Capítulo 1

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   A penitenciária de Louisiana é um pesadelo para qualquer psicopata, vivemos em condições desumanas. Somos obrigados a trabalhar sob qualquer tipo de condição e, se desobedecermos, seremos severamente castigados. A tortura física e psicológica é muito utlizadas pelos guardas prisionais, como por exemplo, usando a solitária - uma cela totalmente fechada, onde se fica por tempo indeterminado sem qualquer contacto com algum ser humano. Neste estabelecimento, existem por volta de duas dúzias de pessoas nesse castigo. Dois deles já lá estão por volta de quarenta anos, dizem que é um dos recordes mundiais. Não há sequer o pensamento do suicídio, pois a cela é vazia, apenas com um vaso sanitário e uma cama de ferro. 

   Experiências macabras também cá são feitas. Apesar de nós sermos os criminosos, os guardas prisionais são autorizados a torturarem-nos fisicamente com qualquer tipo de instrumento. Dezenas de prisioneiros são submetidos a esse tipo de atrocidades todas as semanas.

   Já cá estou à cinco anos. Nunca fui vítima de mutilações ou isolamentos. Sou das poucas mulheres que está nesta prisão e, por essa mesma razão, tenho a minha própria cela. Sou considerada um dos seres femininos mais perigoso dos Estados Unidos, e as prisões femininas são mais democráticas. Cometi uma infinidade de crimes, posso dizer que tive uma certa sorte com a minha sentença. Por momentos largos da minha vida, julguei que iria ser vítima de uma cadeira elétrica ou de uma injeção letal.

   Dezenas de pessoas cometem suicídio após alguns anos de experiência neste inferno. A maioria deles incendeiam o colchão onde dormem. A realidade deste lugar é dolorosa e insana.

   Posso afirmar com cem porcento de certeza que mais de metade dos psicopatas desta prisão enlouqueceram. Não é qualquer ser humano que aguenta uma vida destas, com demasiado sofrimento. Os primeiros meses aqui são terríveis, os castigos e as leis são mais severas. Somos obrigados a passar vinte e três horas por dia dentro de uma cela, a única hora disponível que temos é para ir ao refeitório comer a mesma comida todos os dias, para o resto da vida.

   Durante as primeiras duas semanas, somos acorrentados a uma bola de ferro no tornozelo, para chamar a atenção dos outros assassinos e para impedir qualquer tipo de fuga dos mesmos. A maioria dos novatos são estuprados e levam coças fenomenais. 

   Dez porcento dos criminosos estão condenados à pena de morte e, setenta e um porcento condenados à prisão perpétua. A pena mínima deste estabelecimentos é vinte e cinco anos, e são raros os casos. 

   Ouço passos no meu corredor. Esforço-me para esticar o pescoço e observar através do pequeno quadrado no meio da porta, cheio de grades. Com certeza que deve ser o Mark, um dos quatro seguranças responsáveis por este bloco. Os cliques da chave a ser introduzida na minha porta faz-me querer afastar. Assim que a porta de ferro maciço se abre, o guarda caminha até mim com um par de algemas na mão. É um habitual ritual, é proibido os criminosos andarem soltos nos corredores, para não perturbarem os outros.

   Sou arrastada pelo corpulento até ao refeitório, onde já lá paravam quase todos os psicopatas do meu bloco. Mas uma cara nova chamou-me a atenção, o seu pé estava acorrentado a uma esfera negra.

   "Quem é ele?" Questiono a Mark.

   "Não abuses, Ava. Tens uma hora para comer." A sua ríspida voz é quase inaudível.

   Sinto os meus pulsos serem libertados e dou um pequeno sorriso de lado. Vou buscar um tabuleiro com um prato e observo o aspeto do arroz de hoje, que parecia já a ficar estragado.

   Agarro no tabuleiro e olho à minha volta, à procura de um lugar mais vazio, mas esse mesmo correspondia à beira do novato. Dou um suspiro e caminho até ele, sentando-me à sua frente. Os seus olhos não saiam de cima do seu prato e o seu garfo mexia e remexia, vezes sem conta, a comida. Deve ser o seu primeiro dia. É difícil a adaptação a um lugar tão escuro e trágico.

   Lembro-me que a minha primeira vez foi a pior experiência vivida por mim.

   Devoro rapidamente a minha comida e olho para o moço da frente, que continuava na mesma monotonia.

   Cadeiras são arrastadas dentro de refeitório, fazendo-me olhar por cima do meu ombro. Richard e os seus companheiros de cela dirigiam-se para aqui com cara de pouco amigos.

   "O que fazes aqui, Ava?" Ele questiona-me, porém com o seu olhar fixo no novo brinquedo.

   "Não haviam lugares disponíveis." Respondi neutra, esperando qualquer reação negativa para com o novato.

   Dois dos matulões sentaram-se um de cada lado do moreno psicopata, começando a dar-lhe pequenos empurrões e apertões. Richard tira o prato da frente conseguindo captar a sua atenção.

   Olhos verdes eram os dele que estavam sem qualquer tipo de expressão, a olhar para o homem de grande estatura. Ele tinha uma carinha demasiado bonita para ser perigoso. Richard olha para o prato que está na sua mão e, num ato repentino, esmaga-o na cara do moreno.

   Durante os primeiros segundos, parecia que todos no refeitório se tiveram apercebido da situação. Quase todos tinham o olhar dirigido para o nosso canto.

   Uma risada rouca e doentia preencheu o espaço pelo novo psicopata, enfurecendo cada vez mais as células vingativas de Richard. As suas mãos grandes retiram o excesso de grãos de arroz da sua cara, assim que terminou, olhou para Richard humoristicamente. Mas aos poucos e poucos, o seu olhar transfigurou-se em algo negro, possuído e assustador. Uma silhueta monstruosa que nunca tivera presenciado aqui dentro. As suas pupilas estavam dilatas, tapando noventa porcento da sua íris clara.

   Num brusco movimento, a sua mão viaja até ao seu metálico garfo e atira-o com imensa pontaria para a bochecha de Richard. A minha boca abriu-se em espanto perante o seu gesto. Os dois homens que estavam do seu lado rapidamente levantaram-se, preparados para lhe darem uma valente tareia, mas Richard, que possuía um grande golpe num lado da cara, parou-os.

   "Deixem-no estar por agora, ele vai arrepender-se mais tarde." Ele vai explicando num tom ameaçador. "E tu, Ava, é bom que não conspires contra mim."

   Este rugiu entre dentes e saiu da nossa beira, caminhando de volta para a sua antiga mesa.

   Eu ainda permanecia em estado de choque perante a destemida bravura do criminoso dos olhos verdes. A branca camisola de manga curta revelava inúmeras tatuagens expostas no seu braço esquerdo. O contraste no seu próprio corpo era notável e impressionante.

   "Quem és?" Questiono-lhe curiosamente.

   O seu olhar gélido encontrou o meu e este ignorou-me, levantando-se da sua mesa e indo em direção ao seu segurança para o levar para a cela.

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Aqui está o primeiro capítulo ihih
Este capítulo foi para explicar o que acontece, de verdade, dentro de uma prisão de alta segurança. São factos reais, estive a pesquisar na net xd

Espero que tenham gostado, e gostaria que deixassen um comentário em baixo com a vossa opinião

LY ♡



Death Row || h.sWhere stories live. Discover now