once upon a plug {l.s}

By infactIarry

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Na qual Harry e Louis transam e não se lembram de nada depois, Louis acorda com um plug e Harry tira uma foto... More

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Trailer OUAP!
OUAP is back!
Um Milhão de Pequenas Coisas
trilogia Um Milhão de Pequenas Coisas
capítulo extra final

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By infactIarry

LOUEH

Faltam 2 capítulos para o fim de OUAP.

E esse talvez seja o momento mais esperado da fic toda: a explicação do bendito plug.

Ai ai esse plot que precisou de quase 100 capítulos para se desenrolar...

Ai ai essa autora...

*Aviso de nota gigantesca*

Esse é o capítulo que eu, sem dúvidas, fiquei mais ansiosa para escrever e publicar.

Imaginem, por um momento, todas as vezes que ficaram confusos sobre algo e buscaram por respostas que ainda não vieram. Agora imaginem eu lendo cada um daqueles comentários por ANOS, aguardando ansiosa por esse momento, hoje, para revelar a verdade.

Esse capítulo já me impediu de dormir de noite, pra ser sincera k

Falei com alguns de vocês até, sobre como a enorme expectativa de descobrir o que aconteceu na festa do Mike e etc, impacta no medo que eu sinto de não suprir todas as dúvidas.

Mas, depois de 98 capítulos, está aqui.

A verdade.

Tenho que avisar, ainda, que antes do flashback daquela noite em especial, trouxe alguns breves momentos pontuais que já apareceram na fic antes e que são extremamente importantes pra compreenderem o que está aqui escrito, por favor não pulem!

E deixo aqui um desafio: leiam os flashbacks dos capítulos antigos que eu coloquei aqui embaixo com a mentalidade de hoje da fic, e notem que o que eu deixei em itálico, são pistas muito importantes que vocês deixaram passar batido, lá trás.

Tem pista do plot no capítulo 15, gente. E até mesmo antes disso.

Todas elas culminando aqui.

Na verdade.

Coloco ainda um desafio: depois que lerem esse cap, voltem pra alguns caps aleatórios e releiam. Tenho certeza que vão começar a perceber algumas frases que fazem bem mais sentido depois de descobrirem o que está aqui hoje escrito.

Eu avisei no começo que a fic ia ser longa k e complexa, então, aqui está!

E de bônus: esse capítulo, o que desenrola o plot todo, está sendo publicado no dia 27 de janeiro de 2021. O primeiro cap de OUAP, o da transa do plug em si, onde tudo começou, foi publicado no dia 27 de dezembro de 2017!!!!!!!

Mais de quatro anos até chegarmos aqui, pessoal!

Quando eu falo que OUAP é o projeto da minha vida, literalmente, e em vários sentidos, não é brincadeira.

Aqui, nesse capítulo, eu vos apresento a ideia inicial da fanfiction inteira!

Aqui, nesse capítulo, eu vos apresento o plot completo.

E dou um spoiler bom para que possam ler sem pesar: saibam que quando chegarem na última linha desse capitulo, em especial, tudo que lhes restará de OUAP é aproveitar o final feliz, sim?

Todos os problemas acabam NESSE CAPÍTULO, enfim.

Isso deixa vocês mais tranquilos?

Espero que sim!

Foi uma jornada e tanto até aqui, e sem mais delongas, boa leitura!

E antes que eu me esqueça, igual no cap passado, hihi:

cap tá...

(Eu sempre brinco e falo que um cap está mais babadeiro que o outro, mas esse, da fic toda, é o mais babadeiro!)

(ai eu to nervosa, tomara que esteja tudo claro e bem explicadinho e que consigam entender oikdoiklhns meu deus)

FLASHBACK ON

(Trecho retirado do capítulo 15%)

- Lou, aonde você estava? Pensei que tivesse morrido no banh-Estava chorando?

Niall quase atropelou Ryan e Zayn pra chegar até Louis, que ao se aproximar, mantivera a expressão confusa e atordoada no rosto. Recebendo o abraço do loiro de bom grado, o menor apenas o encarou com uma interrogação na testa.

- O que-o que ele está fazendo aqui? - sussurrando no abraço, Louis sentiu Niall o apertar ainda mais.

- Disse que estava te procurando.

Sem responder, Louis soltou-se do abraço e se aproximou mais de Zayn e Ryan. O moreno o encarava com repreensão, como se dissesse pra não dar bola pra Ryan, mas Louis era Louis e teimoso como sempre, fitou o ex com apreensão.

- Ryan, o que-

- Bebê! - abraçando Louis de surpresa, Ryan o levantou do chão. O jogo estava rolando já, uma vez que o intervalo havia acabado e quando voltou ao chão, Louis sentiu-se prestes a vomitar.

Tudo estava acontecendo muito rápido e ele só queria chorar.

Quando ele pensava em superar, Ryan vinha o chamando de "bebê".

- Por que veio? Eu-eu pensei que estivesse trabalhando e-

- Não podia perder o primeiro jogo do campeonato, bebê. - Louis puxou o ar com força ao ouvir o apelido carinhoso. Ele sempre o chamava assim. Ainda mantendo o corpo do menor contra o seu, Ryan sussurrou. - E estava com saudades.

Louis sentiu sua garganta fechar. Ele queria gritar e queria chorar, sua mente o dizia não enquanto seu coração se derretia em um emaranhado de sim. Sem poder pra responder, Louis apenas encarou Niall e Zayn, ambos o observando com apreensão.

Ele não podia voltar com Ryan.

Mas não conseguia resistir aos encantos do ex - ele o amava, afinal.

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Ryan continuou com eles até o final do jogo. Como haviam apenas três bancos, ele chamou Louis para sentar em seu colo. Zayn disse que Louis podia ficar com seu banco uma vez que queria ficar em pé - tudo mentira, apenas não queria o amigo sentado no colo do ex.

Niall e Zayn viam a expressão de confusão no rosto de Tomlinson - ele travava uma batalha interna para decidir se cedia ou não.

E sentado entre Niall e Ryan, Louis estremeceu ao ter a mão do ex sobre sua coxa durante todo o jogo. Até mesmo quando levantava em animação e expectativa para um possível touchdown, a mão de Ryan voltava a posição inicial.

Os Wolves tinham ganhado o primeiro jogo no campeonato.

- Vai tomar no cu, porra, isso sim é que é time, caralho, Styles pra sempre no meu coração, puta que pariu, chupa Poutrins! Aqui é numero 28 cacete!

Niall esgoelava na arquibancada conforme pulava igual um cabrito. Zayn acompanhava o grito de guerra que estava sendo cantado pelos torcedores dos Wolves enquanto Louis sorria e batia palminhas - ele estava contente, afinal de contas.

E então, sentiu os braços de Ryan se entrelaçarem em sua cintura.

- Ganhamos, bebê.

Louis não conseguiu responder, apenas deixou-se derreter ao toque do ex, seu coração gritando dentro de seu peito. Dentro todo aquele caos, Louis só conseguia focar no toque firme de Ryan.

Ele sentia saudade.

- Acho que devíamos comemorar, hun? - roçando seu nariz pelo pescoço do menor, Ryan sussurrou.

Louis mordeu o lábio para conter o grito que queria dar e respirando fundo pelo nariz, apenas manteve-se quieto, novamente.

Ele se sentia impotente perto do ex. Necessitado, submisso.

Quando os lábios de Ryan começaram a traçar o caminho até sua boca, Louis sentiu as mãos de Niall em seu punho, o puxando para um abraço em conjunto com Zayn. Eles pulavam e gritavam em comemoração da vitória, mas o menor apenas sabia respirar, confuso demais pra reagir a algo.

- Lou. - Niall sussurrou enquanto ainda pulavam para disfarçar a conversa. Ele não queria que Ryan o ouvisse. - Só você sabe o que quer mas, pelo amor de Deus, pensa bem, sim?

O menor apenas fez um bico.

- Eu me sinto fraco.

- Ele vai fazer você se sentir melhor? - Zayn questionou enquanto intercalava nos gritos de guerra.

Louis pensou por um instante.

- Talvez, eu-eu estou confuso. Eu me sinto triste e feliz ao mesmo tempo, eu-eu quero e fico feliz que ele queira também mas eu também me sinto triste porque... - desistindo de continuar, o menor apenas choramingou. Niall o encarou de forma suave.

- Se sente triste por que..?

Demorou alguns segundos pra resposta vir.

- Porque eu sei que ele vai embora. Em algum momento ele vai embora. - seus olhos azuis estavam marejados. - E eu não quero criar expectativas.

- Você quer voltar com ele? - Zayn o encarou sério.

Louis deu de ombros.

- Sim, eu acho. - bufando irritado, Louis olhou para o céu, os gritos da torcida o deixando zonzo. - Eu amo ele, Zayn.

O moreno apenas fitou o chão, sem conseguir encarar Louis, que buscou refúgio nos olhos de Niall, que transbordavam sutileza.

- Eu só não quero ver você chorando depois, Tommo. Eu não aguento te ver triste.

Engolindo em seco, Louis suspirou.

- Vou conversar com ele. Antes de tudo.

E a conversa acabou por ai.

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(Trecho retirado do capítulo 48%)

Confuso, ansioso e sobrecarregado com tudo que estava acontecendo, Louis ignorou os ombros batendo contra os seus, os xingamentos de universitários furiosos e apressados assim como ele naquela noite de domingo e a atmosfera desesperadora que a UAL depositava em suas costas – o período final de provas estava cada vez mais próximo e isso estava deixando todos apreensivos.

E, como se o universo estivesse tão ansioso quanto ele, há poucos passos do campo de futebol, Liam vai ao seu encontro, completa e totalmente vermelho de raiva e pura indignação estampada em seu rosto – tantas emoções que mal se deu conta de que havia esbarrado em alguém.

Louis pulou para trás assim que seus peitos se chocaram e, aguentando cada segundo do olhar penetrante e, até mesmo ameaçador, de Liam, pôde ouvir a voz nada contente do amigo ecoando não só em seus ouvidos como também em seus ossos – palavras que jamais esqueceria e que deixariam cicatrizes permanentes, incapazes de se curar e sumir, para sempre ficando ali como uma lembrança. Ele quase podia sentir seus arranhões cicatrizados sangrando de novo.

- Não acredito que voltou e não contou pra ninguém. – Liam murmurou baixo e profundo, não por receio de dizer aquilo, mas por incapacidade de erguer a voz frente tanta incredulidade, havia amargura, rancor e pesar em seu tom. – Deixou seus amigos preocupados e confusos quando sumiu e agora, quando voltou, mal teve a decência de avisar, porque, claro, você não se importa se Niall nunca mais cantou no karaokê porque sente sua falta, ou se Zayn quase desistiu do curso porque, seu amigo, o querido e amado Louis, decidiu tirar férias e nunca mais aparecer e simplesmente esqueceu que prometera ajudar na dissertação dele, que por acaso, você sugeriu o tema, o que só dificulta a situação. Ou pior, como se isso não fosse o bastante para você, o fato de Harry quase ter reprovado em Fotografia, ou em Ilusão Focal, ou em todas as outras matérias porque estava tão centrado em encontrar você e trazê-lo de volta que não estudou para as provas ou fez os trabalhos. A parede do nosso dormitório tem marcas de socos porque você decidiu sumir. Até mesmo com os Wolves você fudeu tudo. Harry quase teve fratura exposta graças a você e seu drama, que não saíam da mente dele. Não entende né, Louis? Você, desde sempre, se colocou como o centro das atenções e, quando mandou o pé, ninguém mais sabia como agir, porque, meu deus, o rei Louis não estava entre nós para ordenar e direcionar e palpitar. O que vamos fazer? Agora é fácil voltar com um sorriso no rosto e olhos brilhantes e esperar que esqueçamos tudo e voltemos a beijar seus pés. Quer que deixemos pra lá o fato de todos precisarem de um milagre pra passar de ano e se formar? Ou que todo e qualquer trabalho do semestre tem que ser refeito e entregue até a próxima semana? Ou ainda, que o campeonato continua, os projetos ainda têm datas de entrega e as dissertações são infinitas, tudo isso ainda mais difícil graças ao pesar que nos atingiu de ter perdido um amigo que nem ao menos estava morto mas agia como um? Mas não, Louis Tomlinson não sabia disso porque estava ocupado demais se projetando para cima de um papel em um musical que jamais seria seu. E, caso não saiba ainda, afinal, não sei quanto tempo faz que está entre nós, o musical fluiu perfeitamente sem a sua presença. E espero que isso seja o bastante para convencê-lo a ter a decência de não dar as caras nos ensaios e deixar os alunos que realmente merecem, ter o devido crédito. Além do mais, deveria ter a decência de se afastar de Harry, de se tocar que faz mal a ele e que tudo isso, desde o início, foi culpa sua. E—e—e estou deixando de lado as merdas que Ryan fez porque isso é responsabilidade dele mas, você, Louis Tomlinson, você duvidou, negou e protegeu, e como se não bastasse, conseguiu convencer Harry a te perdoar, fez seus truques e o agarrou, e quando ficou entediado porque, aparentemente, não sabe o que é ter um relacionamento saudável, deixou-o desamparado e sofrendo, sem nem olhar pra trás enquanto fugia, como uma donzela em perigo. Eu—eu tenho nojo de você. Ryan pelo menos teve a decência de ir embora e nunca mais voltar, já você, continua voltando, como uma abelha atrás de mel. E isso me irrita, me irrita porque—

- Liam. – a voz de Harry cortou o clima pesado como uma flecha, pegando o amigo de surpresa e o calando. Louis, contudo, mal se mexeu. Nem ao menos respirou, se é que respirara alguma vez durante aqueles longos minutos. Estava imóvel pois seu corpo e mente não sabiam como reagir àquelas palavras. Ele sentiu-se estraçalhado, pisado e queimado. E o pior é que cada palavra o atingiu em cheio. Ele as sentia em cada veia do corpo, lentamente as nutrindo e as fornecendo veracidade. Ele acreditava nelas, por mais absurdo que pareça, ele acreditava em Liam, porque, depois de tanto tempo dizendo aquelas mesmas coisas para si mesmo, deitado no chão do quarto de hóspedes de Stan enquanto chorava e sangrava por todos os braços e pernas, chamá-las de mentira o parecia trapaça.

E então, sentiu uma mão em suas costas, e um corpo colando-se ao seu como uma proteção. Mas Louis sabia que Harry não poderia protegê-lo, sabia que somente ele poderia fazer isso por si mesmo.

- Harry—eu não acredito que vai defender ele! Esse—esse—

- Amigo! Liam! – Harry parecia não acreditar no que estava vendo e ouvindo. Parecia ofendido por si só, até mesmo prestes a chorar. Louis ouvia tudo em segundo plano, o corpo ainda estático e um formigamento subindo-lhe as bochechas, mal sentindo a mão de Harry em si mais. – O que deu em você? Louis é nosso amigo e ele passou por uns tempos difíceis, sim, mas o importante é que ele está aqui agora e você dizendo essas coisas não ajuda. E—e além do mais, que coisas são essas? Está sendo rude, e desnecessário, e está errado. Pelo menos na parte que ouvi, não há nada, nenhuma palavra sequer que contou a verdade aí. Nunca te vi assim e—

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(Trecho retirado do capítulo 54%)

Louis estava encostado na parede lateral do supermercado, um cigarro entre os lábios, quando Nick se aproximou, uma garrafa com poucos goles de bebida restantes ocupando seus dedos juntamente com um cigarro ainda apagado.

- Posso..? - indicando o lugar ao seu lado, Nick balançou o cigarro e a garrafa nos dedos. Dando de ombros, Louis tragou mais uma vez, os olhos, contudo, fixados no movimento dos carros. - Pensativo?

- Cansado, na verdade. - finalmente virando o olhar para Nick, suspirou. - Foi uma semana e tanto.

- Fiquei sabendo. - Nick murmurou enrolado conforme acendia o cigarro. Somente quando o retirou da boca e cuspiu a fumaça para fora é que Louis compreendeu totalmente suas palavras. - Quer dizer, a uni toda ficou. Você meio que chacoalhou as coisas lá dentro.

Sem saber se aquilo era bom ou ruim, Louis apenas assentiu frente àquelas palavras, sem realmente fazer muito caso. Ao invés disso, focou em observar Harry - seu passatempo favorito. O cacheado estava sentado no meio-fio ao lado de Barbara e Chad, e os três pareciam imersos em um jogo de pedra, papel e tesoura infinito onde acabavam rindo e bebendo muita vodca - eles decidiam quem iria tentar abrir a melancia sem faca alguma em mãos. Louis desejou estar lá e se não fosse pelas próximas palavras de Nick, provavelmente teria ido.

- Sabe, Tomlinson, toda vez que eu vejo você e ele, assim... juntos e tal, eu lembro do começo do ano.

Franzindo o cenho, Louis trocou o peso do corpo, jogando-o para o outro joelho conforme tragava mais uma vez.

- Começo do ano? Como assim? - vendo Nick reaparecer por detrás da fumaça cinza, continuou: - O que quer dizer com isso?

A resposta veio tão rápida que fez Louis se perguntar se ela já não estava ensaiada, como se Nick estivesse esperando por esse momento há muito tempo.

- Não se lembra? A primeira festa do ano? - Louis continuou com cara de paisagem. Nick riu sem graça antes de tomar um gole da bebida que segurava há tempos. - A primeira festa, Tomlinson! Quando você e o Harry nem se falavam ainda. Ele chamava você e seus amiguinhos do curso de música de Miss Broadways e sempre ficava puto quando vocês iam pras mesmas festas que a gente. Não se lembra? - e algumas coisas começaram a acender na mente de Louis, mas não o suficiente para que lembrasse da bendita festa que Nick tanto falava. - Foi a festa que ficou tão chapado, mas tão chapado que pagou um boquete pro Sandy! E ainda falou pra todo mundo que o pau dele era pequeno. - agora sim foi o suficiente para Louis lembrar da festa em questão, e ainda ficar com as bochechas quentes.

- Oh, droga. - murmurando baixo contra o cigarro, Louis cobriu uma parte do rosto com a mão, envergonhado de si mesmo. Nick riu.

- Relaxa, ele estava bêbado demais pra lembrar e nós não ligamos o bastante para contar, na época. - como se isso fosse o suficiente para acalmar Louis, Nick prosseguiu com tranquilidade, ainda não alcançando seu ponto. - Agora que lembrou de qual festa estou falando, tem mais uma coisa que quero que tente se lembrar. - Louis sentiu uma coisa estranha ao ter os olhos de Nick sobre si, não algo ruim, ele não acreditava que Nick era uma pessoa ruim ou coisa do tipo, não, longe disso. Era só que... toda aquela situação o causava estranhamento. Não sabia o que era, mas sentia-se agoniado. E se Nick percebeu, ignorou ao continuar a falar. - Tomlinson, você transou com alguém naquela festa?

Louis abriu a boca e logo em seguida a fechou, sem saber exatamente o que pretendia falar frente àquela pergunta. Quer dizer, o que Nick esperava ouvir? O que ele queria com aquilo? Claramente havia um ponto naquela conversa, se não, Louis desacreditava que Nick tomaria o tempo de levantar-se e ir fumar e beber ao seu lado. Aquilo não era conversa casual, era algo bem pontual, inclusive.

O menor estava tão desconfortável, na verdade, que Harry, imerso no jogo com Barbara e Chad, ao olhá-lo rapidamente, percebeu, como se estivessem tão ligados que momentos como esse soassem um alarme em sua mente. Se levantando e indicando que iria até lá, Harry fez Louis pensar rápido naquele momento - porque, seja lá o que Nick estava tentando-o dizer, não queria que os outros ouvissem, se não, não teria escolhido aquele momento a sós para levantar o assunto.

- Sim, por que? - cuspindo para fora, sem saber exatamente o porquê estava respondendo uma pergunta tão evasiva e tão desconexa, Louis viu Nick agir tão rápido quanto ele.

- Harry também. E tenho quase certeza de que vocês transaram naquela noite.

- Oi. - Harry disse, as mãos juntas em um aperto e os lábios pressionados, as covinhas sorrateiramente aparecendo em suas bochechas, mesmo sem sorriso algum as convidando para a festa.

Nick disse alguma coisa a ele, distraindo-o da situação, claramente, mas Louis não conseguiu ouvir devido aos pensamentos que tomaram sua mente, muitos deles. Um zumbido tomou seus ouvidos e seu coração estava acelerado, o cigarro em seus dedos não era sentido, acabando no chão sem intenção concreta de tal ato.

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Primeira Noite do Ano Letivo, Festa de Mike, UAL

Para muitos no campus, aquela confraternização marcava o primeiro evento de seu último ano na universidade, o pontapé inicial de meses que se arrastariam até levá-los à noite de formatura, e enfim a tão esperada graduação.

Os portões principais estavam abertos, para que qualquer um que quisesse entrar e sair do campus, afinal de contas, muitos alunos, em sua grande maioria do primeiro ano que ainda estavam se familiarizando com o novo ambiente, faziam seu caminho com amigos e colegas, mesmo tarde da noite.

O céu estava límpido, nenhuma nuvem marcando presença, e embora a música ecoasse estridente pelos alto falantes espalhados, Louis ainda conseguia ouvir a risada de Niall através da pista de dança, suas nucas suadas e seus lábios esticados em sorrisos divertidos.

Como poderia ser diferente?

Aquela noite tinha tudo para ser a melhor lembrança de suas vidas.

- Ei. - gritou na esperança do loiro o ouvir, erguendo as mãos vazias no ar como se indicasse algo. - Vou buscar algo para beber. Quer alguma coisa?

- Vodca! - Niall respondeu, erguendo os braços conforme chacoalhava os quadris de acordo com a batida da música.

Negando com a cabeça, até mesmo rindo, Louis desviou dos corpos dançantes até se ver no bar, erguendo-se na ponta dos pés para conseguir apoiar os cotovelos no balcão. Como sempre, a área estava cheia de universitários agitados e alterados, sedentos por mais um copo, é claro.

Ele, por sua vez, incluso nesse grupo.

- Ei! - balançando a mão no ar, sem sucesso em chamar a atenção do bartender pelo que parecia ser a sétima vez em vários minutos, bufou, já perdendo a paciência. - O que eu tenho que fazer pra conseguir uma vodca nesse lugar?

- Isso. - uma segunda voz ecoou ao seu lado, fazendo seu pescoço estalar pela velocidade com a qual girou-o em tal direção, piscando os olhos azuis cintilantes para a figura prepotente de Harry, apoiada no balcão exatamente igual a si, exceto pela parte de ficar na ponta dos pés, é claro. Com um sorriso ladino, ele esticou o braço sobre a superfície para agarrar uma garrafa fechada de vodca, sem sequer chamar atenção do bartender, ou de qualquer um que não fossem os dois, realmente. Estendendo-a para Louis, sorriu, com direito a uma covinha e uma piscadinha. - Só precisava pedir.

Aceitando a garrafa de bom grado nos dedos, a ponta deles formigando diante do vidro gélido, Louis arregalou os olhos em direção ao rapaz.

- Styles!? - era mais um grito surpreso do que tudo, ainda.

- Tomlinson! - ele retrucou, risonho, o que fez o menor franzir o cenho. Harry Styles de bom humor? Aquilo era novidade. Talvez as férias trancafiado dentro do campus enquanto todos viajavam para reencontrar suas famílias tivessem deixado-o carente, afinal de contas, Louis também passou aqueles meses sozinho em seu dormitório. Conhecia o sentimento de ansiar por contato humano, e o aceitar de qualquer um, mesmo quando a pessoa mais próxima é alguém que o odeia a anos. O ódio era basicamente fundado em Ryan e tudo que girava em torno dele, e aquele sendo o primeiro dia oficial de universidade sem a presença fatídica do ex-jogador que também era ex-namorado, a interação Harry-Louis pareceu mais fácil do que nunca, ao que tudo indicava. - Não me diga que já está bêbado demais para me reconhecer...

- O que? Pff. - Louis usou da mão livre para gesticular no ar, como se dispensasse aquela hipótese, já forçando os pés para longe da multidão do bar, ainda mais surpreso quando Harry o seguiu. Aquela era a primeira vez em anos que interagiam sem farpas, e principalmente sem o intermédio dos outros rapazes, então não sabiam como agir um com o outro sem fundamentar a conversa em ofensas. Quem diria que com Ryan graduado e fora da UAL, aquela situação se tornaria viável de novo, hu? - Er, valeu, pela garrafa.

O jogador deu de ombros, igualmente confuso sobre como se portar, mas ainda assim instigado demais para cessar o contato.

Fazia tanto tempo que não conversavam daquele jeito...

Decente, calmo, polido.

Sem maiores preocupações envolvendo uma certa pessoa desagradável e uma certa situação terrível que os uniu como um trio, de certa forma.

Pela primeira vez em anos, era apenas Harry e Louis.

- Parecia bem desesperado por ela. - ainda falavam sobre a bebida, o único assunto que tinham em comum no momento.

- Ha-ha. - Louis ironizou, embora sorrisse, seu corpo reagindo em satisfação ao colocar um pouco das provocações que estavam acostumados naquela conversa nada usual. E, por um momento, se impediu de andar mais, o olhar passeando pelo corpo forte parado ao seu lado, até repousar nas íris verdes cheias de expectativa. Com um suspiro, arqueou uma sobrancelha. - O que foi, Styles?

Parecia uma pergunta plausível, afinal.

- Como assim o que foi, Tomlinson? - enfiando as mãos no bolso da frente dos jeans, Harry se fez de desentendido, o que gastou certa quantidade de paciência do menor. - Será que as férias fizeram mal à sua memória?

- Engraçado, eu ia perguntar a mesma coisa pra você. - os olhos azuis queimaram em chamas, Louis virando o corpo para ficar de frente para o cacheado, poupando-os de gritar tanto através da música alta. Sem se conter, ainda, disparou, mais curioso do que hostil: - Da última vez que eu chequei, nós nos odiávamos.

Os olhos verdes reviraram nas orbes, embora o sorriso provocativo não tenha deixado o posto.

- Qual é, Louis. É o nosso último ano na UAL e essa é a nossa festa de boas-vindas! - abriu os braços no ar, indicando o ambiente ao seu redor como justificativa de seu argumento. A julgar pela coloração em suas bochechas, estava embriagado ou envergonhado, ou uma mistura dos dois. - Podemos nos odiar amanhã, se quiser. Mas será que por hoje, só por essa noite, na verdade, consegue fingir que ao menos me tolera?

Era um bom argumento, Louis tinha que admitir.

E realmente funcionavam mais ou menos bem quando não estavam disparando ofensas e xingamentos um para o outro, quase como se os remetesse a época em que não discutiam e não se odiavam, quando Harry guardava seu lugar no refeitório e Louis o incentivava em campo.

Depois de tanto tempo cultivando uma parede entre eles, era até mesmo difícil ignorar as sensações nostálgicas em seus estômagos ao tratarem um ao outro como amigos.

Por isso, piscando os olhos azuis para o maior, Louis abriu a garrafa de vodca e a virou garganta abaixo, esperando que o gesto tenha escondido o seu sorriso satisfeito. No instante seguinte, já estava batendo os quadris nos de Harry e o puxando para a pista de dança.

- Vamos antes que eu me arrependa.

Precisavam encontrar Niall, Zayn e Liam.

A noite estava apenas começando.

E algo lhe dizia que seria uma digna dos livros.

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Louis conteve um gemido quando sentiu as costas serem pressionadas na parede com força, não sabendo ao certo se era de prazer ou de dor, o corpo de Harry contra o seu conforme deslizavam os lábios com firmeza, suas línguas esfregando uma na outra ao que suas coxas se entrelaçavam em uma bagunça de investidas quentes.

Um contato bem erótico para inimigos que estavam fingindo ser amigos apenas por uma noite.

Tinham a escuridão daquela área distante dos postes de luz para agradecer a discrição, e erguendo as mãos para os fios longos, tratou de chupar a língua de Harry com vontade, ouvindo-o gemer contra si, dedos firmes apertando a carne de suas coxas e bunda conforme rebolavam um contra o outro na tentativa frustrada de sanar suas ereções em desenvolvimento.

Não sabia como aconteceu, e não se importava, realmente.

Na melhor das hipóteses, culparia a vodca e a maconha, misturadas com a insanidade das luzes néon da pista de dança e a secura na garganta causada pelos cigarros.

Porque tudo o que de fato sabia era que um piscar de olhos, já estava pressionado contra a parede do prédio de música, Harry beijando-lhe o pescoço e fazendo-o gemer baixinho.

Mas como tudo que é bom também incita algo ruim, em outro piscar de olhos, percebeu que alguém os observava, mesmo longe, a sensação ruim de estar sob vigia, digna de arrepiar os pelos de seu braço, tomando-lhe o fôlego.

Alguém os observava.

E teria passado batido, considerando que estavam presos em seu pequeno mundinho de suspiros e murmúrios prazerosos, isso se o corpo de Louis não reconhecesse aquela presença em qualquer lugar do mundo, sob toda e qualquer circunstância possível.

Estatelando as pálpebras abertas, Harry ocupado demais com os beijos e mordidas para perceber, tentou, ainda, ter a plena certeza de que quem estava observando-os do outro lado da fonte era, de fato, seu ex-namorado.

Precisou apenas de um segundo.

Nada mais do que isso.

Era Ryan.

Tinha certeza.

O calafrio em sua espinha e o disparo em seu coração confirmavam qualquer dúvida que pudesse vir a ter.

Era Ryan.

Há alguns passos de distância, os observando.

Empurrando o peitoral de Harry para longe, em busca de ar e clareza, e talvez até mesmo de um rosto familiar que não causasse um revirar em seu estômago, Louis forçou seus olhos para o rapaz à sua frente, ao invés de seu ex-namorado à distância, e com o coração na mão, murmurou, ofegante:

- E-ei, o que acha de irmos para o-outro lugar?

Harry franziu o cenho, passando a língua nos lábios em uma tentativa de recolher a saliva ali acumulada, e deslizando os dedos gentis por todo o caminho da bunda de Louis até suas costas, de forma mais polida, suspirou.

- Está tudo bem? Eu fiz alguma coisa errada?

Louis negou imediatamente, firmando os dedos ao redor da nuca do cacheado, como se quisesse transmitir a urgência de suas palavras através do contato. Agradeceu à escuridão por esconder sua expressão aflita naquele momento, as bochechas dormentes pelo choque.

- N-não fez nada errado, e-eu juro. Eu só quero... hm, ir pra outro lugar.

Harry analisou sua postura por um momento antes de assentir e dar um passo para trás, permitindo que desgrudasse as costas da parede, e sendo pego de surpresa, teve os dedos entrelaçados por Louis antes de ser puxado, rapidamente. Quando pararam de novo, estavam um pouco longe, em uma área repleta de árvores com redomas grandes o bastante para projetar sombras na grama abaixo, deixando ali mais escuro ainda, e logo observou o menor marchando até se ver próximo de uma raíz.

- Louis!

- Chegamos! - ele esticou os braços para mostrar os arredores, Harry a alguns passos mais distante fitando-o confuso, principalmente ao notar que suas mãos tremiam no ar. - Aqui é perfeito.

Dando de ombros, sem saber o que estava acontecendo mas alheio demais para sequer questionar, o cacheado encurtou a distância entre eles, o All-Star amassando a grama conforme andava.

Sem conseguir ignorar sua postura assustada, ainda, assumiu que Louis estava apenas nervoso em levarem os beijos a outro nível, e se aproximou com cautela, tentando acalmá-lo diante de sua presença. Afinal de contas, também estava nervoso com aquilo, mas mentiria em dizer que nunca imaginou seus lábios colados em um beijo quente, ou suas mãos passeando pela pele bronzeada.

- Sabia que eles projetam filmes aqui de vez em quando? - ousou comentar, tentando desviar o foco para outra coisa naquele momento, o dedo apontando para o muro atrás de suas costas conforme Louis já o puxava pela gola da camiseta. - W-wow, oi.

Com um sorriso aliviado, agora, o menor colou as costas no tronco da árvore, o olhar fixo na expressão surpresa de Harry conforme os aproximava cada vez mais, até ter seus narizes unidos. Podiam sentir seus corações acelerados, juntos.

- Oi-oi. - sussurrou, envergonhado, de certa forma, e com um suspiro de coragem, tomou outra iniciativa.

Seus lábios se chocaram, e com um ofego alto conforme se entregava, Louis deixou que Harry o erguesse no colo, suas coxas rodeando a cintura dele ao que firmava os dedos entre seus cabelos e os usava como apoio para guiar suas cabeças. Parecia urgente, e sentia como se fosse, mas mais uma vez, um barulho os trouxe à realidade.

Como já estava alerta, apavorado, qualquer coisa fora do comum chamaria sua atenção naquele momento, e foi o que aconteceu.

Parecia um craquelar de folhas, e sentindo o coração de Louis batendo desesperado contra seu peito, de uma maneira diferente que antes, como se agora corresse de um predador, Harry tomou uma decisão impulsiva.

- Que tal irmos pro meu quarto? - torceu o rosto pela forma na qual aquilo soou em voz alta e, com um suspiro arrependido, tentou se retratar. - Isso pareceu mais educado na minha cabeça, eu juro. M-mas é óbvio que não está se sentindo bem aqui e...

- Vamos. - Louis o interrompeu, o azul no verde conforme segurava-o pelo maxilar. Parecia agradecido por suas palavras, aliviado, o coração disparado no peito até falhando uma batida. - Por favor, vamos.

Em instantes, já caminhavam pelo campus, mais uma vez.

%%%

- Vocês. - Ryan gritou, exaltado, puxando Niall pela gola da camiseta conforme assustava Zayn e Liam pela surpresa de seu movimento. Estavam caminhando em direção ao Balls&Blues quando foram abordados, bruscamente, sem ao menos ter tempo de processar a presença inusitada de alguém que não viam há meses. Os rapazes se entreolharam, confusos sobre de onde o ex-jogador havia vindo, e dando alguns passos para ajudar o loiro a sair do aperto que não fazia sentido algum, Liam ofegou. - Cadê eles?

- E-eles quem? - Zayn questionou, extremamente atordoado.

Ryan nunca agiu daquele jeito, nem mesmo quando namorava Louis.

E os rapazes - especialmente - nunca haviam visto-o arisco ou irritado ou violento antes.

Sem conseguir fazer qualquer ligação racional para o comportamento que estava demonstrando, só puderam fitá-lo com olhos arregalados e lábios partidos, em uma clara reação de choque.

Era quase como se o Papai Noel tivesse aparecido em suas frentes, no meio de agosto.

Ryan não deveria estar ali, já havia se formado.

E mesmo que decidisse visitar, por que estava falando com eles? Nem ao menos namorava Louis mais.

Não fazia o menor sentido, e sem reação alguma diante de sua presença, os rapazes só puderam piscar os cílios em sua direção.

Ainda chacoalhando Niall em irritação, fazendo Liam reagir e se apressar mais uma vez para tentar soltá-lo do aperto, de novo sem sucesso, Ryan bufou impaciente.

- Louis e Harry, seus idiotas. Cadê eles?

Niall praguejou, os pés não tocando o chão, apesar dos esforços de Liam. Ryan era o capitão do time por vários motivos, e força definitivamente era um deles.

- Sei lá, cara. Eu, hein. Me solta, que isso. - o loiro resmungou entre fôlegos, tão confuso que sequer se deu conta da gravidade daquela situação, mesmo estando, literalmente, no ar. Ryan, entretanto, ameaçou erguê-lo mais, e tremendo os joelhos, gritou: - Ei! Por que está agindo assim? Aconteceu alguma coisa? V-você e Louis voltaram ou..?

Apertando os dedos cada vez mais ao redor de sua camiseta, pressionando-o para cima, Ryan mediu as palavras antes de as dizer, ira banhando seu tom. Ao fundo, Zayn implorava para que soltasse o amigo, tão atônito que mal conseguia tirar os pés do chão, sobrando para Liam a tarefa de livrar Niall.

- Escutem bem o que eu vou dizer. Seja lá o que Harry estiver fazendo com Louis agora, quero que façam de tudo para que ele não lembre disso depois, fui claro? Louis não pode saber que passou a noite com Harry, muito menos que eu estive aqui. - firmando o aperto para além da gola da camiseta de Niall, agora tomando-lhe o ar, Ryan frisou seu ponto, Liam tentando empurrá-lo pelo peito, sem sucesso. Zayn choramingava ao fundo, atônito. - Se eu souber que Louis se lembra da noite de hoje, podem ter certeza que eu vou voltar, e o amigo de vocês vai sofrer como nunca antes. Fui claro?

- Você 'tá maluco? - Zayn elevou a voz em uma crise de desespero conforme forçava os pés para fora do lugar, sem sucesso, quase explodindo em lágrimas. - Solta ele agora!

Ryan jogou Niall para frente com força, Liam o pegando a tempo de evitar uma queda feia no chão. Inabalado, alinhando a roupa que havia amassado no peito, o ex-jogador suspirou, como se aquela fosse uma situação corriqueira em sua vida.

- Espero que tenham entendido o recado. E mais uma coisa, - apontou o dedo para Liam, que segurava Niall, tossindo em busca do ar que lhe foi tomado, as bochechas mais vermelhas do que o usual conforme tinha os olhos arregalados. - Fala pro Styles que tanto Louis quanto os Wolves são meus, e que se ele quiser algum deles, tem que passar por cima de mim primeiro.

- Espera! - Zayn tentou, de novo, mesmo que seu corpo já mostrasse sinais de alívio ao ver o rapaz indo embora. Apesar dos olhares desesperados de Liam e Niall, prosseguiu, amedrontado. - Por que está fazendo isso? E-eu... eu não estou entendendo. Pensei que fosse nosso amigo, pensei que...

Ryan riu, e somente então perceberam que tudo que jamais conheceram como Ryan não passava de uma fachada.

- Amigo? Eu tolerava vocês. Louis é seu amigo, e se realmente se importam com ele, acho bom garantirem que amanhã nada disso esteja fresco na memória dele. Vai por mim, ele já sentiu na pele como é ruim me contrariar, e se eu fosse vocês, não correria o risco.

FLASHBACK OFF

2 Dias para as Provas Finais

- Espera, espera. - Louis interrompeu a história, tão confuso que sua cabeça doía, as pernas cruzadas sobre o colchão conforme fitava os amigos, Niall andando de um lado para o outro, Zayn escorado na escrivaninha e Harry e Liam com braços cruzados no meio do quarto, atônitos demais para sequer andar. - Ryan falou com vocês naquele dia?

Um olhar foi trocado entre os rapazes, deixando-o alheio, assim como Harry. Por fim, com um suspiro, Zayn respondeu:

- Ele nos ameaçou, Lou. - seu tom denunciava o medo que sentiram naquele momento, e falhando uma batida do coração, Louis pressionou a mão no peito, sensibilizado por aquela constatação. - Pegou Niall pelo pescoço e tudo.

Os olhos azuis se encontraram, e vendo que o amigo estava prestes a explodir em lágrimas, Niall tomou os passos necessários para sentar ao seu lado e o abraçar.

- Imagina a nossa surpresa. - murmurou, sobrepondo os sussurros de eu sinto muito de Louis, mesmo que nada daquilo fosse culpa sua. E afagando seus cabelos dentro do abraço, prosseguiu. - Nem sabíamos que ele podia agir daquela forma, ele sempre foi tão polido perto da gente. Por isso sequer reagimos, foi tudo tão... estranho e rápido.

Mas nada que venha de Ryan é por acaso.

Aquele encontro teve uma motivação bem clara.

- Ele quis garantir que você não se lembraria de nada. - Liam ecoou, tendo que limpar a garganta entre as palavras para polir seu tom rouco, demonstrando o quão mexido ficava quando aquele assunto era abordado. - Ficamos horas debatendo se deveríamos te embebedar ou qualquer outra coisa...

- Mas você e Harry não voltaram para a festa. - Zayn completou o namorado, embolando os dedos em um tique nervoso enquanto tentava retratar os fatos de forma coesa, linkando o que haviam acabado de contar uns para os outros, diferentes versões da mesma noite que se interligavam e completavam em um quebra-cabeça mais complexo.

Erguendo o rosto do abraço que compartilhava com Niall, Louis ofegou diante daquela constatação.

- É claro que não. - sua voz craquelou, um reflexo do medo que sentiu naquela noite, e por um momento, os olhos verdes pesaram sobre si, como se compartilhasse do sentimento de uma maneira que ia além de empatia, beirando até mesmo o trauma. Passaram por aquilo juntos, afinal. - Eu vi Ryan lá e quis fugir dele. Das suas perguntas, dos seus olhares, do seu ciúmes doentio. De tudo. Eu queria fugir dele. E quando Harry me convidou pro dormitório, pensei que tinha conseguido.

- Mas conseguiu. - Niall disse com confiança, contrastando o suspiro esperançoso de Louis ao finalizar sua sentença anterior. Contudo, ao notar a turbulência nas íris azuis, hesitou. - Não conseguiu?

- Não. - confessou, tão decepcionado quanto sua expressão denunciava. E agora mais do que nunca, falava diretamente com Harry, como se ansiasse por aquele momento há meses, e de fato o fazia, suspirando aliviado ao arrancar o band-aid e expor o hematoma que sangrava mas jamais doía. Pois o fazia pela paixão. - Eu lembro daquela noite, apesar do álcool, dos cigarros e tudo mais. Eu lembro de praticamente tudo! Eu e Harry transamos e pegamos no sono, só que quando acordei, eu estava no meu dormitório.

- E eu estava no meu. - Harry retrucou, àquela altura conversando apenas com Louis, os outros rapazes de platéia conforme finalmente assumiam o que vinham escondendo há quase um ano, seus peitos enchendo de clareza e expulsando as mentiras, por fim. - Na verdade, eu acordei no meio da noite com várias mensagens desesperadas de Liam. E ele me explicou o que aconteceu.

Essa frase pareceu ter pêgo Louis de surpresa, e arqueando as sobrancelhas conforme endireitava as costas e abria a boca, ofegou.

- Você sabia?! - seu tom saiu esganiçado, e sem se importar, gaguejou diversas vezes antes de repetir sua dúvida, incapaz de processar aquela informação. - Você sabia que Ryan ameaçou os nossos amigos para garantir que nossa transa fosse esquecida? Desde o início? Você sabia?! E não disse nada? Sabendo o quão perigoso ele é?

Niall interrompeu a conversa de duas partes para confessar algo que não se orgulhava, forçando Louis a desviar o olhar arregalado de Harry e o focar em si, sentado na cama ao seu lado.

- Nós não estávamos levando muita seriedade no que Ryan tinha dito, Tommo, mas Harry nos convenceu de que ele não era alguém para se brincar. - parecia envergonhado, até, e tomando a mão de Louis nas suas, prosseguiu, o olhar divagando para Zayn e Liam conforme falava em nome de todos. - Harry disse sim o quão perigoso ele era, e isso só nos envergonha ainda mais porque quando, meses depois, Ryan voltou para o campus e te seduziu, naquele dia do jogo, nós vimos, Lou, nós vimos ele te puxando de volta e não conseguimos fazer nada.

Sussurrando um eco de vocês já sabiam de tudo, Louis engoliu o bolo na garganta.

- Ficamos receosos em intervir e ele pensar que tínhamos contado sobre a festa de Mike. - Zayn ajudou Niall com a desculpa que, mesmo esfarrapada, ainda conseguia ser plausível, se considerar que Ryan havia manipulado todos eles ao mesmo tempo, condicionando-os ao medo, ambos os rapazes igualmente constrangidos diante de suas próprias palavras. - Então só observamos você ir embora com Ryan, de novo, sem fazer nada, como os péssimos amigos que somos.

Antes que Louis pudesse dizer alguma coisa, se é que tinha o que dizer naquele momento, Niall voltou a ecoar, à beira de uma crise de choro, as bochechas ardendo de vergonha e comoção conforme apertava os dedos ao redor das mãos do menor.

- Foi terrível, eu sei. - resmungou, o bico nos lábios fazendo Louis praguejar em desespero, querendo impedi-lo de chorar mesmo que não detivesse de tal poder. - Nós fomos amigos terríveis mas estávamos com tanto medo do que ele podia fazer e... e preferimos ver ele te beijando na nossa frente do que te batendo longe da nossa proteção.

Abrindo a boca mas não conseguindo falar nada, Louis se viu sem palavras, o olhar arregalado vagando de amigo a amigo enquanto compreendia suas súplicas. Como podia julgá-los afinal?

Se estivesse do outro lado da situação, o que escolheria?

Optando por não perder muito tempo em algo que não podiam mais mudar, suspirou, chacoalhando a cabeça e os pensamentos para longe conforme erguia a mão entrelaçada com a de Niall e a beijava, carinhosamente. Podia não ter palavras, mas ao menos tinha amor, e isso continuava intacto, apesar das lembranças de quando se afastou de seus amigos após reatar o namoro com Ryan, pouco antes de vê-lo com outro, surtar, levar uma surra porque surtou, terminar o namoro e ainda se esconder em seu dormitório até perder a audição e todo o propósito de vida.

Eh.

Lembranças agridoces, com certeza.

Aquele dia no jogo, quando cedeu de novo nos encantos do ex, foi apenas o começo de uma recaída terrível.

Uma que precisou de meses afastado para sobreviver.

Mas então, de volta à realidade, piscou os longos cílios para o loiro, uma única pergunta vagando sua mente em destaque diante das milhares de outras.

- Quando você decidiu parar de dividir o dormitório comigo... - precisou engolir o bolo na garganta antes de continuar, Niall mordendo os lábios à sua frente, como se desejasse que aquele assunto não fosse abordado. Com lágrimas nos olhos, Louis ofegou, seus lábios movendo contra suas mãos entrelaçadas. - Ryan te obrigou a fazer aquilo também?

Niall assentiu, incapaz de falar palavras. Zayn, contudo, ecoou, do outro lado do quarto, encolhido na escrivaninha como se tentasse proteger seu corpo das lembranças terríveis.

- Quando você fugiu da uni, Lou, todos nós ficamos extremamente irritados... - uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha, seus olhos castanhos transmitindo toda a dor e arrependimento que guardava para o amigo. - Depois que Niall encontrou você no dormitório, machucado, pensamos que aquilo seria o fim de Ryan. Pensamos que seria o suficiente para você o esquecer, e assim poderíamos seguir nossas vidas fingindo que ele nunca existiu. Mas quando você simplesmente fugiu da uni, sem sequer nos falar para onde, assumimos que... - deu de ombros, a lágrima solitária se multiplicando e agora acompanhada de várias outras, traçando seus caminhos bochechas abaixo. Ao seu lado, Liam ofegou, tomado por memórias desagradáveis. - Assumimos que tinha fugido com ele.

Louis negava para o ar, querendo dizer que Ryan não era um hematoma que podia simplesmente esconder com um band-aid, ou um corte mal feito de cabelo que podia cobrir com um touca, ou ainda uma sujeira que podia simplesmente limpar com um pano.

Ryan era uma marca feita com fogo contra seu peito, ardente pelo resto da vida.

Como uma lembrança de um tempo obscuro na qual teve a sorte de sobreviver.

Mas não conseguiu proferir tais palavras, se limitando a apenas sustentar o olhar com os rapazes conforme controlava o coração no peito e as lágrimas nos olhos. Até que Liam ecoou, por fim, seus olhares ansiando por contato.

- Lembra quando eu vi você com Harry, sem querer? - parecia falar a contragosto, como se aquela fosse uma parte de si que havia reprimido há muito tempo, e captando as íris verdes, também, prosseguiu, envergonhado. - Eu te disse palavras terríveis, Louis, das quais me arrependo diariamente. Mas as proferi porque pensei que havia nos deixado para ficar com Ryan, e então decidido assumir Harry mesmo depois de tudo que nós havíamos passado e que Harry havia passado, também, e...

Virando o olhar indivisível para o namorado, Louis ofegou, a pergunta silenciosa banhando suas feições ao que Liam parava de falar e Harry abria a boca, recebendo a palavra, enfim.

- Quando eles me contaram sobre a aparição de Ryan na festa de Mike, eu não contei o que ele fez comigo, mas avisei que se ele ameaçou, é porque estava disposto a fazer. - se explicou, como se demonstrasse que, na linha do tempo daquela confusão toda, os rapazes acreditaram em sua palavra sem realmente saber sobre o estupro, e que a fala de Liam se referia ao que passaram no início, quando Niall estava erguido no ar e mal sabiam o que estava acontecendo, de fato. Com o azul arregalado e confuso fixo em si, prosseguiu, voltando ao assunto daquela festa em especial. - Então, durante a madrugada, enquanto você dormia, nós quatro combinamos que aquela noite seria esquecida, pelo bem de todos.

Com um único fôlego para dentro dos pulmões, Louis soltou a mão de Niall e revezou o olhar entre os amigos, suas lágrimas secando conforme tentava manter-se o mais focado possível, para compreender aquelas informações.

Mas ainda assim, havia uma coisa que não fechava em sua mente.

- Por que não me contaram? Eu podia fingir também. Afinal de contas, eu já sabia de tudo. - era uma hipótese válida, e piscando ansioso, esperou a resposta, que naquele momento, veio através de Niall.

- Estávamos com medo, Tommo. Preferíamos ter você por perto e seguro, sem saber sobre a transa com Harry, do que correr o risco de te colocar nas mãos de Ryan. Ele te machucaria sob nossa responsabilidade, entende? Ele o faria porque nós falhamos. Isso que naquela época nem sabíamos o quão ruim ele realmente era. - inclinando a cabeça para um lado, ponderou, relembrando dos acontecimentos que haviam acabado de mencionar, como Louis reatando o relacionamento abusivo, meses depois. Com um bico insatisfeito, bufou. - Funcionou por um tempo, é claro.

- Pelo menos agora sabemos que agimos certo. - Zayn tentou, o olhar caindo sobre a postura confusa de Louis, igual a de todos ali, realmente. - Pelo menos naquele momento, sob aquelas circunstâncias, foi a melhor decisão que podíamos ter tomado, não acha?

Parecia um grito por ajuda, por validação, como se ansiassem pelo ok de Louis na tentativa de tirar um peso sufocante de suas costas, e com um suspiro, o menor amenizou o rosto.

- Vocês só queriam me proteger, Zee. E serei eternamente grato por isso, apesar de tudo que aconteceu depois, relacionamento reatado ou não, hematomas ou não, brigas ou não, dormitórios separados ou não. - gesticulou freneticamente no ar, observando ao que Liam suspirava em paz e Niall fechava os olhos em alívio ao seu lado, na cama. Por fim, deu de ombros. - Sei que tiveram as melhores das intenções. A questão agora é: - ergueu um dedo no ar conforme recuperava o fôlego. - E a polaroid? - seu olhar foi diretamente para o de Harry, como se falasse com ele e com ele apenas, as sobrancelhas arqueadas em busca de explicações. - Como ela se tornou o elemento principal disso tudo?

A expressão do cacheado se contorceu em uma de apaixonado, o verde cintilando para o namorado conforme falava, justificando suas ações de um ano atrás como se elas tivessem acontecido horas antes daquele mesmo momento, apenas comprovando o quanto já nutria sentimentos por Louis desde o início.

- Eu me recusava a te perder, gatinho. - soava como uma promessa, e prendendo o ar nos pulmões, Louis inclinou a cabeça em compaixão. - Nós nos conhecíamos há anos e Ryan sempre ficou no meio, e nós dois sabemos que as provocações eram só um mecanismo de defesa, e justo quando começamos a nos entender, eu... eu não... eu não pude aceitar que Ryan iria tirar aquilo de mim. De nós. - agora sua voz ecoava com confiança, determinação, e arrancando um sorriso de Louis, Harry prosseguiu, guiado pelos sentimentos. - Então usei a polaroid como prova de que aquela noite foi real, porque tive medo de que você nunca acreditasse se eu decidisse contar, um dia. - dando de ombros, transformando o clima romântico em um quase divertido, apesar da temática não ser nada engraçada, Harry suspirou. - Só não esperava que você já soubesse disso.

- É claro que eu sabia! Jamais podia esquecer. - Louis tratou de esclarecer, as íris azuis brilhantes diante dos olhares curiosos dos amigos. - E também sei que não fui andando até o meu quarto, depois da transa. E se não foi nenhum de vocês, Ryan me levou até lá. Ele deve ter entrado quando nós dois estávamos dormindo e me carregou até o lugar certo. Como se eu apenas tivesse acordado de uma ressaca na minha própria cama. - foi uma acusação firme, e sem sequer duvidar da veracidade das palavras do menor, os rapazes assentiram. - Se ele queria que eu não soubesse da transa, acordar no dormitório de Harry seria óbvio demais. Então ele precisou intervir. - fazia sentido, e quanto mais pensavam a respeito, mais a peça se encaixava no quebra-cabeça, então, prosseguindo mais animado, Louis estalou o dedo no ar. - Mas quando eu acordei, a polaroid estava em cima da cômoda.

- Eu tinha colocado a polaroid no bolso da sua jaqueta. - Harry constatou, confuso ao que todos os olhares viravam para si. - Tenho certeza. Eu tirei a polaroid, coloquei na jaqueta e voltei a dormir.

Louis deu de ombros.

- Ryan deve ter encontrado ela quando recolheu as minhas coisas. - concluiu, tentando encaixar mais peças naquela incógnita. - Porque as roupas que eu usei na festa estavam no meu dormitório, junto com a polaroid.

- Acha que ele esqueceu de levar? A polaroid, digo.

- Sim. - Louis respondeu para Niall, firme, agora fitando um Harry andando em círculos pelo dormitório, talvez em uma maneira de forçar sua mente a pensar. - E nunca desistiu dela, aparentemente, porque depois de meses a escondendo, ele finalmente conseguiu pegá-la de mim.

- Mas como ele descobriu que ela estava no seu dormitório? - Zayn se juntou à bolha pensante, abandonando a confusão enquanto se ajeitava contra a escrivaninha e massageava o queixo. - Na verdade, como ele sabe de todas as coisas que acontecem aqui? Tipo, Harry aceitando ser capitão e... e... vocês dois começando a namorar, e... onde tal jogo do campeonato vai ser ou quando estamos fora dos dormitórios, nas aulas ou na lanchonete. Como ele sabe de tudo isso?! Ele nem estuda mais aqui!

- Nick. - Harry ecoou, de prontidão, e Louis assentiu, completamente surpreso pelo namorado sequer saber daquele fato.

- Você já sabia dele? - questionou, atônito diante da expressão confusa do maior, e piscando os olhos para os outros, deu de ombros. Àquela altura, já deveria ter aprendido que haviam diversos segredos entre eles. - Ryan tem amigos na UAL, que passam essas informações constantemente. Sempre desconfiei do grupinho de Nick, e no dia que fomos pra cidade beber, ele me encurralou na parede e tentou me convencer de que eu e Harry já havíamos transado antes. Era um teste. Queria provar para Ryan que eu já sabia. - diante dos olhares atentos dos amigos, Louis bufou, os braços agitando-se no ar. - Qual é! E quando eu dei um boquete para Sandy e no outro dia, todo mundo só falava disso! Era uma distração, como se esse fosse o evento principal da festa de Mike, ao invés de Harry e eu saindo escondidos.

Por um momento, o dormitório caiu em silêncio, os rapazes trocando olhares confusos e assustados, até que Liam tomou a palavra, sua voz ecoando baixa e contida conforme cruzava os braços à frente do peitoral.

- Ryan realmente pensou em tudo.

- E eu estava descobrindo as coisas, pouco a pouco. - Louis confessou, balançando os pés para fora da cama enquanto desenhava formas aleatórias em sua coxa, mania que o ajudava a pensar. - Tinha enganado Nick e o grupinho dele, tinha fingido muito bem que não sabia da transa, eu só... - deu de ombros, sem saber mais o que fazer em relação àquilo a não ser cuspir os fatos para fora e rezar que fizesse algum sentido. - Não esperava que vocês estivessem envolvidos nisso também. - apontando o dedo para o namorado, suspirou. - Pensei que Harry estava falando a verdade sobre não se lembrar, então eu obviamente entrei na onda.

Harry encolheu os ombros, na defensiva, os olhos arregalados conforme parava de andar pelo dormitório, subitamente.

- E eu ia te contar, eu juro. - murmurou, rendido. - Mas você continuou me odiando e agindo como se não lembrasse da transa, então eu... continuei fingindo, também.

- Meu deus. - por fim, Niall resmungou, esfregando as têmporas ao que deixava o torso cair para trás, as costas sendo massageadas pelo colchão. - Estou com dor de cabeça.

Mas Louis tinha várias coisas para assumir, ainda.

- E na festa à fantasia, eu percebi que vocês dois, - apontou de forma acusatória para Niall e Zayn, fazendo o loiro levantar da cama de novo e o moreno abrir a boca em espanto. - Estavam desconfiados, eu sei que estavam, então eu fingi muito mais que não lembrava da transa, só que acabei me deixando levar quando vi Harry, e aí...

- Transamos de novo. - Harry completou sua frase, inclinando a cabeça para um lado conforme processava aquela informação, e então, arregalou os olhos, percebendo o que aquilo significava. - Espera, você sabia naquela vez também?!

Louis revirou os olhos, seus lábios esticando em um sorriso, inconscientemente.

- Eu sempre soube, Harry. Qual é! - deu de ombros, por um momento esquecendo de tudo que envolvia Ryan e apenas focando na parte que ele e Harry transaram diversas vezes, fingindo não saber, apesar de um plug e uma foto para comprovar. - É claro que eu reconheceria seu corpo, sua voz, seus gestos, suas feições, tudo!

Harry cruzou os braços, como se fosse uma competição, Niall, Zayn e Liam rodando os pescoços para acompanhar suas palavras, disparadas uma contra a outra com velocidade.

- Eu também sempre soube! Seu piercing por si só entregava tudo. - confessou, o sorriso de Louis aumentando diante daquele comentário, até que sua voz caiu dois tons. - Só que eu tinha medo de Ryan descobrir e fazer alguma coisa com você, por isso sempre resisti.

Louis pressionou os lábios juntos, esperando alguns instantes antes de responder, sua mente trabalhando a mil para livrá-los do máximo de segredos possíveis.

- Até as garotas entraram na mentira. - confessou, ainda, o olhar caindo sobre Niall, ao seu lado na cama, embora ainda falasse com Harry. - Aquele dia na fraternidade, quando eu resgatei a busca pelo dono do plug só pra enganar Niall e Zayn ainda mais, foi tudo planejado, porque eu podia sentir que Ryan estava observando. - o azul voltando ao verde, enfim, suspirou. - E com o grupo de Nick desaparecendo do nada e Zachary surgindo de repente, pensei que ele também fosse um dos informantes. Então precisei reviver a encenação de pobre coitadinho que tinha transado com alguém e não sabia, só para o caso dele estar ouvindo.

Niall e Zayn abriram a boca em choque diante daquele fato, surpresos em como a mente de Louis vinha trabalhando constantemente para nutrir aquela situação forjada.

- Eu dei um jeito no grupo de Nick, em uma das festas. - Harry murmurou, ainda, brando, como se não fosse nada demais, surpreendendo todos os rapazes com aquela informação. Se vendo, então, no centro da atenção, deu de ombros. - Eles faziam perguntas demais e falavam de menos, então os assustei apenas o bastante para nunca mais andarem com a gente de novo. Usando, é claro, a desculpa dos Wolves e essas coisas, pra ele não pensar que tinha algo a ver com Louis. E quando todos os outros jogadores cortaram relações com eles, não tinham mais como andar com a gente sem parecer muito suspeito. Não demorou muito para eles sumirem do mapa.

Gastando mais alguns instantes, agora, para digerir os novos fatos, os rapazes trocaram olhares, suas cabeças doendo pela confusão de mentiras que criaram ao longo de um ano. Por fim, Liam bufou.

- E o plug estava com você esse tempo todo?

Louis deu de ombros, o cenho franzido. Aquela, talvez, seja a informação mais óbvia de toda a bagunça.

- É claro que estava, na minha bunda, inclusive. - os fez rir, pela primeira vez em quase uma hora de conversa, seus próprios lábios esticando diante do comentário. - E a polaroid também, escondida. Quer dizer, não mais.

- Teve uma vez, - Niall coçou o queixo, tentando livrar sua mente de questões confusas. - Que você começou a agir estranho depois do jogo e correu pro dormitório antes da festa de confraternização. - Louis assentiu, localizando aquela descrição em sua mente. - Eu vi você mexendo no plug... ou na polaroid, eu não lembro muito bem.

O menor deu de ombros, de novo.

- Eu tinha acabado de descobrir que Ryan viria para a festa de ex-jogadores, e queria ter a certeza de que ele não tinha, por um acaso, invadido meu dormitório e encontrado as provas de que eu lembrava sim da transa com Harry. - justificou, Niall abrindo a boca em um grande aaa enquanto assentia, afirmativo. - Foi um reflexo protetor, eu acho. Eu queria descartar a hipótese de ele estar vindo com o objetivo de quebrar a minha cara por mentir por meses sobre aquele assunto, sabe?

O quarto voltou a cair em silêncio, dessa vez tenso, os rapazes processando a fala de Louis como sendo a própria justificativa do comportamento que tiveram no último ano, quase.

As mentiras, os segredos, as reuniões secretas.

Tudo fundado pelo medo de uma única pessoa.

Que naquele caso, podia machucar todos eles de uma só vez, se quisesse.

- E você estava nos protegendo, desde o início? - Harry quem cortou o eco vago, perguntando o de praxe, mais em tom de afirmação do que tudo, seu olhar caindo ameno sobre o namorado. - Igual nós estávamos te protegendo, desde o início?

Parecia simples quando colocado daquela forma.

- Sim. - Louis sorriu, através da situação como um todo.

Niall observou os dois com um bico ponderativo nos lábios.

- Quer dizer que podíamos ter simplesmente conversado sobre isso e poupado quase um ano de mentiras?

Zayn bateu na própria testa, bufando.

- Como sempre, esquecemos que comunicação existe.

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2 Dias para as Provas Finais

- Espera. Espera. - Barbara repetiu a mesma frase de Louis ao que os rapazes contavam a história completa, mais uma vez, agora com a sua presença no dormitório, junto de Eleanor e Bebe, Chad e Patrick apenas de platéia naquela confusão inteira. - Então quer dizer que, nesse tempo todos, vocês estavam escondendo o mesmo segredo?

Niall deu de ombros, sentado no colo de Chad sobre uma das camas de solteiro.

- Está mais para dois lados do mesmo segredo, eu diria.

- Eles estavam me protegendo de Ryan porque foram ameaçados, - Louis tentou elaborar melhor para a amiga, gesticulando no ar para tal. - E eu, conhecendo o ex-namorado que tenho, estava tentando proteger Harry do ciúmes doentio que com certeza viria à tona caso ele soubesse que estávamos juntos. E, - ergueu o dedo no ar, o namorado sorrindo em sua direção, apesar do tópico não ser o dos melhores para sorrir. - Harry já tinha me contado por cima o que Ryan tinha feito com ele, - dando de ombros, subitamente triste, Louis abaixou o tom de voz, cabisbaixo, Harry agora o fitando preocupado e compreensivo. - E por mais que eu ainda não acreditasse nele, na época, parte de mim, a que não estava condicionada a toda aquela toxicidade, reagiu em empatia, e é claro, escondeu a noite da transa como forma de protegê-lo.

Tentando ignorar o clima pesado que se instalou no dormitório após a retomada do assunto referente a negligência de Louis diante da confissão de estupro de Harry, Els limpou a garganta.

- Tudo bem, isso eu entendi. Vocês estavam escondendo a mesma coisa, só que por motivos diferentes. - recebendo acenos afirmativos diante de suas palavras, continuou, andando pelo dormitório que estava lotado, uma vez que todos estavam espalhados ali. - Mas nunca desconfiaram de nada? Tipo, era óbvio que Louis estava se fazendo de sonso. - ignorando o grito de ei do menor, prosseguiu, inabalada. - Quem seria idiota o bastante pra não reconhecer um ao outro naquelas circunstâncias?

Harry e Louis trocaram um olhar ofendido, até.

- Não acredito que ela nos chamou de idiota na cara larga.

- Na verdade, Els, - Harry tentou ignorar o comentário do namorado enquanto fitava a amiga, que já ria de suas expressões, Zayn cobrindo a boca no plano de fundo. - Quando Louis começou a "fingir" que não lembrava, assim como eu e os rapazes, questionar esse tipo de comportamento iria totalmente contra o objetivo do nosso plano, que era... fingir que não aconteceu, entende? - gesticulou devagar no ar, como se estivesse falando com uma criança, e quando recebeu um dedo do meio como resposta, sorriu satisfeito. - Então ficou bem mais fácil fingirmos que era convincente quando todos os cinco concordavam com aquele cenário. É claro que era óbvio, mas para que o grupinho de Nick acreditasse, e também qualquer um que nos ouvisse no Balls&Blues ou nos corredores, precisava ser assim.

- Tão óbvio e mal feito que até mesmo um cachorro poderia distinguir? - Eleanor voltou a provocar, as bochechas erguidas conforme trocava um hi-5 com a namorada e com Patrick.

Revirando os olhos, Harry desistiu de tentar vencer aquele argumento, se entregando às risadas.

- O importante é que funcionou. - Liam murmurou, encostado na cabeceira de uma das camas ao que observava tudo até então calado. - Mantivemos a fachada por tempo o suficiente.

- Até Harry e Louis tacarem o foda-se e decidirem anunciar para o campus inteiro que estavam transando. - Bebe disse em voz alta o que todos estavam pensando, e mordendo o lábio, nada envergonhado, Louis segurou uma risada no peito.

- A culpa é de Harry! - apontou o dedo acusatório para o namorado, do outro lado do quarto, os olhos ardendo em provocações ao que o maior abria a boca em choque. No meio da confusão, Zayn batia palmas, incitando aquela discussão mal iniciada. - Eu estava enterrado na merda quando ele decidiu bancar o herói e me salvar da audição mal sucedida, e quando eu me dei conta, já estava jogado aquele maldito joguinho da Disney.

- Você quem bateu na porta do meu dormitório depois daquele dia. - o cacheado o acusou de volta, as mãos nas cinturas de forma prepotente, Eleanor ecoando um briga! briga! briga! no fundo. - Lembra disso, Louis? De você pedindo pra ficar quietinho e depois implorando pela minha companhia?

Ofegando em choque, Louis cruzou os braços na frente do peitoral, o quadril quebrando para um lado.

- Implorando? Você quem me convidou pra dar uma volta no campus! - retrucou, Niall abrindo e fechando a boca a cada dois segundos. - Me levou no James, e depois pra ver Minions no mesmo lugar que nos beijamos da primeira vez, na festa de Mike, e... e... você me beijou!

- Você me beijou!

- O qu... Foi você quem me beijou!

- Não, Louis, foi você quem me beijou!

- Eles sabem que um beijo precisa de duas pessoas, né? - Niall sussurrou nada baixo para Patrick, atraindo a atenção dos amigos ao que arregalava os olhos e sorria amarelo. - Oops.

Louis, então, pressionou os olhos na direção do amigo.

- Na verdade, Niall quem me convenceu a ir no seu dormitório naquela noite. - agora apontava o dedo em sua direção, determinado. - Você quem ficou colocando na minha cabeça que eu gostava de Harry e blá blá blá.

Antes de Niall conseguir se defender, o maior ecoou, o tom tão acusatório quanto o do namorado.

- E Liam quem me convenceu de que eu gostava de você. - recebendo um dedo em sua direção, Liam abriu a boca em choque. - Vocês são os culpados disso aqui.

Colocando os braços para trás da nuca, relaxando no colchão da cama, Zayn suspirou, atraindo as atenções para si de uma só vez, inabalado.

- E eu não tive culpa de nada porque estava dormindo, é claro.

Prevendo uma discussão sem sentido antes mesmo dela começar, Barbara levantou os braços como se pedisse trégua, e recolhendo os olhares dos rapazes, bufou.

- Ei! Temos coisas bem mais importantes pra resolver do que quem convenceu quem, - virou o foco para Louis e Harry, analisando-os de cima a baixo com diversão no olhar. - Quando todos aqui sabemos que vocês não precisavam de convencimento algum para acabarem juntos, não é mesmo? Não aguentaram nem semanas fingindo que não se suportavam depois de foder, e agora querem apontar o dedo para os culpados? Bem, olhem no espelho, pelo amor. - concluiu, sua voz tendo que sobrepor as palmas dos rapazes ao que Harry e Louis reviraram os olhos e escondiam os sorrisos. Ela estava certa, afinal. - Agora, como vamos lidar com a situação da polaroid? Porque, até onde eu entendi, não podem ir na delegacia sem arriscar o diploma de Harry, é isso?

Os rapazes assentiram e, deixando o dormitório cair em silêncio, trocaram olhares confusos e preocupados por alguns minutos, tentando gastar seus neurônios em planos que realmente funcionariam, pela primeira vez trabalhando juntos, para variar.

Até que Bebe estalou os dedos, subitamente animada.

- Vocês não acabaram de nos contar a história de como Ryan manipulou todos vocês desde o início? - os rapazes franziram o cenho diante de sua pergunta, e bufando em impaciência, a loira bateu uma palma no ar, como se isso fosse os forçar a focar. - Precisam contar essa história pro reitor. A história completa, do início ao fim, envolvendo todos vocês.

Niall deu de ombros, confuso.

- Mas o que uma história vai impactar nisso tudo? Se nem um depoimento de estupro podemos fazer mais. - apontou o nariz para Harry, inconscientemente, ao que cruzava os braços, um reflexo de se ver sem opções.

Bebe bateu na própria testa.

- A história completa, Niall. Incluindo a ameaça de Ryan para Louis, hoje mais cedo. - fixou o olhar no menor, que piscava os cílios atento, como se aquela sugestão tivesse começado a fazer sentido em sua mente. - Se o reitor souber que Ryan está usando a polaroid como chantagem, pode conceder imunidade à Harry. E mesmo se a foto aparecer, de fato, na mesa de srta. Pierce depois, como prometido, o diploma ou projeto de ninguém será prejudicado.

Harry quem ecoou, por ora, o olhar revezando entre o namorado e a loira conforme começava a andar pelo dormitório, incentivando seus neurônios a pensarem.

- E se o reitor não quiser me dar imunidade? - deu de ombros, aflito sobre aquele assunto. - E se contarmos tudo pra ele e mesmo assim ele achar que a foto, que convenhamos, não é a das mais castas, é motivo para uma reprovação?

O verde encontrou o azul por um momento, e Louis suspirou.

- A foto foi tirada antes do curso começar, Hazz. Com o seu equipamento pessoal, em seu momento de lazer e sem vínculos acadêmicos. Ele não pode usar isso como motivo para te reprovar. - sustentou seu argumento, Zayn assentindo para suas palavras ao que os rapazes começavam a ver futuro naquele plano. - Seria a mesma coisa que ele me reprovar por cantar uma música explícita no meio do campus, às dez da manhã, de um sábado.

- Você estava no corredor? - Els interrompeu a resposta de Harry antes mesmo dela ecoar, captando a atenção por um momento, Louis de cenho franzido em sua direção. - Quando Ryan te ameaçou, hoje cedo, você estava no corredor?

Compreendendo onde a amiga queria chegar, Louis estalou o dedo no ar, realizando o link mental de sua pergunta com o ocorrido.

- Ryan procurou por câmeras. - agitou-se, subitamente, animado com aquela possibilidade de funcionar. - Tinham câmeras no corredor, eu mesmo vi.

Niall levantou, também, se juntando ao clube dos que estavam de pé ao que compreendia cada vez mais do plano.

- Podemos pedir a gravação, assim o reitor vai ter ainda mais provas contra Ryan. - direcionou o olhar a Harry, que ainda parecia receoso. - Se juntarmos isso com a gravação de áudio, e a nossa história, fora os depoimentos de vocês dois, com certeza teremos um caso sólido para apresentar à polícia.

- Mas todos vocês têm que depor. - Barbara anunciou, também se levantando. - A história começa com vocês, afinal. A ameaça de Ryan com Niall, Zayn e Liam inicia a trajetória toda.

Os cinco, de pé, trocando olhares, então, culminaram a atenção em Harry, que mordia o lábio inferior em preocupação. Somente após minutos de ponderação ávida é que deu de ombros, suspirando.

- Acho que temos um plano.

%%%

2 Dias para as Provas Finais

- O que estão fazendo aqui? - o reitor Jerry exclamou surpreso, a porta de seu escritório sendo aberta bruscamente ao que Louis, Niall, Zayn, Liam e Harry entravam sem pedir permissão, tomando seus lugares nas cadeiras e sofás. - Está quase de noite, rapazes. O horário de atendimento já terminou, e sr. Tomlinson, fiquei te aguardando por horas hoje cedo. Não acredito que perderam o único horário que consegui na delegacia e...

- É sobre isso mesmo que queremos falar, reitor. - Harry o interrompeu, os olhos arregalados ao que ele e Louis entrelaçavam as mãos entre as cadeiras onde estavam sentados, o homem de meia idade os fitando com confusão. - Na verdade, é sobre isso que todos nós queremos falar.

Analisando suas expressões por um momento, o reitor suspirou, rendido, já reclinando-se na própria cadeira e cruzando as mãos sobre a barriga proeminente, o olhar repousado sobre Louis.

- Muito bem. Podem começar.

Para sua surpresa, Niall foi o primeiro a falar.

%%%

1 Dia para as Provas Finais

- Estão prontos? - o reitor anunciou, olhando por detrás do ombro para os cinco rapazes que praticamente tremiam os joelhos e mãos em nervosismo, o ambiente que os rodeava na delegacia não tornando aquilo menos difícil. Mas quando recebeu um aceno afirmativo, embora ansioso, gesticulou para o policial ao seu lado e a porta da sala na qual dariam os depoimentos, foi, enfim, aberta.

Da próxima vez que saíssem dali, Ryan teria uma ficha criminal atada ao seu nome.

E a justiça, seria, enfim, feita.

Para os cinco.

MEU DEUS EPOSIDHLKNFJ

É isso.

O suspense acabou.

O plot foi revelado.

Quatro anos depois k

O que acharam?

(Sejam sinceros mas lembrem-se que eu sou frágil e estou há dias da consulta com a psicóloga, ainda k)

Eu espero, e rezo para que sim, que tenham compreendido mais do que aconteceu, sei que é confuso, que envolve muitas pessoas e em muitos momentos diferentes, mas eu prometo que faz sentido k na minha cabeça fez pelo menos

E se algum dia quiserem reler OUAP, juro que tudo vai se encaixar mais fácil, desde o início.

Espero não ter decepcionado ninguém, de verdade. É tudo o que mais espero.

Depois daqui, o que nos resta é aproveitar a festa de formatura e a graduação dos meninos.

E então, é o fim.

O fim de OUAP.

Semana que vem.

Terça e quarta.

Não percam.

Esse dia, semana que vem, terão o epílogo em mãos, enfim.

amo ocês, demais

e serei para sempre grata por essa oportunidade

até semana que vem com o final :(

tt as always no ohnanathalie

insta as always no nathaliemach_

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