why not try to kill myself today

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Me chamo Thamires. Nasci em 20/01/2006, logo, tenho 14 anos. Meço por volta de 1,65. Minha família não é das mais amorosas, na maioria, não sinto o amor vindo deles para mim. Mesmo que vivemos em uma condição, pela sociedade deduzida como "controlada", nem ricos, nem pobres. E eu não tenho direito de reclamar nada sobre a vida financeira em que sou suposta a viver, e realmente não reclamo. Mas, mesmo sem uma família como a que eu desejaria (que qualquer pessoa gostaria), que não se dedica a dizer "eu te amo" absolutamente nunca, já que nunca ouvi um eu te amo vindo deles a mim, ou vice versa, mesmo assim, bem de vez em quando, eles fazem me sentir confortável, e às vezes a gente ri sobre algo "estúpido". Admiro momentos assim, pois são raros, já que eu sempre ando com meus fones nos ouvidos, absorta em minha mente ou nas paisagens ao redor.
Eu amo escrever. Posso dizer que essa é minha maior paixão. Criar. Ser artista. Amo isso. Seja histórias, poemas, frases, qualquer coisa, eu me dedico 1000% de mim para que faça esse trabalho com empenho e maestria de um modo que quem lê o que eu quero transmitir, entenda isso. Eu também amo ler, ainda nesse mundo, acho simplesmente surreal o modo que apenas livros te levam, a outras cidades, países, mundos, realidades, linhagens. Não há nada melhor do que sentir aquela tensão ao virar uma página de um livro; sentir aquele amor incondicional de algum casal clichê incendiar toda a história; ter o ódio de algum vilão e se sentir bem ao vê-lo cair, como merecido. Nenhum filme, série, ou seja lá o que for, é capaz de fazer isso em mesma intensidade que livros conseguem. Amo músicas, muitas vezes, elas tiram de mim o que sempre quis falar, o que sempre pensei mas não consegui tirar de minha mente e dizer a alguém.
Eu também gosto de desenhar, quando estou mal, é isso que eu faço. Eu me sinto bem, e tenho "dom" para muitas coisas dentre a arte (apesar de eu não acreditar nisso, é o que dizem). Também tenho facilidade em qualquer coisa de artesanato, e segundo o que dizem, o que eu faço, fica bonito.
Eu sou apaixonada em línguas. Português, Inglês, Espanhol, Francês, Italiano, Alemão, Russo. Qualquer língua eu estou disposta a dedicar meu tempo para aprendê-la. Por ora, sei apenas Português e Inglês, mas sigo no caminho de saber Espanhol. Me sinto bem quando alguém diz que eu serei o "tradutor" de suas viagens ao exterior. Percebo que há certa facilidade em aprender línguas, e sei coisas que muitos colegas meus de classe, não sabem.
Sou sensitiva. Amo transmitir coisas boas, dentre um mundo de caos. A qualquer hora, admiro a beleza externa e interna de quem vive à minha volta. E me sinto bem quando dizem que tudo o que precisavam era aquilo, para que seus dias fiquem melhores. Uso isso como algo para que eles se sintam bem com quem são, e para que eu me sinta bem com quem me tornei, e me torno a cada dia. Faço de "animar aos outros" como um escape para os demônios que vivem dentro do meu ser.
Quando me vejo no espelho, não vejo algo muito "incrível", principalmente em meu corpo, como muitas garotas ao meu redor são. Eu na maioria das vezes, gosto do meu rosto, mas não chega ao nível de amor próprio absoluto. Mesmo assim, como qualquer pessoa, quando eu coloco alguma roupa que destaca o que sou, por dentro e por fora, me sinto bem comigo mesma, mesmo que haja pessoas julgando ao meu redor.
Amo muito minhas amigas, são uma das melhores coisas que já me aconteceram, e que acontecem a cada momento.
Não sou uma pessoa levada ao favoritismo. Não tenho uma amiga favorita. Não tenho um animal preferido. Não tenho uma série, filme, música, pessoa, lugar, coisa, livro ou seja o que for de minha maior preferência. Não gosto que alguém ou algo se sinta mais importante ou mais especial e que outros se sintam rebaixados. E também não curto muito quem faz isso com alguma intenção. Somos todos iguais, e ao mesmo tempo somos almas separadas, diferentes.
Não possuo necessariamente sonhos.
Não sei qual profissão seguir.
Tenho minhas paixões, mas vivo em uma mudança constante, e sou assim desde que me entendo por gente.
Dizem que sou coração de pedra, e entendo plenamente porque pensamentos de tal. Eu sinto bem mais que alguém expansivo, o que não sou, já que sou bem retraída, mas mantenho isso dentro de mim, e não demonstro o que sinto muito, mesmo que queira. Isso posso enquadrar como medo do desconhecido, e não querer sair de minha zona de conforto, por isso estou sempre em cima do muro. Mas quando percebo que alguém precisa, tento deixar isso de lado e ajudar, seja quem for, e se seja o caso que eu sinta algo pela pessoa, eu demonstro meu amor.
Tenho muitos demônios dentro de mim. Nem perderei tempo tentando explica-los, pois é simplesmente impossível. Mas tenho Crises de Ansiedade; Ataques de Pânico; Insuficiência; Depressão; Traumas, etc. Tento não deixar isso consumir minha alma e mente por completo, mesmo que eu saiba que sempre estarão ali, a espreita, me observando e vendo o melhor momento para atacarem e que chegarão sem alarde algum. E quando me consomem, eu esqueço das minhas paixões e vivo alguns momentos de tristeza profunda, mas sempre há algo para me trazer a realidade outra vez, e aos poucos meus demônios e meus medos se socumbem cada vez mais.
Sou mais uma adolescente levada à depressão e a tantos medos como muitos outros. Apenas mais uma suicida tentando fazer com que outros não se rebaixem ao destino que penso constantemente. Não tenho um corpo de alguma atriz perfeita. Não tenho o QI mais elevado de todos, mas tento dar o meu melhor, sempre. E essa sou eu. Sei que não sou comum, ninguém é, na verdade. Mas que acima de muitos, sei que sou uma das únicas de minha idade que não fizera coisas que todos já fizeram. Sou tímida, mas quando pego intimidade, sou uma pessoa que você pode contar comigo sempre, e que farei de tudo para ajudar. Sou idiota, faço piadas com tudo, para que consiga tirar um sorriso genuíno de alguém. Sou retardada, mas sei levar o que importa a sério. E essa sou eu. E mesmo que eu pense em acabar com esse universo de coisas e sentimentos que sou, mesmo não querendo viver, eu não quero morrer. E peço socorro o tempo todo, mesmo que ninguém saiba me entender por completo, já que essa sou eu, e não outro alguém.
E diferente de tantos adolescentes por aí, eu não tenho vergonha do que sou.
E a cada dia, tento ser melhor do que fui no dia anterior.
E a cada dia, tento não deixar meus medos subirem à mente o suficiente para que eu deixe de fazer algo que queira. Apenas vivo, para ver o que serei, se conseguirei realizar o que eu quero, e se conseguirei enfrentar tudo que for colocado em meu caminho. Espero nunca deixar minha essência de lado, mas que no lugar disso, a cada dia, melhora-la.

~tha
27 de março de 2020.

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