A MORTE TEM COR

By amesparzas

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A MORTE TEM COR - Narra um assassinato de uma agente federal do governo americano - Nas Kamal, onde todas as... More

APRESENTAÇÃO
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capitulo 8
Capítulo 9
Capitulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capitulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48

Capítulo 42

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By amesparzas

Lorna estava inquieta naquela madrugada, os remédios não faziam tanto efeito, ela abriu os olhos desejando não está ali naquele hospital, ao seu lado estava a tatuada que dormia de forma profunda. A morena balançou a cabeça tentando se recordar em que momento se despediu de Tasha ou de Patterson, na sua mente apenas as duas ficariam com ela. Ela não tinha problemas com Jane, muito pelo contrário achava a agente bem divertida e amava os papos intelectuais entre elas.

Mas, a sua mente era a sua pior inimiga, estava cheia de armadilhas como granadas prontas para explodir com apenas um passo em falso, ela sacudiu a cabeça novamente e não, já não era mais ela, era o seu algoz.

— O que droga eu estou fazendo nesse lugar? — Ela olhou a pulseira em seu braço com algumas descrições. — Lorna Prince. A pessoa que não faz nada direito. — Bufou ela levantando-se silenciosamente da cama a fim de não despertar a sua acompanhante.

Com dificuldade ela caminhou pelos corredores silenciosos daquele hospital e logo achou o que procurava, um telefone que no momento seria a sua tentativa de se salvar. A morena discou um número conhecido por ela e torceu para que ainda fosse o mesmo.

— Droga, atende! O que diabos você está fazendo de tão importante? – Bufou ela vendo que o seu plano não daria certo. Seria a última chance, ou melhor, o último toque, no outro lado ama voz feminina e com um sotaque carregado atendeu a ligação.

— Alô? Quem é? — Falou a mulher enquanto dava ordens ao seu pessoal no enorme galpão e conferia o armamento recém-chegado.

— Sou eu, a Allison.

— Allison? O que aconteceu?

— Acho que o meu plano não deu certo. Se eu sou ela, então nós perdemos não foi? — Disse encostando sua cabeça na parede fria daquele hospital.

— Aly onde você está? Me fala onde que eu vou te encontrar. — Pediu a mulher apreensiva no outro lado da linha.

Ela olhou em volta e algumas enfermeiras passeavam pelo final do corredor, um frio percorreu todo o seu corpo, ela seria pega e teria muita coisa para explicar, preferiu tentar se esconder.

— Ivy, eu estou no Centro Médico de NY. Vem me buscar, eu estou sozinha aqui. — Ela falou quase choramingando.

— Allison, tenta segurar as pontas só mais um pouco, não é fácil sair da Rússia para os Estados Unidos sem ser notada. Aguenta firme só mais alguns dias, eu estou chegando minha menina e tudo vai se organizar novamente.

— Não demora, eu não sei se tenho tanto tempo. Eles podem descobrir o nosso plano.



Ivy Sands, atualmente uma das maiores agentes ativas do KGB. A principal organização do serviço secreto da antiga União Soviética sediada em Moscou, os pais de Ivy e Marsha Hall foram um dos últimos a se desligarem da organização e se infiltrarem em outros governos, enquanto isso as filhas eram treinadas para ingressar na inteligência russa e assim tomarem o poder global, Allison e Ivy seriam recrutadas para reativarem uma das células da organização, o principal objetivo era acabar com a Inteligência Americana, ou simplesmente CIA.

Allison seria infiltrada na organização quando estivesse pronta, porém os planos de Marsha falharam e ela foi comprometida. Allison precisou entrar na CIA antes do previsto, mas algo não deu certo, Zurique mudou completamente os planos para todas as extremidades.

(...)

— Lorna? Estávamos te procurando. — A voz de Jane soou como um estrondo na mente dela, lhe trazendo de volta para a sua realidade alternativa.

— Eu... eu estava ligando para a Tasha. Fiquei com medo, eu estou sozinha Jane. — Disse ela apertando a roupa que usava, um conjuntinho branco com desenhos verdes do hospital.

— Ei, você não está sozinha. Vem aqui, me dá a sua mão. — Pediu Jane.

— Eu estou com medo. — Repetiu ela trêmula as vozes na sua cabeça queriam lhe dominar.

— Vem, confia em mim. — Insistiu a tatuada.

Lorna se deu por vencida e acompanhou a morena até o seu quarto no hospital, a enfermeira vinha logo atrás para se certificar que estava tudo bem com a paciente.

— Liga pra Tasha, por favor. — Pediu Lorna.

— Porque você não tenta dormir e amanhã ligamos para a Tasha? Ela já deve estar dormindo, passou dois dias seguidos no hospital, eu posso cuidar de você essa noite? — Insistiu Jane. — Prometo que amanhã a Tasha vai passar o dia com você. — Lorna apenas assentiu voltando para a cama.

Jane não conseguiu dormir aquela noite, depois de muita conversa Lorna dormiu novamente, era visível que a agente não estava bem e pela experiência de Jane era um clássico de TEPT.

Em Moscou, Ivy fazia as malas para conhecer NY e assim descobrir o que não deu certo no plano da Allison e poder concertar toda a bagunça se vingando do passado.



No início do dia Tasha e Reade foram chamados ao hospital, após Jane relatar o que aconteceu e qual foi o estado em que Lorna foi encontrada o médico aconselhou que um profissional da área psiquiátrica fosse chamado para examinar Lorna.

De início Tasha hesitou e Reade também não se sentia confiante, não achavam justo que Lorna fosse tratada como uma louca, Tasha queria conversar com ela, entender o que aconteceu, mas após algumas explicações médicas a morena viu que não tinha outra alternativa a não ser ceder e seguir as orientações dos profissionais.

Lorna acordou e foi direto para a consulta médica, estava acompanhada de dois enfermeiros estranhos, o que a deixou ainda mais agitada. Após responder uma série de perguntas ao profissional ela foi levada de volta para o quarto, onde Tasha esperava por ela junto com Reade.

— Ei Lori, como você está? — Perguntou Reade lhe ajudando a sair da cadeira e se sentar numa poltrona.

— Eu queria dizer que estou bem, mas eu não estou nem um pouco bem. Eu quero sair daqui ter uma vida normal.

— Calma, você logo vai sair daqui. — Tasha tentou acalmá-la.

— E vou ser trancada em um hospital para loucos? É isso que todo mundo está achando? Eu fui envenenada por gases que me fizeram ter sonhos com pessoas que já morreram, pessoas que queriam me matar. — Desabafou ela irritada. — Eu estou exposta para seja lá quem me atacou vir até aqui e terminar o serviço. É assim que você quer que eu fique calma? Sinto muito desapontá-la, mas não vai rolar.

— Lorna eu entendo o que você está passando...

— Não Tasha, você não entende. Por mais que você esteja aqui você nunca vai saber o que se passa aqui. — Lorna apontou para a própria cabeça. — Sabe o que é você tentar discernir o que é real e o que é a sua mente brincando com você? Você sabe?

— Sim, é claro que eu sei. Você não é a única com traumas aqui. — A morena falou um pouco mais alto fazendo com que Lorna se assustasse com a reação dela. — Você não é a única que está se esforçando para viver, todos nós estamos. Isso afeta a cada um de nós, não tem para onde ir Lori, o nosso inimigo vai estar lá brincando com a nossa mente. — A morena desabafou.

Ultimamente os pesadelos estavam deixando Tasha à flor da pele, além disso ela se preocupava com o que estava acontecendo com Lorna e para finalizar o seu casamento estava se aproximando e ela não tinha ideia se estaria viva até lá, ou se o seu noivo estaria, se os seus amigos estariam lá para comemorarem juntos. Nada estava no seu controle.



Após se acalmarem, a enfermeira trouxe a prescrição médica, alguns ansiolíticos para tratarem a TEPT, se caso não funcionasse eles partiriam para um outro tratamento, algo experimental, a implantação de novas memórias para substituir as traumáticas, algo que Lorna e Tasha já tinham sido submetidas no passado, seria esse um novo ciclo do que aconteceu em Zurique?

Tasha observou aquela enfermeira, um arrepio tomou conta dela, era como se ela conhecesse aquela mulher de algum lugar, mas apenas os seus olhos estavam à mostra, ela usava uma máscara e touca nos cabelos;

A forma como ela encarava Lorna, como o seu olhar passeava sobre ela de uma maneira sorrateira, era como uma cobra se preparando e analisando as suas vítimas antes de atacá-las, ela poderia estar paranoica e não era pra menos. Tasha não sabia mais o que era andar tranquilamente na rua, sem ter a sensação de que a qualquer momento alguém iria lhe atacar, ou muito pior, receber a ligação de que alguém que ela amava não tinha resistido. Ela já estava em sinal de alerta, infelizmente Tasha só conseguia esperar o pior.



A medicação não trazia só uma sonolência profunda, as drogas ingeridas sem que ela tivesse noção fizeram com que Lorna viajasse no tempo dormindo, o confronto com o seu doloroso passado estava só começando.

Era tarde de uma quinta feira, o verão em Santorini estava no seu auge, as pessoas usavam shorts e camisetas de tecido fino, tomavam drinques refrescantes enquanto observavam a preciosidade que era a Ilha dos apaixonados.

No meio dos turistas estavam elas, ocupando uma das mesas daquele deck, drinques coloridos e conversa divertidas tornava o momento convidativo, a música era inebriante deixando o momento ainda mais propício na ilha.

— Então, você cumpriu a sua promessa? — Lorna falou enquanto tomava mais um pouco do seu drink.

Feliz um ano juntas! — Disse Nas enquanto segurava a mão dela sob a mesa. — Esse é o nosso itinerário.

Bodas de milagre? É assim que as pessoas normais dizem? — Brincou Lorna. — Levando em consideração os últimos dias é realmente um milagre estarmos aqui.

Dá pra você focar no nosso passeio? Você hoje acordou muito cômica.

— Me desculpa, mas em que momento do meu sono você ficou tão romântica? — Lorna deu uma gargalhada que mais parecia uma sinfonia melodiosa.

Vai parar Ló? Só leia, ok?

Ok! — Ela falou ainda se recuperando da risada. — Vamos ver, levar a Lorna para Santorini, ok! Levar a Lorna para esquiar no Canadá... — A morena ficou muda por alguns instantes enquanto relia o próximo item. — Não precisa fazer isso Nas eu sei que vai contra os costumes do seu país, não precisa...

Eu já sai do ciclo Lori, eu quero te levar para conhecer a minha família. — Disse ela interrompendo a amada. — E eles não precisam concordar em nada, só precisam respeitar as minhas decisões.

Eu não quero criar problemas entre você e a sua família Nas.

— Só vamos aproveitar o nosso dia feliz. Depois a gente pensa no depois.

— Então foi por isso que fez trazer roupas para três diferentes estações do ano? Você vai bancar a Dora aventureira? — Brincou Lorna que sempre fazia brincadeiras com tudo, amava irritar a Nas.

Espero que goste da surpresa, foram os melhores 365 dias da minha vida.

— Um brinde aos primeiros 365 de muitos dias que viram, amo você! — Disse Lorna estendendo o seu copo para brindar com Nas.

Não precisa dizer que foram dias incríveis de sol e muitas festas noturnas em Santorini, em seguida as duas decolaram para o Canadá, onde, depois de alguns tombos divertidos Nas, enfim, levou jeito na pista de esqui. Isso rendeu alguns roxos, fotos divertidas que Lorna fez questão de guardar e muito, muito carinho entre as duas. Uma dessas fotos foi pendurada em uma das atrações mais conhecidas da cidade em que estavam, a grande Eternity Tree ou Árvore da Eternidade.

— Faz um pedido. — Disse Lorna enquanto pendurava a foto a um dos galhos.

Que a gente nunca se perca uma da outra.

— Nunca! — Disse Lorna correspondendo com um beijo.

Eu trouxe uma foto da Emm também, faz um pedido para a nossa menina. — Nas falou pendurando a foto da garota.

Eu só quero que ela seja muito feliz e que ela encontre pessoas na vida dela que a protejam de tudo. —Nas apenas concordou, sabia bem do que a Lorna estava falando.

O frio na barriga só aumentava ao desembarcarem no último destino, conhecer a família de alguém com quem estava se relacionando com certeza não era um dos itens da lista de Lorna, principalmente alguém de uma cultura onde a união de pessoas do mesmo sexo é totalmente abominável, mesmo nos dias atuais.

— Pela última vez, segue o meu plano por favor. — Pediu Lorna ao desembarcar do táxi em frente a enorme casa.

Uma senhora muito educada recebeu as duas de forma sorridente.

— Eu não acreditei quando você disse que viria. — A mulher abraçou Nas de forma carinhosa.

Mãe, quero que conheça a minha amiga Lorna, trabalhamos juntas em NY. — Aquilo fez Lorna respirar aliviada.

É um prazer conhecê-la senhora Kamal, a Nas fala muito da senhora.

— Que isso querida, me chame de Catharine. Vem, podem entrar. Lorna sem cerimônias, você está em casa.

As duas logo se acomodaram na sala onde conversaram de forma divertida com a senhora Kamal, que relembrava o tempo em que a filha morava com ela. Após os quartos ficarem prontos as duas se instalaram em quartos separados, contra a vontade de Nas, ela queria acabar com aquilo de uma vez por todas, porém cedeu aos apelos da namorada de não conversar com a família ainda.

Foram dias divertidos vivendo numa cultura totalmente diferente da sua, Lorna amou conhecer cada detalhe daquela região, os vinhedos, as danças. Tudo era realmente incrível.

Já era noite e as pessoas da casa dormiam, menos as duas visitantes que estavam abraçadas na cama enquanto observavam a lua lá fora.

— Você está tão calada, no que está pensando Ló? – Nas perguntou enquanto fazia um carinho no braço dela.

Em nada, estou apenas aproveitando Nas. Obrigada por tudo, tem sido dias incríveis, não queria ter que voltar para a nossa realidade.

— Também não queria ter que voltar, vai precisar se dividir entre Londres e a sua missão na África.

— Você vem me visitar em Londres, não é?

Prometo que assim que tiver um momento eu irei te ver, e tente não perder a cabeça com o Keaton, é só o jeito dele trabalhar.

— Depois de Zurique as coisas ficaram diferentes, eu tenho pesadelos com os gritos daquela garota, ela não merecia aquilo.

— Do que se lembra? — Nas questionou preocupada.

Pouca coisa, eu nem consigo lembrar o nome dela. Enfim, eu espero que ela esteja viva em algum lugar do mundo.

— Vamos dormir Lori, amanhã o nosso voo é cedo. — Nas quis pôr um fim naquela conversa.

Você também estava lá Nas, sabe do que eu estou falando.

— Eu não quero conversar sobre Zurique, eu me arrependi de muitas coisas que aconteceram ali. — Ela não foi totalmente sincera, deixar a garota viva não fazia parte dos seus planos.

E como um estalar de dedos, Lorna repentinamente foi levada para o seu apartamento luxuoso em Londres, sob as luzes da cidade que ela observava da varanda do seu quarto tomando uma taça do seu Moet & Chandon Dom Perignon, um dos três champanhes mais caros do país.

Ela estava visivelmente irritada, já tinha quebrado um porta-retrato que decorava a sua mesa de cabeceira.

— Atende, atende a droga desse telefone Nas. — Após a quinta tentativa a mulher enfim atendeu. — Onde você está? Já pegou o voo?

— Ló eu não posso ir agora, eu estou investigando tudo o que eu te mandei.

— Eu te pedi pra parar Nas, isso é uma tentativa de suicídio? — Questionou ela irritada.

Eu sei o que estou fazendo, logo eu vou estar aí. — Nas tentou se justificar.

NÃO, VOCÊ NÃO SABE! Quanto mais você descobre sobre eles mais vulnerável você fica. Eu sei como os russos trabalham, por favor desiste disso e vem embora de uma vez morar aqui comigo, vai estar segura.

— Lorna eu não posso, eu preciso saber quem eles são e o que querem.

— Você vai virar um alvo Nas, eu não posso te proteger estando tão longe. — Lorna sabia do que cada um era capaz.

Eu sei me cuidar, você sabe disso.

— Se não entrar em um voo para Londres nas próximas duas horas você pode esquecer de mim.

— Lori me escuta.

— Pode esquecer do que temos, você está virando um alvo e quanto mais você investiga mais próximos da morte você fica. — Aquilo estava deixando Lorna bastante preocupada, a possibilidade de que algo acontecesse com Nas lhe deixava assustada.

Eu não vou Lori. — Disse Nas com pesar.

Então adeus Nas, espero que sobreviva. Quando mais você sabe mais próxima fica da morte, pare de investigá-los.

(...)



Lorna se debatia na cama, com essa agitação Tasha já tinha despertado do seu sono, tinha decidido que ficaria com Lorna, ela acordaria mal depois da medicação. Com cuidado a morena se aproximou da cama tentando acordá-la.

— Lori calma, eu estou aqui. – Tasha fazia movimentos calculados para não lhe assustar.

— Não, não, você não pode continuar investigando, não pode. Você vai morrer. — Ela se virava de um lado para o outro da cama.

— Quem vai morrer? Lori acorda, sou eu a Tasha. — Insistia a agente.

Lorna despertou rapidamente quando ouviu a voz dela.

— Você tá viva! — Ela estava ofegante.

— Sim, eu estou. — Tasha justificou o obvio. — Foi um pesadelo? Foi comigo?

— Me promete que não vai mais investigar seja lá o que nos atacou, eu não posso perder mais ninguém que se importa comigo de verdade Tasha.

— Eu não vou a lugar nenhum. — Tasha disse lhe abraçando. – Calma! Conta comigo até três e respira devagar. – Lorna repetiu o exercício com Tasha algumas vezes.

— Quanto mais você sabe mais vira um alvo para eles. — Disse Lorna ao se acalmar.

— Eles quem? De quem você estava falando.

— Eu sonhei com ela, era uma lembrança horrível, eu pedia para que ela parasse de investigar, ela não me ouviu e ela se foi. — Ela falou enxugando as lágrimas. — Não quero que a história se repita, não quero que acabe morta.

— Eu prometo que vou fazer o que você me pediu, tenta se acalmar. Eu não vou sair de perto de você me ouviu? — Lorna apenas acenou com a cabeça, ainda estava trêmula. — Tem um espaço aí pra mim?

Lorna se afastou para que Tasha se acomodasse ao lado dela na cama, a agente percebeu o quanto aquilo deixava Lorna assustada, e ela iria descobrir quem eram eles, e porque deixava Lorna tão nervosa. Ela adormeceu ainda apertando a mão de Tasha, a morena era no momento o que lhe fazia ficar em paz, entre o equilíbrio e a loucura Tasha estava lá com ela, e com certeza faria qualquer coisa pra ajudá-la.

Lorna ainda dormia quando Reade e Patterson chegaram ao hospital, Tasha estava com olheiras profundas como uma mãe nos primeiros meses de vida do seu filho, tantas coisas estavam acontecendo que ela tinha deixado os seus planos de lado para cuidar dos outros, isso realmente era o certo?

— Que bom que ela está conseguindo dormir. – Observou Patterson.

— Ela teve um surto durante a madrugada. — Iniciou ela.

— Novamente? Quando isso vai acabar? — Reade passava a mão da cabeça nervoso. — Ela precisa de ajuda de um profissional de verdade, Tasha a Lorna precisa de verdade ir para um centro especializado e que cuidem dela.

— E você acha que eu não sei Reade? Eu presenciei a maioria dos surtos dela, mas eu não posso deixá-la sozinha num lugar desses.

— Ela não vai estar sozinha, tem vários profissionais lá que poderiam ajudá-la. — Rebateu Reade.

— Calma, vocês dois não podem ficar com esse peso em decidir tudo. Vamos esperar a Lorna acordar e com calma vamos entender o que está acontecendo com ela. — Sugeriu Patterson. — Se perdermos a Lorna quem está por trás disso ganha. Não chegamos tão longe para isso.

— A Patt tem razão. — Tasha suspirou encostando na parede. — Ela teve um pesadelo com a Nas, está revivendo o passado com ela, Lorna disse que se a Nas tivesse parado de investigar ela estaria viva, eu acho que a gente precisa descobrir o que a Nas estava investigando, aí sim vamos achar a fonte do problema.

— Não vai ter um jeito mais fácil de descobrirmos isso, não é? — Questionou Reade.

— Só se perguntássemos a Nas, e no momento não existe essa alternativa. Eu só queria que isso acabasse, eu só queria viver a minha vida normal. — A morena desabafou.

— Por falar em vida normal, nós temos um encontro com a cerimonialista, se você ainda quiser ir ou então eu tento uma outra hora.

— Não Reade, eu já adiei demais esse momento, é o nosso momento, não é? — Ele acenou segurando a mão dela. — Patterson você fica com a Lorna?

— Claro! Rich pode tomar conta do laboratório hoje.

— Ok, só precisamos passar em casa Reade, quero tomar um banho e trocar de roupas.

Os dois seguiram para o elevador após se despedirem de Patterson, a morena fitava o noivo com um sorriso.

— Eu tenho estado bastante ausente em relação a nós dois e ao nosso casamento, Reade eu quero que saiba que eu quero isso tanto quanto eu queria no passado. Não fique com uma impressão errada, o que temos é a coisa mais importante da minha vida.

— E da minha também Tash, eu sei que o momento é complicado, mas eu estou pronto se você estiver. — Ele entrelaçou os dedos aos dela.

O dia deles seria marcado por reuniões e decisões sobre o casamento, Lorna iria querer isso e com certeza se estivesse em condições iria estar motivando Tasha a ser a melhor noiva.



Lorna despertou devagar o seu corpo e a cabeça estavam doloridos, observou a loira sorridente acomodada na poltrona ao seu lado.

— Bom dia, bela adormecida! – Brincou Patterson. — Eu já estava preocupada.

— Foi uma noite longa. — Suspirou ela sentando se na cama.

— A Tasha me contou um pouco, você está com fome?

— Um pouco, queria comida de verdade. — Disse ela após Patterson repassar a bandeja pra ela.

— Assim que você estiver de alta prometo que fazer aquelas panquecas que você tanto gosta.

— Tentador, estou começando a gostar disso, continua.

—Eu tenho uma boa notícia pra você. — Disse a loira.

— Você tem cupons para um dia no spa, não espera, vamos pegar uma balsa para Manhattan e jantar no Jonh's? — Questionou Lorna entusiasmada.

— Não, mas gostei das duas opções anteriores. Conversei com o seu médico e ele vai te dá alta hoje, isso vai depender claro dos resultados do seu exame.

— Precisa ligar para o hotel, alguém tem que dar uma arejada no meu quarto.

—Lorna, sobre isso eu conversei com a Tasha e o Reade e nós achamos por bem você ficar com a gente nessas primeiras semanas.

— Não quero incomodar vocês ainda mais, Patterson eu posso viver num hotel tranquilamente.

— Segundo o Reade você tem duas opções: ou fica no meu apartamento ou fica com a Jane e o Kurt, e você sabe como o Kurt adora regras.

—Eu ainda fico com a opção de me virar sozinha.

— Pela Tasha você ficaria com ela, mas ela já entregou o apartamento enquanto estão esperando o apartamento de casados dela e do Reade, e o apartamento deles só tem um quarto. Então minha casa ou casa do Weller?

— Ok você venceu! Apenas pelas panquecas.

— Não vou levar para o pessoal, seu interesse é apenas na minha comida. — A loira fingiu ofensa.

— Você que pensa. – Lorna percebeu que tinha falado demais ao sentir suas bochechas queimarem.

— O quê? – Patterson realmente não tinha entendido a insinuação.

— Vai ser bom ter uma colega de quarto, como nos tempos da faculdade. — Ela tentou disfarçar.

No final da tarde Lorna já estava de alta, Tasha estava esperando na casa de Patterson, para conversar um pouco, uma pequena recepção.

Durante o percurso as duas fizeram um pequeno desvio até o hotel, Lorna queria pegar roupas e alguns pertences já que ficaria com a loira pelas próximas três semanas, tempo que ela ficaria de licença do trabalho.

Reade levou o jantar e os quatro tiveram uma noite agradável, uma massa ao molho branco e vinho para alguns.

— Por que é mesmo que eu não posso tomar um pouco de vinho? – Questionou Lorna de forma divertida fazendo careta por tomar suco de laranja.

— Você acabou de receber alta médica, não pode consumir bebidas alcoólicas pelos próximos oito dias e você se transforma em outra pessoa quando bebe. — Brincou Tasha. — Posso te dar mais motivos.

— Essa última parte aí é da Patterson, foi ela que deu pt após tomar o sangue de puta naquele dia.

— Isso é uma bebida? Onde eu estava nesse momento? — Perguntou Reade surpreso com o código das garotas.

— Foi durante uma viagem sua, as meninas foram lá pra casa e a adega ambulante aqui. – Ela apontou para lorna. — Trouxe a tal bebida.

— Prometo que levo na despedida de solteiro. – Sussurrou Lorna para Reade.

— Combinado! Fico te devendo essa.

— Eu ouvi! – Protestou Tasha. – Precisamos ir, as meninas precisam descansar e a gente também. Querem ajuda na cozinha?

— Tudo sob controle. Obrigada pela companhia no jantar. – Disse Patterson.

Os quatro se despediram, Lorna e Patterson cuidaram da louça e foram dormir, tinham sido dias bem agitados.

Longe dali Ivy tentava rastrear sua amiga, já que não conseguia mais o contato com Allison.

No laboratório do FBI Rich recebia uma nova atualização do tabuleiro. Iniciaria ali uma nova rodada nos jogos?

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