once upon a plug {l.s}

By infactIarry

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Na qual Harry e Louis transam e não se lembram de nada depois, Louis acorda com um plug e Harry tira uma foto... More

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Trailer OUAP!
OUAP is back!
Um Milhão de Pequenas Coisas
trilogia Um Milhão de Pequenas Coisas
capítulo extra final

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By infactIarry

LOUEH

E aqui estou eu de novo!

Faltam 4 capítulos para o fim de OUAP.

E semana que vem mais dois deles serão entregues à vocês yayyyy

Esperem pelo 97% e 98% terça e quarta-feira que vem hein!

E na semana seguinte, 99% e 100%!

Agora que estamos no final, não quero deixar vocês esperando então... muitos caps hihi

Bem, o que falar desse capítulo que vos trago hoje... ele fecha vários ciclos. Vários MESMO. Cuidem bem da ansiedade porque teremos vários tópicos em um só lugar.

Vale ainda um comentário:

Todas as imagens desse capítulo são reais, para ajudá-los a visualizar as cenas. A única coisa  diferente é que ao invés do Estádio Emirates (que não tem estrutura para um jogo de futebol americano) eu coloquei a imagem do de Wembley, para referência. Não usei ele orginalmente porque a distância do Teatro Lyceum é maior e ai não daria com o storyline do capítulo e bla bla bla k Enfim, só para saberem que vão ter várias mídias ao longo do capítulo para facilitar! Aproveitem!!!

cap tá...

ESSE ta mesmo, juro que sim.

Alguém quer um suquinho de maracujá? Um chá de camomila? Vai por mim, será necessário hehe

ps.: não me matem

6 Horas para a Final do Campeonato & 8 Horas para a Grande Estreia do Musical

- Não fica nervoso, 'ta bom? Vai dar tudo certo, eu sei que vai. - Niall murmurava contra o pescoço de Louis ao que estavam enrolados em um abraço duradouro, bem duradouro.

Era cedo naquele sábado agitado, e parados no estacionamento da UAL, se despediam uns dos outros para que Harry e Louis pudessem enfim seguir seus caminhos - separados - até o Estádio e o Teatro, respectivamente. As preparações estavam prestes a começar, logo pela manhã, e como o público só tinha autorização para acompanhá-los mais tarde naquele dia, não tinham outra escolha senão acenar um até logo para seus ônibus.

- Lembre-se: ganhar uma taça idiota só não é mais importante do que voltar com todos os dentes. - Zayn sussurrou nem tão baixo contra os lábios de Liam, logo se adiantando para beijá-lo, de novo e de novo, inconsequentemente naquele ambiente público, suas preocupações nublando qualquer tipo de pudor que podia vir a ter.

Era um dia atípico, afinal de contas.

- Vamos ficar bem. - Chad anunciou, como se falasse por todos eles. Patrick estava o abraçando por trás, e ambos seus olhares repousavam sobre a figura agitada de Niall, que se recusava a largar o menor. - Qualquer coisa mandem mensagem. Até minutos antes de entrar em campo, temos acesso aos celulares.

- E no intervalo também! - Liam adiantou em contrapartida, esfregando as costas do namorado para consolá-lo sobre a despedida que nada mais era que um até logo precoce. - Mandaremos fotos do Estádio, não se preocupem.

- Será que eu posso ter um pedaço do meu namorado agora, Niall? - Harry sorria, embora seu tom fosse urgente, e o loiro teve seu corpo desatracado do de Louis pelos braços firmes e delicados de Patrick. Enfim livre, o menor fez seu caminho apressado até colidir contra o peitoral definido, os braços do cacheado repousando na base de suas costas e as mãos firmes encontrando moradia em sua bunda. Casa. - Oi, gatinho.

- Por favor, não se machuque, por favor, volte inteiro, por favor, por favor, por favooooor. - Louis disparou, manhoso e assustado, nas mesmas medidas, e Harry riu ao que deslizava os lábios macios em sua bochecha, provocando o canto de seu bico pidão e também a linha definida de seu maxilar, até enfim ceder ao beijo lento, úmido e significativo.

Ambos estavam desesperados, para dizer o mínimo.

A madrugada não dormida não ajudava, é claro. Viram o sol nascer no terraço do prédio de artesanato e uma breve caminhada de volta aos dormitórios foi tudo que tiveram antes de terem que vestir roupas adequadas e preparar suas malas para um dia agitado, caótico e digno de ataques de nervosismo.

Ao menos tinham um ao outro - embora não por muito tempo, receavam, uma vez que a buzina do ônibus chamou suas atenções, cortando o carinho quente que desfrutavam.

- Promete... - Louis insistiu, querendo algo esperançoso para poder se agarrar mais tarde quando estiver isolado sem maiores informações sobre o jogo dentro do Teatro. - Promete que vai voltar inteiro pra mim.

Aquela frase implicava em muitas coisas, a maior parte delas envolvendo situações prováveis dentro de campo, mas também referentes a Ryan. E tentando desviar desses significados obscuros, Louis pressionou os olhos fechados, como se isso fosse o bastante para distraí-lo.

Seu namorado tinha outros planos.

Harry chupou seu lábio inferior com destreza, querendo arrancar-lhe um suspiro que seja, apenas um, por motivos diferentes do que medo.

Precisava disso para sua sanidade.

E Louis o entregou exatamente o que queria. Um suspiro digno de clarear todos os pensamentos ansiosos e inseguros.

- Eu prometo, gatinho. Eu prometo. - outro suspiro, e dessa vez, mais uma buzina ecoou dos dois ônibus estacionados ali. Precisavam ir, sabiam que sim, mas usariam de cada segundo juntos com sabedoria. - E eu prometo que vou te ver, sim? Eu vou te ver performar, Lou, eu... eu vou estar lá.

Um sorriso satisfeito cortou o beijo que ainda tentavam continuar, e erguendo os dedos trêmulos para as bochechas macias do maior, Louis buscou as tão amadas covinhas. Seus indicadores repousaram ali, automaticamente.

Ao menos uma coisa não havia mudado, e seu coração podia bater um pouco menos frenético agora.

- Estarei te esperando, capitão. - confidenciou de volta, seus narizes esfregando juntos e misturando o ar que respiravam como um só. - Harry. - chamou, notando que as mãos fortes desciam por sua bunda até alcançar as coxas, ousando agarrá-las e circundá-las em sua cintura. Em instantes, estavam andando, mesmo que tudo que os olhos azuis pudessem ver fosse o verde intenso e cintilante. Sua paisagem favorita. - Harry!

- Oi, gatinho. - sussurrou, ora fitando o caminho até o ônibus ora devaneando pelos traços delicados do namorado, agora contorcidos em preocupação.

Quando parou próximo o bastante do primeiro veículo, a porta aberta enquanto os alunos participantes do musical entravam, um atrás do outro, uniu seus olhares.

Louis precisou de alguns instantes para recolher fôlego, tomado pela ansiedade no peito. Ansiava garantir que Harry soubesse de uma coisa muito importante antes de embarcar em sua jornada para o Estádio, porque da próxima vez que vissem um ao outro, o campeonato já teria um vencedor anunciado.

E só podia rezar que fosse os Wolves.

- Hoje é o seu dia. - engoliu o bolo na garganta, os dedinhos deslizando pelo maxilar definido até chegar nos lábios rubros e inchados pelos beijos trocados anteriormente. Podia sentir seus corações batendo juntos nos peitorais unidos, era lindo e angustiando ao mesmo tempo. - E sei que está preocupado com o que pode vir a acontecer, em especial pelo fato de que Ryan vai estar lá mas... ele já tirou tanto de você. - Louis colou suas testas, desesperado até mesmo, a respiração forte de Harry o desconcertando. Segurou o ímpeto de chorar. - Não deixe que ele tire a magia da final do campeonato também. M-me promete, por favor. Me promete que vai aproveitar o seu dia, ao máximo... Promete, Hazz, por favor.

Era uma súplica, soava como uma, ecoava como uma e repercutia em seus ossos como uma.

Por isso, Harry assentiu, freneticamente, suas mãos apertando ainda mais as coxas fartas ao redor de sua cintura enquanto ousava colar seus lábios em outro beijo intenso e necessitado.

Se Louis precisava de uma confirmação, tal gesto com certeza era aquilo.

Ofegavam o mesmo ar, seus narizes amassando um ao outro enquanto seus lábios eram esfregados com desejo, suspiros provenientes das línguas unidas levando silêncio para suas mentes e gritos para seus pulmões. Enfim, o que precisavam.

Um alívio instantâneo para o caos daquele dia fatídico.

- Eu prometo, Lou. Eu prometo. - foi sussurrado em algum momento entre ofegos e grunhidos, o corpo de Harry respondendo aos reflexos do de Louis com afinco, como nunca antes.

Entretanto, a buzina do ônibus soou pela terceira vez, e agora srta. McGregor os fitava de dentro do veículo, no último degrau da escada, e tudo que Louis pôde fazer foi descer do colo de Harry, beijá-lo boa sorte uma última vez e então abraçar Niall, Zayn, Liam, Chad e Patrick de novo, gritando que os amava antes de enfim subir no ônibus e se ver fora do estacionamento da UAL, carregando nada além de uma única certeza.

A próxima vez que pisaria ali, sua vida teria sido mudada para sempre.

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5 Horas para a Final do Campeonato & 7 Horas para a Grande Estreia do Musical

O Lyceum Theatre era tudo que Louis podia sequer ter imaginado - e mais.

Um dos mais tradicionais de Londres, era tão antigo e refinado quanto as fotos que srta. McGregor havia os mostrado anteriormente nos ensaios. Fileiras e mais fileiras de cadeiras estofadas e acolchoadas com veludo vermelho e detalhes em dourado, assim como todo o resto do salão, desde as colunas clássicas até os boxes ou camarotes que os sucediam, além dos outros dois andares acima da platéia térrea.

Um verdadeiro sonho, com toda certeza, tomando suas visões de uma só vez após as portas duplas serem abertas diante de si e todos os alunos que faziam parte da produção do musical enfim sendo convidados a entrar.

Louis era talvez o último da fila bagunçada, e enquanto seus colegas seguiam caminho pelo corredor central da plateia, ele se permitiu absorver aquele momento com intensidade, o queixo erguendo e cabeça rodando para captar o máximo possível daquele anfiteatro magnífico, cintilando em veludo vermelho e dourado em sua direção. Seus calcanhares tinham vida própria, levando-o pelos corredores e ilhas até se ver no centro do ambiente, e perdido entre tanta magnitude, se viu colidindo levemente contra uma fileira de cadeiras, distraído.

Foi quando seu olhar caiu, e pôde notar que ali, assim como em toda aquela sessão de lugares, haviam folhas coladas nos encostos, como se estivessem reservados.

Não precisou de mais do que alguns instantes para notar que exatamente na primeira fileira, onde estava, havia não apenas uma, mas cinco folhas coladas com o nome Família Tomlinson.

Quando se deu conta, estava sentado em uma das cadeiras, as costas contra a folha, amassando-a sem se importar.

Seu olhar vagou adiante, para o imenso palco na qual estaria apresentando em apenas algumas horas, e um calafrio tomou seu estômago, quase deixando-o doente a ponto de vomitar, mas segurou-o na base da garganta e suspirou, uma, duas, três vezes, até encontrar seu centro, enfim.

Soava cômico em sua mente.

Que a organização do musical cogitava que não apenas um, mas cinco de seus familiares compareceriam àquele evento para vê-lo. Ou em qualquer outro cujo único propósito seja Louis Tomlinson.

Isso levou, contudo, um sorriso ao canto de seus lábios, mas não durou muito ao que ousou alcançar o celular no bolso e checar - despretensiosamente - a conversa quase inexistente que tivera com Felicité.

Havia enviado o convite do musical e além de não responder de volta, sua irmã mais velha apenas visualizou o anexo, deixando-o na dúvida angustiante por dias. Pensou que talvez precisasse a dar algum tempo para pensar, para processar, foi o que Stan sugeriu, mas ali estava ele, no Teatro, sentado diante do imenso palco e rodeado de papéis nomeados Família Tomlinson, sem saber realmente se alguém viria.

Faltavam algumas horas para a grande estreia e nenhuma resposta.

Talvez isso seja uma resposta por si só.

Mas como isso ecoava em seu coração?

Fazia-o sangrar desesperado?

Fazia-o chorar humilhado?

Fazia-o suspirar aliviado?

Para a surpresa de Louis, alívio era a única das alternativas que não podia ser confirmada.

E aquilo foi uma surpresa, até mesmo choque para si.

Pensou que quisesse que sua família não se envolvesse, que não tentasse reconciliação, mas vai ver todos estavam certos a seu respeito.

Vai ver, queria, de fato, que os Tomlinsons se importassem.

Mesmo que seja apenas fingimento.

Mas aparentemente, Felicité cansou de fingir, bem quando Louis havia começado a se acostumar com os esforços.

Perdido em devaneios, só se viu de volta à realidade quando Tiana o chamou, sua voz ecoando da porta que levava à coxia, e piscando confuso, tratou de limpar a maldita e teimosa lágrima que havia escorrido enquanto se levantava da cadeira confortável, ajustava a mochila nos ombros e seguia em direção à sua professora.

Que se dane a Família Tomlinson.

Só conseguiu dar dois passos completos antes de estagnar no chão e dar meia volta, surpreendendo sua professora enquanto arrancava folha após folha até ver a primeira fileira completamente sem identificação, exceto por uma, o lugar reservado para Stan.

E então, retornou à coxia, as folhas arrancadas e amassadas agora jogadas no lixo mais próximo.

Fizzy que se dane, Louis tinha um musical para apresentar.

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4 Horas para a Final do Campeonato & 6 Horas para a Grande Estreia do Musical

- Quem é? - a voz curiosa de Liam desviou a atenção de Harry do celular, pela primeira vez desde que chegaram no Estádio Emirates. O maior suspirou enquanto continuava se alongando, a perna esticada para frente ao que o torso se curvava na mesma direção.

Estavam no vestiário, e escoltados diretamente para lá, não puderam sequer verificar o gramado ou as arquibancadas, que ainda estavam sendo preparados para o grande jogo.

Não que isso fosse ajudar com sua ansiedade altíssima.

- Gemma. - foi sua resposta, Liam assentindo enquanto mudava a posição e começava a alongar os braços e ombros. Harry hesitou um pouco antes de prosseguir, sem jeito por estar prestes a fazer um pedido na qual nunca tivera que se preocupar antes, em toda sua vida. Mas com um suspiro corajoso, o fez. - Ela saiu de Manchester já. Acha que Zayn consegue encontrar com ela no portão? Não queria que ficasse sozinha na arquibancada, ainda mais por não conhecer ninguém.

Ainda mais por Ryan estar a solta em algum lugar além dos limites do vestiário, era o que realmente queria dizer, mas omitiu pela própria sanidade de Liam.

Não precisavam do co-capitão preocupado, também. Ao menos um deles precisava ter a mente em jogo.

Coisa que os verdes assustados definitivamente falhavam em fazer.

Os olhos castanhos, entretanto, amenizaram em sua direção, satisfeitos.

- Vou mandar uma mensagem para ele. - Liam assentiu, de bom grado alcançando o celular e digitando algo para quem o cacheado assumia ser Zayn. Em instantes, sorriu positivo. - Manda o número dela para ele. Zee disse que sem problemas.

- Valeu, cara. - Harry se viu suspirando aliviado, fazendo o que lhe foi pedido e então guardando o celular de volta no bolso, ansioso demais para continuar fitando a tela. - Juro que até o apito oficial soar, vou enlouquecer.

Liam esfregou o rosto em preocupação. Eles pareciam estar sincronizados na mesma angústia, o olhar sempre calculista e obsoleto, as bochechas coradas embora o resto do complexo esteja pálido, lábios mordidos e ainda sobrancelhas jamais relaxadas.

A definição de tensão pré-final, claramente.

- Nem me fala. Ouvi dizer que os Neets são insanos. - Payne murmurou, se referindo aos seus adversários daquela tarde, o corpo se contorcendo em medo e também em alongamentos mais complexos conforme seus músculos já começavam a esquentar. - Travis ficou vinte minutos só me contando sobre eles.

- Ele fez isso comigo também, no último treino. - Harry contrapôs, o lábio inferior entre dentes já sendo massacrado. Ao menos conseguia focar sua mente naquela dor, ao invés das preocupações alheias. Liam pareceu notar, e deu de ombros para o tique. Antes lábios do que paredes, antes dentes do que socos. - O que acha deles?

- Hm?

Harry piscou os olhos verdes esperançosos para o amigo.

- Acha que conseguimos vencê-los? - disse, como sua súplica de esperança, como se precisasse de algo bom para se agarrar naquele dia caótico. E Liam pressionou os lábios em uma linha tensa, seus corpos sincronizados mesmo distantes.

Sabia de sua resposta antes mesmo de ouvi-la, já sentindo seu impacto reverberante em seu estômago.

- Não temos outra escolha, capitão. - com alguns tapinhas em seu ombro, Liam prosseguiu se alongando, nunca sendo o bastante.

Ao menos, podiam dividir o peso daquele fardo.

Dois era melhor do que um, afinal.

Harry, no entanto, ousou sentar no banco do vestiário e alcançar o celular de novo nos dedos. Encontrou o contato de Louis em milésimos de segundo e enviou-lhe uma mensagem, apenas uma.

Tão poderosa quanto significativa.

Precisava de clareza naquele momento, sanidade, e sabia que seu namorado o daria isso.

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- Louis, será que pode ficar quieto, por favor? - a maquiadora resmungou impaciente, embora sorrisse, e Louis soltou o celular para obedecê-la, a conversa com Harry ainda aberta e acesa sobre o colo.

Não tinha muita preparação facial para fazer, afinal, nada que um pó translúcido não resolvesse, mas seu cabelo com certeza demoraria mais do que imaginava para ficar pronto, o característico topete de Danny Zuko tinha que ser executado à perfeição, nem um único fio poderia ficar de fora ou se mexer durante as coreografias e cantorias no palco.

O holofote mostraria tudo à todos, e aquilo precisava ficar impecável.

Seus pés batiam agitados no apoio da cadeira e seu coração já não sabia mais o que era estabilidade de batimentos, a respiração ofegante desde o momento em que pisara na coxia pela primeira vez naquele dia. Mas lá estava ele, sorridente diante do grande espelho iluminado enquanto um pincel macio era deslizado em sua testa e bochechas.

Por sua sorte, Bebe estava bem ao lado, sendo montada à perfeição com o batom vermelho e o cabelo loiro ondulado com maestria.

Tudo digno de Grease.

Como tinha que ser.

- Aquecimento vocal e físico em vinte minutos, pessoal. - a voz de Tiana ecoou por todos os cantos, fazendo Louis automaticamente arregalar os olhos e buscar apoio com a amiga, que já sorria em sua direção.

Através das cadeiras lado a lado, uniram suas mãos em um aperto caloroso.

Foi somente aí que Louis conseguiu respirar fundo sem se engasgar.

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3 Horas para a Final do Campeonato & 5 Horas para a Grande Estreia do Musical

- Ei, olha isso! - Chad exclamou animado da extremidade mais afastada do vestiário.

Ainda estavam confinados ali, por questões de planejamento, mas haviam manejado de encontrar uma janela grande o bastante para avistarem alguma coisa além dos limites daquelas paredes. E foi o que todos os jogadores fizeram, de imediato, ansiosos para conhecer o famoso gramado do Estádio Emirates.

Harry, porém, permanecia sentado no banco, hesitante, e observou os colegas amontoados na janela enquanto tentava apenas conter o coração alarmado no peito e o café da manhã no estômago. Travis, no entanto, estava em uma mesa ali próxima, revisando a estratégia do jogo, e não evitou em captar o olhar do capitão.

- Styles. - chamou, as feições amenas contrastando com as desesperadas do jovem. Alguém ali tinha que manter a postura, afinal de contas. - Tem certeza que não vai curiar? Nem um pouco? - vendo que não cedeu, ou sequer deu sinais de que iria fazê-lo em algum momento, Travis suspirou. - Não se tem uma oportunidade dessa todo dia, rapaz. Vamos, levante do banco e veja.

Com um suspiro, Harry obedeceu, distraindo-se de suas preocupações enquanto caminhava a passos hesitantes até a janela de vidro, Liam cedendo seu lugar para ele ao que finalmente erguia os olhos verdes adiante e...

Wow.

Aquela era uma vista e tanto.

O gramado ainda estava sendo preparado, mas já era o mais verde que Harry havia visto na vida. As arquibancadas eram pintadas de vermelho e branco e não tinha como sequer estimar quantos assentos estavam disponíveis para as torcidas preencherem mais adiante naquele dia. O placar estava sendo ajustado naquele exato momento e Harry se viu limpando uma lágrima ou outra de seus olhos.

Travis e Louis tinham razão.

Aquela era uma oportunidade única, e Ryan não poderia atrapalhá-la.

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1 Hora para a Final do Campeonato & 3 Horas para a Grande Estreia do Musical

- Mi mi mi mi mi mi, la la la la la la la... - Louis ecoava com Bebe na coxia, aquecendo as cordas vocais ao mesmo tempo em que tinham as pernas erguidas nas barras, flexionando os músculos para prepará-los concomitantemente. Tinham a maquiagem quase finalizada e a maior parte do cabelo, também, a caracterização já chegando ao fim conforme se aproximavam cada vez mais da concentração antes da apresentação. - Fa la la la la la...

- Já liberaram a entrada da platéia! - a voz de Xavier ecoou alta, no limite do que a coxia permitia, interrompendo o aquecimento vocal, e antes mesmo de receber uma repreensão ávida de Tiana, quase todos, senão todos, os participantes do musical já faziam seu caminho para a cortina, tentando de tudo para enxergar através de alguma fresta em busca de familiares queridos que já tomavam seus lugares nas fileiras reservadas.

Todos, exceto Louis.

O menor continuou se aquecendo na barra conforme desviava o olhar para qualquer canto que não fosse a fresta na cortina, o burburinho de seus colegas fazendo seu coração acelerar e lágrimas teimosas acumularem em seus olhos. O looping mental de dane-se a Família Tomlinson sendo a única coisa capaz de mantê-lo centrado quando, literalmente, todo mundo ao seu redor comemorava a presença de parentes decentes o bastante para prestigiá-los naquela ocasião especial.

Até que Louis sucumbiu à tristeza e até mesmo à vergonha por estar sentindo qualquer coisa em relação à sua família após anos se proibindo de tal, e tratou de sentar-se na cadeira de maquiagem de novo, o mais distante possível dos outros.

Não queria ser visto naquele estado deplorável justo em um dia supostamente feliz.

O que menos precisava naquele momento era parecer ingrato sob o olhar de seus colegas.

Piscando lágrimas teimosas para fora, sentiu o celular vibrar no bolso e o alcançou em reflexo, desviando por um segundo da mensagem de eu te amo, gatinho de Harry para franzir o cenho confuso diante de uma nova, recém-chegada, de Niall.

Seu dedo nervoso foi mais rápido que sua mente, e quando piscou novamente, já havia entrado na conversa.

Niall havia enviado uma imagem - dele mesmo, sentado na primeira fileira da platéia, ao lado de Stan.

Quando Louis se deu conta, lágrimas escorriam livremente por sua bochecha, borrando seu campo de visão enquanto tentava digitar na tela úmida pelas gotas que caíam.

Pensei que fosse ver Chad e Patrick jogarem na final, foi o que escreveu com a ajuda do corretor, a mão subindo para secar as bochechas antes que alguém percebesse o caos que estava, por causa de uma simples imagem de seus amigos o apoiando, e acima de tudo, preenchendo o vazio que sua família sempre deixou escancarado.

Não perderia a sua estreia por nada nesse mundo, Tommo, Niall escreveu de volta, logo enviando outra mensagem, Acredita que encontrei Stan bem na entrada? O segurança não estava conseguindo localizar a sua fileira, acho que perderam os papéis de identificação ou coisa do tipo.

Louis riu dentre as lágrimas, lembrando dos papéis com seu sobrenome que jogou no lixo assim que entrou no teatro.

Oops.

E então, sua mente foi para aquele lugar, aproveitando do momento de fraqueza de seu coração para tal. Antes de se impedir, já estava digitando na tela úmida, os batimentos na garganta e os olhos arregalados.

Tem mais alguém na fileira Tomlinson ou..?, pairou o dedo sobre o botão de enviar em hesitação, sua mente ponderando se realmente queria saber a resposta daquela pergunta ou se a decepção do convite enviado para Felicité não ter recebido confirmação já não era o bastante. Com um longo suspiro, as bochechas ardendo pelas lágrimas que desciam rasgando, apagou a mensagem. Então, mordeu o lábio inferior e escreveu de novo, não demorando mais do que alguns milésimos de segundos para clicar em enviar e cobrir a boca com a mão, evitando que seus soluços ecoem altos.

Tem mais alguém na fileira Tomlinson?

A resposta de Niall demorou para vir, uma oscilação de escrever e apagar, escrever e apagar até enfim enviar o veredito final. Louis levou dois segundos para ler e mais um inteiro para reler, o celular sendo bloqueado rapidamente e guardado de volta no bolso conforme se levantava às pressas da cadeira de maquiagem e corria para o banheiro mais próximo. Não queria que ninguém o ouvisse chorar.

Eu estou aqui, Tommo. E Stan também. Nós somos a sua família. E estamos aqui por você, sempre estaremos. Sinto muito.

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Minutos para a Final do Campeonato & 2 Horas para a Grande Estreia do Musical

- Atenção, rapazes. - Travis exclamou, sua voz se sobrepondo aos burburinhos dos jogadores espalhados pelo vestiário. Em instantes, todos os olhares estavam em si conforme alisava a jaqueta dos Wolves, e também endireitava o boné, mal conseguindo conter a emoção e o nervosismo. - As líderes de torcida estão aquecendo a platéia e... - engoliu o bolo na garganta, audivelmente, a tempo de Chad afagar seu ombro em um gesto de empatia. - Vamos entrar em instantes em campo para o que será nosso último jogo com esse uniforme... - todos, então, se viram agarrando-se aos trajes, como se não quisessem dizer adeus. Harry, ainda, tinha o olhar preso no próprio capacete em mãos, o número 28 vermelho gritando para seus olhos verdes assustados. - Quero que pisem naquele gramado com orgulho, porque mereceram estar aqui. E eu sei que merecem aquela taça mais do que qualquer um nesse campeonato inteiro, então não há motivos reais para se preocuparem, tudo bem? - parecia uma súplica, e Travis limpou uma lágrima antes de cair. - Joguem como jogam sempre, porque isso nos trouxe para a final, e eu sei que não viemos até aqui... para só vir até aqui. - os jogadores assentiam e se cumprimentaram com abraços laterais e tapas carinhosos nas costas e ombros, os olhares trocados sendo inspiracionais e ao mesmo tempo aterrorizados, até que Travis repousou o foco em Harry. - Hoje, diferentemente de todos os outros jogos, temos um líder. Pelo menos oficialmente falando. E peço que joguem seguindo seus comandos.

Um coro de sim, treinador ecoou pelo vestiário no mesmo instante em que Harry sentiu suas bochechas arderem e os olhos lacrimejarem. Travis tinha razão, desde sempre. A pressão era tremenda, mas confiava no seu time, confiava nos seus colegas, e sabia que estavam preparados para o que quer que decida cruzar seus caminhos lá fora.

Por isso, pela primeira vez desde que podia lembrar, estufou o peito e endireitou as costas, o queixo erguido para dar o orgulho que seu time merecia enquanto proclamava seu primeiro e último discurso motivacional antes de qualquer jogo universitário que competiriam em suas vidas.

- Essa é a nossa última chance, vocês sabem que sim. - Harry começou, já puxando Liam para a lateral de seu corpo em um abraço. - E isso é tudo que precisamos para provar nosso valor, sim? Quando pisarmos naquele gramado, vai ser a última vez em que poderemos usar o nome dos Wolves e buscar mérito para ele, porque uma nova geração chegará e nos substituirá, com toda certeza. Mas enquanto estivermos lá fora, a bola é nossa. - sorriu quando Liam inclinou em seu corpo, buscando apoio para sanar o nervosismo, no mesmo instante em que a porta do vestiário foi aberta e um dos juízes sinalizou que estava na hora. Com um suspiro, voltou a atenção para seus colegas. - Vocês confiaram seus futuros no futebol americano em mim, mas o que faz um capitão é seu time, e eu confio plenamente em cada um de vocês. Então, que tal mostrarmos para os caras lá fora quem é que manda?

Palavras motivacionais ecoaram e, se juntando no centro para unir os capacetes, ecoaram o grito de guerra dos Wolves enquanto os chacoalhavam e então erguiam-nos no ar, exalando energia para vencer o último jogo universitário de suas vidas.

Sabiam que assim que passassem pela porta do vestiário, suas vidas mudariam para sempre.

E tudo começava e terminava com o apito do juiz.

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Harry já havia imaginado aquele momento diversas vezes, a maioria com os olhos fechados durante o sono, e outras ainda treinando no campus da UAL. Mas nada se comparava àquele momento, real.

Seus olhos não acreditavam no que estava adiante.

O gramado era suave contra seus pés e o batimento acelerado no peito de alguma maneira se sincronizava com o batuque dos tambores que percorriam o estádio inteiro.

Ah!, o Estádio Emirates.

Harry nunca havia jogado em um estádio antes, e algo lhe dizia que aquela seria uma baita primeira impressão.

As arquibancadas estavam lotadas de todo tipo de gente, das mais variadas cores de uniformes ao que não apenas torcedores dos Wolves e dos Neets se amontoavam ali para ver a final do grande campeonato universitário. Haviam torcedores de times rivais que derrotaram ao longo das etapas preliminares, e que agora, ecoavam seu nome em apoio coletivo.

A tarde ainda caía lentamente, mas as luzes extremamente potentes tratavam de iluminavar o gramado mais verde que já haviam visto, e câmeras e mais câmeras percorriam as laterais do campo conforme caminhavam com pernas tremendo e olhos lacrimejados em direção à cabine do time.

Harry, até mesmo, ousou procurar por sua irmã nas arquibancadas gigantescas e distantes do campo, se comparada com os locais em que jogavam anteriormente, nas estruturas limitadas das unis. Demorou mais do que gostaria para encontrá-la, mas enfim o fez, sorrindo para sua figura agitada balançando um dedo de algodão que dizia #1 no ar. Ao seu lado, Zayn gritava alguma coisa que não chegava aos seus ouvidos pela distância, e na mesma fileira, estavam a mãe e irmã de Liam, comemorando nas mesmas proporções.

Era isso.

A final do campeonato.

E quando pensou em desistir, ou ainda, procurar por Ryan nas premissas do campo, o juíz pediu para que formassem posição no meio do campo.

Não havia mais volta.

Final do Campeonato Acontecendo a 30 Minutos & 1 Hora e 30 Minutos para a Grande Estreia do Musical

Metade do jogo já se aproximava do fim. Os primeiros quinze minutos pertencentes ao primeiro quarto foram de domínio dos Wolves, embora a diferença de pontos não seja tão significativa assim, e agora, com o decorrer do segundo quarto, o placar já se mostrava mais favorável aos Neets.

Eram adversários velozes e brutos, o melhor do mundo do futebol americano, e enquanto os Wolves tentavam manter a posse de bola equilibrada, os Neets eram mais ofensivos que defensivos, buscando touchdown atrás de touchdown - e infelizmente os conseguindo.

O placar mostrava liderança para eles e o relógio tinha apenas dois minutos restantes antes do intervalo de meio de jogo, portanto, os Wolves não viam outra alternativa senão segurar as pontas e evitar que mais jogadores fossem machucados.

Dois já estavam no banco, bolsas de gelo sendo pressionadas contra ombros e tornozelos.

Uma final de campeonato nunca foi tão agressiva como aquela.

O estilo de jogo dos adversários era inigualável, como nunca antes visto. Lógico que apenas os melhores chegavam naquela fase da competição, mas não podiam jogar contra oponentes mais distintos do que os Neets.

Os de uniforme branco, vermelho e laranja - Wolves - eram calculistas, estratégicos e sutis nos passes, um bater de cílios mais longo do que o esperado já lhe custava um touchdown da vitória. Mas em contrapartida, os de uniforme verde eram bagunçados, espontâneos, reflexistas, bastava uma brecha para tomarem-lhe a posse de bola e marcarem ponto atrás de ponto sem medir as consequências.

Os Neets não tinham medo de cair de cara, e os Wolves demoraram para compreender que valia de tudo em uma final.

Último passe antes do intervalo.

Estavam todos no centro, formando linhas paralelas e com a bola no meio do campo. O apito do juíz soou e todos os jogadores se distanciaram, empurrando uns aos outros enquanto as linhas de defesa colidiam em gritos e grunhidos feios que escapavam pelas grades dos capacetes. As câmeras profissionais que faziam a cobertura do evento refletiam tudo no telão, para a arquibancada inteira ver a tempo real e em detalhes, principalmente quando um jogador dos Neets conseguiu sair da bagunça de rapazes e recuar apenas um pouco para pegar impulso e arremessar a bola para o outro lado.

O relógio marcava dez segundos.

A bola atravessou com velocidade, fazendo até mesmo a câmera perdê-la de vista, e quando voltou a cair, chegou exatamente nas mãos de outro jogador dos Neets, que corria para agarrá-la desde muito antes. Premeditado. Liam estava em sua cola, atento a qualquer um de seus movimentos e acelerando a corrida para tentar desprovê-lo da posse antes que se aproximassem mais da linha de marcação. Driblou, esticou os braços para tentar arrancar-lhe do peito, adiantou nos pés, tentou pela direita, mas o quarterback deles conseguiu manter a posse, e quando Payne perdeu a paciência e tentou mais uma vez, soube ser sua tentativa final.

O Neet desviou de seus braços com tal velocidade que quando piscou, já estava caindo contra o chão em um baque audível. No segundo seguinte, a arquibancada explodia em comemorações e murmúrios.

Rolou sobre as costas doloridas e esticou o olhar até o telão a tempo de ver o adversário copiando sua queda terrível no chão, só que dentro da área de ponto.

E com a posse da bola.

Touchdown.

E no outro instante, o apito do intervalo.

30 minutos e os Wolves estavam perdendo feio.

Só tinham outros 30 para recuperar.

Se não, era o fim da linha.

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Estavam a caminho do vestiário, e pela expressão no rosto de Travis, a conversa não seria boa.

Harry era o último da linha de jogadores entrando pela porta de metal, e com o ombro latejando por colisões bruscas durante os dois primeiros quartos, e também com o peito doendo pela falta de ar, decidiu ir para o corredor ao invés, apenas por um breve momento, removendo o capacete com força enquanto jogava o cabelo para fora da testa e tentava limpar um pouco do suor com as costas da mão.

Precisou encostar na parede para se curvar nos joelhos e recuperar o fôlego.

Agradeceu aos céus por Travis ter dispensado quaisquer seguranças, equipe de filmagem ou de apoio do Estádio naquele momento que deveria ser privado para o time.

E agora, especialmente para Harry.

Sua confiança não era a das melhores, é claro.

Estavam perdendo, e feio, como nunca haviam perdido em todas as fases anteriores, e justo em um momento em que não podiam cometer erros.

Mas ali estava ele, na beira de um ataque de pânico enquanto gritos do treinador ecoavam de dentro do vestiário na qual não estava presente, onde seu time pagava o preço em seu lugar.

Seu primeiro reflexo foi, então, alcançar o celular que havia sido recém entregue em suas mãos sujas de grama e úmidas de suor por um Travis bem agitado, conforme saíam do campo e iam em direção ao vestiário. Nem se lembrava de ter pedido para que ele guardasse o aparelho durante o jogo, mas ali estava ele, desbloqueando-o com rapidez e buscando a conversa de Louis. Havia uma mensagem não lida do namorado, no exato momento em que havia entrado para o campo. Talvez seja por isso que Travis devolveu o aparelho. Devia ter apitado em seu bolso e imaginou que pudesse ser importante.

A mensagem dizia:

Você sabe que eu te amo, e que não perderia seu jogo por nada. Zayn está na arquibancada me mostrando tudo por chamada de vídeo. Eu e Bebe estamos aqui torcendo por vocês! Boa sorte, capitão! *emoji de coração verde* *emoji de coração azul* *emoji de bola de futebol americano* *emoji de taça*

Quando Harry piscou para além da tela do celular, percebeu que respirar agora parecia ser mais fácil do que antes, seu pulmão recebendo melhor o ar conforme sorria pela mensagem inesperada e gratificante. E então, se deu conta - Louis havia visto aquele desastre em campo.

Antes de sentir as bochechas arderem ou o coração disparar novamente, começou a escrever uma mensagem em resposta, apenas para perceber que o namorado ainda estaria se aprontando para a estreia.

O musical só começava às 18h!

Tentou com a sorte e clicou em ligar.

Não sabia porque.

Mas algo lhe dizia para ligar para Louis naquele momento.

E quando o namorado o atendeu, ouviu seu suspiro aliviado do outro lado da linha.

"Harry! Meu deus, oi, eu estava escrevendo pra você agora mesmo, oi!" seu sorriso se alargou e, pressionando o peito doído com a mão enquanto tentava respirar fundo, Harry apertou ainda mais o celular na orelha. "Eu vi o jogo, Hazz, eu vi. E-eu... eu nunca vi um time tão grotesco como os Neets, eu..."

- É tão bom ouvir sua voz, gatinho. - se viu murmurando entre ofegos desesperados, o suor escorrendo pela testa enquanto todo seu corpo continuava contra a parede, em busca de apoio. Louis hesitou na linha e, no plano de fundo, era possível ouvir gritos agitados, rodinhas passando no chão e sprays sendo borrifados. Tiana também ecoava, é claro. - Espero não ter te atrapalhado aí.

Pôde ouvir o sorriso de Louis através da linha.

"Jamais. Estou esperando Bebe terminar de colocar o figurino antes de ir para a sala de preparação." houve uma pausa e, respirando fundo juntos, Harry se permitiu fechar os olhos, o coração buscando calmaria e os pulmões algum sossego. Enfim, a voz melodiosa de Louis voltou a ecoar. "Eu confio em você, capitão, sei que vai conseguir contornar essa situação. O time confia em você, Harry e sabe mais do que ningu-"

Harry não conseguiu ouvir o restante das palavras motivadoras de Louis, o celular voando de sua mão no mesmo instante em que um soco foi desferido em seu maxilar, fazendo-o derrubar o capacete no chão e erguer os braços em reflexo. Por sua sorte, o próximo golpe foi defendido por seus antebraços, e não atingiu seu rosto, mais uma vez. Quando conseguiu captar fôlego o bastante para enfim abrir os olhos, preferiu que não o fizesse.

Ryan estava à sua frente.

Mas não o Ryan que namorava Louis.

Não.

O Ryan que havia abusado de si pouco mais de um ano atrás e agora o encarava como se quisesse fazer coisa pior.

Esse Ryan.

Não teve chance de processar qualquer outra coisa antes de um chute ser direcionado contra suas coxas, e quando quase caiu no chão do corredor, forçou alguma reação ao que desviava do corpo do ex-jogador e ia para o outro lado, o mais distante possível para recompor-se e lutar por sua vida, ao que parecia.

Agradeceu aos céus por estar vestindo roupas de proteção.

- Eu te avisei. - Ryan ecoou, e Harry nunca havia ouvido sua voz tão irritadiça como naquele momento. Calafrios percorreram sua espinha e subitamente, quis vomitar. Mas nem mesmo isso conseguia fazer através do medo, só manejando de permanecer contra a parede enquanto rezava para que sobrevivesse àquele episódio. - Eu te avisei, caralho. Primeiro Louis e agora isso. - abriu os braços para o ar, como se mostrasse o campeonato como um todo. - Isso é meu, seu desgraçado. Tudo isso é meu, e você roubou. Eu sei que roubou. Até mesmo aquele inútil você conseguiu conquistar, - uma risada desdenhosa ecoou de sua boca, e Harry quis gritar em sua cara para que respeitasse Louis, mas não conseguia. Não conseguia fazer nada a não ser fitá-lo com impotência, sua mente gritando corre!. Mas então o que? O que faria? Choraria no colo de Travis? Cancelaria a final do campeonato? Destruiria seu futuro antes mesmo de começá-lo? Transformaria sua única chance de mudar em uma cópia barata do seu passado mais obscuro? Como provaria? Ryan desmentiria tudo, e então, seria sua palavra contra a dele. Valia o risco? Sua vida inteira valia o risco de uma justiça que sabia jamais lutar a seu favor? - Eu avisei ele, sabe. Eu avisei Louis que eu viria atrás de você, então aqui estou. E eu não quero conversar... não. Eu cansei de conversa fiada. Eu cansei de vocês dois. Ugh. Vocês dois. É nojento até de falar.

Ryan tremia em desdém, raiva, e seus olhos confirmavam suas palavras.

Ele estava farto de enrolações.

Estava farto de ver seus brinquedinhos juntos.

Estava farto de só fazê-los perder.

Isso não era mais o bastante para suprir seu ego.

Agora, iria começar a fazer de tudo para ganhar, efetivamente.

Harry piscou algumas lágrimas para fora, só então percebendo que as derramava, e se odiando por isso, pressionou as costas ainda mais contra a parede. Chegou a conclusão de que a única coisa que poderia fazer naquele momento, para garantir sua segurança, era não fazer nada.

Absolutamente nada.

Além de rezar para que Ryan enrole o bastante até que alguém saia do vestiário, que não estava tão longe dali, e venha salvá-lo.

Heróico, hu?

Acontece que ele não ligava para o que era heróico ou não.

Seu objetivo não era se glorificar para os outros depois, dizendo eu o enfrentei.

Não.

Harry não queria vencer Ryan.

Harry queria sobreviver.

E se não fazer absolutamente nada para provocá-lo fosse salvar seu corpo de passar pelo que passou anteriormente, não precisava sequer pensar duas vezes.

- Eu estou falando com você, Harry. - Ryan insistiu, o olhar fixo nos seus amedrontados, como se se alimentasse disso. Soava orgulhoso, determinado, e acima de tudo, prepotente. Estava adorando aquela submissão, com certeza. - Para alguém que roubou o título de capitão de outro jogador, você até que não é tão corajoso assim. Mas o que eu esperava também, não é? Você não serviu nem para uma transa, quem dirá para liderar um time inteiro em uma final universitária.

Harry queria dizer coisas bonitas e corajosas igual Louis, como eu não roubei seu título porque, adivinha, ele não era mais seu, ou não é transa se uma das partes está inconsciente, seu idiota ou ainda eu estou sim liderando um time inteira em uma final universitária, coisa que você jamais conseguiu.

Harry queria enfrentar seu maior pesadelo com peitos abertos, afinal, era mais forte que Ryan, tinha a vantagem das proteções corporais e ainda, o elemento surpresa a seu favor.

Harry realmente queria.

Mais do que tudo na vida, naquele momento. Mais do que até mesmo vencer o maldito campeonato.

Mas Harry não conseguia.

E ao invés de se sentir mal por isso, simplesmente parou de comparar as situações que de nada se assemelhavam para fitar seu abusador no fundo dos olhos, por um momento.

Sabia que Ryan estava em busca de qualquer sinal de fraqueza, e disso tinha de sobra, mas não se sentiu envergonhado por aquilo.

Ele tinha todo o direito de sentir o que estava sentindo naquele momento.

Assim como tinha todo o direito de não se sentir à vontade para se defender do seu abusador.

Porque nem tudo funciona como queremos na vida.

E tudo bem.

Ele já havia sobrevivido seu abuso, e isso era mais do que podia pedir.

Ele havia reconstruído sua vida inteira para não girar em torno daquele evento isolado que desencadeou coisas tenebrosas demais para sequer ponderar a respeito.

Ele havia superado traumas, cicatrizado hematomas e secado lágrimas.

Ele havia colocado para trás aquela parte de si.

E se enfrentar Ryan naquele momento carregasse a mínima chance que for de reviver aqueles momentos, Harry já sabia que não valia a pena.

Perder sua paz não valia a pena.

Perder sua nova vida não valia a pena.

Porque ele sabia muito bem como era estar naquele momento no passado, e preferia ser chamado de covarde para sempre se isso significasse que poderia permanecer no presente.

Então simplesmente ficou fitando-o na esperança de que nada acontecesse - de novo.

Porque, às vezes, e quando se tratava daquela situação, esse às vezes era quase todas as vezes, fazer alguma coisa pode causar mais dano do que não fazer nada.

Porque, por mais heróico que seja defender a si mesmo com peitos abertos, ainda era seu abusador diante de seus olhos.

E Harry sabia na pele como doía perder aquela batalha.

Então, preferia se encolher no canto e ficar seguro do que arriscar seu bem-estar e ter que passar por tudo aquilo de novo, ou coisa pior.

Não era uma escolha tão difícil de fazer.

Enquanto um lado provia talvez segurança, o outro gritava perigo.

Por isso sabia muito bem de qual estaria se colocando naquele momento.

- Você pensa que as pessoas vão ser ao menos racionais, certo? - Ryan voltou a dizer, como se estivesse se preparando para algo, seu tom esbanjando triunfo, o que fez Harry arquear as sobrancelhas, assustado. O que ele está aprontando? - Quer dizer, eu te droguei, te abusei, te bati, e muito, fora as ameaças, te larguei sozinho em um lugar bem ruim, e você ainda não aprendeu a lição. Então eu te pergunto, Harry, o que mais eu preciso fazer com você para que finalmente entenda que o que é meu, é meu até eu disser o contrário? Hu? - provocou, o olhar cintilando em ódio conforme dava um passo para frente, e outro. Parecia satisfeito em reviver aquelas memórias, em contrapartida à expressão de náusea do cacheado. - Eu preciso te estuprar de novo? É isso? Por que se for, é só me falar. Ou melhor, não fala nada não. Eu prefiro quando tem resistência. Mas você já deve saber disso, hu?

Era seu fim.

Harry sabia que era.

Ele passaria por tudo aquilo de novo.

Era seu fim.

E por mais que quisesse bater no peito e dizer que era dono de si - porque era - não conseguia se defender de seu abusador quando este já estava contra seu corpo na parede, o punho alinhado com precisão em seu maxilar e peitorais colados enquanto a mão livre descia até a barra da calça branca que usava.

Harry queria poder dizer que havia salvado sua própria pele.

Mas estaria mentindo.

Porque algumas coisas na vida não aconteciam como queria.

Algumas coisas eram mais fortes que nós.

E por mais que isso pareça como o fim, não precisa necessariamente ser.

Porque Harry não tinha forças para deter Ryan sozinho.

E foi com olhos arregalados que percebeu ter amigos para ajudá-lo com isso.

Liam puxou Ryan pelos ombros até tê-lo jogado no chão, não gastando um segundo sequer com o rapaz enquanto se adiantava para Harry, o tomando em um abraço desesperado e tratava de ajudá-lo a recompor-se, desde fechar a calça novamente até deslizar o dedo sobre o hematoma pequeno no maxilar, que por pouco não havia cortado.

Não havia tempo para enrolações, ou choramingos, embora ambos os amigos tivessem lágrimas escorrendo por suas bochechas, porque o perigo ainda estava próximo.

Harry gritou, um aviso de que Ryan já estava de pé, e no instante em que seu abusador ousou avançar em suas direções, a porta do vestiário foi aberta e Travis apareceu, o olhar rígido caindo sobre a situação.

Como sempre, a olho nu, parecia apenas uma briga de ego. A mente humana condicionada à posse territorial descartando qualquer hipótese que não fosse uma disputa causada por masculinidade frágil.

Ou seja, enfrentamento de ex-capitães do time, justo quando o time não estava indo bem na final decisiva.

Muitos cenários eram possíveis.

Ryan havia sugerido algumas mudanças para Harry, Harry não gostou da intromissão, começaram um conflito físico. Liam os amparou.

Ryan havia culpado a liderança de Harry pelo fracasso no primeiro tempo, Liam defendeu o amigo e começaram uma briga.

Ryan havia insultado a última queda de Liam, até, em campo, que lhes custou um touchdown de diferença, e Harry incitou uma briga.

Haviam tantas possibilidades plausíveis para aquele momento. Afinal, Ryan estava a passos de distância de Harry, o novo capitão do time, o mesmo que estava sendo amparado pelo co-capitão, Liam.

Travis simplesmente pulou para as alternativas mais comuns. Mais padrões. Mais facilmente lidáveis.

Sequer cogitando que Ryan poderia estar machucando Harry propositalmente.

Sequer cogitando que havia os salvo de algo terrível.

Sequer cogitando que aquele comportamento não era admissível, em momento algum.

Mas haviam entrelinhas duras ali, até demais para serem explicadas no breve tempo que lhes restava de intervalo antes de terem que voltar ao campo novamente. Por isso, Harry e Liam logo trataram de se recompor, desde limpar as lágrimas nas bochechas até ajeitar roupas que haviam sido invadidas anteriormente.

Se o treinador enxergava um teatro, teriam que dá-lo o tal teatro. Era isso ou explicações.

E tais explicações não seriam bem recebidas, principalmente naquele momento crítico.

- Ryan, o que está fazendo aqui? - Travis ecoou, bravo ao extremo, embora não saiba da real motivação da visita inesperada. - A torcida fica na arquibancada, vamos. Não me faça chamar o segurança, não posso lidar com idiotices agora. Styles, Payne, entrem, agora.

Como se soubesse de sua autoridade, o treinador simplesmente entrou no vestiário novamente, e para a sorte dos rapazes, Ryan os direcionou um olhar mortal e começou a se afastar, o segurança chamado por Travis já na outra extremidade do corredor à seu aguardo. Mas é claro, não podia ir antes de ameaçá-los, e foi o que fez.

- Espero que ainda lembrem do que eu falei na festa de Mike, no início do ano. - apontou o dedo em suas direções, irritado demais para obedecer aos gritos impacientes do segurança. E então, foi agarrado pelos ombros, sem delicadeza. Ao que era arrastado para fora daquela área restrita, manteve os olhos selvagens em Harry. - Pelo bem de Louis, espero que lembrem bem do que eu falei antes.

E simples - nem tão simples - assim, ele se foi. Mesmo que não fosse de vez.

Liam não esperou mais do que um segundo para tomar Harry em um abraço aliviado, Travis gritando de dentro do vestiário para entrarem imediatamente, já que estavam sem tempo de intervalo, e por mais que o cacheado queira pensar no que teria que enfrentar em campo, sua mente insistia em pensar em Ryan e sua mais recente ameaça.

Até que seu olhar desviou até o celular jogado no chão.

Louis!

Correu até lá e o agarrou, surpreso ao pressioná-lo na bochecha e notar que o menor ainda estava na ligação.

- Louis? - um grito aliviado do namorado ecoou do outro lado, o fazendo afastar o celular da orelha por um segundo. O menor parecia chorar, a voz abafada de Bebe ao fundo, tentando o acalmar. - Oi, e-eu estou aqui. Estou bem, okay? Estou bem. Liam conseguiu intervir antes de alguma coisa acontecer...

"E-eu sei, eu o-ouvi tudo." sua voz parecia caótica, desesperada e agitada ao extremo, mas ainda assim, aliviada, e Harry se pegou surpreso com suas próximas palavras, Louis forçando clareza através do embargo das lágrimas. Afinal de contas, havia "presenciado" tudo através da linha, sem poder fazer nada para impedir. Seu maior pesadelo se tornando realidade, e ainda com o bônus de ser platéia, sem nenhuma outra alternativa a não ser chorar e gritar para o celular. "Presta atenção, Harry. Muita atenção. O máximo de atenção que já prestou na vida inteira, sim?"

Soava desamparado, até mesmo mais do que Harry naquele momento, mas ainda assim aliviado.

- S-sim, Louis. Está me assustando, vamos. - o maior murmurou ansioso, Liam à sua cola ouvindo a conversa, também. Ambos tinham o cenho franzido, o coração acelerado e os corpos colados, como se buscassem segurança após o caos.

E então, Louis suspirou do outro lado da linha, transmitindo tal segurança através do celular.

"Confia em mim, agora mais do que nunca, 'tá bom? E-eu resolvo tudo relacionado a Ryan, confia em mim. E-eu... eu já resolvi, na verdade. Já deu certo, Harry. Já deu certo! Por favor, precisa confiar em mim. Ryan estará fora de nossas vidas mais breve do que imagina, então, por favor, foca no jogo agora, tudo bem? Você é o capitão, e pode salvar os Wolves desse desastre, sim? Deixe Ryan comigo, eu consigo, tudo bem?" Harry ia responder, mesmo confuso ao extremo, mas Travis apareceu mais uma vez na porta do vestiário e os mandou entrar, e a julgar por seu tom e expressão, era dali para a rua. Louis ouviu, também, e com um suspiro, voltou a ecoar, mais calmo, mais controlado e mais sentimental, como se seu corpo tivesse deixado ir uma parte considerável de preocupações. "Eu te amo, capitão. Agora vai lá e acaba com eles. E Liam! Eu também te amo, obrigado por salvar o meu namorado!"

Louis desligou, e assim, Harry se viu fitando Liam, ambos com sorrisos confusos, embora já caminhassem em direção ao vestiário em preparação para ouvir as reclamações do treinador.

As palavras do menor foram atordoantes, no mínimo.

Vagas.

Ocasionais.

Repletas de significados ocultos.

E a parte mais estranha era que... no instante em que a chamada foi encerrada, Harry, de fato, havia deixado Ryan ir de seus pensamentos.

Havia algo no tom de alívio de Louis que fazia-o ter a certeza de que estavam livres, ou que ao menos estariam, em um momento breve, nas palavras de seu próprio namorado.

Isso bastou para que entrasse no vestiário com a mente inteiramente no jogo, enfim.

Antes mesmo de Travis gritar em suas direções, o relógio na parede avisando-os que tinham dois minutos antes de entrar em campo, Harry se viu murmurando:

- Vamos mudar a estratégia, e pra isso funcionar, preciso que confiem em mim como capitão.

120 segundos depois, estavam retornando para o campo.

Não havia outra chance senão aquela, e Harry estava apostando todas as suas fichas em Louis.

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- Está tudo bem? - Tiana questionou assim que se aproximou de Louis, prestes a receber o figurino.

O menor tinha olhos arregalados e bochechas coradas, o bastante para dar-lhe uma expressão assustada e caótica. Muitas coisas passavam em sua mente naquele momento, ainda se recuperando do susto que foi ouvir toda a situação desastrosa entre Ryan e Harry, até os gritos de Travis. Tentava voltar a realidade, tentava muito, mas havia uma única frase ecoando em looping em sua cabeça e coração. Por isso, antes de sequer responder sua professora, tratou de puxar Bebe pelo braço e sussurrar em seu ouvido:

- O plano deu certo! - mal conseguiu conter a voz, contudo, o sorriso já rasgando seu rosto, mesmo diante da loucura que aquele dia estava lhes provendo. Houve uma pausa para assimilar aquela constatação com o que haviam acabado de presenciar através do celular, e então, Bebe abriu a boca em sua direção, estonteada. - Deu certo! Deu certo! Deu certo! O plano contra Ryan deu certo!

Esfregando a mão no vestido que havia acabado de colocar, Bebe se viu contendo um grito, em seguida decidindo por fazê-lo junto de Louis, sem se importar com quem poderia estar vendo ou ouvindo naquele momento.

Tinham que comemorar aquilo.

O plano havia funcionado!

O mesmo plano que haviam desistido de colocar em prática já que não estariam no Estádio durante a final, impossibilitando qualquer mobilização para com Ryan.

Mas aparentemente, o universo tinha seu próprio plano.

E se surpreenderam com o alinhamento perfeito dos objetivos, com toda a certeza.

- Precisa falar pras garotas! - foi sua resposta, a tempo de ver Louis alcançando o celular que já estava em seus dedos e digitar no grupo que compartilhavam com Eleanor e Barbara.

Conseguimos pegar Ryan!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Teriam comemorado muito mais se não tivessem sido chamados para, enfim, se reunir com o restante da turma, mas agora ao menos poderiam centralizar a mente no que realmente importava.

A estreia.

Louis, contudo, tomou alguns segundos para erguer o queixo ao céu e agradecê-lo por aquela salvação, uma singela lágrima aliviada escorrendo por sua bochecha.

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Últimos Minutos Decisivos da Final do Campeonato & 30 Minutos para a Grande Estreia do Musical

Os Wolves haviam mudado sua estratégia, conforme instruções de Harry, faltando apenas dois minutos para entrarem em campo novamente - e pela última vez.

E por mais arriscado que possa ter soado nos ouvidos do treinador, os jogadores receberam aquela nova tática inusitada de forma calorosa. Sabiam que estavam perdendo e que mesmo aceitando um risco, já tinham a vitória quase escorregando dos dedos.

Então, se fossem perder, que ao menos o fizessem lutando.

Harry juntou todos os seus conhecimentos ao longo dos três anos de residência na UAL, e colocou em prática o que sempre sonhou em tentar - talvez o jogo mais decisivo de suas vidas não tenha sido a melhor das oportunidades mas, ainda assim, valia a tentativa - e o encontro desagradável com Ryan o fez perceber uma coisa.

Ele vinha jogando e guiando o time no mesmo estilo que o ex-capitão fazia.

Mas Ryan nunca levou os Wolves à final.

Harry, de fato, sim.

Então decidiu tomar as rédeas de seu time e efetivamente se responsabilizar pela estratégia que escolhiam.

Portanto, ali estavam eles, suados e machucados conforme corriam jardas após jardas no campo gigantesco, a tarde quase acabando ao que o relógio marcava apenas 40 segundos para o final do jogo inteiro, e o placar... praticamente empatado, a diferença entre os times sendo mínima, o que significava que a qualquer momento, tudo podia mudar.

40 segundos era muita coisa, principalmente em um jogo de futebol americano. E os Neets pareciam ter sentido a mudança de atitude dos Wolves em campo, e agora, estavam mais bruscos do que nunca.

Valia de tudo em uma final de campeonato - tudo mesmo, se no final, o touchdown estiver marcado.

Ambos os times estavam reunidos em suas posições no centro do campo, fileiras paralelas agindo como barreiras de proteção para o quarterback e o recebedor, que disputavam pela bola pressionada exatamente no marco zero do estádio.

O juíz apitou, e com isso, o quarterback dos Neets puxou a bola mais agilmente do que Harry, não conseguindo, no entanto, jogar a mesma por entre as pernas até as mãos preparadas de seu recebedor. Styles o fez e Liam agarrou-a com firmeza contra o peito, embora ao seu redor, todos os jogadores que antes estavam em fileira, agora colidissem uns contra os outros, ombros, joelhos e cotovelos enquanto tentavam retardar as reações ao redor dos quarterbacks.

Liam pegou impulso, recuando um pouco atrás de seus pés onde Patrick conseguiu segurar o máximo de adversários possíveis, e aguardando enquanto Harry atravessava o campo em segundos, arremessou, com a maior quantidade de força que conseguira recolher em poucos instantes de fôlego, e mal pôde observar a trajetória da bola ao que um Neet o empurrava pelo peito até cair no chão.

Mas Harry conseguiu tomar a posse, correndo para trás até agarrá-la nos dedos, precisando saltar nos pés para igualar suas alturas. Tudo aconteceu em questão de milésimos de segundos, seu coração agitado no peito e o suor fazendo seu capacete rodar nas bochechas. Ainda no ar, erguendo os braços em busca da bola que avançava com velocidade, olhou para baixo para calcular onde ia aterrissar e se surpreendeu ao ver um jogador adversário o aguardando, pronto para agarrar seu tornozelo e arruinar sua chance.

Pensou rápido, tão rápido que só processou o que havia feito segundos depois. Abriu as pernas no ar, assim esquivando das mãos famintas do Neet, e quando conseguiu de fato aterrissar no chão, a bola estava em seu peito, sã e salva. Mal firmou os pés e já estava correndo em direção à área de marcação, caindo no trajeto mas logo se recompondo, nenhum jogador à sua cola, nem Neets nem Wolves.

Quando respirou fundo, já estava na área.

Touchdown.

Ponto dos Wolves.

A diferença no placar cada vez maior enquanto o tempo restante no relógio ficava menor.

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O juíz apitou e as barreiras de proteção já estavam restauradas no centro do campo. Os olhares famintos e irritadiços podiam ser vistos através das aberturas dos capacetes, e não havia um jogador sequer que não mancasse ou puxasse o ombro de forma engraçada e dolorosa.

As arquibancadas não tinham um segundo sem gritos de guerra ou palmas caóticas, a adrenalina que percorria suas veias fazendo pés baterem inquietos e gargantas arderem em comandos que os jogadores com toda certeza não conseguiam ouvir em campo. Tudo estava em jogo, e Travis já não tinha mais bochecha para morder, a cabeça latejando de preocupação enquanto só podia observar o futuro de seus rapazes sendo definido em trinta segundos.

O clima estava tenso, arisco, perigoso.

Faziam apenas alguns instantes que um dos jogadores dos Neets deixou o campo em uma maca, imobilizado, e isso colocava todos os nervos à flor da pele enquanto os demais tinham que continuar jogando.

Harry via sangue nos olhos do quarterback adversário, e não pôde deixar de imaginar que os seus estavam iguais.

Era matar ou morrer - figurativamente, é claro.

Ou ao menos era o que pensava.

A bola foi liberada, e sem conseguir sequer localizá-la com os olhos, Patrick não percebeu a movimentação caótica até tê-la em mãos, arremessada por Lance, camisa 47. No milésimo de segundo seguinte, girou nos calcanhares e se preparou para correr, entretanto, só conseguiu dar um passo completo antes de um adversário se aproximar com velocidade de seu peitoral, colidindo ali com o ombro e o arremessando para longe no gramado.

Patrick rolou sobre o pescoço, a bola escapando de suas mãos e já sendo agarrada pelo mesmo Neet.

Por um momento, o estádio parou, Harry atravessando o campo inteiro em um piscar de olhos para ver o que estava acontecendo com o amigo, e para seu alívio, estava bem.

Na medida do possível.

Um sinal de positivo para o telão garantiu que continuaria a jogar, no mesmo momento em que o juíz apitou um touchdown.

Ponto para os Neets.

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Últimos Segundos Decisivos da Final do Campeonato & 30 Minutos para a Grande Estreia do Musical

- Será que pode desligar isso? Está me deixando nervoso. - um dos T-Birds resmungou para Louis, da coxia.

Todos estavam vestidos a caráter, já com a maquiagem pronta e os cabelos cheirando a lâché, mas de alguma maneira, não conseguiam desgrudar do celular do menor conforme a chamada de vídeo prosseguia com Zayn, que filmava o melhor que podia do campo.

Roíam os lábios e também as unhas, aflitos e ansiosos, por um momento se esquecendo que em breve, estariam no palco.

Pelos próximos poucos segundos que restavam para o fim do jogo, os olhares estariam na tela.

- Mais um minuto, apenas, querido. - Tiana respondeu ao T-Bird, ela própria fissurada no aparelho entre os dedos trêmulos de Louis. Sabia que seus alunos não sossegariam até saber o resultado do jogo, e ao invés de relutar, se juntou a eles.

Afinal, queria a vitória tanto quanto qualquer um ali.

Portanto, quando o juiz apitou de novo e eles retomaram a posição ao centro, Patrick passando a mão pesadamente na nuca, só puderam rezar.

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A bola atravessou o campo com maestria e velocidade, os jogadores se amontoando em uma nuvem de empurrões e investidas bruscas, muitos sucumbindo ao chão e sendo pisoteados, e outros projetados para longe com o contato de ombros e peitorais, mas lá estava Chad, na extremidade oposta da área de marcação, agarrando a bola de couro contra as mãos e se arriscando a correr, todos os outros jogadores dos Wolves embolados no combate físico.

Movido pela raiva e frustração do namorado estar machucado, sequer viu um palco nítido à frente conforme atravessava o campo inteiro, pela lateral, saltando sobre adversários e empurrando-os pelo ombro sem piscar, ao menos.

Não tardou para que os Wolves percebessem seu plano - simples, mas efetivo - e ajudando a limpar seu caminho, se sacrificaram para que a linha à frente de seus olhos estivesse desobstruída, puxando adversários, empurrando-os e até mesmo derrubando-os para o chão.

Chad sentia puxões em seu uniforme e também braços tentando se enrolar em seu pescoço, mas não gastou tempo ligando para isso, confiando totalmente na tarefa de seus colegas em atrasá-los.

Quando piscou de novo, nítido, um Neet estava correndo em sua cola, mas já era um esforço inútil.

Haviam chegado na área de marcação.

E apenas um deles tinha a posse de bola.

Touchdown.

Dez segundos no relógio.

Os últimos dez segundos.

E a liderança era dos Wolves.

Alguém faria o último ponto. Se fosse os Neets, estariam empatados e precisariam disputar mais um tempo para desempatar.

Se fosse os Wolves, a vitória já era sua.

E Harry sequer precisou gastar mais do que alguns segundos fitando seus colegas de time enquanto voltavam à formação original no centro do gramado para saber que só havia uma opção que os colocava para fora do Estádio o mais rápido possível e a caminho do Teatro para ver Louis.

Então, o juíz apitou e a bola foi liberada.

Se dessem sorte, aquela seria a última vez.

%%%

Dez segundos.

Agora nove.

Último lance.

Matar ou morrer.

Oito.

A barreira colidiu com brutalidade, a arquibancada ecoando gritos no plano de fundo, tornando seus sentidos obsoletos.

Seis.

A posse de bola foi diretamente para as mãos de um Neet, e em segundos - dois, restando apenas quatro no relógio - começou a corrida frenética para a área de ponto. Todos os Wolves, sem exceção, seguindo o passo daquele jogador adversário em especial.

Três segundos.

Ele estava próximo demais da área. Liam e Harry em sua cola.

Dois segundos.

Chegou na área - todos chegaram na área.

Ele era o único com a posse de bola, e mesmo que Harry quase tivesse a mão ao redor de sua camiseta, disposto a reverter a situação, outros três jogadores dos Neets fizeram uma barreira ao redor de seu corpo.

O relógio apitou e o juíz ecoou.

Touchdown dos Neets.

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Término do Tempo Oficial de Jogo da Final do Campeonato & Menos de 30 Minutos para a Grande Estreia do Musical

A coxia estava em total silêncio.

Ninguém ousando falar ou fazer nada além de respirar fundo e piscar os olhos arregalados para o aparelho nas mãos de Louis, que sussurrava uma série interminável de não não não não não. Até que Bebe ecoou, beirando o desespero mas tentando manter a calma na frente dos amigos.

- Empatou, certo? - era uma pergunta, mas soava como um pedido de socorro, e Louis caiu a cabeça entre as mãos, o celular ficando sobre a penteadeira conforme tentava não chorar na maquiagem perfeitamente executada. De novo. A loira logo afagou suas costas, igualmente preocupada. - Eles vão disputar um tempo extra, certo?

Ninguém respondeu, talvez por insegurança, talvez por medo do que aquilo podia significar, e então, a voz melodiosa de Louis ressoou, trêmula e quebrada.

- Certo. - confirmou, familiar com as regras para saber que, de fato, teriam que ficar mais tempo no estádio, o que significava que talvez não chegassem para ver o último ato. Seu olhar azul cintilante de lágrimas subiu de encontro aos amenos de Tiana, e a mulher sorriu em sua direção. Sabia o que aquilo indicava, e como ator principal, Louis precisava dar o exemplo para os colegas desamparos. Por isso, suspirou e recompôs sua expressão, embora seu coração estivesse desesperado em campo com Harry. - Eles vão conseguir. Eu sei que vão. Mas agora, temos um musical para apresentar. - seus colegas pareceram surpresos por sua mudança de atitude, e embora escondesse o olhar assustado, precisava ser o alicerce que mantinha todos juntos naquele momento crítico. Confiava em Harry. Sabia que ele tinha tudo sob controle. - Vamos! Aquecimento final, anda.

E assim, todos se dispersaram, preparando-se uma última vez antes de enfim, entrar em cena.

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Início do Tempo Extra de Jogo da Final do Campeonato & Menos de 5 Minutos para a Grande Estreia do Musical

O primeiro sinal ecoou pela coxia, indicando que faltavam apenas mais dois para o início efetivo da estreia. Naquele momento, do outro lado das cortinas, a platéia era instruída a tomar seus assentos e desligar os aparelhos eletrônicos, se preparando, enfim, para o grande momento.

Tiana os puxou para um círculo motivador, o olhar ameno embora ansioso, seus lábios esticados em um sorriso orgulhoso demonstrando linhas de tensão ao redor dos cantos.

Estava aflita, afinal.

- Lembrem-se: - começou, incentivando todos a tomarem as mãos dos colegas ao lado para formar uma corrente de energia positiva. Louis e Bebe, entretanto, se abraçaram de lado, captando uma piscadinha da professora. - Esse é exatamente como todos os outros ensaios, a única diferença é que receberão palmas de mais alguém além de mim. - isso pareceu arrancar risadinhas agradecidas dos alunos, e Tiana sorriu mais largo, satisfeita. - Se divirtam, a casa está cheia por vocês, assim como meu coração. Vocês se prepararam para isso por meses, alguns por toda a vida... - o olhar recaiu sobre Louis, as bochechas ardendo diante da clara caracterização. - Então, acreditem, nada poderia tê-los preparado mais para esse momento do que a paixão que carregam no peito. - o segundo sinal tocou, e essa era a deixa para tomarem posições, mas Tiana continuou os encarando com afeto e compaixão, incapaz de deixá-los ir, ainda. - Estarei vendo-os brilhar da coxia, tudo bem? Eu sempre estarei aqui.

Trocaram palmas e palavras de incentivo, e enquanto se embolavam para tomar os lugares devidos entre os tecidos pesados da cortina, que caíam como nuvens da estrutura no teto do teatro, Louis sentiu seu pulso sendo puxado gentilmente, e no instante seguinte, estava entre os braços de Tiana.

Não sabia que precisava daquilo até sentir o calor se alastrando no peito e o alívio tomar sua respiração descompassada.

- Preste atenção, querido. - ela sussurrou, afastando seus rostos um pouco para tomá-lo pelas bochechas, olho no olho. - Não se distraia com a primeira fileira, sim?

Louis não teve tempo de processar aquela frase, Tiana já beijando sua testa e o empurrando para a posição no limite que separava a coxia do palco, e se vendo em lados opostos ao de Bebe, o palco imenso os separando, sorriu quando recebeu um beijo soprado da amiga.

Soprou um de volta no mesmo instante em que o terceiro sinal ecoou, e as luzes da plateia foram apagadas.

Era agora.

A Grande Estreia do Musical estava prestes a começar.

E com um grande suspiro límpido, coragem entrando e ansiedade saindo, Louis se viu pronto.

A cortina, enfim, abriu.

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Decorrer do Tempo Extra de Jogo da Final do Campeonato & Início da Grande Estreia do Musical

A luz o cegou, no primeiro instante. O holofote virado exatamente para seu rosto conforme caminhava mais para o centro do palco, e então, sua visão se acostumou com o excesso de iluminação e pôde, enfim, processar o que estava diante de si.

Pessoas que excediam seu campo de visão, com toda certeza.

A maior parte delas desconhecida, preenchendo os camarotes e os dois andares superiores do Teatro gigantesco, os adornos de veludo vermelho e detalhes dourados cintilando de volta para suas íris curiosas até ousar recair o foco para a primeira fileira, onde os papéis descritos como Família Tomlinson antes estavam.

Não se surpreendeu ao ver apenas Niall, Stan e Olivia ali, os outros dois lugares ao lado completamente vazios.

É claro que sua família não daria as caras.

Mais uma vez...

Dane-se a Família Tomlinson.

Sem gastar muito tempo com aquilo, girou o olhar para Bebe, sua companheira de cena naquele momento pré-enredo do musical, e com um sorriso brando, iniciou sua performance, inabalado e impecável, mesmo que suas mãos tremessem, seus joelhos ousassem falhar e seu coração batesse tão alto que sequer conseguia ouvir o retorno em sua orelha.

%%%

- Ei, Zuko! - Rizzo ecoou, como a líder icônica das Pink Ladies, sendo performada por Anna. Estavam encenando uma das partes iniciais, onde, de volta ao colégio, Danny ainda não sabia que Sandy, seu amor de verão, está estudando no mesmo lugar que ele. Mas isso estava prestes a mudar. - Eu tenho uma surpresa para você.

- Ah, é?

E com a deixa, Anna empurra Bebe, ou melhor, Sandy, para fora da roda que as Pink Ladies formavam, trazendo-a bem ao centro do palco, onde o holofote a colocou cara a cara com Louis, ou Danny, rodeado pelos T-Birds, o clássico paralelo dos rapazes em jaquetas de couro e topetes cheios de gel e as garotas indefesas com casacos cor-de-rosa e cabelos impecáveis sobre os ombros, os vestidos em cores pastéis sendo a única coisa clara naquele cenário escuro da festa na fogueira do colégio.

Louis acende a expressão em surpresa diante de seu amor de verão.

- Sandy! - Bebe abre a expressão mas logo fecha, sem saber como reagir diante do rapaz, e então, sorri grandiosamente, indo para o abraço mas mudando de ideia no meio do caminho, o que fez a plateia sorrir em reflexo. Amavam a imagem da garota tímida e indefesa, comum para a época.

- Danny?

- O-o q-que está fazendo a-aqui? - propositalmente gaguejando, demonstrando o nervosismo do personagem em ver a garota na qual passou o verão inteiro junto e ainda mentiu sobre o que fizeram para seus amigos, os mesmos que estavam atrás de suas costas, Louis alisou a jaqueta de couro. - E-eu pensei que fosse voltar para a Austrália.

Sandy ergueu os ombros em animação, acanhada.

- Nós mudamos de ideia!

Em contrapartida, nem tão animado assim, Zuko gaguejou mais uma vez, incapaz de dizer uma sentença completa sem antes processar aquela surpresa. Por um momento, tomado pelo foco apaixonado da garota, se vê olhando para trás dos ombros para os amigos, buscando seu apoio e aprovação como o bom cafajeste que era. Então, muda a postura por completo, assumindo o bad boy típico enquanto faz desfeita e arruma a jaqueta no peito.

- Isso é legal, amor. Quer dizer, você sabe como é. - seus amigos, então, os T-Birds, automaticamente se enchem de orgulho, incentivando seu comportamento inacreditável. - Rock&Roll e essas coisas... - balbuciou, sequer olhando Sandy nos olhos.

- Danny? - Bebe ecoou, chateada e confusa sobre aquele rapaz que não era nada igual ao que se apaixonou no verão, a plateia o fitando com desdém, o que era exatamente o que queria captar.

Louis arrumou o topete.

- É o meu nome, tente não gastar, sim?

- Qual o seu problema? - Sandy ecoou, frustrada, o rosto contorcido em tristeza.

%%%

- Rápido, rápido, rápido... - Tiana ecoava da coxia, segundos após Louis ter finalizado sua cena e entrado para trás das cortinas. - Figurino, agora! Vamos.

- Preciso de mais pó também. - anunciou, já recebendo uma pincelada na cara enquanto a área de seu nariz era retocada. - Como fui?

Tiana sorriu em sua direção enquanto trocava a roupa, por completo, e se preparava para a próxima cena, que era musical, ao contrário de apenas atuação das falas. Sua professora, ainda, o ajudou a colocar o microfone por dentro da camiseta.

Tinha vinte segundos restantes antes de ter que retornar ao palco, precisava ser ágil, e aceitava o máximo de ajuda que poderia receber.

- Foi impecável, querido. Continue assim. - foi a resposta de srta. McGregor antes de beijar sua mão e o empurrar de volta ao palco.

As partes musicais eram as favoritas de Louis, afinal, dominava a arte do canto mais do que a de atuação. Entretanto, quando seus pés deslizaram pela madeira do palco com maestria, e se viu novamente diante do holofote brilhante, não pôde evitar em ofegar surpreso ao notar que, na primeira fileira, exatamente ao lado de Niall, Stan e Olivia, estavam Felicité e Lottie.

Suas irmãs mais velhas.

Elas vieram, afinal.

Não apenas uma, mas duas delas.

Duas.

Seus amigos tinham olhos arregalados, e Stan até mesmo mexia os lábios em um o que está acontecendo?, mas tudo que se comprometeu a fazer no instante seguinte era não errar a próxima fala, ou pior, a entrada da música.

E mais uma vez - cada uma delas se tornando mais verdadeiro ainda...

Dane-se a Família Tomlinson!

%%%

- Eu não acredito que elas vieram mesmo, eu não acredito... - Louis resmungava a cada dois segundos na coxia, Tiana em seu encalço enquanto tentava acalmá-lo o bastante para colocar o próximo figurino, Bebe dominando o palco com sua música solo. - Quer dizer, e ainda chegaram atrasadas! É muita falta de... falta de... ugh! Eu odeio elas. - bufou, desistindo de andar de um lado para o outro e simplesmente se jogando na cadeira de maquiagem, quase ficando cedo por causa do pó que ainda era batido contra suas bochechas.

Tiana, então, pediu privacidade para o time por um momento, se ajoelhando ao seu lado para tomar-lhe as mãos.

Tremiam.

- Querido, precisa se acalmar. Ainda tem a parte final do musical para apresentar e não vai conseguir se estiver agitado desse jeito. - seu tom era ameno, mas Louis sabia que se continuasse surtando daquele jeito, em um momento crítico como aquele, a próxima bronca não seria tão sutil. Por isso, piscou atento para sua professora, buscando acalmar-se, de fato. - Isso, respire fundo, tudo bem? Pode resolver isso quando terminar a estreia. Elas ainda vão estar na plateia.

- Ugh. - resmungou, jogando a cabeça para trás em chateação. - Eu sei! Essa é a pior parte, quer dizer, o que eu falo pra elas quando tudo acabar?

Tiana precisou filtrar suas palavras antes de responder, seu olhar avisando Louis que não tinham tempo para aquilo.

- Que tal se preocupar com isso quando tudo, de fato, acabar, hu?

Mordendo os lábios e depois pressionando-os em uma linha única, Louis assentiu.

- Okay, entendi a deixa. - confidenciou, as bochechas corando ao que Tiana ria mais aliviada, já o observando levantar da cadeira e ir trocar o figurino, enfim. Se antes tinham pouco tempo de coxia, agora restavam ainda menos. - Pode checar meu celular, por favor? - voltou a resmungar, entretanto, se equilibrando em uma perna ao que trocava a calça que usava por outra, Tiana já procurando pelo aparelho naquela bagunça de maquiagem e roupas. - Tem alguma notícia de Harry?

A tela do aparelho estava límpida, sem uma mensagem sequer, além do horário gritante contra seus olhos - 19h15.

- Nada, querido. Sinto muito. - sua professora murmurou, realmente chateada, afinal, também estava preocupada com o resultado do jogo. A última notícia que tiveram foi a de que, de fato, estariam disputando outro tempo extra, pois estavam empatados, e agora, quase uma hora depois, nada.

Louis bufou, aflito.

- Nosso plano já era. - foi sua resposta, embora Tiana soubesse que queria dizer muito mais, preso em seus próprios pensamentos conforme se preocupava com suas irmãs na plateia, o decorrer do musical e ainda o desfecho do campeonato.

Era muito para uma mente só processar.

- Que plano, querido?

Os olhos azuis piscaram brilhantes, talvez lágrimas, talvez esperança, talvez desespero.

Talvez um pouco de tudo e ainda mais.

- Combinamos que se eles saíssem do estádio até as 19h, chegariam a tempo do último ato. - sua voz craquelou, e Tiana se apressou até onde estava para ajudá-lo com a camiseta de botões, logo em seguida o abraçando firme. - Já passou das 19h, né? E nenhum sinal deles, então... - suspirou, uma lágrima única escorrendo por sua bochecha maquiada, não chegando em seu maxilar, contudo, seu dedo ágil já limpando-a antes que estrague mais da produção. - Eles não vão chegar a tempo de me ver performar a música final.

- Ah, querido...

- E se tiver acontecido alguma coisa terrível no campeonato? E se Ryan voltou e fez alguma coisa com ele? E se eles se perderam? E se perderam o campeonato!? Ou... erraram o caminho até aqui? Será que Travis não deixou que o motorista os trouxesse de ônibus para cá? E se o ônibus sofreu um acidente e eles estão no hospital? E se...

- Ei. - Tiana interrompeu sua crise de ansiedade, pânico e nervosismo, antes mesmo dela começar, seu corpo sendo pressionado no abraço quente e familiar enquanto afagava suas costas em busca de calma. Pelo momento seguinte, tudo que ouviram foi o eco da voz de Bebe no palco e as respirações descompassadas, e então, Louis suspirou, centrado novamente. - Não se preocupe com isso, tudo bem? Você confia em Harry, sim? - a professora não esperou uma resposta, já endireitando e ajustando o figurino que havia saído do lugar no abraço. - A única coisa que precisa, e que pode, fazer agora é subir naquele palco e dar o seu melhor no último ato, me ouviu? Deixe que Harry faça a outra parte. Não foi isso que combinaram?

Louis não teve tempo de responder, afinal, a coordenadora fez um sinal da cortina e em instantes, estava de volta no palco.

Daquela vez, seria a última.

%%%

Estavam na cena final.

Os últimos cinco minutos do musical inteiro.

Com a cena clássica de You're The One That I Want.

Então lá estavam quase todos do elenco, espalhados pelo palco para condizer com o cenário de parque de diversões que estava montado atrás de suas costas, brinquedos rodando na projeção e barracas de brincadeira ao fundo, pintadas. Danny Zuko estava sem a típica jaqueta de couro nessa ocasião, trajando o casaco da escola sobre a camiseta preta e a calça de couro, acompanhado dos T-Birds, quando Sandy faz sua entrada triunfal vestindo o icônico salto vermelho, a calça justa de couro preta, top da mesma cor e a própria jaqueta de couro, o cabelo esvoaçado em mechas cacheadas loiras e o batom vermelho chamando ainda mais atenção conforme colocava o cigarro na boca, provocativamente.

A plateia reagiu em surpresa com sua presença, aplaudindo animados diante da postura prepotente da garota que o musical inteiro se portou como submissa, papel que agora, estava com Zuko.

- Sandy? - Louis ecoou pelos quatro cantos do teatro, igualmente surpreso pela aparição inusitada.

Bebe tratou de passar a língua nos dentes, os dedos firmes na jaqueta conforme quebrava o quadril para o lado.

- Tell me about it, stud?*

*Eu tentei e pensei muito sobre essa fala, mas a tradução não tem o mesmo impacto, e já que essa é uma frase clássica de Grease, deixei como no original mesmo, mas seria, em tradução livre, dizer: Me fale mais sobre isso, garanhão.

As palmas e gritos da plateia aumentaram de volume e, sentindo a vibração no peito, a antecipação tomando suas veias ao que a adrenalina subia-lhe a cabeça, Louis se preparou para começar a cantar, o instrumental já tocando ao fundo do cenário, mas algo lhe impediu.

A porta dupla do teatro foi aberta com um estrondo e assim, todos os jogadores dos Wolves entraram, seguidos das líderes de torcida, da banda, do treinador, do mascote, e de muitos, mas muitos torcedores carregando bandeiras, dedões de espuma e placas de comemoração, tomando espaço pelos corredores paralelos aos assentos repletos de pessoas surpresas e animadas, ao mesmo tempo.

Harry os liderava, é claro, exatamente na frente de todos, carregando a taça brilhante e dourada do campeonato nas mãos, com a ajuda de Liam, ambos traçando caminho pelo corredor principal do centro do teatro até chegarem próximo o bastante do palco para que Louis pudesse notar a piscadinha nada discreta dada em sua direção.

Os olhos verdes gritavam eu te amo!

Em segundos, afinal, haviam interrompido a cena de fechamento e precisavam se ajeitar rapidamente, todos já estavam sentados no chão, dando aos colegas que estavam no palco a incrível visão de centenas de pessoas preenchendo cada espaço vago no teatro, não conseguindo encontrar um único canto livre. A porta, inclusive, ainda aberta, pessoas se amontoando no corredor do lado de fora para ver o que estava acontecendo.

Porque o teatro podia ser gigante, mas a UAL era bem mais.

E sempre davam um jeito de estarem juntos, mesmo quando as condições insistem em provar o contrário.

A atenção então, agora estava toda em Louis, já que ele daria a deixa da canção final, e tentando não se perder no fato de que a taça do campeonato cintilava exatamente em sua direção naquele momento, assim como o sorriso incrivelmente largo adornado pelas covinhas e os olhos verdes orgulhosos, ecoou:

- I got chills! - a música estrondou em soneto com sua voz, ricocheteando pelo teatro inteiro, junto com palmas e gritos animados, principalmente dos rapazes, agora já conseguindo localizar Zayn na multidão, e também Gemma. - They're multiplyin', and I'm losin' control... - Louis começou a tirar a jaqueta de seus ombros, os gritos intensificando conforme se via apenas de camiseta preta e calças apertadas. - 'Cause the power you're suplyin'... It's electrifyin'! - rodou a jaqueta no ar enquanto chacoalhava os quadris, para só então fingir ser eletrocutado até se ver jogado no chão, como se fosse uma metáfora para cair de amor.

Sandy olhou para trás, onde as Pink Ladies estavam, no palco, e foi instruída a jogar o cigarro no chão. O fez, esfregando a sola do salto sobre. E então, o teatro inteiro gritou junto com sua voz.

- You better shape up! - permanecer no personagem quando tudo que queria fazer era gritar de felicidade e sorrir era mais difícil do que imaginavam, mas seus olhares estavam conectados, Sandy empurrando o peitoral de Danny com o salto conforme a música aumentava gradativamente para conseguir vencer os gritos da plateia, agora três vezes maior. - 'Cause I need a man and my heart is set on you... - outro eco conjunto, Louis e Bebe já de frente um para o outro em uma valsa rítmica. - You better shape up, you better understand... - reverteram as posições, Bebe andando e Louis seguindo, mal escondendo que olhava para sua bunda no processo. - To my heart I must be true, nothin' left, nothin' left for me to do...

A antecipação era palpável, firme sobre seus ombros, e então, o teatro explodiu em coros, palmas e gritos animados, seus microfones quase não vencendo o volume elevado.

- You're the one that I want!

%%%

- We'll always be together... - o coro da última frase do musical ressoava pelo teatro, o instrumental de We Go Together, a parte de encerramento, permeando a dança coreografada que acontecia sobre o palco, enquanto Louis e Bebe se aproximavam carregando o que se mostrava ser a carroceria de um carro antigo, vermelho, até chegarem no limite do palco. - We'll always be together... - Louis dirigia e Bebe acenava, ambos sorridentes enquanto seus amigos dançavam ao seu redor, a música lentamente se dissipando.

Diante de seus olhos, a plateia inteira - tanto a original pagante de ingressos quanto os intrusos que vieram diretamente do campeonato - estavam de pé, aplaudindo, assoviando e gritando em sua celebração. Tiana, portanto, logo fez seu caminho para o palco, recebendo as devidas honras por seu árduo trabalho com o projeto, e então, puderam suspirar aliviados.

O fim perfeito para aquele dia caótico e desesperador.

Todos juntos, no final das contas.

E então, as cortinas se fecharam.

A Grande Estreia do Musical havia, enfim, sido um sucesso.

%%%

- Meu deus, meu deus, meu deus... - Louis murmurava, agitado, observando o corpo forte de Harry subir no palco carregando a taça da vitória e vindo diretamente em sua direção, a mão livre segurando seu maxilar ao que trocavam um beijo necessitado. Todas as angústias daquele dia estressante, enfim, dissipadas. Foi com seus narizes conectados que prosseguiu, murmurando contra os lábios inchados e úmidos do namorado. - Eu não acredito que conseguiu chegar a tempo e... meu deus, vocês ganharam, Hazz! Vocês ganharam o campeonato!

- Nós ganhamos, gatinho. - respondeu, o sorriso tão largo que mal conseguia manter os olhos abertos. - Aconteceu tanta coisa e... eu tenho tanto pra te contar, mas... você foi incrível, Lou. Incrível! Eu sabia que esse papel nasceu para ser seu e agora todo mundo também sabe, e... - Harry não conseguiu prosseguir, Louis unindo seus lábios em outro beijo, e em outro, até que não conseguissem mais respirar, tendo que se ver separados de novo. - Nós já estávamos atrasados, o empate durou mais do que imaginamos e... nem sequer comemoramos a vitória lá porque sabíamos que já chegaríamos em cima da hora e...

- Espera, espera. - Louis colocou o indicador em seus lábios, confuso, e Harry sorriu contra o contato. - Vocês não comemoraram a vitória no Estádio?

O capitão negou.

- Não podíamos arriscar perder a cena final, gatinho.

E então, Louis já sabia o que tinha que fazer.

Bastou um olhar trocado com os amigos - que estavam sobre o palco em uma bagunça generalizada conforme comemoravam o encerramento dos projetos, as pessoas na plateia batendo palmas em celebração conjunta - para então, começarem a cantarem juntos.

Era a única coisa que faltava para aquele dia terminar perfeitamente no eixo.

- In the middle of the night when the wolves come out, they head straight for your heart... - o eco era ensurdecedor, confetes explodindo sobre suas cabeças juntamente com palmas cada vez mais altas e gritos sincronizados com pés batendo no chão e risadas felizes e orgulhosas. - Like a bullet in the dark... One by one, I take them down... - Louis murmurava contra os lábios de Harry, balançando seus corpos juntos enquanto o cacheado erguia a taça em contrapartida com seu buquê enorme, também no ar, um presente de Tiana para seu bom desempenho como Zuko. - We can run and hide, ain't goin' down without a fight... - o Teatro explodia em comemorações, os olheiros do campeonato conversando com Travis e Tiana cumprimentando os grandes nomes da arte performática conforme comemoravam mais de uma grande vitória naquele dia. - I hear them calling for you...

Até que Harry lembrou de uma coisa, tentando sobrepôr os ecos de uhuhuh I hear them calling for you com sua voz.

- Lou. - chamou, os olhos abrindo para se encontrar em paixão. Podia dizer com certeza que nunca havia visto o azul tão límpido e aliviado quanto naquele momento. Tudo havia dado certo, afinal. - Sobre Ryan... aquilo que disse mais cedo sobre ter conseguido...

Louis sorriu largamente, de imediato, ansiando dizer aquelas palavras por meses.

- Eu gravei tudo, Harry. Desde a agressão até as palavras de ódio.

- L-lou... - o cacheado se viu pálido, surpreso, atônito, a taça pesada em suas mãos vacilando conforme se agarrava no menor como se sua vida dependesse disso.

- Temos uma confissão verbal, Harry Temos uma prova. Temos tudo que precisávamos para entregar Ryan. - Louis só notou que derramava lágrimas pesadas quando Harry beijou sua bochecha, desmanchando algumas delas no processo.

- E-eu... - sem forças para agradecer, questionar ou até mesmo afirmar, se viu deslizando os lábios no rosto do namorado até encontrar os seus.

Quando Louis ecoou de novo, foi entre um beijo intenso.

- Ele nunca mais vai nos importunar de novo, me ouviu? Eu prometi que cuidaria disso e eu cuidei. Segunda-feira pela manhã, Ryan já estará fora de nossas vidas, sim? - era uma promessa, uma que Louis queria fazer desde o momento em que descobriu que havia duvidado de forma errônea e injusta da história de Harry, desde o momento em que percebeu tê-lo causado dor desnecessária, desde o momento em que fugiu para o apartamento de Stan em busca de clareza sobre seus próprios traumas, desde...

Desde o início de sua história de amor, realmente.

Porque precisavam daquilo.

Porque mereceram aquilo.

E agora o teriam, finalmente.

Ryan teria o que merecia.

Ryan pagaria por seus crimes.

E Louis e Harry, enfim, seriam livres de verdade.

- Eu te amo, gatinho.

- Eu te amo, capitão.

EITA

Tivemos musical, campeonato, Ryan, Família Tomlinson tudo de uma vez e ainda tem mais!

O próximo será a continuação desse dia longo pra caramba, mas por hoje, aproveitem o hino Wolves sendo cantado diretamente no teatro, a entrada estilo High School Musical bem no finalzinho da estreia e a palpitação no peito com a revelação do Lou de que finalmente têm provas contra Ryan!

Ufa!

Gostaram? Sejam sinceros!

Vejo vocês semana que vem com mais OUAP (dois caps hein!) e mais desfechos.

Querem um spoiler gigantesco?

Vão saber do paradeiro do plug SEMANA QUE VEM

Ouvi um aleluia?

to doida de guardar esse segredo hihi

amo ocês

tt as always no ohnanathalie

insta as always no nathaliemach_

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