XIII

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(n/a): boa noite gatchones, feliz véspera da véspera de natal ♡

(...)

"Zayn." Harry tornou a chamá-lo num tom rouco, batendo na porta de seu melhor amigo sem muita delicadeza. Ele estava sem camisa e seus cabelos estavam uma bagunça, mas não se preocupava com o risco de ser visto — primeiro porque ele não dava a mínima, já que não tinha o que reclamar do próprio corpo; segundo, era três e pouco da manhã. Além dele, quem em plena consciência ficaria vagueando pelo corredor em pleno começo de uma segunda-feira? "Zayn, porra." Repetiu mais alto, rosnando, socando a porta sem se importar com o fato de ela estar começando a ceder. Ouviu alguém de algum quarto próximo xingá-lo, mas ele estava pouco se fodendo para aquilo também. 

"Harry." Foi o que Zayn proferiu num tom quase inteligível de tão sonolento assim que abriu a porta. Ele estava apenas de samba-canção, um rastro de saliva escorrendo pelos seus lábios. "Que porra você 'tá fazendo, cara?" Perguntou irritado e Harry apenas o puxou pelo braço, tendo-o perto de si no corredor.

"Eu quero foder." Anunciou, seu peito subindo e descendo com rapidez conforme ele empurrou Zayn contra a parede e começou a cheirá-lo, tentando capturar algum aroma nele que não fosse nicotina ou perfume masculino. Sentiu seu nariz pinicar pelo contato com aquela barba rala, mas, embora frustrado, nem por isso parou.

"Ok," Zayn disse com um pouco mais de calma, procurando afastar o pescoço, mas foi em vão, já que Harry parecia determinado. "eu entendo." Acrescentou, engolindo seco. "Mas eu não sou um ômega, porra. Pare com isso." Disse desconfortável, empurrando-o.

Harry parecia atordoado, no entanto não insistiu e manteve a distância, recuperando o fôlego. Ele analisou a expressão desnorteada na face do melhor amigo e deu um passo para trás, arqueando as sobrancelhas, tentando entender que porra ele havia acabado de tentar fazer. Ele simplesmente... não foi capaz de controlar — tinha a impressão de que poderia cheirar qualquer pescoço que visse pela frente. Lidando com os olhos negros de Malik, ele sentiu-se envergonhado pelo impulso.

"Foi mal." Proferiu baixo, uma lufada de ar escapando de seus lábios.

Tudo havia começado quando ele acordara fervendo no meio da noite depois de um sonho ainda mais quente: nele, Louis estava cavalgando nele, as pequenas mãos apoiadas em seu peito e a língua constantemente lambendo os lábios conforme gemia; ele aparentemente estava no cio, pois praticamente chorava pedindo pelo seu nó. Foi tudo tão real para Harry! Ele jurava que pôde ver até o brilho do suor que escorria pelo rosto do ômega, ou até mesmo a mudança de coloração nos olhos dele quando ele gozou violentamente em seu abdômen.

Nesse contexto, imagine a frustração de Harry ao acordar sozinho no quarto, excitado até o último fio de cabelo, lençol úmido pelo suor e calafrios nas mãos, que ansiavam por toque. Ele andou devagar até o banheiro, bêbado de sono e tesão, e olhou-se no espelho: sua visão estava um pouco borrada, mas ele conseguia ver mais ou menos a alteração moderada na cor de seus olhos, as pupilas estavam dilatadas e havia rubor em suas bochechas causado pelo calor. Suor estava presente em seu corpo e em sua face e em seus cabelos e, puta merda, ele precisava de alguém. Não era o hut ainda, mas ele sentia que estava na beira.

E foi assim que, sem sequer pensar no que estava fazendo, parou na porta de Zayn.

"Bole um baseado ou... sei lá." Zayn sugeriu, acreditando que aquilo poderia vir a acalmá-lo. Não era uma ideia tão absurda: muitos alfas da fraternidade recorriam à Dona Mari para se livrar dos efeitos intensos que a chegada do hut ocasionava. Os dois amigos estavam sentados no corredor em posição de cócoras. "Posso arranjar para você."

"Estou tranquilo." Respondeu, embora não soasse tão convicto assim. Zayn não insistiu. "Só precisava ver alguém."

"Yeah, eu sei." Disse num tom compreensivo — ele também era um alfa, afinal de contas. "Quer ir na piscina? Ou alguma coisa." Perguntou lento, evidenciando o quão grogue de sono ele estava, o que fez Harry abrir um pequeno sorriso. Sentiu-se meio culpado por tê-lo acordado em primeiro lugar.

combat lover ✷ l.s (a/b/o)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora