por ter servido de alimento para um ser tão repugnante.

Tentei me levantar mas não tinha forças suficientes, o garoto colocou os olhos em mim e se aproximou me fazendo sentir medo, ele notou meu desconforto e por algum motivo voltou para seu lugar.

- Logo vai voltar ao normal, você cicatriza rápido. - ele pegou o pano que usei para limpá-lo e umideceu na mesma poça. Desta vez rodeou a fogueira sentando-se ao meu lado e olhando para o sangue seco. 

Parecia distraído, mas assim que voltou a si ele levou o pano molhado até meu pescoço e olhou no fundo dos meus olhos como se pedisse permissão.

Eu não sabia como reagir, mas lentamente tirei o cabelo de cima da mordida e ele começou a limpar o local da ferida. Ainda não estava acreditando que ele realmente bebeu do meu sangue, era algo tão sórdido.

- Você é como.... um sangue-suga? - resolvi perguntar mas minha voz acabou falhando e ele sorriu sem mostrar os dentes.

- Gostamos mais do termo vampiro. - explicou ele - Perdão por... isso aí no seu pescoço. - ele continuou limpando o sangue - Fome é uma das coisas que minha natureza é incapaz de controlar.

Ele parecia realmente envergonhado, mas era difícil perdoar alguém e esquecer que acabou de beber seu sangue direto da veia.

- O que mais você controla? A vida e a morte? - questionei apontando para o local da facada.

- Mais ou menos isso. - ele olhou para baixo desconfortável - É estranho uma lobisomem não conhecer o básico sobre o mundo em que vive.

Lobisomem, ele realmente havia me confundido com um e criado esta hipótese. Franzi o cenho e soltei um riso abafado devido sua suposição. Não estava mais com medo dele, por algum motivo desconhecido eu acreditei quando disse que não podia se controlar.

- Desculpe te decepcionar, mas não sou um lobo. - esclareci esticando minhas mãos em direção as chamas quentes.

-É impossível... sangue de humano é doce como pequenos flocos de açúcar. O de lobisomem, o seu sangue, é amargo como mostarda. - ele fez uma careta como se lembrasse do gosto - Não sei o que lhe contaram, mas humana você não é.

- Você não é ninguém pra me dizer o que sou ou o que não sou. - cruzei os braços tentando me esquentar.

- Jamais, tenho apenas 148 anos de vida e experiência. - ele colocou o trapo de pano em seu lado e olhou para meu rosto que no momento em que citou sua idade, perdeu toda a expressão que tinha.

- O que quer dizer? - olhei para o verde nos seus olhos.

- Aposto que estava se perguntando como me curei daquela facada fatal e por que não morri. - ele rompeu a troca de olhares fitando a fogueira com o semblante sério - Bem, do mesmo modo que falei quando retirei a faca do meu peito, sou imortal.

- Mas... isso é impossível. - levei a mão até a boca - Você... é jovem e.... isso não faz nenhum sentido.

- Faz parte de ser um vampiro, tenho todos esses benefícios. - sua mandíbula estava cerrada - Maldições, chame do que quiser. Estamos condenados a nos alimentarmos de sangue se quisermos viver.

Não falei mais nada, até porque não havia nada mais para falar. O silêncio ensurdecedor tomou conta do lugar, apenas o barulho da mata impedia o total desaparecimento do som.

- Sou Dylan Solis. - o garoto estendeu sua mão simpaticamente.

Ainda meio receosa encarei a palma de sua mão mas cedi.

- Cassandra Lancaster. - forcei um sorriso o cumprimentando.

Continua...

 Eae galeris o que acharam do novo personagem? O vampiro finalmente apareceuuuu kasjdkaskasjk

 Até o próximo capítulo

 Bye ;)

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