passagens

By ellecarmo

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citações dos livros que já li. destaques pessoais. More

a arte da guerra - steven pressfield
a arte de conhecer a si mesmo - arthur schopenhauer
a arte de escrever - arthur schopenhauer
a caixinha de música - luiza trigo
a escuta do infinito - marcelo gleis
a garota perfeita - mary hogan
a história do avivamento azusa - frank bartleman
a hora da estrela - clarice lispector
a lei de sullivan - nancy t. rosenberg
discurso da servidão voluntária - étienne de la boétie
o aliciador - donato carrisi
o vilarejo - raphael montes
sobre a pedagogia - immanuel kant
talvez você deva conversar com alguém - lori gottlieb
uma confissão - liev tolstoi

a alegria de ensinar - rubem alves

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By ellecarmo

01. ensinar é um exercício de imortalidade. de alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. o professor, assim, não morre jamais.

02. o sofrimento de se ser um professor é semelhante ao sofrimento das dores de parto: a mãe o aceita e logo dele se esquece, pela alegria de dar à luz um filho.

03. a alegria que se tem diante da coisa triste que é ver os preciosos dias passando... a alegria está no jardim que se planta, na criança que se ensina, no livrinho que se escreve.

04. a felicidade começa na solidão: uma taça que se deixa encher com a alegria que transborda do sol. mas vem o tempo quando a taça se enche. ela não mais pode conter aquilo que recebe. deseja transbordar. acontece assim com a abelha que não mais consegue segurar em si o mel que ajuntou; acontece com o seio, turgido de leite, que precisa da boca da criança que o esvazie. a felicidade solitária é dolorosa.

05. basta contemplar os olhos amedrontados das crianças e os seus rostos cheios de ansiedade para compreender que a escola lhes traz sofrimento. o meu palpite é que, se fizer uma pesquisa entre adolescentes sobre as alegrias e suas experiências na escola, eles terão muito que falar sobre a amizade e o companheirismo entre eles, mas pouquíssimas serão as referências à alegria de estudar, compreender e aprender.

06. declarou que estudou a vida inteira, menos nos anos em que esteve na escola. era, de fato, difícil amar as disciplinas representadas por rostos e vozes que não queriam ser amados.

07. romain rolland conta a experiência de um aluno: "...afinal de contas, não entender nada já é um hábito. três quartas partes do que se diz e do que me fazem escrever na escola: a gramática, ciências, a moral e mais um terço das palavras que leio, que me ditam, que eu mesmo emprego - eu não sei o que elas querem dizer. já observei que em minhas redações as que eu menos compreendo são as que levam mais chances de ser classificadas em primeiro lugar."

08. a maioria dos estudantes nos colégios e universidades não desejam estar lá. estão lá porque são obrigados. os métodos clássicos de tortura escolar como a palmatória e a vara já foram abolidos. mas poderá haver sofrimento maior para uma criança ou um adolescente que ser forçado a mover-se numa floresta de informações que ele não consegue compreender, e que nenhuma relação parecem ter com sua vida?

09. a educação, fascinada pelo conhecimento do mundo, esqueceu-se de que sua vocação é despertar o potencial único que jaz adormecido em cada estudante. daí o paradoxo com que sempre nos defrontamos: quanto maior o conhecimento, menor a sabedoria.

10. t. s. elliot: onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?

11. vai aqui este pedido aos professores, pedido de alguém que sofre ao ver o rosto aflito das crianças, dos adolescentes: lembrem-se de que vocês são pastores da alegria, e que a sua responsabilidade primeira é definida por um rosto que lhes faz um pedido: "por favor, me ajude a ser feliz..."

12. era uma daquelas tirinhas do charlie brown. ele está explicando ao seu amiguinho a importância das escolas. "sabe por que temos que tirar boas notas na escola para passarmos do primário para o ginásio. se tirarmos boas notas no ginásio, passamos para o colégio e se no colégio tirarmos boas notas, passamos para a universidade, e se, nesta tirarmos boas notas, conseguimos um bom emprego e podemos casar e ter filhos para mandá-los à escola, onde eles vão estudar um monte de coisas para tirar boas notas e..."

13. os que tirarem boas notas entrarão na universidade. nada mais. dentro de pouco tempo quase tudo aquilo que lhes foi aparentemente ensinado terá sido esquecido. não por burrice. mas por inteligência. o corpo não suporta carregar o peso de um conhecimento morto que ele não consegue integrar com a vida.

14. uma boa forma de se testar a validade deste sofrimento enorme que se impõe aos jovens seria submeter os professores universitários ao mesmo vestibular por que os adolescentes têm de passar. estou quase certo de que eu e um número significativo dos meus colegas não passaria. o que não nos desqualificaria como professores, mas que certamente revelaria o absurdo do nosso sistema educacional.

15. as crianças são ensinadas. aprendem bem. tão bem que se tornam incapazes de pensar coisas diferentes. tornam-se ecos das receitas ensinadas e aprendidas. tornam-se incapazes de dizer o diferente. se existe uma forma certa de pensar as coisas e de fazer as coisas, por que se dar ao trabalho de se meter por caminhos não-explorados? basta repetir aquilo que a tradição sedimentou e que a escola ensinou. o saber sedimentado nos poupa dos riscos da aventura de pensar.

16. o saber já testado tem uma função econômica: a de poupar trabalho, a de evitar erros, a de tornar desnecessário o pensamento. assim, aprende-se para não precisar pensar. sabendo-se a receita, basta aplicá-la quando surge a ocasião.

17. o que me impressionava era a sua recusa de, pelo menos, considerar a possibilidade de que um mesmo problema pudesse ser resolvido por caminhos diferentes. ela havia aprendido que há uma maneira certa de fazer as coisas, e que caminhos diferentes só podem estar errados.

18. ao final existe o gabarito: o conjunto das respostas certas. claro que há respostas certas e erradas. o equívoco está em se ensinar ao aluno que é disto que a ciência, o saber, a vida, são feitos. e, com isto, ao aprender as respostas certas, os alunos desaprendem a arte de se aventurar e de errar, sem saber que, para uma resposta certa, milhares de tentativas erradas devem ser feitas.

19. espero que haverá um dia em que os alunos serão avaliados também pela ousadia de seus vôos! teses que serão aprovadas a despeito do seu final insólito: "assim, ao fim de todas estas pesquisas, concluímos que todas as nossas hipóteses estavam erradas!" pois isto também e conhecimento.

20. feitiço é quando uma palavra entra no corpo e o transforma. o príncipe ficou possuído pela palavra que a bruxa falou. seu corpo ficou igual à palavra. a estória do príncipe que virou sapo e a nossa própria estória. desde que nascemos. continuamente, palavras nos vão sendo ditas. elas entram no nosso corpo, e ele vai se transformando. virando uma outra coisa, diferente da que era. educação é isto: o processo pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. eu não sou eu: eu sou as palavras que os outros plantaram em mim.

21. a psicanálise acredita nisso. ela vê cada corpo como um sapo dentro do qual está um príncipe esquecido. seu objetivo não é ensinar nada. seu objetivo é o contrário: des-ensinar ao sapo sua realidade sapal. fazê-lo esquecer-se do que aprendeu, para que ele possa lembrar-se do que esqueceu. quebrar o feitiço.

22. wittgenstein, filósofo para ninguém botar? defeito, definia a filosofia como uma "luta? contra o feitiço" que certas palavras exercem? sobre nós.

23. barthes: há uma idade em que se ensina aquilo que se sabe. vem, em seguida, uma outra, quando se ensina aquilo que não se sabe. vem agora, talvez, a idade de uma outra experiência: aquela de desaprender. deixo-me, então, ser possuído pela força de toda vida viva: o esquecimento...

24. imagino que o sapo, vez por outra, se esquecia da letra do coaxar, e no vazio do esquecimento, surgia uma canção. "desafinou!" berravam os maestros. "esqueceu-se da lição", repreendiam os professores. mas uma jovem que se assentava à beira da lagoa juntava-se a ele, num dueto... e o sapo, assentado na lama, desconfiava...

25. alberto caeiro: procuro despir-me do que aprendi. procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desencaixotar minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me, e ser eu.

26. a gente fica poeta quando olha para uma coisa e vê outra. é isto que tem o nome de metáfora.

27. o corpo é o lugar fantástico onde mora, adormecido, um universo inteiro. como na lagarta mora adormecida uma borboleta.

28. a palavra tanto pode invocar príncipes quanto sapos, tanto pode acordar borboletas quanto lagartas... a educação pode ser um feitiço que nos faz esquecer o que somos, a fim de nos recriar à imagem e semelhança de um outro.

29. não importa o nome que se dê a este outro, para quem as crianças e jovens são moldados. não importa o retorno econômico que se possa obter ao fim deste processo. permanece um fato fundamental: que ele só se realiza ao preço da morte dos universos que um dia viveram, como possibilidades adormecidas, no corpo das crianças: todo da vinci deve se transformar em funcionário, toda borboleta deve se transformar numa lagarta, todo campo selvagem deve se transformar em monocultura... não é de se admirar, portanto, que as pessoas passem as suas vidas com a estranha sensação de que não era bem aquilo que desejavam. elas foram transformadas em alguma coisa diferente dos seus sonhos, e esta traição as condenou à infelicidade.

30. pois, o que é um tolo? é apenas uma pessoa que ousa pensar pensamentos diferentes daqueles que a maioria pensa e repete. os tolos são aqueles que andam na direção contrária. num país de fugitivos aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo.

31. para aqueles que se dão ao trabalho de decifrá-los, eles contém revelações de uma sabedoria perdida. crianças são sonhos. sob a sua mansa aparência infantil se esconde o segredo de nossa felicidade perdida. pois não é verdade que alguma coisa se perdeu quando deixamos de ser crianças?

32. somente as crianças sabem o essencial, sem necessidade de palavras para dizê-lo. o normal é ver as crianças como aquelas que precisam ser ensinadas, seres inacabados que, à semelhança do pinóquio, só se tornam pessoas de carne e osso depois de serem submetidas às nossas artimanhas pedagógicas.

33. se o mundo da lagarta não era maior que a folha que comia, o universo da borboleta era o jardim inteiro. iria, flutuando ao vento, por espaços com que uma lagarta não podia sonhar.

34. é nisto que a psicanálise acredita. somos sonhos cobertos de carne. por isto que, diferente dos médicos, que apalpam, olham, examinam e medem os sintomas físicos do corpo, ela se dedica a ouvir as palavras. pois é nelas que moram as coisas que não existem, os sonhos, os pensamentos que nos fazem voar.

35. corpo, lagoa... na superfície, os reflexos do mundo de fora: as árvores, as nuvens, as montanhas... mas se, libertados do fascínio dos olhos, pararmos para ouvir as palavras que saem de suas profundezas, como bolhas, poderemos ter vislumbres de criaturas invisíveis, peixes coloridos, catedrais submersas, plantas desconhecidas, histórias de amor e de terror.

36. não é à-toa que a adélia prado tenha dito que "erótica é a alma". enganam-se aqueles que pensam que erótico e o corpo. o corpo só é erótico pelos mundos que moram nele. a erótica não caminha segundo as direções da carne. ela vive nos interstícios das palavras. não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. por isto que nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: "continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa, daqui a 30 anos?"

37. por vezes, entretanto, acontece uma metamorfose ao contrário: as borboletas voltam ao casulo e se transformam em lagartas. porque voar é fascinante, mas perigoso. é preciso que não se tenha medo de flutuar sobre o vazio com asas frágeis. é mais seguro viver agarrado à folha que se come. e eu me pergunto sobre o que aconteceu conosco. pois um dia fomos como borboletas aladas, em busca de espaços sem limites. talvez, por medo, tenhamos abandonado as asas. talvez, por medo, já não sejamos capazes de voar e sonhar. gordas lagartas, que não têm coragem de se desprender das seguras folhas onde rastejam...

38. porque o brinquedo, sem produzir qualquer utilidade, produz alegria. felicidade é brincar. e sabem por quê porque no brinquedo nos encontramos com aquilo que amamos. no brinquedo o corpo faz amor com objetos do seu desejo. pode ser qualquer coisa: ler um poema, escutar uma música, cozinhar, jogar xadrez, cultivar uma flor, conversa fiada, tocar flauta, empinar papagaio, nadar, ficar de barriga para o ar olhando as nuvens que navegam, acariciar o corpo da pessoa amada coisas que não levam a nada. amar é brincar. não leva a nada. porque não é para levar a nada. quem brinca já chegou. coisas que levam a outras, úteis, rebelam que ainda estamos a caminho: ainda não abraçamos o objeto amado. mas no brinquedo temos uma amostra do paraíso.

39. ela aprendeu a falar. e ao falar aprendeu a brincar com as palavras. e ao aprender a brincar com as palavras, ela aprendeu a brincar com coisas que não existem. e ao aprender a brincar com coisas que não existem aprendeu a pensar! lembre-se do que disse valéry: o pensamento é, em resumo, o trabalho que faz viver aquilo que não existe!

40. quando eu era menino, na escola, as professoras me ensinaram que o brasil estava destinado a um futuro grandioso porque as suas terras estavam cheias de riquezas: ferro, ouro, diamantes, florestas e coisas semelhantes. ensinaram errado. o que me disseram equivale a predizer que um homem será um grande pintor por ser dono de uma loja de tintas. mas o que faz um quadro não é a tinta: são as ideias que moram na cabeça do pintor. são as ideias dançantes na cabeça que fazem as tintas dançar sobre a tela. por isso, sendo um país tão rico, somos um povo tão pobre. somos pobres em ideias. não sabemos pensar. nisto nos parecemos com os dinossauros, que tinham excesso de massa muscular e cérebros de galinha.

41. o bem mais caro, o bem mais cuidadosamente guardado, o bem que não se vende, são as ideias. é com as ideias que o mundo é feito. prova disso são os tigres asiáticos, japão, coreia, formosa que, pobres de recursos naturais, se enriqueceram por ter se especializado na arte de pensar.

42. o pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido. pensar é voar sobre o que não se sabe. não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. as respostas nos permitem andar sobre a terra firme. mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido. e, no entanto, não podemos viver sem as respostas. as asas, para o impulso inicial do vôo, dependem de pés apoiados na terra firme. os pássaros, antes de saber voar, aprendem a se apoiar sobre os seus pés. também as crianças, antes de aprender a voar, têm que aprender a caminhar sobre a terra firme.

43. ao falar não sei se estou usando um substantivo, um verbo ou um adjetivo, e nem me lembro das regras da gramática. quem, para falar, tem de se lembrar destas coisas, não sabe falar. há um nível de aprendizado em que o pensamento é um estorvo. só se sabe bem com o corpo aquilo que a cabeça esqueceu. e assim escrevemos, lemos, andamos de bicicleta, nadamos, pregamos pregos, guiamos carros: sem saber com a cabeça, porque o corpo sabe melhor. é um conhecimento que se tornou parte inconsciente de mim mesmo. e isso me poupa do trabalho de pensar o já sabido. ensinar aqui, é inconscientizar.

44. memória: um saber que o passado sedimentou. indispensável para se repetir as receitas que os mortos nos legaram. e elas são boas. tão boas que elas nos fazem esquecer que é preciso voar. permitem que andemos pelas trilhas batidas. mas nada têm a dizer sobre mares desconhecidos.

45. o seu saber é um pássaro engaiolado, que pula de poleiro a poleiro, e que você leva para onde quer. mas dos sonhos saem pássaros selvagens, que nenhuma educação pode domesticar.

46. nietzsche: dir-se-ia ver dois andarilhos diante de um regato selvagem, que corre rodopiando pedras. o primeiro, com pés ligeiros, salta por sobre ele, usando as pedras e apoiando-se nelas para lançar-se mais adiante, ainda que, atrás dele, afundem bruscamente nas profundezas. o outro, a todo instante, detém-se desamparado, precisa antes construir fundamentos que sustentem seu passo pesado e cauteloso; por vezes isso não dá resultado e, então, não há deus que possa auxiliá-lo a transpor o regato.

47. com o aprendizado do rigor, você desaprendeu o fascínio do ousar.

48. para se aprender a pensar é preciso primeiro aprender a dançar. quem dança com as ideias descobre que pensar é alegria. se pensar lhe dá tristeza e porque você só sabe marchar, como soldados em ordem unida.

49. saltar sobre o vazio, pular de pico em pico. não ter medo da queda. foi assim que se construiu a ciência: não pela prudência dos que marcham, mas pela ousadia dos que sonham.

50. todo conhecimento começa com o sonho. o conhecimento nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. mas sonhar é coisa que não se ensina. brota das profundezas do corpo, como a água brota das profundezas da terra.

51. como mestre só posso então lhe dizer uma coisa: "conte-me os seus sonhos, para que sonhemos juntos!"

52. uma lata de sardinha. a tampa foi dobrada inteligentemente, e assim se produziu a capota. as rodas foram feitas de uma sandália havaiana que não se prestava mais a ser usada. os eixos, dois galhinhos de arbusto. e ei-lo pronto! um carrinho, construído com imaginação e objetos imprestáveis. sei que o menino é pobre. se fosse rico teria pedido ao pai, que lhe teria comprado um brinquedo importado. dinheiro é um objeto que só dá pensamentos de comprar. a riqueza, com frequência, não faz bem ao pensamento. mas a pobreza faz sonhar e inventar. carrinho de pobre tem de ser parido.

53. se os professores entrassem nos mundos que existem na distração dos seus alunos eles ensinariam melhor. tornar-se-ia companheiros de sonho e invenção.

54. deu com a lata de sardinha jogada no lixo. foi um momento de iluminação. a lata de sardinha virou uma outra coisa. o menino virou poeta, entrou no mundo das metáforas: isto é aquilo. o menino, sem saber, executou uma transformação mágica. todo ato de criação é magia. o menino dobrou a tampa e se sentou ao volante.

55. é sempre assim. quando o sonho é forte, o pensamento vem. o amor é o pai da inteligência. mas sem amor todo o conhecimento permanece adormecido, inerte, impotente.

56. as escolas: imensas oficinas, ferramentas de todos os tipos, capazes dos maiores milagres. mas de nada valem para aqueles que não sabem sonhar. os profissionais da educação pensam que o problema da educação se resolverá com a melhoria das oficinas: mais verbas, mais artefatos técnicos, mais computadores. não percebem que não é aí que o pensamento nasce. o nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. uma semente há de ser depositada no ventre vazio. e a semente do pensamento é o sonho. por isto os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.

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