Um Amor Proibido (Obra Reescr...

By Garoto1D

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Para Louis a vida sempre foi uma incógnita, existiam coisas que não faziam tanto sentido, e uma dessas coisas... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62

Capítulo 1

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By Garoto1D

William

Acordei, e fui direto para o banheiro fazer minhas higienes, tomei banho me sequei e me arrumei para a escola, estar no último ano de certa forma me deixava bem aliviado, tinha planos de ingressar em algum time de futebol, e isso fazia eu suportar aquele lugar extremamente chato. Entrei na cozinha e minhas irmãs e minha mãe já estavam preparadas para o café, me sentei a mesa e comecei comer meu cereal.

— Filho a gente precisa conversar — Minha mãe diz e já começo pensar se fiz alguma merda, quando ela vem com esses papos o limite do meu cartão é cortado pela metade, não me orgulho de ser um mimado que tem tudo de mão beijada, mas né, quem sou eu para reclamar das regalias da vida.

— O que foi? — Ela suspira e isso só me deixa mais apreensivo, será que alguém contou que eu e o Caio ateamos fogo na lixeira do Wilson, espero que não.

— Minha irmã, sua tia Claire, ela faleceu junto com seu tio Charles, estavam viajando de volta para casa e o avião teve algum tipo de problema, não encontraram nenhum sobrevivente. — Minha mãe estava com cara de choro, e eu realmente sem entender onde aquilo tudo ia parar, sentia muito, tia Claire era bem discreta, uma verdadeira dama na verdade, não lembro uma vez de ter visto ela exaltada com qualquer coisa que seja.

— Nós vamos esse final de semana para Dublin, vamos para o velório prestar uma última homenagem, e seu primo Louis vai vir morar aqui em casa. Claire era uma pessoa muito importante para mim, foi a pessoa que fez eu saber o verdadeiro significado de ter uma família, e vou retribuir cuidando do bem mais valioso que ela considerava, que era o filho — Minha mãe diz e eu arqueio a sobrancelha incrédulo.

— Certo. Nem fudendo que eu vou dividir meu quarto com o Louis, e outra, se era tão importante pra ela, porque diabos ela passava mais tempo viajando do que com o pirralho? — Digo e vejo minha mãe ficar com a cara fechada.

— William, ele vai vir sim morar conosco, queira você goste ou não, vai sim ficar um tempo no seu quarto, porque eu sustento essa casa, e enquanto você depender de mim para qualquer coisa, vai seguir as mínimas regras que eu ponho dentro de casa, e outra você vai ser o mais agradável possível com ele — Ela diz séria chamando atenção até das minhas irmãs que estavam alheias a tudo.

— Que seja, mas lhe garanto que em menos de um mês ele vai desejar ter ficado sozinho na Irlanda, você não pode tirar minha privacidade e querer que eu ache às mil maravilhas dividir meu espaço com alguém que eu raramente vejo, além dos feriados comemorativos — Digo puto da vida, tomo meu café na força do ódio e não falamos mais naquilo.

Pegos minhas coisas e vou para garagem pegar o carro para ir pra escola, o ódio da minha vida era ter que depender da minha mãe, porque sempre que possível ela fazia questão de me mostrar o quão fodido e dependente eu era.

O dia estava tranquilo e o céu me parecia normal, na verdade nunca noto diferença nele, e nem sei porque hoje estava sendo diferente. Após atravessar os portões da escola, estaciono o carro e entro, logo meus amigos vem na minha direção, Lucas e Diogo.

— Fala Will firmeza mano? — Lucas diz dando um soquinho no meu ombro.

—Tô bolado cara, meu priminho irritante vai vir morar na minha casa e dormir no meu quarto, já posso até imaginar a bosta que ele vai fazer no meu quarto. — Eu realmente odiava a ideia de dividir um espaço apenas meu.

— Cara lamento, crianças são irritantes mesmo bro — Diogo diz mas o problema não são as crianças, o problema é ser um adolescente e parecer um fedelho, Louis era tudo isso, talvez a proteção exagerada da tia Claire tenha deixado ele daquele jeito, sem saber dar um passo sozinho, nem os empregados daquela maldita mansão parecem ter ensinado algo de útil para ele com o passar dos anos.

— Pois é, o pior é que minha mãe tá dizendo para eu tratar ele bem, o moleque perdeu os pais, sei que é uma perda bem forte, mas cara o que diabos eu tenho a ver com isso, meus tios nadavam no dinheiro, poderiam simplesmente entregar ele para qualquer um da família, mas mamãe deu com essa agora, fora que ele é todo tosco, duvidar nem beijar deve ter beijado ainda. — Coisa que eu duvidava muito, não faz muito tempo que eu tive a idade do Louis, mas eu não era tão burrinho.

— Vai tirar a inocência do garoto né Will — Lucas diz fazendo eu franzir o cenho.

— Sai idiota sou macho cara — Digo e ele ri, me deixando levemente puto.

— Falar em inocência já viram a garota do segundo ano que chegou? — Diogo fala num tom bem insinuador, pude ver malícia no tom de sua voz.

— Não, ela é bonitinha? — perguntei, porque seria mais uma que ia acabar na minha cama.

— Como os gregos diriam, ela é uma filha de Afrodite. Já viu os peitos e a bunda dela? Eu me acabaria naquilo. — Lucas fala e gesticula com as mãos, isso pra mim era o de menos, eu sempre conseguia pegar alguém da escola.

— Essa já é minha caras, agora vamos logo pra sala não quero pegar mais uma advertência. — Minha vida escolar estava repleta de advertências, já tinha perdido as contas, mas minhas notas eram até razoáveis, precisa se manter na linha para as coisas fluírem depois daqui.

Fui andando com eles quando alguém tropeçou e quase me derrubou, me equilibrei para não cair e procurei a pessoa que quase me mandou pro chão.

— Porra quem foi o cego? — Falei enquanto me recuperava da trombada.

— O garoto do primeiro ano ali — Lucas disse rindo, os novatos da escola, normalmente não conhecem as coisas por aqui, então tem que ensinar né.

Olhei e era um garoto que usava um óculos, ele veio na minha direção fazendo gestos exagerados com as mãos, como se estivesse nervoso.

— É... Desculpa eu não vi você — Rolei os olhos pra ele, tava se cagando de medo, era melhor ele ter seguido o caminho dele do que ter vindo com desculpa esfarrapada.

— Porra, mesmo usando essa bosta de óculos você não enxerga? — Ele começou ficar nervoso e eu só me divertia com a situação.

— Desculpa...... Por favor — Disse nervoso. Empurrei ele contra a parede e sai.

— Vê se aprende a olha por onde você anda babaca — Digo me afastando, nem me preocupei com a ideia de ser delatado pra diretora, ninguém fazia isso ou estava fodido.

Continuei indo para a sala quando meu celular tocou, olhei no visor e era minha mãe ligando, eu mal tinha pisado na escola.

— Ah mais que inferno — Parei para atender e ver o que ela queria agora.

— Alô mãe. — Digo ríspido lembrando da conversa de mais cedo.

— Will, preciso que vá direto para casa após a escola para dar almoço para suas irmãs tá bem? — Assenti, mesmo que ela não pudesse ver.

Desligo o celular e sigo para minha sala, Caio estava lá, existe uma diferença bem grande na forma que eu e Caio nos comportamos, mas mesmo assim ele é de longe meu melhor amigo, sou bem chegado no pessoal do time, mas o Caio eu conheço desde pirralho.

— Bom dia florzinha — Caio diz e mando o dedo do meio para ele.

— Tá mais irritado que o normal, o que rolou dessa vez hein? — Suspiro fundo.

— Nada demais, você lembra do Louis? Meu primo que a gente ignorava de vez e sempre? Ele vai vir morar lá em casa, o problema é que ele vai ficar no meu quarto — Digo e Caio parece surpreso com tudo.

— Aconteceu algo para ele ir pra lá? Sei que os pais são meio ausentes, mas né, não ao ponto dele simplesmente vir da Irlanda para cá — Caio diz e podia ver as engrenagens do cérebro dele tentando descobrir o motivo.

— Claire e Charles morreram num acidente de avião, já dei uma olhada na internet, alguns sites estão noticiando isso — Caio faz uma cara de surpresa.

— Meus pêsames cara — Ele diz dando um soquinho no meu ombro.

— Valeu, mas no real, não sei se eu deveria sentir muito, nunca tive muito contato com eles, então não sinto que tenha um laço afetivo tão grande ao ponto de eu chorar, que nem minha mãe tem feito, mas de qualquer forma é isso, esse final de semana a gente viaja para ir ao velório e buscar o Louis — Digo e Caio concorda.

— Bom, sei que você tá puto com a privacidade violada, mas tenta segurar a onda só um pouco, o garoto acabou de perder os pais, e é o Louis, a gente sabe como ele é. — Caio diz e rolo os olhos,

— Às vezes parece que você não me conhece, sei que você sempre foi de boa com ele, ou você acha que nunca vi você conversando com ele quando eu saia e vocês ficavam sozinhos? Mas de qualquer forma, eu já disse que não vou aceitar isso, e eu sei o que é melhor para mim — Digo e Caio desiste de argumentar qualquer coisa que seja.

x

O final de semana chegou mais rápido do que eu esperava, e naquele sábado mesmo, eu já estava no aeroporto com minha mãe e minhas irmãs. As pequenas estavam animadas, porque ia ser a primeira viagem, normalmente se levaria para Disney, Orlando e qualquer parque temático, chegava a ser depressivo o primeiro voo ser para um velório, mas ela pareciam não dar a mínima para isso.

Nosso voo não ia demorar mais que uma hora, e minha mãe gostaria de retornar no mesmo dia se possível, então não íamos levar mala nem nada. Seria basicamente uma ida e volta, mamãe fala tanto de mim, mas acredito que seja insensível da parte dela simplesmente ir pegar o garoto, mal velou os pais e já vai estar saindo de lá.

O voo foi um tédio horrível, não via a hora de estar de volta em casa, fazendo minhas coisas e ignorando a existência do Louis como sempre fiz.

Assim que chegamos, já tinha um carro nos esperando, e sinceramente eu estava sem saco para ver os rostos dos meus familiares, tia Claire era a única que eu me dava bem, e não era atoa, o resto dos meus tios e primos, eram simplesmente um bando de pé no saco.

Nossa família sempre foi movida a interesse, então nas reuniões de Natal, aniversários e qualquer merda que fosse rolavam várias situações estranhas, alguns tios tinham um tipo de rivalidade com Claire, mas acredito que deve ser porque ela era uma mulher bem sucedida. Minha mãe tem dinheiro, isso é óbvio, mas tia Claire estava num nível acima de muitos da família, em um aniversário meu, ela me deu de presente um passeio num jatinho, nunca tinha entrado em um, então foi uma experiência que lembro até hoje. E cara pra você ter um jatinho, você tem que nadar em dinheiro, porque é algo que é caro pra ter, e pra manter também. 

Saindo do aeroporto, fomos em direção à um bairro nobre, porque só isso explicaria aquelas casas gigantescas. O carro parou em frente à uma casa bem grande, com um quintal que eu perdia do campo de visão. E essa era a residência dos Wenders, mas do Louis mesmo, já que ele passava mais tempo aqui que os pais.

Mamãe tocou a campainha e um senhor de meia idade atendeu a porta, nos direcionou para o interior e ficamos na sala, eles conversaram um pouco, e ele explicou a situação para minha mãe.

Explicou que Louis estava muito afetado, mas que tinha tendência a se esquivar de falar sobre o que tava sentindo, deu um relatório pra minha mãe de tudo sobre ele, e com toda certeza do mundo isso só é possível porque as pessoas que trabalham nessa casa, devem ser mais pais dele do que os biológicos.

O velório seria restrito a algumas pessoas da família, mas a maioria seriam amigos dos pais do Louis, segundo o Sebastian, Louis pediu para serem poucas pessoas, e isso me deixou levemente surpreso, porque pela primeira vez acho que concordava com ele em algo e talvez ele não fosse tão burro quanto eu pensava.

Mamãe ficou um tempão conversando com Sebastian, em como ficariam as coisas com a mudança do Louis para BradFord, e aparentemente ela teria que resolver algumas papeladas na justiça, mas aparentemente ela estava disposta a tudo isso.

Pela tarde nós fomos ao velório, Louis estava lá, maior do que a última vez que nos vimos, mas ainda assim permanecia mais baixo que eu, tinha o semblante abatido e falou somente com minha mãe ignorando ou ficando em silêncio durante as poucas tentativas de contato que tentaram com ele.

Pelo início da noite, estávamos voltando para BradFord, estava um clima tão pesado, mamãe tinha os olhos vermelhos e inchados de tanto que chorou, e eu não fazia ideia dessa ligação dela com tia Claire, quanto à Louis, ele não deu mais que duas palavras comigo e permaneceu quieto durante toda a viagem, e resolvi que deixaria ele em paz.

Quando chegamos em casa, ajudei Louis a carregar as malas para meu quarto, contra minha vontade, mas pouparia minha mãe de um estresse desses, hoje pelo menos.

Durante a semana tive que ajudar minha mãe a instalar a cama do Louis, enquanto não aprontava o quarto dele, eu esperava que ficasse pronto o mais rápido possível, não queria ele por muito tempo ali.

— Sinto muito pelos seus pais — Digo e ele me olha pela primeira vez, e ele tava péssimo, os olhos fundos e olheiras bem marcadas.

—Bom, sei que não é a hora apropriada para isso, mas vamos deixar algumas coisas claras, esse é o meu quarto, você está aqui só um tempo, então as coisas aqui são do jeito que eu quero. Outra, existe uma possibilidade de você ir para o mesmo colégio que eu, em hipótese alguma eu quero ter algum tipo de contato lá, você é o tipo de pessoa que eu ignoro dentro daquele lugar, e eu prefiro manter isso, você sendo meu primo ou não, estamos entendidos? — Louis não disse nada, apenas concordou com a cabeça, e no minuto seguinte se levantou indo para o banheiro, de lá ele saiu de pijama, se deitou e em poucos minutos estava imóvel dormindo.

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