𝐎𝐔𝐑 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 | 𝐇𝐚𝐫𝐫𝐲 𝐏𝐨𝐭𝐭𝐞𝐫༄

『 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎 』

Ela se olha no espelho uma última vez e sente borboletas no estômago, isso só de pensar que vai ser a única aluna da sua idade a experimentar o chapéu seletor e na frente de todos os alunos. Newt lhe contou como tudo vai ser e sobre as casas também, Grifinória a dos corajosos, Sonserina dos ambiciosos, Lufa Lufa a dos leais, e por fim Corvinal, a casa dos inteligentes. Seu pai foi de Lufa Lufa, e em Ilvermony sua mãe era da casa Pássaro-Trovão, os dois dizem já ter uma ideia para qual Madison vai mas insistem em não falar para a garota.

Ela pegou sua mochila e a mala já com o feitiço de extensão, o que a fez ficar em um peso que a garota mal consegue puxar. Ela lança um feitiço que sua mãe ensinou e a sente bem mais leve, conseguindo puxa-lá para fora do quarto e descer as escadas facilmente.

— Fiz um lanche mas vai ter que comer no caminho, estamos atrasados! — Tina fala alto para que Newt escute.

Ela odeia atrasos, sempre foi a mais pontual dos três. E o Expresso de Hogwarts saia ás 11:00, já eram 10:26.

A garota coloca a mala e a mochila na porta e logo pode ver seu pai adentrar a sala com um sorriso estampado no rosto. Ela se sente feliz por finalmente poder ir para a escola que sempre ouviu seu pai falar sobre, mas ao mesmo tempo sente medo de não conseguir se adaptar lá pelo fato de nunca ter frequentado um lugar assim antes, nem convivido muito com pessoas da sua idade.

Até hoje ela teve apenas uma amiga, Melanie Griffin, ela era quase uma irmã para Madison. Mas Melanie foi atingida pelo feitiço Avada Kedavra, enquanto fugiam de uma grande tragédia. Madison se lembra de chorar em cima de seu corpo sem vida enquanto seus pais e outros bruxos lançavam feitiços uns contra os outros, mas era impossível continuar ali, então eles fugiram com os que sobreviveram. Melanie, Madison e suas famílias estavam no lugar errado na hora errada, justo onde acontecera uma das maiores tragédias no mundo bruxo. Por isso a garota perdeu sua melhor amiga.

Esse foi o dia que fez Madison temer o que as pessoas são capazes de fazer para alcançar o poder. Entre outros acontecimentos dessa noite.

Por um longo tempo ela não foi mais a garota feliz que costumava ser, ela mal falava ou comia nas primeiras semanas mas com o tempo ela foi aprendendo a lidar com a saudade e a dor. Isso já faz dois anos, e seus pais a ajudaram a lidar com a situação, afinal eles também perderam pessoas que amavam naquela noite, perderam amigos. Por mais que Madison se sinta triste e ainda tenha pesadelos sobre aquela noite, ela consegue se lembrar dos momentos bons que teve ao lado de Malanie.

— Vou sentir falta dos animais. — Maddie fala. Ela nunca ficou longe deles.

— O que acha de levar um com você? — seu pai sussurra observando Tina de costas.

Ele entrega para sua filha um tronquilho discretamente, fazendo ela sorrir e sussurra: — Não conte para a sua mãe.

— Newton Scamander, não me contar o que? — Tina pergunta se virando para eles enquanto Madison esconde o tronquilho no bolso de seu casaco.

— Não é nada demais mãe. — ela diz. — Vocês viram o Snow? — pergunta mudando de assunto.

— Ele estava na janela do seu quarto mais cedo. — Tina fala ainda desconfiada.

— Já volto.

Enquanto ela sobe as escadas para o seu quarto escuta a conversa de seus pais.

— O que era Newt? — Tina pergunta curiosa.

— Era só um tronquilho, fica tranquila.

— O que? Deu um tronquilho para ela levar pra escola?

— Qual o problema? Eles são pequenos. — Madison escuta a risada de seu pai.

— Ah meu deus. — Tina fala.

Ela sorri e entra no seu quarto procurando por sua coruja, seu nome é Snow por ele ser completamente branco, nenhuma pena mais escura que a outra, ele é como a neve. Ela vai até a janela e avista a figura branca no telhado, Maddie assobia e ele logo vem em sua direção. Ela abre a gaiola e estende o seu braço para que ele possa entrar mas não o faz.

— Ei o que houve? — pergunta acariciando suas penas. — Vamos a um lugar que tem muitas corujas sabia? Lá você vai ter mais tempo com a sua espécie. — Snow tinha sua cabeça virada para o rosto dela, e parecia esperar que dissesse mais alguma coisa. — Vamos entre, prometo que não vou sair de perto da sua gaiola.

Ela estende seu braço para perto da grade aberta novamente e ele entra e se prende na barra que tinha no centro da gaiola, logo em seguida ela fecha a grade.

Pelúcio estava esparramado em sua cama num sono profundo, Maddie se aproxima lentamente e deixa um beijo em sua cabeça, sentiria saudade dele. De ontem para hoje se despediu pelo menos três vezes do animal, ele era muito especial para ela, assim como os filhotes que ficavam na maleta. Eles não arriscariam perder todas as joias e as moedas.

"— Qualquer coisa brilhante eles pegam! Como vamos viver assim? Mas por outro lado são tão fofos..." — Madison se lembras das palavras de sua mãe e sorri.

— Vou sentir falta daqui. — fala passando o olhar ao redor de seu quarto.

Essa foi a casa que ficou morando por mais tempo, um ano e dois meses, e provavelmente vai continuar, Londres é incrível e pelo que seu pai disse ele está disposto a ficar. Ela desce as escadas com a gaiola em suas mãos e a coloca em cima da sua mala perto da porta.

— Vamos? — Tina pergunta.

— Vamos. — seu pai diz se levantando e indo até a porta.

Ele pegou a mala de Madison e saiu junto com sua mãe que mantinha um sorriso ansioso no rosto, a garota segura a gaiola fortemente em suas mãos enquanto olha para a sala de estar.

— Bom, até daqui um tempo. — ela diz e sai, dando passagem para sua minha mãe trancar a porta.

Isso vai ser interessante.