Doce Melodia (Parte 2)

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— Vira! Vira! Vira!

— Arriba — Sam obedeceu aos gritos masculinos e sacudiu a cabeça enquanto mais um shot de tequila descia queimando.

Estava se divertindo há horas com os novos amigos de Polly Müller.

— Acho que estou bêbada — exclamou com a voz pastosa, se apoiando no ombro de João Phelipe. Ou talvez aquele fosse Gabriel.

Depois de tantas doses de álcool, Sam não conseguia mais diferenciar os garotos. Eram todos loiros de bermuda cargo e sapatênis.

— Toma mais um, gata.

— Não, acho que eu vou lá fora pegar um ar — ela deu um tapinha no ombro do garoto e caminhou em linha torta em direção à parte exterior da festa.

Passou pela lateral da piscina e viu Polly sendo engolida por um dos convidados dentro da água. As pessoas estavam se divertindo para valer naquela pool party, mas Samantha só conseguia enxergar tudo girando na sua frente.

Ela afastou da piscina e foi até o lounge com poltronas e almofadas no gramado. Então deitou-se sobre um dos puffs e fechou os olhos, apagando feito um anjo, mesmo com as batidas estrondosas da música se misturando aos batimentos do seu coração.

— Ela tá apagada, João.

— Para de ser cagão, Gabriel. Já foi todo mundo embora. Ninguém vai saber.

— Isso dá cadeia.

— A gente nunca iria pra cadeia, seu idiota — João Phelipe levantou Sam por um dos braços.

— Não — ela resmungou de olhos fechados.

Mal conseguia ficar de pé sobre os saltos, muito menos ter consciência do que acontecia.

— Vamos te levar para um lugar mais legal, linda — João passou o braço de Sam por cima do próprio pescoço, agarrando-a pela cintura.

Gabriel fez o mesmo com o outro braço. Estavam os dois agora caminhando com Sam no meio deles.

— Solta ela. Agora. — a voz grossa fez os dois estacarem.

— Não se mete aqui, não, boca aberta² — João Phelipe ousou encarar o homem enquanto Gabriel parecia ter perdido a voz.

— Eu já mandei soltar.

— Vaza, meu irmão.

— Já que insiste — Vladimir acertou um soco tão forte na boca do moleque, que ele voou em cima da espreguiçadeira e apagou.

— Pera aí! Não me bate não, amigo! — o covarde do Gabriel segurava Samantha nos braços feito uma boneca de pano. — Toma ela aqui. Eu nem queria fazer nada. Eu juro!

— Eu vou arrancar as suas bolas se encontrar vocês dois na cidade de novo, ouviu bem?

— Si..sim. Ouvi.

Gabriel quase se borrou quando Vladimir pegou Samatha no colo e se dirigiu a passos firmes para fora da mansão.

***

Sam abriu os olhos e encarou o teto, demorando alguns segundos para se dar conta de que não estava em casa. Quando as ideias começaram a se encaixar minimamente, ela se sentou atordoada na cama.

— Uh — levou a mão à cabeça e contorceu o rosto. Ressaca com enxaqueca era o pior dos combos.

Olhou em volta, certa de que aquele quarto não fazia parte da casa luxuosa de Polly. Ameaçou se levantar, mas a visão de Vladimir parado no batente da porta a paralisou. Sam fechou os olhos e franziu a testa. Não podia acreditar que tinha dado vexame perto dele.

Prazer, CupidoWhere stories live. Discover now