Capítulo 10

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  Comecei a orar o "pai nosso" bem baixo, mas de repente ele chegou perto de mim e disse:

— Sabia que eu não costumo ter dó? —  Ele disse sussurrando no meu ouvido.

— Fica longe de mim! — E de repente deu um raio que fez com que acabasse a energia. O bondinho parou com tudo e começou a balançar e do nada a porta abriu e nós dois fomos para fora. Eu consegui me segurar na parte de baixo da porta e o tal estuprador estava pendurado no me pé.

  A minha vontade era de jogar ele para bem longe de mim, mas alguma coisa me dizia para não fazer, por mais que eu queria. Eu comecei a gritar:

— Escala o meu corpo até o bonde e me puxe! — Assim ele fez.

— Me da a sua mão!- Ele gritou, só que eu não aguentava mais segurar e soltei, mas ele conseguiu me pegar enquanto a energia voltava.
 
Ele ficou me olhando, estava confuso com o que tinha acontecido. O bondinho começou a andar novamente e ele começou a falar:

— Porque não me deixou cair?
— Eu que te pergunto — Disse em voz alta.
— Você me ajudou, eu não podia deixar te deixar para morrer.
— Mas você queria me machucar!
—E você me deu uma segunda chance.
— Eu não sei se fiz o certo, mas algo me dizia para fazer mesmo assim, então a partir do momento que estivermos lá em baixo,trate de ser uma pessoa melhor e principalmente não machucar nenhuma mulher, pois quando você tiver sua esposa saberá a importância de uma mulher na sua vida e as coisas incríveis que ela fará por você.
— Pode deixar doutora!
— Vai com Deus moço!
— Você também Doutora!
— Eu não sou Doutora!
— Não precisa ser formada para ser doutora, minha mãe dizia que os grandes doutores são aqueles que enxergam quem você é de verdade, por mais que suas atitudes sejam as piores.
— Então nesse caso eu aceito ser doutora, até mais!

  Descemos do bondinho e a chuva tinha parado, fui para casa refletindo na atitude que tomei e nas coisas que falei, nem de longe eu faria isso.

Encontro com DeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora