Um Amor Proibido (Obra Reescr...

By Garoto1D

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Para Louis a vida sempre foi uma incógnita, existiam coisas que não faziam tanto sentido, e uma dessas coisas... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62

Capítulo 14

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By Garoto1D

Caio

Após uma noite muito mal dormida acordo com cansaço horrível, apesar da bebida ter sua parcela na minha dor de cabeça, o motivo não é nem esse, e sim o ocorrido com o Louis, que nesse exato momento está me abraçando enquanto dorme. Depois que ele entrou, fiquei um bom tempo no lado de fora, e esfriou bastante, quando entrei ele estava tomando muita água e parecia estar normalizando. Me deitei para dormir e ele veio sorrateiramente e se aconchegou comigo, e ali ele ficou, pensei em dizer não, mas não faria sentido já que a gente tinha acabado de dar um beijo super bom.

Fico observando o rosto dele enquanto dor, é tão sereno, penso em que merda devem ter dado para ele beber, e no quanto isso foi perigoso, já que as pessoas fazem o mal para as outras só por fazer, e também tem situação do beijo, não foi ruim, de longe foi um dos melhores beijos que já recebi, porque nunca me deram um beijo com tanta calma e vontade, e apesar de tudo é claro que ele vai perguntar sobre o que rolou, e eu não sei o que vou explicar pra ele. No fundo eu torço pra que ele ache que foi só um delírio da cachaça, e que ele não estava sentado no meu colo sentindo meu pau igual uma pedra enquanto a gente se beijava.

Saio do abraço dele e levanto, vou em direção ao Will ver como ele está, também está dormindo, esse aqui deve tá super fodido, levanto um pouco a blusa e vejo os hematomas roxos, isso vai ter que sarar logo, nós temos um jogo classificatório. E ele é o capitão e não podemos ficar sem ele.

Ouço um barulho, e logo percebo que Louis não está mais deitado, e está no banheiro ao que tudo indica vomitando, vou em direção ao banheiro, e ele está abaixado na direção do vaso sanitário botando tudo para fora.

Louis se curva e sinto pena dele, o cabelo agora está colado na testa, e o rosto dele está bem vermelho, essa situação deva estar sendo bem desconfortável para ele, por sorte já passei por isso tantas vezes que posso ajudar, fico atrás dele passando a mão na sua costa para que ele se acalme, e também se houver a possibilidade dele se engasgar eu estou aqui, saio do banheiro quando ele para de vomitar, vou até a cozinha pego uns comprimidos e levo para ele tomar.

— Louis toma, vai te fazer bem — Digo entregando os comprimidos e um copo com água.

— Minha cabeça dói — Então ele faz cara de choro e toma o remédio, óbvio que deve tá doendo, mas logo passa.

— Vem, vai passar, vamos comer algo, e depois vamos acordar o William e vê com ele tá ok? — Digo puxando ele.

— Caio? — Meu sangue gela, espero que não seja nada sobre ontem, sinto minhas mãos começarem soar.

— Sim? — Respondo sentindo minha respiração falhar.

— Me carrega? — Fico sem entender nada, mas agradecido que não era aquele assunto.

— Não consegue andar? — Digo e Louis franze o cenho como se tivesse pedido algo óbvio.

— Ah, claro — Apenas sorri e fui em direção a ele, passei as mãos ao redor das suas costas e ele prendeu as pernas na minha cintura, e descansou a cabeça no meu ombro. Que droga eu estava fazendo? Suspirei enquanto caminhava com Louis pendurado em mim, seria engraçado tropeçar ia ser nós dois no chão, mas pelo menos ia ajudar a eu ficar de pau mole, já que naquele momento ele insistia que era a melhor hora para ficar acordado.

Fomos em direção a cozinha, deixei ele na mesa e fui fazer sanduíche pro café da manhã, o dia estava nublado com jeito que choveria ou até mesmo nevaria, peguei presunto, queijo, tomate e alface. Comecei preparar, fiz um chocolate quente e quando me viro Louis está dormindo escorado na mesa, apenas sorrio pra cena, esse garoto está fazendo eu sentir tão estranho, e eu tô com tanto medo porque são coisas que nunca senti antes, e eu nem sei como lidar com isso.

— Acorda o café está pronto — Ele me olha com uma cara confusa, se espreguiça e então presta atenção no café da manhã que está em sua frente.

Ele começa comer e eu também, estou sentado do lado dele, e ele se encosta no meu ombro e continua comendo, sinto um formigamento na pele, bem onde a bochecha dele está encostada, após terminarmos de comer, lavo as louças e volto para o quarto com ele. William está acordando e quando nos ver faz uma cara de dor, ele tenta se sentar mas solta um gemido deitando novamente.

— Minhas costelas doem muito, e minha cabeça também — Will diz reclamando e fitando o teto com o semblante irritado, Will com dor é um inferno, parece um animal ferido, arisco.

— Não é pra menos, levou uma surra e ainda bebeu — Tento fazer com que soe em tom de advertência, mas como sempre Will nem liga.

— Eu lembro, lembro que foi por causa do Louis, indo fazer merda quando não tinha que fazer — Ele fala olhando diretamente para o Louis, que encolhe os ombros.

— Desculpe Will — Ele diz meio que culpado, certo que ele não deveria sair aceitando coisas de estranhos, mas a culpa foi nossa também por ter levado ele e não ter ficado por perto.

— Desculpa? Eu tomei porrada por culpa sua, por ter ido aceitar coisas de estranhos, já pensou se fazem mal a você eu ficaria louco — Diz bufando e xingando enquanto põe um travesseiro na cara, nesse momento William demonstrou que se importa de verdade com o Louis. Até então eu achava que era só medo da mãe dele cortar o cartão, mas aqui estava ele realmente demonstrando algo.

— Não é culpa dele, nos também deixamos ele sozinho — Digo tentando apaziguar as coisas, e ele me olha incrédulo.

— Que seja — Ficou um silêncio até que William quebra novamente.

— E que chupão é esse no seu pescoço? Safado. — Will diz dando uma risadinha.

— Chupão? — Pergunto confuso, mas logo lembro quem poderia ter feito.

— Sim, ou vai dizer que tô cego? — Doce como limão.

Vou no banheiro e olho meu pescoço onde Louis mordeu, e tá meio roxo, parece que aquela inocente mordida foi mais forte do que eu pensei. Voltei para perto da cama e Louis estava deitado na dele olhando pro chão, me pergunto se ele deve ter sacado sobre aquilo, e se a gente deveria conversar sobre.

— Aaaah isso? Não sei, não lembro como foi parar ai — Digo tentando mudar de assunto.

— Sei, Louis como você tá? — Ele pergunta relaxando o semblante e olhando pro Louis, que ainda estava calado.

— Bem, só cansado e com dor de cabeça, mas já vai passar — Will concorda.

— Deu uns pegas em alguma menina? — Ele indaga e Louis ri anasalado.

— Will, sem querer ser grosso, mas você me disse que eu ser BV era problema meu, então por que você se importa tanto com isso? — William encara ele e fico com vontade de rir, porque ele realmente ficou sem ação.

— Próxima vez que a gente sair, não aceite nada de estranhos ok? Muito menos bebidas — William ignora o que ele diz e adverte, concordo mentalmente, se ele não tivesse feito isso, muita coisa teria sido evitada, mas as coisas acontecem como devem ser.

— Vamos fazer seus curativos tá? Vou por uma pomada anestésica pra você poder ficar se mexendo — Digo indo em sua direção, Louis desceu e provavelmente deve ter ido comer alguma coisa de novo.

— Ei, ontem rolou uma coisa estranha — Will diz quase que sussurrando.

— O que?

— Yasmin me deu o maior fora da minha vida, tipo, me rejeitou total e eu fiquei igual um pedaço de merda sem nem saber o que dizer — Ele diz e fico surpreso.

— Sério? Eu jurava que ia dar em algo, já que ela te correspondia de boa — Digo e ele assente.

— Sim, mas ela me disse que eu era imaturo, que via ela como objeto um troféu a ser conquistado, e por isso não valia a pena ter nada comigo, certo que minhas intenções eram de longe um namoro, mas mesmo assim fiquei meio incomodado — Will diz com a cara pensativa, parece que a noite não foi confusa só pra mim.

— Tem mais, acho que Louis deve ter dito algo pra ela, tipo eles são amigos, e ele me veio com um papo parecido — Will diz e fico só encarando.

— Bom, se for, eles não estão totalmente errados né, mas de qualquer forma bola pra frente — Will assente.

— Levanta a blusa — Digo e ele faz o que pedi.

Pego a pomada e passo pelo abdômen dele, espalhando nos hematomas, Will tenta segurar a dor o máximo possível, mas faz umas caras engraçadas.

— Ei, está só nós dois, demonstrar dor não tem problema, deve tá doendo pra caralho, eu sei que tá — Digo ele suspira fundo.

— Não é isso, é só que.. Ah deixa pra lá — Assenti e quando terminei uma coisa me chamou atenção, acho que Will ficou duro enquanto eu fazia aquilo, ou eu podia estar tendo alguma alucinação, tento tirar isso da cabeça.

Não demorou muito para o remédio fazer efeito, descemos ligamos a TV para jogar vídeo game, Louis era ótimo no game de luta, não perdia uma, sempre fazia os golpes especiais.

Então decidimos jogar futebol e foi aí que ele parou de jogar, e foi pra cama dele ler um livro. Após algumas horas ligamos para um restaurante para pedir o almoço que foi na verdade frango frito e refrigerante.

Louis estava na cama dele, quando um trovão estouro fazendo um barulho absurdo, olhei para ele, e ele respirou fundo várias vezes, Will estava prestando atenção também, e aos poucos ele se acalmou, parecia estar em transe fazendo um exercício mental.

— Louis? Quer vir? — Will chama levantando o cobertor, Louis só assente e se junta a ele, fico observando aquilo e me sinto incomodado, acho que poderia estar com ciúmes por isso.

Preciso pôr em ordem todos esses pensamentos em relação à minha sexualidade, que a algum tempo eu tinha real certeza de ser hetero, mas agora é diferente, sinto algo por Louis e sei que não é amizade, se tô assustado? Bastante, nunca tive experiência com isso, e tenho receio, além do mais não sei se Louis me corresponderia. Porque quando ele me beijou, ele nem era ele naquele momento.

Logo o celular do Will toca e, é a mãe dele avisando que suas irmãs vão dormir na casa da amiga dela, pois está chovendo muito na região da cidade que elas estão, após a chamada ser desligada a chuva começa violenta pra cá. Não entendo muito a tia Bruna, ela é bastante ausente, Will não demonstra mas ele sente a falta, o fato de nunca ter conhecido o pai já é uma merda por si só.

Desligamos a TV e ponho músicas para tocar enquanto a chuva cai forte, deito ao lado do Louis e ficamos os três calados ouvindo o som e o barulho da chuva, após um trovão Louis se encolhe e minha reação foi involuntária, passei o braço ao redor dele e puxei ele pra mim abraçando, e William me olhou com um olhar estranho o que fez eu ficar constrangido no momento.

A gente se encara por alguns instantes e me sinto meio estranho, olhares dizem muito sobre o que as pessoas sentem, e já senti algo parecido na forma que Will me olhou.

Louis

Eu lembro do beijo do Caio, lembro de como meu coração acelerou, lembro de como eu tive um impulso de coragem e beijei ele de novo, lembro do abraço na hora de dormir. Minha cabeça tá tão confusa, tem tanta coisa dentro de mim que não sei explicar, tantas sensações estranhas, vontades estranhas, não sei o que fazer, tô tão perdido, eu sinto medo, não sei o que o Caio pode fazer depois.

Nesse momento ele me abraçava e eu estava meio deitado no peito dele, o Will tava do meu lado e não falava nada, comecei ficar com sono, e logo meus olhos pesavam.

William

Caio e Louis agem tão estranho, isso não é comportamento normal de homens, na verdade até eu já tô assim, mas não posso negar que apesar de eu ser "bruto", me importo com esse garoto deitado ao meu lado, que eu tinha intenção de odiar, mas não consigo, percebo que ele está dormindo, e Caio ainda está acordado pensando provavelmente, se a minha cabeça tá munida, imagina a dele.

— Hey Caio, ele já tá dormindo — Digo ao ver Lou respirando mais lentamente.

— Pois é, pegou no sono tão rápido — Faço que sim com a cabeça, acho que Louis é daquelas pessoas que dormem em qualquer lugar.

— Você gosta dele? — Pergunto fazendo Caio ficar meio tenso, percebi ele tentar relaxar.

— Gosto, é tipo um irmão caçula — Assenti, mas a pergunta nem foi nesse sentido.

— Cuidado para não passar a mais que isso — Resolvo alfinetar, e ele eleva o tom da voz, mas abaixa logo em seguida.

— O que cara? Tá dizendo que sou veado? — Nego, não disse isso ele que disse.

— Não é isso, mas sabe você com ele e todo esse negócio — Caio suspira como se pudesse me dar porrada.

— Deixa de besteira, você nem sabe se teu primo é gay pra tá falando isso — Foi aí que tive a brilhante ideia, talvez desse certo, meus planos são nas probabilidades de cinquenta por cento de dar certo e os outros cinquenta por cento não.

— Caio topa descobrir se ele é gay ou não? — Caio rola os olhos.

— Como assim cara? Isso não é certo, e se for nem ele mesmo deve conseguir compreender isso ainda — Assenti, mas não seria nada demais.

— Relaxa vamos só fazer uns testes, e se for, a gente poderia tentar ajudar de alguma forma, você não acha? — Ele suspira fundo e concorda.

— Ok, mas olha lá que tipo de teste vai ser, qualquer merda feita eu te dou uns murros e você sabe disso — Eu deveria me sentir intimidado, mas sei que ele não faria.

Após isso, ficamos quietos por muito tempo e a única coisa audível era a respiração do Louis, que tava tranquila. No lado de fora continuava chovendo bastante.

Louis

Acordei no meio na madrugada, estava com fome, percebi logo que Caio estava abraçado comigo, mas William também estava, ele estava com um braço em baixo de mim, e uma perna por cima de mim e do Caio, me senti preso precisava sair pra ir comer algo.

Após muito esforço consegui me levantar e fui em direção à cozinha o relógio marcava exatamente 3:45 da madrugada, abri a geladeira peguei leite, e uns biscoitos no armário e comecei comer, quando acabei meu lanche decidi não ir mais para o quarto, fui apenas para pegar um livro e vestir o moletom do Will estava fazendo frio, fiz um pouco de chá, e me sentei no tapete felpudo da sala e comecei ler. Após uma hora sinto duas mãos no meu rosto e escuto uma voz rouca  de sono.

— Adivinha quem é? — Fico surpreso ao saber que era o Will.

— Will? — Ele retira as mãos e eu me viro vendo ele com cara de sono, e o cabelo bagunçado.

— Acertou — Riu fraco e saiu caminhando.

Caio estava logo atrás dele ambos com o rosto amassado por causa do sono, eles foram para cozinha e eu liguei a TV, fiquei assistindo um documentário sobre vida animal, falava sobre as adaptações da natureza, o que é bem legal já que o ser vivo está em constante adaptação para sobreviver. Eles me chamam e olho da porta da cozinha.

— Oi? — Pergunto observando eles.

— Já abriu as cortinas? — Caio pergunta e eu nego.

— Não, por que?

— Abre lá, acho que você vai gostar do que vai ver — Will diz e eu sigo para sala abrindo as cortinas.

Abri e logo me deparei com o cenário todo branco, nevou durante a noite, fiquei super feliz, estava tudo levemente coberto de neve, porém ainda estava nevando e acho que mudaria a paisagem um pouco mais.

— Hoje não vai ter aula — Will diz soprando a xícara de chocolate para esfriar o líquido.

— Verdade, sem contar que ainda nem amanheceu o dia — Assenti enquanto fitava o lado de fora ainda.

— Podemos fazer alguma coisa pra passar o tempo — Tento sugerir algo.

— O que então? — Will pergunta interessado na proposta.

— Podemos brincar de gato mia, é basicamente um pique esconde, um de nós é vendado, aí os outros dois ficam se escondendo no quarto, e quando o gato encontrar ele dizer "gato mia" e quem for pego vai dizer "miau" e ser vendado pra procurar os outros — Digo e eles concordam com a cabeça.

Subimos as escadas e entramos no quarto, ainda tava meio escuro então os meninos ligaram apenas a luz do banheiro, e clareou um pouco.

— Louis você vai ser o gato, por que eu e o Caio somos mais velhos — Will diz fazendo eu revirar os olhos.

— Um ano mais velhos — Resmungo mas eles não mudam de ideia.

— Vem deixa eu por a venda em você — Caio se aproxima, a venda era uma camisa de manga comprida do Will que estava muito cheirosa, logo eles me rodaram umas cinco vezes e não escutei mais barulho nenhum.

Comecei tatear as coisas e andar pelo quarto com cuidado, tropecei em algumas coisas, mas nada de achar nenhum deles, lembrei do guarda roupas, fui tateando a parede até achar ele, abri e coloquei a mão dentro, mexi para um lado e nada, mexi para o outro e deu na barriga de alguém, não sei se era o Will ou o Caio, os dois tem aqueles a barriga com gominhos.

— Gato mia — Ordenei e logo ouvi a voz do Will.

— Miau.

— É você — Falei rindo, Caio logo apareceu.

— Vou por a venda em você vem cá — Ele se abaixou um pouco e eu coloquei a venda nele, ele girou e logo saiu pelo quarto.

Ele tropeçava muito, era engraçado, eu estava abaixado perto do espaço que fica ao lado da minha cama, mas Will vinha na minha direção então entrei de baixo da cama sem fazer barulho, então ele foi embora quando viu que não tinha ninguém, logo vejo outros pares de pés, pensei ser o Will mas era o Caio, ele se abaixou e entrou debaixo da cama comigo.

— Oi — Falou sussurrando e sorriu.

— Oi, tá fazendo o que no meu esconderijo? — Ele sorri e rola os olhos.

— Me escondendo com você, ele nunca vai achar nós dois — Dei um sorriso abafado, Caio também, ficamos nos encarando, e logo ouvimos o Will tropeçar em alguma coisa, Caio riu alto, e logo Will tava vindo na direção da cama, sai o mais rápido quando Caio ia se levantar, Will conseguiu pegar ele, e os dois caíram no chão rindo.

— Gato mia — Will disse rindo.

— Miau.

Logo Caio estava vendado e eu e Will nos espalhamos no quarto, enquanto ele já estava procurando, entrei no closet do quarto, que só agora eu havia reparado, fiquei no meio de uns casacos, quase que escondido, logo alguém entrou procurando nos cabides, percebi que era o Will então relaxei, ele me achou e perguntou se podia se esconder comigo.

— Deixa Louis, você se esconde melhor que eu e o Caio — Assenti dando passagem para ele.

— Tá bom, mas vai ficar apertado — Disse e ele deu de ombros.

— Não tem problema, você é baixinho não ocupa tanto espaço — Senti minha bochecha esquentar e não dei mais atenção.

Ele entrou no meio dos casacos comigo e fechou a porta de vidro que dava acesso naquela parte, o closet era como uma união de vários armários embutidos com portas de correr, feitas de vidro.

Estávamos muito próximos, fiquei envergonhado no mesmo instante, ele olhou pra mim e riu, logo escutamos a porta do closet ser aberta, vimos uma mão puxar a porta do lugar que estávamos e ficamos calados, Caio colocou a mão pra dentro e foi mexendo, a medida que mão dele se aproximava, Will ia mais pra cima de mim, até que já estava com meu corpo praticamente colado no dele, e meu rosto queimava, mas Caio acabou pegando ele.

— Gato mia — Caio disse tirando a venda.

— Miau

Após brincarmos mais algumas vezes, decidimos ver que horas eram e já estava quase dando 9:50 da manhã, fomos para sala jogar vídeo game, na hora de almoçar pedimos comida de um restaurante, estávamos comendo quando o celular do Will tocou.

— Alô? — Will pergunta prestando atenção na chamada.

— Tudo ok, o Louis tá bem, ok até mais — E por fim desliga, era tia Bruna, disse que precisa conversar comigo e com ele.

— O que vocês fizeram? — Também me fiz a mesma pergunta quando Caio disse.

— Que eu lembre nada, a não ser que ela tenha ficado sabendo da festa — Caio assentiu enquanto terminava de comer.

— Relaxa nem deve ser isso, até porque ela sempre sabe quando a gente sai pra festa — Caio tentou tranquilizar e logo estávamos normal.

William

O dia escureceu e logo nevava consideravelmente, então ligamos o aquecedor, Louis estava com um pijama padrão dele, que consistia no meu moletom e uma calça larga, deitado no chão da sala ele estava assistindo frozen, é engraçado como ele é apaixonado por esses desenhos, gosta disso, fico pensando e lembro que ainda tem a questão de eu e o Caio descobrirmos se ele é gay ou não.

Foi pensando nisso que fui tomar um banho quente, e fingi ter esquecido a toalha e chamei ele pra pegar pra mim, eu tava no box então mandei ele entrar no banheiro, quando botei o rosto pra fora pra pegar a toalha ele olhava pro chão e tava com a mão para frente segurando a toalha, só pra implicar mais ainda pedi pra ele pegar uma box pra mim, o mesmo estava super vermelho, o que eu acho super engraçado, por algum motivo amo quando ele fica assim. Após me trocar voltei pra sala e ele ainda tava assistindo desenho e Caio tava na cozinha fazendo alguma coisa pra lanchar. Aproveitei pra conversar com ele.

— Ei Caio, fiz o Louis ficar envergonhado — Caio parou por um minuto e me olhou.

— Como? — Perguntou com curiosidade.

— Inventei que ia tomar banho e fingir ter esquecido a toalha e uma cueca, e pedi pra ele pegar, ele ficou igual uma pimenta — Disse rindo um pouco, Caio parecia não ter gostado muito.

— Mas ele é tímido, é meio óbvio que ele ficaria assim — Caio disse sem dar muita importância.

— Pode ser, isso prova que ele é gay? — Perguntei e Caio apontou uma cenoura pra mim.

— As vezes você é tão idiota, claro que não, ficar com vergonha não prova que ele é gay, quer descobrir se ele é gay? Pede um beijo — Disse voltando sua atenção para a comida levemente irritado.

— Tá doido? Mas o que prova então? — Queria uma sugestão do meu amigo, mas também era engraçado ver ele pegando corda tão rápido.

— Não sei, esse plano todo é seu, deveria saber o que fazer — Rolo os olhos, que pé no saco ele consegue ser.

— Acho que vou dormir com ele, mas vou ficar de cueca e ver como ele reage o que acha? — Pergunto pensativo, porque se for, de alguma forma isso vai afetar e gerar uma reação.

— Tanto faz, você sabe o que faz — Falou com um certo tom de irritação.

— Tá irritado por que? ciúmes? — Digo rindo.

— O que? não sou gay pra ter ciúmes de um homem — Diz resmungando, imagina quando tiver velho, vai ser chato pra caralho.

— Mas tá parecendo — Caio respira fundo e me olha novamente.

— Você que vai dormir de cueca com um menino e o gay sou eu? — Xeque mate William, fiquei calado por alguns minutos.

— Já dormimos de cueca caso você não lembre e isso não mudou nada, se quiser pode também, lembra que estamos juntos nessa? — Pergunto com esperança de receber um sim.

— Lembro, mas só não quero que isso magoe ele, isso parece ser tão invasivo — Caio estava sendo sincero com o que dizia, parecia se importar realmente.

— Relaxa, e vem cá, você tá tão sentimental ultimamente não acha? — Ele manda o dedo do meio pra mim.

— Não enche William — Ri e voltei pra sala, Louis tava dormindo, chamei o Caio pra carregar ele pro quarto, engraçado que ele fica todo grogue de sono, chegou a hora do jantar e nada dele acordar, Caio terminou de fazer carne frita e chamei ele pra comer, ele comeu um pedaço escovou os dentes e deitou, pegou no sono novamente, dorme demais meu Deus do céu.

Terminei de comer e Caio também, escovamos os dentes, tiramos os shorts e deitamos um de cada lado do Louis, puxamos o edredom, e pelo meio da noite, ele se mexeu e acabou me abraçando, meu corpo inteiro esquentou, e eu fiquei perdido com isso, Caio tava com o braço ao redor da cintura dele e já dormia, o que fazia o braço dele ficar entre meu abdômen e a cintura do Louis, após um pouco de tempo peguei no sono.

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