The Arcrux - A Saga (LIVRO 1)

Capítulo 17

Em volta da fogueira, o gato de olhos azuis se aproximou de Dylan enroscando-se no colo do vampiro que sorria acariciando o felino. Daquele ângulo, nem parecia que ele era perigoso. Eu ainda não confiava sem por cento nele, até por que ele se alimentou de mim.

Permanecemos calados por um certo período de tempo enquanto a madeira queimava, não pude evitar a dúvida enorme que bombeava a minha mente e insistia em permanecer ali, o que Dylan estava fazendo no reino dos Arcrux.

Não consegui segurar a língua pois a curiosidade estava me corroendo internamente.

- Veio para cá por algum motivo em especial? - perguntei voltando minha atenção para seus olhos hipnotizantes.

Ele pareceu pensar e elaborar uma resposta correta para minha dúvida.

- Acreditaria se eu dissesse que foi por você? - arqueei minhas sobrancelhas surpresa com a resposta.

Não estava entendendo, mal nos conhecíamos e não havia motivo para que ele me seguisse, éramos estranhos que se encontraram por um grande acaso numa noite de lua cheia. Além de ele ter cravado os dentes em mim, duas vezes!

- Perdão, acho que não compreendi. - soltei uma leve risada e Dylan sorriu olhando para baixo.

- Não sei se consigo explicar, Cassandra. - disse ele colocando seus olhos sobre mim - Aquele dia, na aldeia, não foi por acaso. - virei meu corpo em sua direção esperando que ele contasse mais - Foi a primeira que eu saí de Scarlatto em dezoito anos e senti como se algo me guiasse. Fui até a floresta, ouvi os lobos uivando e senti cheiro de sangue. E foi assim que nos encontramos.

Completou ele forçando um sorriso e encarando o fogo ardente que insistia em queimar mesmo com o vento gelado. De cento e quarente e oito anos, quase vinte deles o garoto perdeu no mesmo lugar

- O que são os Scarlatto? - Dylan acabou rindo da maneira como pronunciei o nome diferenciado.

- São um clã de vampiros, eles me acolheram quando me transformei. - o gato estava aconchegado e dormindo no colo de Dylan.

Olhei para cima, observando o céu escuro com a lua brilhante em destaque nele. As estrelas dispersadas pelo vasto universo fornecia um aspecto maravilhoso, como um lindo quadro pintado por um verdadeiro artista talentoso.

- É lindo, não é? - comentou Dylan fazendo o mesmo que eu mas voltando o olhar sobre meu rosto - As estrelas, adoraria retratá-las permanentemente.

- Você... pinta? - perguntei receosa e ele fez sinal de não com a cabeça.

- Nunca tentei, eu acho. - ele articulou as duas últimas palavras num tom baixo. O encarei confusa e ele inspirou pensativo - Depois da transformação, perdemos nossas memórias humanas. - esclareceu ele me deixando abismada e sem nenhuma expressão em meu rosto - Segundo Hakon, sou o único vampiro dos Scarlatto que se lembrou pelo menos do nome.

Não sabia como reagir, parecia terrível mas ao mesmo tempo libertador. Poder escolher quem quiser ser e como ser, escolher aonde ir sem ter que se preocupar com o passado condenador. E ainda por cima com a imortalide do seu lado.

- A garota que me transformou foi morta no mesmo dia em que me tornei imortal, ela era a única que sabia quem eu era antes da minha vida virar de ponta cabeça.

- Eu.... sinto muito. - tentei ser educada mas Dylan pareceu não se importar muito - Mas vocês não são imortais?

Questionei me estremecendo devido ao frio e esfreguei minhas mãos gélidas e frias, o casaco não estava cooperando tanto quanto eu esperava.