31 - Forte como era antes

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— Eu vou te pedir pra tentar beber um gole de água agora, Scott. Acha que consegue fazer isso? — o médico me perguntou. 

Dei de ombros. Não sabia se conseguiria ou não. 

Enquanto isso, a enfermeira trouxe uma jarra de água e colocou um pouco num copo de vidro.

— Com calma, só um gole. — ela aproximou o copo da minha boca e com muito cuidado o virou lentamente. 

Consegui sugar um pouco da água e dar o primeiro gole, mas tossi. 

— Calma, calma. — o médico apoiou a mão no meu ombro. — É assim mesmo. Vamos mais uma vez. 

E assim tentamos mais umas três vezes até que de tanto sentir a minha garganta seca, comecei a dar mais goles quando percebi que já não tossia mais.

— Devagar, Scott! — o médico avisou mas não dei ouvidos. 

Suspirei ao terminar de beber a água. 

— É normal o seu corpo estar assim, fraco e desacostumado. Temos que acostumá-lo aos poucos, com calma. Afinal, ficou adormecido por bastante tempo. — ele me orientou, sentando na poltrona que estava ao lado da cama. 

— O que... — com a voz rouca, finalmente consegui falar. — O que aconteceu? Não lembro bem...

— Bom, mocinho, o senhor tentou tirar a sua própria vida com uma lâmina de barbear, cortando seu pulso... Sorte que te encontraram e te trouxeram pra cá. Mas você entrou em coma e ficou assim por quase dois meses. Está acordando hoje. 

— Ah... — pressionei os olhos enquanto os fechava. Aos poucos, minha visão estava voltando ao normal. — Meu Deus. 

— Não faça isso de novo, filho. Sua vida vale muito a pena. É jovem, tem a vida toda pela frente e confio no seu potencial.

— Eu...

— Depois que sair do hospital, eu quero te pedir pra que busque ajuda, tá bem? Se consulte com um psicólogo, faça uma terapia. Vai te ajudar muito. Se precisar, tome até remédios, mas não quero você pensando em fazer uma besteira dessas nunca mais na sua vida, ouviu bem? — o doutor me falava atentamente. 

— Tudo bem... — engoli a saliva, sentindo um pouco de dor na garganta. — Escuta...

— Sim? —ele levantou da poltrona. 

— Pode chamar... O Harrison?

— Já vou chamar. — ele riu. — Esse garoto não deixou de dormir um dia com você aqui no hospital, sabe. É seu irmão?

— Não... — ri. 

— Scott, você só sai do hospital quando estiver bom pra isso. Até lá, precisa comer muito bem nossa comida que é preparada pra te deixar forte e recuperado cada vez mais. 

— Ah, não... Comida de hospital? — fiz uma cara de nojo.

— Ou é isso ou vai ficar mais tempo ainda aqui. O que prefere? — a enfermeira forçou um riso pra mim. 

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Where stories live. Discover now